Ele não é velho, ele não é jovem.
Ele pertence a uma geração intermediária
entre a minha e a nova geração, e hoje f
az a ponte entre elas, visto que um
de seus super-heróis, uma de
suas inúmeras criações:
Meteoro, caiu no agrado
dos jovens leitores.
Ele tem grande bagagem profissional,
se expressa com lucidez,
é excelente escriba, autor de vários
livros sobre HQs, é editor e atualmente
edita o Almanaque Meteoro, que
está prestes a ter sua terceira edição.
Ele pertence a uma geração intermediária
entre a minha e a nova geração, e hoje f
az a ponte entre elas, visto que um
de seus super-heróis, uma de
suas inúmeras criações:
Meteoro, caiu no agrado
dos jovens leitores.
Ele tem grande bagagem profissional,
se expressa com lucidez,
é excelente escriba, autor de vários
livros sobre HQs, é editor e atualmente
edita o Almanaque Meteoro, que
está prestes a ter sua terceira edição.
Curta, agora, um bate papo super
descontraído com um dos mais
prolíficos e persistentes autores da
atualidade. Conheçam um pouco
mais sobre o criativo e incansável
bengala friend e grande amigo...
descontraído com um dos mais
prolíficos e persistentes autores da
atualidade. Conheçam um pouco
mais sobre o criativo e incansável
bengala friend e grande amigo...
ROBERTO GUEDES,
O METEÓRICO ESCRIBA!
O METEÓRICO ESCRIBA!
Tony – Grande Guedes! Quanta honra,
brother...Vamos nessa? Aí vem chumbo
quente! Quando e onde você nasceu?
brother...Vamos nessa? Aí vem chumbo
quente! Quando e onde você nasceu?
Guedes – Fala Tony! É um prazer participar
deste bate-papo legal com você.
Bem, eu nasci em 18 de dezembro de
1965, na capital paulistana, mais
precisamente na Bela Vista.
Mas fui criado no histórico bairro do Ipiranga.
deste bate-papo legal com você.
Bem, eu nasci em 18 de dezembro de
1965, na capital paulistana, mais
precisamente na Bela Vista.
Mas fui criado no histórico bairro do Ipiranga.
Tony – Eu tenho muito orgulho de
ter publicado suas primeiras HQs,
além de ter visto seu
personagem Meteoro nascer,
praticamente, na minha editora,
a Phenix. Eu acho... (Rsss...)
ter publicado suas primeiras HQs,
além de ter visto seu
personagem Meteoro nascer,
praticamente, na minha editora,
a Phenix. Eu acho... (Rsss...)
Guedes – Você e Wanderley Felipe fizeram
um ótimo trabalho de edição
naquelas minhas toscas
HQs de humor. (risadas) Só que você está
confundindo: as primeiras histórias saíram
pela Editora Ninja.
Eu lembro perfeitamente quando
fui visitá-los ali num escritório na
Praça da República. Depois, salvo
engano, já sob o selo da Phenix,
vocês publicaram
mais algumas das minhas HQs,
quando, então já estavam no Brás.
Quem me recomendou que mostrasse
o Meteoro pra vocês foi o Gilberto
Firmino, que me encomendou um
monte de historinhas de humor
quando trabalhava na GED
(Galvão Editora e Distribuidora).
Àquela altura eu já tinha pelo menos
quatro histórias do Meteoro escritas
e desenhadas, mas você –
graças a Deus! – mandou redesenhar
a primeira, que, ao final das contas,
ficou bem melhor.
Meu desenho era horroroso. (risadas)
um ótimo trabalho de edição
naquelas minhas toscas
HQs de humor. (risadas) Só que você está
confundindo: as primeiras histórias saíram
pela Editora Ninja.
Eu lembro perfeitamente quando
fui visitá-los ali num escritório na
Praça da República. Depois, salvo
engano, já sob o selo da Phenix,
vocês publicaram
mais algumas das minhas HQs,
quando, então já estavam no Brás.
Quem me recomendou que mostrasse
o Meteoro pra vocês foi o Gilberto
Firmino, que me encomendou um
monte de historinhas de humor
quando trabalhava na GED
(Galvão Editora e Distribuidora).
Àquela altura eu já tinha pelo menos
quatro histórias do Meteoro escritas
e desenhadas, mas você –
graças a Deus! – mandou redesenhar
a primeira, que, ao final das contas,
ficou bem melhor.
Meu desenho era horroroso. (risadas)
Tony – É... você tem razão,
trabalhávamos para a ed. Ninja...
depois abrimos a Phenix.
Tô ficando velho... (Rsss...).
Gilberto Firmino,
grande cara, grande amigo,
editor da revista Porrada, que
foi um grande sucesso.
Quando sai da Noblet,
o Wanderley Felipe entrou no
meu lugar e
quando o Felipe saiu, entrou
o Firmino.
Conheci o fera por lá, acho
que na década
de 80, por aí... Outro dia trombei
com ele na cidade. Virou produtor e
atualmente trabalha em casa fazendo
palavras cruzadas, caças-palavras, etc,
para diversos editores...
Então, você tinha 4 HQs do Meteoro
desenhadas? Isto, pra mim, é novidade.
Legal... essas entrevistas sempre
acabam elucidando as dúvidas,
de todos nós... Em minha opinião, hoje
você é uma peça importante no intercâmbio
entre nós, os mais velhos, e a nova
geração que é fã do seu Meteoro.
Você é uma das cabeças mais brilhantes
que já conheci! Escritor, jornalista,
editor, autor, etc. Qual é sua formação?
trabalhávamos para a ed. Ninja...
depois abrimos a Phenix.
Tô ficando velho... (Rsss...).
Gilberto Firmino,
grande cara, grande amigo,
editor da revista Porrada, que
foi um grande sucesso.
Quando sai da Noblet,
o Wanderley Felipe entrou no
meu lugar e
quando o Felipe saiu, entrou
o Firmino.
Conheci o fera por lá, acho
que na década
de 80, por aí... Outro dia trombei
com ele na cidade. Virou produtor e
atualmente trabalha em casa fazendo
palavras cruzadas, caças-palavras, etc,
para diversos editores...
Então, você tinha 4 HQs do Meteoro
desenhadas? Isto, pra mim, é novidade.
Legal... essas entrevistas sempre
acabam elucidando as dúvidas,
de todos nós... Em minha opinião, hoje
você é uma peça importante no intercâmbio
entre nós, os mais velhos, e a nova
geração que é fã do seu Meteoro.
Você é uma das cabeças mais brilhantes
que já conheci! Escritor, jornalista,
editor, autor, etc. Qual é sua formação?
Guedes – Puxa! Não sei se é pra tanto,
mas vindo de você – a quem
eu sempre respeitei
bastante – o elogio ganha muito
mais peso.
Eu fiz História na
Universidade São Marcos.
mas vindo de você – a quem
eu sempre respeitei
bastante – o elogio ganha muito
mais peso.
Eu fiz História na
Universidade São Marcos.
Tony – Conheço a São Marcos... é 10!
Quer dizer, você teve ensino superior,
dá pra se notar pelo nível de seus artigos,
seus livros e HQs... isto é ótimo.
No passado, a maioria dos
autores nem sabiam
português, era lamentável... (Rsss...).
Você, pelo que me consta, tinha uma
banca de jornal – em que
região da cidade?
Quer dizer, você teve ensino superior,
dá pra se notar pelo nível de seus artigos,
seus livros e HQs... isto é ótimo.
No passado, a maioria dos
autores nem sabiam
português, era lamentável... (Rsss...).
Você, pelo que me consta, tinha uma
banca de jornal – em que
região da cidade?
Guedes – Na cidade de Santo André, região
do ABC Paulista.
do ABC Paulista.
Tony – Região de grande poder aquisitivo
devido as diversas montadoras de
automóveis, que existiam naquela
imensa área urbana.
Hoje, a maioria delas saiu de lá...
mas, é ainda uma das regiões mais
ricas de São Paulo...
Então, temos aqui um jornaleiro,
que virou escritor, produtor,
editor e jornalista, né?
Uma trajetória de vida fantástica,
caro bengala friend.
Um exemplo de garra,
de luta, à ser seguido...
A banca em Santo André, ela foi
antes ou depois de você se tornar
um fanzineiro convicto?
devido as diversas montadoras de
automóveis, que existiam naquela
imensa área urbana.
Hoje, a maioria delas saiu de lá...
mas, é ainda uma das regiões mais
ricas de São Paulo...
Então, temos aqui um jornaleiro,
que virou escritor, produtor,
editor e jornalista, né?
Uma trajetória de vida fantástica,
caro bengala friend.
Um exemplo de garra,
de luta, à ser seguido...
A banca em Santo André, ela foi
antes ou depois de você se tornar
um fanzineiro convicto?
Guedes – Foi apenas uma aventura!
Porra-louca de quadrinista querendo
entender o outro lado das vendas.
Surgiu uma oportunidade
de fazer negócio com isso,
e decidi investir. Mas durou
pouco, não tinha
nada a ver comigo...
Tony – Olha, taí um negócio interessante
que você falou... “ver o outro
lado das vendas”.
Acho que o dono de um banca, ele,
mais do que ninguém, sabe o que
o público leitor quer.
Tem contato direto com o consumidor.
Deve ter sido uma boa experiência...
O grande escriba Roy Thomas –
que assumiu o cargo do genial
Stan Lee, como roteirista
oficial da Marvel -, e outras
feras americanas
começaram nos fanzines e
se tornaram grandes profissionais
da área. Parece que você
seguiu os passos
desses mestres gringos.
Foi isto mesmo?
que você falou... “ver o outro
lado das vendas”.
Acho que o dono de um banca, ele,
mais do que ninguém, sabe o que
o público leitor quer.
Tem contato direto com o consumidor.
Deve ter sido uma boa experiência...
O grande escriba Roy Thomas –
que assumiu o cargo do genial
Stan Lee, como roteirista
oficial da Marvel -, e outras
feras americanas
começaram nos fanzines e
se tornaram grandes profissionais
da área. Parece que você
seguiu os passos
desses mestres gringos.
Foi isto mesmo?
Guedes – Pode-se dizer que sim, embora,
um ano antes de lançar
o meu primeiro fanzine,
eu já tivesse atuado como profissional ao
vender o meu primeiro roteiro para o editor
Gilberto Firmino, da revista Porrada!.
um ano antes de lançar
o meu primeiro fanzine,
eu já tivesse atuado como profissional ao
vender o meu primeiro roteiro para o editor
Gilberto Firmino, da revista Porrada!.
Tony – Esta eu também não
sabia, o Firmino foi o primeiro
a lançar um trabalho seu na Porrada...
legal. O Firmino também
sempre incentivou
os iniciantes, fez a sua parte e deve
ser reverenciado por isso.
Sempre deu força ao pessoal.
Que bom saber...
Lembro-me que a sua primeira
HQ publicada na revista Udigrudi foi
desenhada por mim.
E o tema era o Rock’n’Roll.
Vejo que você
sempre foi muito ligado,
como o genial Baraldi –
sou fã desse cara, ele é impagável -,
no bom e velho Rock!
Você também teve bandas ou alguma
ligação com o mundo da música?
Pergunto isso, porque
muitos artistas
das HQs também possuem
o dom musical. Eu mesmo
já tive diversas
bandas, fazia o vocal e tocava
contrabaixo ou guitarra.
Meu ex-sócio o Wanderley era
um excelente baterista, também...
o Alexandre Dias, o Cavalo,
da banda Velhas
Virgens, colaborava na revista Udigrudi,
chegamos até a tocar
juntos à noite em casas noturnas...
sabia, o Firmino foi o primeiro
a lançar um trabalho seu na Porrada...
legal. O Firmino também
sempre incentivou
os iniciantes, fez a sua parte e deve
ser reverenciado por isso.
Sempre deu força ao pessoal.
Que bom saber...
Lembro-me que a sua primeira
HQ publicada na revista Udigrudi foi
desenhada por mim.
E o tema era o Rock’n’Roll.
Vejo que você
sempre foi muito ligado,
como o genial Baraldi –
sou fã desse cara, ele é impagável -,
no bom e velho Rock!
Você também teve bandas ou alguma
ligação com o mundo da música?
Pergunto isso, porque
muitos artistas
das HQs também possuem
o dom musical. Eu mesmo
já tive diversas
bandas, fazia o vocal e tocava
contrabaixo ou guitarra.
Meu ex-sócio o Wanderley era
um excelente baterista, também...
o Alexandre Dias, o Cavalo,
da banda Velhas
Virgens, colaborava na revista Udigrudi,
chegamos até a tocar
juntos à noite em casas noturnas...
Guedes – O Rock está em minhas veias
desde moleque! Formei algumas
bandas com amigos da escola
e da vizinhança. Até compus
algumas canções
e ainda tenho as gravações de muitas
músicas nossas. Se um dia eu criar
coragem, coloco-as no
You Tube (risadas).
E não esqueça que, em
sua identidade secreta,
o Meteoro é um guitarrista,
certo? (risadas)
desde moleque! Formei algumas
bandas com amigos da escola
e da vizinhança. Até compus
algumas canções
e ainda tenho as gravações de muitas
músicas nossas. Se um dia eu criar
coragem, coloco-as no
You Tube (risadas).
E não esqueça que, em
sua identidade secreta,
o Meteoro é um guitarrista,
certo? (risadas)
Tony – Ahá! Eu sabia que essa
fissura por rock guardava um
músico e um compositor
escondido atrás do grande
escriba e editor... (Rsss...). Legal.
fissura por rock guardava um
músico e um compositor
escondido atrás do grande
escriba e editor... (Rsss...). Legal.
Essas composições, aposto que agora
todo mundo ficou curioso pra ouví-las...
coragem, my friend... coloca lá no
You Tube... (Rsss...).
Também compus umas 200 músicas e
chegamos até a gravar CDs... como a
banda não tinha nome virou
Bengalas Boys (Rssss...), atual nome
da nossa milenar confraria. Como eu
disse, a maioria dos que desenham
ou escrevem nascem com o dom
musical, é incrível... Qual foi o primeiro
personagem que você criou?
E quando e como isso aconteceu?
Guedes – Difícil dizer.
todo mundo ficou curioso pra ouví-las...
coragem, my friend... coloca lá no
You Tube... (Rsss...).
Também compus umas 200 músicas e
chegamos até a gravar CDs... como a
banda não tinha nome virou
Bengalas Boys (Rssss...), atual nome
da nossa milenar confraria. Como eu
disse, a maioria dos que desenham
ou escrevem nascem com o dom
musical, é incrível... Qual foi o primeiro
personagem que você criou?
E quando e como isso aconteceu?
Antigos seriados da TV, que Roberto Guedes curtia... |
Guedes – Difícil dizer.
Eu lembro que assistia
os seriados Tarzan,
Zorro e Bonanza, e
depois corria pra mesa
da cozinha desenhar
histórias desses personagens.
Logo, comecei a criar os meus
próprios heróis. Um que me vem
sempre à memória é um alienígena,
estilo Superman, que batizei de “Ajax”.
Só depois é que ficaria sabendo
que aqui no Brasil, o Caçador de
Marte da DC Comics era
chamado assim.
Provavelmente me inspirei no
produto de limpeza homônimo...
(risadas) Isso foi ainda nos anos 70.
Já na fase do Colegial, criei diversas
histórias e personagens,
transportando-as para peças de
teatro amador. Até que, enfim,
sintetizei várias idéias dispersas na
elaboração do Meteoro.
os seriados Tarzan,
Zorro e Bonanza, e
depois corria pra mesa
da cozinha desenhar
histórias desses personagens.
Logo, comecei a criar os meus
próprios heróis. Um que me vem
sempre à memória é um alienígena,
estilo Superman, que batizei de “Ajax”.
Só depois é que ficaria sabendo
que aqui no Brasil, o Caçador de
Marte da DC Comics era
chamado assim.
Provavelmente me inspirei no
produto de limpeza homônimo...
(risadas) Isso foi ainda nos anos 70.
Já na fase do Colegial, criei diversas
histórias e personagens,
transportando-as para peças de
teatro amador. Até que, enfim,
sintetizei várias idéias dispersas na
elaboração do Meteoro.
Tony – Que legal saber que você
também curtiu Bonanza... (Rsss...).
Pelo visto, você também já é um
bengala-boy... (Rsss...).
Bem vindo a milenar confraria.
Mas, vamos falar sobre Meteoro,
que é um personagem marcante
e que fala a língua dos jovens!
Quando ele surgiu exatamente,
e, por que, atualmente, você
aderiu ao estilo mangá nas
histórias do Mascarado Voador?
também curtiu Bonanza... (Rsss...).
Pelo visto, você também já é um
bengala-boy... (Rsss...).
Bem vindo a milenar confraria.
Mas, vamos falar sobre Meteoro,
que é um personagem marcante
e que fala a língua dos jovens!
Quando ele surgiu exatamente,
e, por que, atualmente, você
aderiu ao estilo mangá nas
histórias do Mascarado Voador?
Guedes – Os primeiros roteiros do Meteoro
são de 1987. Mas discordo, Tony,
quando você diz que as aventuras
atuais são mangás. É evidente
que o estilo do desenhista Aluísio
de Souza nas duas primeiras HQs tem
influência do traçado japonês, mas
é algo bem mesclado com o padrão
comics dos norte-americanos, devido,
principalmente ao enquadramento
e poses. Costumo classificar seu
estilo de “híbrido”. Conheci o
Aluísio em 2001, quando formamos
a equipe que iria produzir a
graphic novel em comemoração aos
40 anos do Vigilante Rodoviário.
Seu traço foi aprovado pelo próprio
Ary Fernandes. Pena que o projeto
acabou engavetado devido aos
problemas de saúde do
cineasta na ocasião.
são de 1987. Mas discordo, Tony,
quando você diz que as aventuras
atuais são mangás. É evidente
que o estilo do desenhista Aluísio
de Souza nas duas primeiras HQs tem
influência do traçado japonês, mas
é algo bem mesclado com o padrão
comics dos norte-americanos, devido,
principalmente ao enquadramento
e poses. Costumo classificar seu
estilo de “híbrido”. Conheci o
Aluísio em 2001, quando formamos
a equipe que iria produzir a
graphic novel em comemoração aos
40 anos do Vigilante Rodoviário.
Seu traço foi aprovado pelo próprio
Ary Fernandes. Pena que o projeto
acabou engavetado devido aos
problemas de saúde do
cineasta na ocasião.
Tony – Gostei do desenho do Aluísio,
que você chama de “híbrido”... (Rsss...).
Não vejo nenhum mal no estilo mangá.
A galera jovem curte e adora.
Voces se conheceram em 2001,
para fazer a edição comemorativa
do Vigilante Rodoviário... que legal.
Faz uma data, hein?
E eu adorava esta série de TV,
criada pelo Ary Fernandes.
Tive o prazer de falar com Ary
no facebook umas duas vezes,
na sequência soube que ele
havia falecido.
O homem foi um herói.
Merecia uma estátua. Fazer séries
de TV no Brasil é pior do que fazer:
teatro, cinema, ser jogador
de futebol, ator de TV, ou fazer
HQs... poucos conseguem fatura
bem nessas profissões marginais.
Você sabe... Gosto muito do Meteoro,
que praticamente vi nascer!
Quantas edições do herói
foram lançadas até hoje?
que você chama de “híbrido”... (Rsss...).
Não vejo nenhum mal no estilo mangá.
A galera jovem curte e adora.
Voces se conheceram em 2001,
para fazer a edição comemorativa
do Vigilante Rodoviário... que legal.
Faz uma data, hein?
E eu adorava esta série de TV,
criada pelo Ary Fernandes.
Tive o prazer de falar com Ary
no facebook umas duas vezes,
na sequência soube que ele
havia falecido.
O homem foi um herói.
Merecia uma estátua. Fazer séries
de TV no Brasil é pior do que fazer:
teatro, cinema, ser jogador
de futebol, ator de TV, ou fazer
HQs... poucos conseguem fatura
bem nessas profissões marginais.
Você sabe... Gosto muito do Meteoro,
que praticamente vi nascer!
Quantas edições do herói
foram lançadas até hoje?
Guedes – Não foram muitas,
provavelmente 20 e poucas,
contando as independentes
do selo Fire Comics, as da Júpiter II, a
edição da Escala, e os recentes
almanaques.
Mas esse número vai aumentar!
provavelmente 20 e poucas,
contando as independentes
do selo Fire Comics, as da Júpiter II, a
edição da Escala, e os recentes
almanaques.
Mas esse número vai aumentar!
Tony – Parabéns! Vinte
e poucas, pra um herói
tupiniquim, é uma vitória
e espero que saiam
muitas mais! Adorei
o Almanaque Meteoro!
Tá muito bem feito e um
show de apresentação
gráfica. O preço também
é campeão! Li vários
depoimentos seus dizendo que
o Cláudio Vieira –
que desenhou a primeira HQ do
Meteoro e que na época
colaborava com a Phenix –
trabalhava como animador pro
Maurício de Sousa.
Só para corrigir...
o Cláudião era animador
da Disney no Brasil, fazia
freelas pros gringos.
Você nunca mais falou com ele?
e poucas, pra um herói
tupiniquim, é uma vitória
e espero que saiam
muitas mais! Adorei
o Almanaque Meteoro!
Tá muito bem feito e um
show de apresentação
gráfica. O preço também
é campeão! Li vários
depoimentos seus dizendo que
o Cláudio Vieira –
que desenhou a primeira HQ do
Meteoro e que na época
colaborava com a Phenix –
trabalhava como animador pro
Maurício de Sousa.
Só para corrigir...
o Cláudião era animador
da Disney no Brasil, fazia
freelas pros gringos.
Você nunca mais falou com ele?
Guedes – Pois é! Pura mancada minha!
(risadas) Conversei com Cláudio
recentemente, e, talvez, voltemos
a trabalhar juntos numa mesma HQ.
Quando eu tiver novidades
concretas neste sentido,
comunicarei na imprensa.
(risadas) Conversei com Cláudio
recentemente, e, talvez, voltemos
a trabalhar juntos numa mesma HQ.
Quando eu tiver novidades
concretas neste sentido,
comunicarei na imprensa.
Um dos livros de Guedes |
Tony – Legal, saber que vocês
mantiveram contato.
Ele até me pediu
pra mim falar com você... ele é
gente finíssima... mancada?
Nobody is perfect, my old
friend... (Rsss...). Depois dessa
fase inicial como roteirista para
as editoras GED, Ninja, Phenix etc,
e do seu período no circuíto
independente, quando você
iniciou sua fase de editor
na Opera Graphica?
Guedes – Em 2002.
Tony – Que tal a experiência
de ser editor?...
de ser editor?...
Guedes – Foi e continua sendo um
aprendizado e tanto. Apesar das
aporrinhações é uma atividade muito
divertida. Nunca tive dificuldade
nenhuma pra editar o que quer
que seja: livros, álbuns, magazines,
gibis. Cheguei à editora para oferecer
serviço de tradutor e já me
mandaram editar cerca de 20
títulos de uma vez só. (risadas)
Tony – Isto prova a confiança que
você transmite, é boa praça, e
super competente. E você fez um
ótimo trabalho! O Franco e o Carlos
Mann te davam total
liberdade de criação?
você transmite, é boa praça, e
super competente. E você fez um
ótimo trabalho! O Franco e o Carlos
Mann te davam total
liberdade de criação?
Guedes – Dependia da obra.
Geralmente nas revistas mensais
eu trabalhava sozinho, assim como
nos álbuns de super-heróis e em
alguns com autores nacionais.
Em alguns títulos em específico
ocorriam interferências. Normal.
O negócio era meio sobrecarregado.
Em outras editoras, há um editor
para cada quatro ou cinco títulos
no máximo, mas na Opera
eu cuidava sozinho de praticamente
tudo o que se referia a Quadrinhos.
Além da edição em si, tinha de
traduzir quase tudo que publicávamos;
escrever releases e conceder
entrevistas para a imprensa; cuidar
da coluna “Bate-Papo”, que saía,
no mínimo cinco vezes ao mês;
responder os e-mails de leitores;
fazer revisão e copidesque; realizar
entrevistas com autores brasileiros;
escrever artigos biográficos para
o site da editora e matérias
quilométricas pras nossas revistas;
prefácios para obras de outros autores;
textos de orelha e de quarta capa etc.
Tudo isso, sem falar quando me
pediam pra ajudar a revisar ou
editar revistas para outras editoras
como a Escala, a Minuano e até
uma de Portugal: revistas infantis,
femininas, pôsteres de bandas,
e por aí vai. Mas nunca reclamei.
Se me passavam o serviço é
porque gostavam do meu trabalho,
e sou muito grato por isso.
Ah, e ainda encontrava tempo para
escrever meus próprios
livros teóricos. (risadas)
Tony – Haja fôlego... você sempre
foi polivalente e prolífico. Seus livros
são geniais. Quais eram as tiragens
daqueles álbuns luxuosos com
capa cartonada em papel
couchê, a cores?
Comprei alguns clássicos que você
editou das HQs Marvel.
Belo trabalho...
foi polivalente e prolífico. Seus livros
são geniais. Quais eram as tiragens
daqueles álbuns luxuosos com
capa cartonada em papel
couchê, a cores?
Comprei alguns clássicos que você
editou das HQs Marvel.
Belo trabalho...
Guedes – Não lembro direito. Acho que
as tiragens dos álbuns variavam
em torno de mil a dois mil exemplares.
Algo pra circular em livrarias e comic shops.
Já as revistas de banca
tinham tiragens bem maiores...
Tony – Ok. Quem diria que aquele
jovem que um dia apareceu
timidamente na minha editora, há
mais de 20 anos, se tornaria um
empreendedor, e um dos mais
prolíficos e inteligentes
profissionais da área?
Quadrinho sempre
foi uma paixão?
jovem que um dia apareceu
timidamente na minha editora, há
mais de 20 anos, se tornaria um
empreendedor, e um dos mais
prolíficos e inteligentes
profissionais da área?
Quadrinho sempre
foi uma paixão?
Guedes – Sim, Quadrinho sempre esteve
presente de maneira muito importante
na minha vida. É o que eu sempre quis fazer...
Tony – Quando a Opera Gráfica
encerrou suas atividades,
infelizmente, você deu um
disappear do mercado por
algum tempo. Só viémos a nos
encontrar anos depois quando eu
estava lançando Apache
(pela ed. As Américas), e você o
Almanaque Meteoro,
na livraria Comix.
Pra mim, aquela foi uma feliz
coincidência. Ainda mais porque
a ed. 1 do Almanaque Meteoro
trazia uma homenagem
ao meu personagem Fantasticman,
feita pelo Carlos Henry e a turma dele.
Um crossover legal entre Capitão 7
e Fantasticman.
O que você fez durante este
período em que sumiu das bancas?
Guedes – Ô Tony, não sumi, não! (risadas)
encerrou suas atividades,
infelizmente, você deu um
disappear do mercado por
algum tempo. Só viémos a nos
encontrar anos depois quando eu
estava lançando Apache
(pela ed. As Américas), e você o
Almanaque Meteoro,
na livraria Comix.
Pra mim, aquela foi uma feliz
coincidência. Ainda mais porque
a ed. 1 do Almanaque Meteoro
trazia uma homenagem
ao meu personagem Fantasticman,
feita pelo Carlos Henry e a turma dele.
Um crossover legal entre Capitão 7
e Fantasticman.
O que você fez durante este
período em que sumiu das bancas?
Série: Fantastic Man - As Aventuras do Homem de Vulcano |
Guedes – Ô Tony, não sumi, não! (risadas)
Assim que saí da Opera em 2006, trabalhei
para a Mythos, do Helcio de Carvalho
e Dorival Lopes. Escrevi artigos para
revistas infantis e de cinema e traduzi
algo do Fantasma. Em seguida fui
contratado em base free-lance
para editar e traduzir vários álbuns
de luxo e revistas mensais pra Panini,
como por exemplo:
Biblioteca Histórica
Marvel, Os Maiores Clássicos,
Homem-Aranha: Grandes
Desafios etc.
Prestei serviço pra Myhtos/Panini
até meados de 2008. Nesse mesmo
ano, a HQ Maniacs Editora lançou
meu terceiro livro A Era de Bronze
dos Super-Heróis. Ainda colaboro
com tradução e revisão para algumas
editoras, além de editar o Almanaque
Meteoro atualmente.
para a Mythos, do Helcio de Carvalho
e Dorival Lopes. Escrevi artigos para
revistas infantis e de cinema e traduzi
algo do Fantasma. Em seguida fui
contratado em base free-lance
para editar e traduzir vários álbuns
de luxo e revistas mensais pra Panini,
como por exemplo:
Biblioteca Histórica
Marvel, Os Maiores Clássicos,
Homem-Aranha: Grandes
Desafios etc.
Prestei serviço pra Myhtos/Panini
até meados de 2008. Nesse mesmo
ano, a HQ Maniacs Editora lançou
meu terceiro livro A Era de Bronze
dos Super-Heróis. Ainda colaboro
com tradução e revisão para algumas
editoras, além de editar o Almanaque
Meteoro atualmente.
Tony – Ô, Guedes... a gente pensa
que sumiu, porque, de repente,
ninguém via mais o Meteoro por aí,
ou você atuando com seus
personagens de HQs, mas o
você, então, tava aí atuando
nos bastidores agitando
outras publicações.
O pessoal também
diz que eu sumi, uns 12\16 anos,
mas tava aí nas agências e fazendo
outros tipos de publicações.
Temos que sobreviver e nem
sempre dá pra fazer nossa paixão:
HQs. Como e quando
surgiu Guedes Manifesto?
que sumiu, porque, de repente,
ninguém via mais o Meteoro por aí,
ou você atuando com seus
personagens de HQs, mas o
você, então, tava aí atuando
nos bastidores agitando
outras publicações.
O pessoal também
diz que eu sumi, uns 12\16 anos,
mas tava aí nas agências e fazendo
outros tipos de publicações.
Temos que sobreviver e nem
sempre dá pra fazer nossa paixão:
HQs. Como e quando
surgiu Guedes Manifesto?
Guedes – No final de 2008. A idéia inicial
era fazer um site, mas como não teria
tempo pra me dedicar integralmente,
optei pelo blog, que é mais fácil de
gerenciar, além de ser possível
manter um contato mais informal
com meus leitores. O selo editorial
foi uma conseqüência disso tudo.
Tony – Achei a idéia genial... Qual é a
tiragem atual do
Almanaque Meteoro?
Que, aliás, tem uma excelente
apresentação gráfica, como já disse.
Parabéns!
tiragem atual do
Almanaque Meteoro?
Que, aliás, tem uma excelente
apresentação gráfica, como já disse.
Parabéns!
Guedes – Brigadão, Tony! Realmente a revista
está bem caprichada mesmo! A tiragem é
limitada, voltada para gibiterias e locais
especializados. Mas a venda pelo correio
tem sido muito boa! Mais até do que
eu poderia imaginar.
Tony – Desejo à você muito sucesso,
sempre... Você escreveu um livro sobre
HQB: A Saga dos Super-Heróis Brasileiros.
Aliás, preciso te agradecer, em público,
pelos elogios que teceu à minha figura
e a minha editora Phenix.
Dos artistas nacionais do passado,
quem você curtia?
sempre... Você escreveu um livro sobre
HQB: A Saga dos Super-Heróis Brasileiros.
Aliás, preciso te agradecer, em público,
pelos elogios que teceu à minha figura
e a minha editora Phenix.
Dos artistas nacionais do passado,
quem você curtia?
Guedes – Acho que Watson e Mozart Couto
marcaram bastante. Deodato, também.
Tony – Watson, Mozart e Deodato,
também sou fã dessas feras.
Fizeram história...
aliás, o Deodato ainda faz. O Mozart
nunca mais ouvi falar dele... É pena que
o Mozart tenha sumido das bancas
e que Watson tenha se decepcionado
com a coisa, segundo o Wilde.
O cara era genial. Paralelas, dele,
é um clássico. Deveria voltar.
O mano Wilde, velho guerreiro,
taí de volta. Batalhando com
o Chet, um grande personagem.
E, Gedeone Malagola?
Guedes – Eu tive o prazer de conhecer
Fizeram história...
aliás, o Deodato ainda faz. O Mozart
nunca mais ouvi falar dele... É pena que
o Mozart tenha sumido das bancas
e que Watson tenha se decepcionado
com a coisa, segundo o Wilde.
O cara era genial. Paralelas, dele,
é um clássico. Deveria voltar.
O mano Wilde, velho guerreiro,
taí de volta. Batalhando com
o Chet, um grande personagem.
E, Gedeone Malagola?
Lee Falk (criador do Fantasma e Mandrake) e Gedeone Malagola (autor de Raio negro, Homem Lua e Hydroman) |
Gedeone pessoalmente e de trocar
correspondência com ele durante um
bom tempo. Fiquei muito feliz quando
autorizou o encontro de
Raio Negro com Meteoro.
correspondência com ele durante um
bom tempo. Fiquei muito feliz quando
autorizou o encontro de
Raio Negro com Meteoro.
Tony – O professor Gedeone, ele era
uma simpatia, mesmo. Nunca vi alguém
gostar tanto de fazer HQs e colecionar
gibis, como ele. Tinha um acervo
incrível na casa dele em Jundiaí,
interior de S. Paulo. O porão da
casa dele era uma gibiteca imensa...
E os estrangeiros?
uma simpatia, mesmo. Nunca vi alguém
gostar tanto de fazer HQs e colecionar
gibis, como ele. Tinha um acervo
incrível na casa dele em Jundiaí,
interior de S. Paulo. O porão da
casa dele era uma gibiteca imensa...
E os estrangeiros?
Guedes – Vários! Só para citar alguns que
me fizeram a cabeça: John Romita,
Jack Kirby, Steve Ditko, Neal Adams,
John Buscema...
Tony – Só nego ruim... (Rsss...).
Também adoro esses mestres...
Durante sua prolífica carreira, além
de fazer HQs, editar trabalhos
importantes, escrever livros, etc,
você também fez grandes entrevistas.
Que celebridades, da Marvel,
você chegou a entrevistar?
Também adoro esses mestres...
Durante sua prolífica carreira, além
de fazer HQs, editar trabalhos
importantes, escrever livros, etc,
você também fez grandes entrevistas.
Que celebridades, da Marvel,
você chegou a entrevistar?
Stan Lee |
Roy Thomas |
Guedes – Stan Lee, Roy Thomas, Tom
DeFalco e Marv Wolfman. Por coincidência,
quatro ex-editores-chefes da Casa
das Idéias. Doravante, tive a honra de
ser listado no rol de colaboradores
da lendária Alter Ego do Roy. Demais!
tiveram este privilégio. Eu fiquei
fora do mundo das HQs por
uns 12\16 anos, fazendo
publicidade para empresas
diversas e esporadicamente
fazia uma capa de livro,
uma revista de atividades
infantis, palavras cruzadas, etc,
só pra não tirar o pé da
banca (rsss...). Quando comecei a
oferecer novas séries de HQs
no mercado editorial, senti certa
resistência por parte dos editores.
Todos afirmavam que o mercado
havia mudado e que as vendas
estavam em baixa.
Você já enfrentou essa barra?
fora do mundo das HQs por
uns 12\16 anos, fazendo
publicidade para empresas
diversas e esporadicamente
fazia uma capa de livro,
uma revista de atividades
infantis, palavras cruzadas, etc,
só pra não tirar o pé da
banca (rsss...). Quando comecei a
oferecer novas séries de HQs
no mercado editorial, senti certa
resistência por parte dos editores.
Todos afirmavam que o mercado
havia mudado e que as vendas
estavam em baixa.
Você já enfrentou essa barra?
Guedes – Sem dúvida, Tony. E bota
barra nisso! (risadas)
Tony – Como é ser um editor independente?
Dá pra ganhar dinheiro com isso?
Acho difícil...
Dá pra ganhar dinheiro com isso?
Acho difícil...
Guedes – Dinheiro? E quem liga pra isso?
Eu quero é mais fazer gibis! Hã, com
licença, é o meu gerente na outra
linha querendo saber das
minhas aplicações... (risadas)
Tony – Você tá que nem eu?
Os gerentes dos "meus bancos"
vivem correndo atrás de mim... (Rssss...).
É, não é fácil. Em Portugal, os
Quadrinhos não vendem quase
nada na atualidade. Obviamente
que a crise mundial afetou
muito mais a Europa do
que a nós e isto deve ter
contribuído muito para que a
situação por lá chegasse a
esse ponto crítico. Gente
esforçada como o amigos
bengalas guerreiros, de além mar,
como o Zeca Willer (ou Zeca
Benfica)- do blog do Tex-, e
o valente Jorge Machado-Dias...
eles estão lá brigando pra
não deixar as BDs sucumbirem.
Os gerentes dos "meus bancos"
vivem correndo atrás de mim... (Rssss...).
É, não é fácil. Em Portugal, os
Quadrinhos não vendem quase
nada na atualidade. Obviamente
que a crise mundial afetou
muito mais a Europa do
que a nós e isto deve ter
contribuído muito para que a
situação por lá chegasse a
esse ponto crítico. Gente
esforçada como o amigos
bengalas guerreiros, de além mar,
como o Zeca Willer (ou Zeca
Benfica)- do blog do Tex-, e
o valente Jorge Machado-Dias...
eles estão lá brigando pra
não deixar as BDs sucumbirem.
O BDJornal é uma fantástica
publicação de ótima qualidade,
toda equipe briga pra manter
a chama acesa.
publicação de ótima qualidade,
toda equipe briga pra manter
a chama acesa.
O Jorgão já deve ter comido o pão
que o diabo amassou, pelo
visto, mas não desiste. Enquanto
o Zeca faz um puta trabalho
fantástico no Blog mais comentado
do velho ranger dos Bonellis,
inclusive dando destaque pra nós,
os tupiniquins que fazem westerns...
Pergunto: será que no Brasil
também vamos chegar a um
estado crítico desses, ou já
estamos quase lá? Você não
acha que deveríamos voltar
ao velho formatinho, bons
preços, boas tiragens, na
esperança de atrair os
leitores que hoje fogem
das bancas?
que o diabo amassou, pelo
visto, mas não desiste. Enquanto
o Zeca faz um puta trabalho
fantástico no Blog mais comentado
do velho ranger dos Bonellis,
inclusive dando destaque pra nós,
os tupiniquins que fazem westerns...
Pergunto: será que no Brasil
também vamos chegar a um
estado crítico desses, ou já
estamos quase lá? Você não
acha que deveríamos voltar
ao velho formatinho, bons
preços, boas tiragens, na
esperança de atrair os
leitores que hoje fogem
das bancas?
Guedes – Se levarmos em conta uma
série de fatores, como a profusão
dos jogos eletrônicos, a interatividade
da Internet com suas redes sociais
e a coqueluche dos celulares, teremos
um panorama nada animador
das preferências de entretenimento
do jovem – em tese, o público-
alvo das editoras de Quadrinhos.
Assim, quem trabalha nessa área,
cada vez mais terá de buscar
uma nova forma de identificação
com o leitor. Não dá para se
acomodar em velhas fórmulas.
É evidente que um preço de
capa baixo torna-se mais atraente
para um consumidor eventual.
Por exemplo: A revista Turma da
Mônica Jovem tem boa tiragem,
vende bem, é relativamente barata,
com miolo em papel jornal e P/B.
série de fatores, como a profusão
dos jogos eletrônicos, a interatividade
da Internet com suas redes sociais
e a coqueluche dos celulares, teremos
um panorama nada animador
das preferências de entretenimento
do jovem – em tese, o público-
alvo das editoras de Quadrinhos.
Assim, quem trabalha nessa área,
cada vez mais terá de buscar
uma nova forma de identificação
com o leitor. Não dá para se
acomodar em velhas fórmulas.
É evidente que um preço de
capa baixo torna-se mais atraente
para um consumidor eventual.
Por exemplo: A revista Turma da
Mônica Jovem tem boa tiragem,
vende bem, é relativamente barata,
com miolo em papel jornal e P/B.
GUEPARDO - Mais uma criação de Roberto Guedes. |
e foi direto e objetivo em sua resposta.
É evidente que, hoje, um editor tem
e deve ser multimídia. Quanto aos
preços, estão um roubo.
Os preços estão afugentando
os antigos leitores, esta é que
é a verdade. A Turma da Mônica
Jovem é um grande exemplo
de sucesso, citada por você.
Tem boa tiragem e um preço legal.
Conclusão: vende bem.
Chega de gibis chiques,
eletizados, pra meia-dúzia
comprar...
No meu tempo um gibi custava
o preço de um jornal. E vendiam
pra cacete... lembro-me que
as edições da Rio Gráfica
(atual Globo), em cores, do
Fantasma, de Lee Falk, se
esgotavam antes do meio-dia,
no mesmo dia em que eram
lançadas. Hoje, eles – os editores -,
vêm com apresentação gráfica
luxuosa, custando mais de 20 pratas!
Acho isto um roubo, um absurdo!
Na América trilharam por este
caminho e deram com
os burros n’água!
Guedes – O Mercado Direto surgiu por
lá como a salvação da lavoura para as
editoras que perdiam milhões de
dólares ao ano por causa das
distribuidoras picaretas; mas
com o passar dos anos tornou-se
o principal causador da falta de
renovação de leitores, já que
elitizou demais o mercado.
Hoje, quem segura a popularidade
dos personagens são as produções
cinematográficas. Por aqui, o negócio
é mais gritante, já que não temos
uma rede de comic shops e de
livrarias tão abrangente quanto
em outros países, o que “esconde”
ainda mais nossas produções de
luxo, voltadas para um público
bem restrito, adulto e com poder
aquisitivo elevado.
Enfim: preços altos, produtos
questionáveis,
vendas pífias.
lá como a salvação da lavoura para as
editoras que perdiam milhões de
dólares ao ano por causa das
distribuidoras picaretas; mas
com o passar dos anos tornou-se
o principal causador da falta de
renovação de leitores, já que
elitizou demais o mercado.
Hoje, quem segura a popularidade
dos personagens são as produções
cinematográficas. Por aqui, o negócio
é mais gritante, já que não temos
uma rede de comic shops e de
livrarias tão abrangente quanto
em outros países, o que “esconde”
ainda mais nossas produções de
luxo, voltadas para um público
bem restrito, adulto e com poder
aquisitivo elevado.
Enfim: preços altos, produtos
questionáveis,
vendas pífias.
Tony – Bem observado, mestre...
sempre é bom conversar contigo...
rola sempre um papo-cabeça...
lucidez total. Você fala com base,
tem know-how, conhece bem
mercado tanto quanto eu... não
“viaja na maionese”... (Rsss...).
Apesar de sua notória
paixão por super-heróis, pergunto:
você também curte ou curtia gibis
de Bang Bang? O que acha da
volta desse gênero promovido
por Billy The Kid, de Arthur Filho,
Apache, da Editora As Américas
e de Chet, da Ink Blood Comics?
sempre é bom conversar contigo...
rola sempre um papo-cabeça...
lucidez total. Você fala com base,
tem know-how, conhece bem
mercado tanto quanto eu... não
“viaja na maionese”... (Rsss...).
Apesar de sua notória
paixão por super-heróis, pergunto:
você também curte ou curtia gibis
de Bang Bang? O que acha da
volta desse gênero promovido
por Billy The Kid, de Arthur Filho,
Apache, da Editora As Américas
e de Chet, da Ink Blood Comics?
Guedes – Adoro faroeste! E esse revival
citado por você só confirma que há público
interessado por todos os gêneros.
E com certeza Apache abrirá
muitas outras portas...
citado por você só confirma que há público
interessado por todos os gêneros.
E com certeza Apache abrirá
muitas outras portas...
Tony – Que Manitu te ouça, my friend...
Esta é a idéia, vamos
ver se vinga... (Rsss...). Dificilmente
um autor brasileiro
cria um produto que venda bem.
Há uma luz no fim do túnel para
os novos profissionais? Ou seja,
dá pra vislumbrar um futuro
melhor para se trabalhar
com HQs no Brasil?
Guedes – Hoje há uma leva
Esta é a idéia, vamos
ver se vinga... (Rsss...). Dificilmente
um autor brasileiro
cria um produto que venda bem.
Há uma luz no fim do túnel para
os novos profissionais? Ou seja,
dá pra vislumbrar um futuro
melhor para se trabalhar
com HQs no Brasil?
Livro reunindo as HQs clássicas do Quarteto Fantástico editado pelo Guedes, pela Opera Gráfica |
bem considerável
de desenhistas trabalhando para o
mercado americano. Infelizmente aqui
no Brasil as editoras não querem, ou
não têm como investir em produção
autoral nacional, como já aconteceu
no passado. Cabe, então, aos
próprios autores se auto-editarem.
O que não deixa de ser algo bacana,
já que isso promove o nascimento
de várias editoras novas todos os dias
O grande obstáculo continua
a ser a distribuição.
de desenhistas trabalhando para o
mercado americano. Infelizmente aqui
no Brasil as editoras não querem, ou
não têm como investir em produção
autoral nacional, como já aconteceu
no passado. Cabe, então, aos
próprios autores se auto-editarem.
O que não deixa de ser algo bacana,
já que isso promove o nascimento
de várias editoras novas todos os dias
O grande obstáculo continua
a ser a distribuição.
Tony – Com certeza, distribuir revistas
num país de dimensões continentais
sempre foi o nosso drama... uma
revista pra chegar em Manaus,
custa caro. E o pior, apesar de
nossas vias fluviais imensas
ainda usamos o pior método:
transporte rodoviário. Q
uando eu editava abri um
leque de revendedores
em todo o Brasil.
Viajei muito, fui atrás e abri
esses contatos. Chamávamos
aquilo de “distribuição alternativa”,
fora dos grandes distribuidores
oficiais. Ou seja, pegávamos
os encalhes, dávamos 50% de
desconto do preço de capa e
vendíamos a mercadoria
diretamente para os
distribuidores das
principais capitais.
Tínhamos clientes por todo o país.
Uma loucura. Era só transportadora
na nossa porta carregando
caixas o dia todo... Lembro-me bem,
de um cliente de Manaus, gente fina,
que comprou bem e pediu prazo
para pagar: 45,50 d\data.
Chamamos a transportadora.
Mas, durante a longa viagem,
o caminhão atolou na rodovia
Transamazônica, que há muito
tempo tá abandonada.
Quando venceu o primeiro
título o homem não tinha
como pagar e nem tinha recebido
ainda a mercadoria. É mole?
Tivemos que prorrogar os prazos
de pagamentos. Se mandássemos
de avião, o custo do frete ficaria
altíssimo. Distribuir por aqui,
sempre foi um grande problema.
Acho que nos países pequenos
da Europa – em relação ao noss
o, é óbvio -, não há este tipo de
problema... Bem, mas de volta
ao nosso bate-papo...
O que consagra qualquer autor,
em minha opinião, são as vendas.
Quer ele seja bom ou ruim.
Tem muita gente ruim faturando
e muito nego bom na berlinda.
Como dá pra explicar isto?
O público-leitor não sabe distinguir
uma coisa da outra?
Guedes – Acho que sempre haverá
num país de dimensões continentais
sempre foi o nosso drama... uma
revista pra chegar em Manaus,
custa caro. E o pior, apesar de
nossas vias fluviais imensas
ainda usamos o pior método:
transporte rodoviário. Q
uando eu editava abri um
leque de revendedores
em todo o Brasil.
Viajei muito, fui atrás e abri
esses contatos. Chamávamos
aquilo de “distribuição alternativa”,
fora dos grandes distribuidores
oficiais. Ou seja, pegávamos
os encalhes, dávamos 50% de
desconto do preço de capa e
vendíamos a mercadoria
diretamente para os
distribuidores das
principais capitais.
Tínhamos clientes por todo o país.
Uma loucura. Era só transportadora
na nossa porta carregando
caixas o dia todo... Lembro-me bem,
de um cliente de Manaus, gente fina,
que comprou bem e pediu prazo
para pagar: 45,50 d\data.
Chamamos a transportadora.
Mas, durante a longa viagem,
o caminhão atolou na rodovia
Transamazônica, que há muito
tempo tá abandonada.
Quando venceu o primeiro
título o homem não tinha
como pagar e nem tinha recebido
ainda a mercadoria. É mole?
Tivemos que prorrogar os prazos
de pagamentos. Se mandássemos
de avião, o custo do frete ficaria
altíssimo. Distribuir por aqui,
sempre foi um grande problema.
Acho que nos países pequenos
da Europa – em relação ao noss
o, é óbvio -, não há este tipo de
problema... Bem, mas de volta
ao nosso bate-papo...
O que consagra qualquer autor,
em minha opinião, são as vendas.
Quer ele seja bom ou ruim.
Tem muita gente ruim faturando
e muito nego bom na berlinda.
Como dá pra explicar isto?
O público-leitor não sabe distinguir
uma coisa da outra?
Uma aventura clássica que o Guedes selecionou para formar o livro\miolo |
casos pontuais, Tony, não necessariamente
uma regra. Acho que, em dado momento,
o público se cansa de certo título ao
constatar que o mesmo não traz nada
mais de interessante. Mesmo que
por trás da revista esteja um forte
trabalho de marketing e propaganda.
uma regra. Acho que, em dado momento,
o público se cansa de certo título ao
constatar que o mesmo não traz nada
mais de interessante. Mesmo que
por trás da revista esteja um forte
trabalho de marketing e propaganda.
Tony – Faz sentido... Bem, estamos
chegando ao final dessa entrevista
bacana, descontraída. Diga-me cá,
ó gajo: Um sonho?
chegando ao final dessa entrevista
bacana, descontraída. Diga-me cá,
ó gajo: Um sonho?
Guedes – Bah! Queria mesmo é viajar
no tempo, aos anos 60, e poder trabalhar
com feras como Stan, Jack, Jazzy
Johnny e Roy na elaboração dos heróis
Marvel. Como isso será muito difícil
de acontecer, desejo, então, que os
gibis brasileiros voltem a vender
horrores em todas as bancas
do nosso ensolarado país. (risadas)
Tony – Que Deus te ouça!
Alguma frustração?
Alguma frustração?
Guedes – Nenhuma. Deus permitiu
que eu trabalhasse com o
que eu gosto, e só tenho
a agradecer por isso.
que eu trabalhasse com o
que eu gosto, e só tenho
a agradecer por isso.
Quarta capa deste sensacional livro editado por Guedes, que tem capa dura (cartonada) e é totalmente em cores, impresso em papel couchê Tony – Bacana... também |
me sinto assim,
em relação ao nosso trabalho...
]tivemos a sorte de publicarmos
bastante num país subdesenvolvido,
pegamos épocas duras, grandes
fases, e, por fim, sobrevivemos...
já valeu! Grande amigo e poderoso
guerreiro bengala Guedes, foi uma
honra entrevistar um cara como
você, super talentoso e lúcido!
Dá um alô aí para os seus fãs e
diz como é que o pessoal faz
pra comprar o Almanaque do
Meteoro. Um grande hiper
amplexo e muito sucesso!
em relação ao nosso trabalho...
]tivemos a sorte de publicarmos
bastante num país subdesenvolvido,
pegamos épocas duras, grandes
fases, e, por fim, sobrevivemos...
já valeu! Grande amigo e poderoso
guerreiro bengala Guedes, foi uma
honra entrevistar um cara como
você, super talentoso e lúcido!
Dá um alô aí para os seus fãs e
diz como é que o pessoal faz
pra comprar o Almanaque do
Meteoro. Um grande hiper
amplexo e muito sucesso!
Guedes – A honra é minha, Tony!
Pode apostar! Ah, aos interessados, basta
escreverem para o e-mail
guedesbook@gmail.com
que explico como adquirir minhas publicações,
ou então, acessando o blog:
Tony – Ah, me esqueci... deve ser arterios-
clerose... (Rsss...). Roberto Guedes
por Roberto Guedes?
clerose... (Rsss...). Roberto Guedes
por Roberto Guedes?
Guedes – Idealista.
Tony – Vamos morrer assim.
Fazer o que, né?
Graças a Deus! Valeu, Guedão!
Sucessão, procê!
Que suas vendas sejam
meteóricas... FUIIII!
Copyright 2010\Tony Fernandes\Estúdios Pégasus -
Entrevista fantástica, muito coisa não sabia do Roberto Guedes, grande criador e editor de quadrinhos e livros que venham mais obras do Roberto.
ResponderExcluirParabéns pela ótima entrevista. Esclarecedora, honesta, divertida, e recheada de verdades. Que dupla genial, Tony e Guedes, quem sabe alguma futura parceria esteja se formando?? Grande abraço!
ResponderExcluirIsso, Guedes... O Tony é lendário mesmo. Eh!eh!eh!.... Mas, quero dizer que lí seu descontraído papo com o Tony e achei o máximo... Foi uma troca de informações entre dois importantes construtores da história de nosso quadrinho... Muito interessante e esclarecedor este tipo de entrevista descontraída... É uma leitura descontraída... Muito boa entrevista.
ResponderExcluirMuito bacana a entrevista. E informativa também. Muito do que foi dito eu desconhecia. Valeu!!
ResponderExcluirParabéns aos dois!
Grato à todos pela visita, bengalas-friends...
ResponderExcluirNada melhor de que lê uma entrevista entre dois profissionais da área, cujo conteúdo vá além do espaço limitado da pergunta e resposta.
ResponderExcluirA experiência de ambos nos dar a dimensão daquilo que outrora foi o mercado nacional de quadrinhos e a expectitativa desse futuro.
Valeu e parabéns ao entrevitador e entrevistado, Tony e Guedes, respectivamente.
Ótima entrevista/bate-papo. Dois gigantes dos quadrinhos em quem tento inspirar meu trabalho.
ResponderExcluirGrande abraço aos dois!
É O QUE EU SEMPRE DIGO : " De longe o maior prêmio que a vida oferece é a chance de trabalhar muito e se dedicar a algo que realmente valha a pena"
ResponderExcluirTodo o resto será absoluta consequência.
Parabéns e muito sucesso com seu personagem e com seus projetos!
Beijos Roberto/Regina
Parabéns, Tony e Roberto!
ResponderExcluirMais uma vez Tony acertou em cheio. Assim ficamos conhecendo a trajetória desse profissional nota 10 que é o Roberto Guedes. Parabéns aos dois.
ResponderExcluirE eu só tenho a agradecer mais uma vez ao grande Tony "Fantasticman" Fernandes, e, claro, a todos os amigos que aqui postaram seus efusivos comentários!
ResponderExcluirGalera, brigadão pela visita! O Guedes, com esse cara rola e rende sempre um bom papo.
ResponderExcluirSou fã dele e do Meteoro!