sexta-feira, 7 de outubro de 2011

ENTREVISTA COM O INCRÍVEL, PAULO PAIVA! ESCRIBA, CARTUNISTA E EX-DONO DA EDITORA MACIOTA\PRESS EDITORIAL!




Se eu não estou enganado, se este meu velho
 "HD" enferrujado, que chamo de cérebro, 
ainda funciona, a primeira vez que eu vi 
este old bengala boy friend foi na década
 de 80, nos corredores da editora Abril. 
Naquele tempo, ele era um dos 
escribas dos personagens Disney, 
que eram os títulos que mais vendiam 
da referida editora, se é que a minha
 memória não falha, obviamente. 


Este cidadão sempre foi muito 
acessível, vivia sempre bem-humorado,
 tinha um papo agradável, e um sujeito cativante. 
Sempre foi brincalhão e boa praça.
Sempre soube viver de bem com a vida. 
Na época fiquei sabendo que ele
 também era cartunista, além 
de excelente escriba. 


Tempos depois, ele se associou a alguns
 amigos e se tornou sócio majoritário 
da lendária editora Maciota, uma das
 casas editoriais nacionais que mais deram 
força para os autores brasileiros. 
Sem dúvida, o trabalho 
feito por este homem teve vital importância
 para os quadrinhos brasileiros, na época, e seu 
curriculum profissional é imenso.
Pela primeira vez, neste nosso talkie show virtual 
estamos entrevistando um editor.  
O entrevistado de hoje, o cara que é a 
“bola da vez”, é o intrépido, criativo e 
muito querido bengala brother...


PAULO PAIVA
O FAMOSO E LENDÁRIO PP!
 AUTOR DO MACIOTA E OUTROS 
INCRÍVEIS PERSONAGENS DE
HUMOR! EX-PROPRIETÁRIO DA 
EDITORA MACIOTA, QUE VIROU
PRESS EDITORIAL!


Tony 1: E aí, fera? Tudo bem com você? 
Quanta honra em poder trocar idéias com
 você, mais uma cara ilustre do metiê.
Você, Paiva, é um cara que sempre
admirei, por sua garra, sua luta e
criatividade.
 Da última vez que estive em seu apartamento
 saí deprimido, mas fiquei super feliz quando
 sua esposa, a Suely, me mostrou uma foto sua 
e foi através dela que pude perceber que você 
está se recuperando, está bem melhor. 
Bem vindo, PP, a este talkie show virtual. 
Tantas feras têm passado por aqui e você,
obviamente, não poderia faltar. 
O prazer é indescritível. 
O momento é especial, pois você é o primeiro
 editor, digamos, “profissional” –, ou seja, que 
publicou por uma editora legalizada e por uma
distribuidora de âmbito nacional revistas de HQs. 
Posso começar? Está preparado?
Vai dar pra encarar uma saraivada
 de perguntas cabulosas? 
Tcham-tcham-tcham-tcham...




Paulo Paiva e Márcio de Sousa
(falecido irmão do Mauricio) 

PP: Sim, Tony. Eu entendo que
 você e outros amigos ficaram 
impressionados. 
Eu devia estar muito feio, magro, talvez 
ainda estivesse com sonda no nariz
 pra me alimentar. 

Tony 2: Feio!? Feio sou eu! Você estava horrível!
Irreconhecível, parceiro!

Foto atual: Paiva - recuperado-se-, o gatão, e a esposa Suely.
Atualmente ele está bem melhor

PP: Aquilo causa impacto 
em quem nunca viu.
Fiquei 5 meses no hospital, praticamente 
direto na cama,  perdi muita massa
muscular, saí com uma
 fissura de dois dedos na barriga. 
Mas graças a Deus tô inteiro
 de novo, embora ainda não mexa
 quase nada do lado 
esquerdo do meu corpo.
Como você "viu", por telefone, estou 
até conversando quase normal,
 apesar de alguma dificuldade 
quando quero falar 
mais que a boca, aí engasgo e tusso. 
Não estou digitando, teclando, como se diz,
porque isso eu nunca aprendi. 
Se fosse na minha "catação de milho",
 você não iria receber esse texto este ano. 
Rssrs... Então, eu falo, e quem está
escrevendo é a Suely.


Tony 3: Grato pelo esforço e pela
 colaboração, bengala brother, 
e agradeça à Deus pela mulher maravilhosa
 que ele colocou na sua vida. A Suely e nota 10 e
 te ama muito, parceiro. Mas, devo frisar que sua
entrevista saiu  rapidamente. Duro foi conseguir
a do Paulo Hamasaki, que levou 6 meses.
Nosso jurassik bengala friend do Oriente
não usa computador, apesar de ter um, e adora
escrever tudo a mão, em letra de
forma. Haja caneta Bic. É mole? (Rsss...).
Bem, como é de praxe,
 vamos começar com você nos dizendo, 
onde nasceu, em que dia, mês, 
ano, cidade, estado, 
e qual é o seu número da cueca.
 Quanto ao número da cueca, 
você pode deixar pra lá (Rsss...). 
É brincadeira, bengala friend...

PP: Nasci dia 4 de agosto de 1957 em Santa Helena
 de Goiás. Falo sempre: “Sputinik no céu e 
Paulo Paiva na Terra”. Foi também quando começou
 a Primeira Guerra Mundial. Nesse dia também 
nasceu o Obama. Ah, mas como Santa Helena 
não era ainda município, nos meus documentos 
constam Rio Verde de Goiás.

Paiva entre os amigos
Tony 4: Hmmm... Rioverdense... Um goiano legítimo,
 que também foi “lançado” na mesma época em 
que lançaram o Sputink, famoso
 satélite russo... (Rsss...). 
Legal. Goiânio da gema, isto é coisa rara 
no nosso metiê... Como eu disse na abertura, 
lhe conheci, pela primeira vez, na editora Abril, 
você escrevia histórias para 
os personagens Disney. 
 Foi mesmo na década de 80 ou 70, que nos
 conhecemos? Você se lembra?


PP: Humm... Pode ser que você me conheceu lá. 
Eu acho que conheci você bem antes,
 na Livraria Gibi.

Tony 5: Livraria do Gibi... Eu o conheci, rapidamente,
nos corredores da Abril e, posteriormente,
nos conhecemos melhor na Livraria Gibi.
Sei lá, alguma coisa assim...
  Aquela famosa livraria era, afinal,
 ponto de encontro do pessoal do metiê e
 da publicidade, no passado, assim como a
 famosa e saudosa livraria Muito Prazer – 
uma das pioneiras em vender
 álbuns importados em São Paulo
 e acho que no Brasil-, do nosso 
old bengala brother “Vartão”, que ficava
na avenida São João... Você, na época, era 
funcionário da Abril ou fazia free lance?

PP: Olha, não me lembro desse lance que
 você tá falando. Mas, fui contratado. Trabalhava 
em casa, mas com uma quota de tantas páginas
 pra entregar por mês. O que fizesse a mais
 recebia como frila extra. Em boas fases
 conseguia dobrar o salário. Mas teve época
 de ficar devendo meses.

Tony 6: Que tipo de trabalhos você fazia 
para esta conceituada casa editorial?
PP: Meu forte era: Peninha e Zé Carioca.
 Fui eu que criei, por exemplo, a ANACOZÉCA
 (Associação Nacional dos Cobradores do Zé 
Carioca). Escrevia muito Morcego Vermelho,
 Pena Kid, Pena das Selvas, tudo variações do 
Peninha, o primo doido do Pato Donald.



Pena das Selvas, uma sátira do Tarzan, 
foi criação minha. Depois, a equipe criou 
Biquinho, sobrinho do Peninha, e eu escrevi
 alguma coisa também.


Pena das Selvas, criação de Paiva surgiu em 1978
com  roteiro de P. Paiva e desenhos de Herrero

Verde (cartunista), (?), Primaggio e P.Paiva

Tony 7: Taí dois personagens Disney 
que eu adorava, my friend. 
O Peninha (em suas várias versões), era genial 
e o Zé Carioca que fala a linguagem 
do povo brasileiro. Oficialmente, quando foi
que você começou a publicar seus trabalhos?
Pena Kid, foi criado pelo bengala friend
Ivan Saidenberg
Personagem criado por Disney, mas que
até hoje tem suas HQs criadas no Brasil.
Pelo mundo afora poucos conhecem
esse fantástico personagem


Peninha - Ele é um dos mais aloprados
personagens do universo Disney


Toda a galera da Abril Jovem. Na segunda fila (de cima pra
 baixo, abaixado), ao centro, P.P, (à esquerda) Paulo Tenente, (à direita)
Júlio Andrade Filho, Suely (em pé, na terceira fila), de rosa, Walkyria
de Felice (ao lado), e mais feras como: Eduardo Otaviano,
Cláudio Marra, Moacir Rodrigues e outros grandes amigos
PP: Tive o primeiro cartum foi publicado 
em 1971, antes de completar 14 anos, na Editora 
Edrel, onde fui atendido na rua Marcos Arruda, 
no Brás,  por Fabiano Júlio Dias. Foi na revista
 “Garotas e Piadas”. Publiquei profissionalmente
 pela primeira vez aos 13 anos, historinhas da
 turma da Mônica, com Mauricio de Sousa. 
Fui até então o roteirista 
mais jovem. Recorde que foi quebrado
 por minha filha, anos depois, pois 
ela chegou a escrever aos 11 anos, quando eu 
voltei a escrever pro Maurício, anos depois.


Paulinha (em sua formatura) e o pai, depois da AVC
Tony 8: Esta eu não sabia. Você começou as
13\14 anos, coisa de gênio precoce. Comprei muitas 
edições de Garotas e Piadas. Não sabia que também
 você tinha colaborado com o Mauricio de Sousa e
 muito menos que a Paulinha, sua filha, tinha 
entrado no ramo aos 11 anos. Filha de peixe,
peixinho é, diz o ditado. Textos de humor e 
piadas sempre foram o seu forte... isto é dom 
natural ou você estudou pra ficar bamba nisso? 
Aliás, você se inspirou em alguém do mundo
 das histórias em quadrinhos?


PP: Não estudei. 
Estudos nunca foram meu forte.
 Parei na oitava série, que
 repeti 5 vezes...rsrsr... Acho!
 Depois que comecei a trabalhar e 
passei pro curso noturno, 
só ficava desenhando
 e zoando nas aulas. 
Mas sempre li muito. De tudo. 
Principalmente, jornais, revistas. 
Essa leitura crítica e observadora aprendi 
com Márcio de Sousa, 
irmão do Maurício, 
recentemente falecido. 
Devo minha formação
 intelectual a esse homem.




Zé Carioca - Personagem Disney

Tony 9: Catedrático de oitava série? (Rsss...). 
Também sempre fui uma negação nos estudos 
e o meu barato também era encher os cadernos 
de Nacional Kid - antigo seriado japonês da TV. 
Gibis... Vamos falar sobre eles... em geral, 
esta paixão brota na infância ou na
 adolescência, que personagens ou autores
 lhe fascinavam, na sua época?

PP: Comecei lendo Disney. Depois, curti muito
 Recruta Zero. Era o personagem que 
eu mais gostava.




Beetle Bayley (Recruta Zero, no Brasil)
Depois, curti Superman, Batman e 
Homem Aranha. Gostava de Ferdinando 
também. Mas eu lia tudo que encontrava. 
Desde Bolota, Brotoeja, Bruxinha Luísa,
 Miudinho, Tarzan, Fantasma, Brasinha,
 Luluzinha, Bolinha, Príncipe Valente, 
Gasparzinho, tudo mesmo. Nossa diversão
 era percorrer as bancas de revistas usadas 
nas feiras e todos os sebos. Eu e meu amigo 
Kiyoshi percorríamos quilômetros a pé,
gastando todos  os trocados. Andávamos do
 Brás até Vila Maria.




Príncipe Valente de Harold Foster 



Clássicos Disney






Tony 10: Ô locooo... você e o amigo eram 
verdadeiros peregrinos das HQs...
 (Rss...). Faziam via 
sacra nos sebos e bancas...
 nunca tinha ouvido 
uma história como essa, Paiva. 
Eu também era como vocês, não 
no que se refere a peregrinar por a
í feito doido, mas eu também
 comprava tudo quanto era meleca e muitos 
desses títulos que você citou eu também
 tinha em minha vasta coleção. 
Eu torrava a grana que o meu 
pai me dava em revistas
nacionais e importadas, de quadrinhos. 
Porém, essa, dos 
peregrinos, foi duka (Rsss...)... 
Qual é seu grau de instrução, 
bengala brother?

PP: Ah... já respondi antes, não terminei o ginásio. 
Depois de bombar um monte de vezes, parei e
 anos depois fiz um exame do antigo Madureza.
Nunca fui buscar o diploma...
nunca...

Paulo Paiva e Franco de Rosa, durante o
lançamento do livro do Fantasma
Tony 11: Bombar? Você quis dizer: empacar,
 suponho... Como surgiu a oportunidade para 
trabalhar com a poderosa editora Abril? 
Foi fácil ou você teve que ralar muito?

PP: Foi fácil. Fui bater na porta, 
na rua do Curtume. 
Procurei Eduardo Otaviano, seguindo dica do
 Ademário. Aí ele pediu pra escrever uma história
 e escrevi. Fiquei frilando dois anos e 
depois fui efetivado.



P.P e Primaggio
Tony 12: Lembro-me bem do Ademário. 
Cara gente fina.
 Mas, acho que você deu sorte, pois 
o pessoal da Abril era chato a beça,
 exigiam muito e faziam
 a gente voltar um zilhão de vezes 
para corrigir 
os textos e desenhos. 
Você é o primeiro que ouço
 dizer que “embarcou” na primeira.
 Pelo que me consta, segundo meus 
espiões\informantes (Rsss...), 
o Franco e o Seabra
 (em 1984) tinham aberto
 um estúdio, ou dividiam um 
estúdio bem no centro de São Paulo
 e foi neste mesmo espaço que 
nasceu a lendária,
 a famosa, editora Maciota.
 Isto é fato?


Fausto Kataoka e Paulo Paiva

PP: Não, a Maciota surgiu em associação minha
  com o jornalista Rivaldo Chinem, que ajeitou
pra gente um cantinho na redação do 
Relatório Reservado, na rua do Seminário.
 Franco entrou na jogada depois.

Tony 13: Putz... meus espiões não sabem de porra 
nenhuma, mesmo. Eu sabia... vou ter que 
mandar esses doidos “pro saco” (Rsss...).
 Acredito que eles tenham ouvido
 essa lenda por aí... 




... só pode ser... Pelo menos agora o caso ficou 
bem esclarecido. Valeu, bengala brother. Na minha
 opinião, quem fundou a Maciota foi você, 
o Franco de Rosa e o bengala friend Sebastião
Seabra (vulgo Zéfiro), estou certo? Mas, eu li num
 site há algum tempo atrás que quem 
fundou a editora foi: você, o Guimarães, o 
Franco e o Seabra. Isto procede? 
Quem está errado?
 Eu, ou o articulista do tal site? (Rsss...). 
Se eu for o errado, vou despedir já esses
 meus espiões de merda (Rsss...).

PP: Depois, Franco foi trabalhar com a gente, 
e Rivaldo vendeu a parte dele pro Guimarães e 
nos mudamos pra rua Pamplona, onde surgiu
 a Press Editorial, que tinha o Franco como
 editor e diretor de arte. Éramos eu, Franco e 
Guimarães os sócios. Seabra não saía de lá,
 participava muito, mas não era sócio.




Tony 14: Mais uma vez sou grato, pelo seu
 esclarecimento. Quanto a esses meus espiões, 
n ão sei o que faço com esses bostas... (Rsss...). 
Naquela época jurássica eu ouvi dizer que um 
de vocês era parente do Guimarães, que era da 
Fernando Chinaglia. Quem de vocês era parente
 do Guima? Pergunto, também: Ter um parente 
dentro da segunda maior distribuidora 
do país, isto facilitou as coisas?


Airon Barreto e PP
PP: Guima era cunhado do Chinaglia. 
Ajudou muito a abrir as portas, facilitou.
Nenhum de nós era parente do Guima.
 Quem o conhecia era o Rivaldo 
Chinem, através de outro sócio dele, JB Natali,
 pra quem produzia revistas dirigidas 
e também umas eróticas.



Giovanni, P. Paiva e Verde
Tony 15: Por fim, as lendas foram derrubadas
e prevaleceu a verdade. É por isso que EUA adoro 
entrevistar vocês, gente da pesada e que fala na 
lata o que tem que ser dito. 
Há muita informação desencontrada na
 praça... nego inventa e sai por
 aí falando ou postando, sem conhecer 
os fatos é uma merda. 
Acho isto um absurdo.
 Prosseguindo, caro bengala PP...
Como e quando e por quê
 surgiu a ideia de abrir uma editora? 
Qual era a meta de voces?

PP: Nosso sonho era de publicar 
autores brasileiros,
 quadrinhos nacionais. 
Acho que publicamos 
mais de uma centena de autores. 
Quem sabe isso direito é o 
Franco que fazia
 contato com esse povo todo.

Tony 16: Olha que bacana esse espírito maluco
 nacionalista. Lembro-me bem que vocês
 de fato só trabalhavam com autores tupiniquins.
 Bravo! Quanto ao Franco, ainda pego esse
 sujeito numa entrevista, qualquer dia... o cara é 
ligeiro, sabe se esquivar... (Rsss...). O grande 
mérito de vocês foi ter dado um bom espaço
 pros autores nacionais. Outro dia entreviste
 o mestre Emir Ribeiro e ele teceu elogios
 a conduta correta e a
 honestidade de vocês.
Parece que vocês é que deram 
um bom espaço pra esse grande
 e eterno bengala friend 
criativo e um dos maiores editores 
 alternativos, para que esse guerreiro 
intrépido pudesse colocar alguns produtos
 em bancas – coisa rara em se tratando do 
Emir, você sabe...
 Dá pra falar sobre isso? 
Como conheceu o Emir e o que
 ele produziu para vocês?


Jorge Barreto (cartunista), PP, Jal, Verde
PP: O Emir publicou ficção científica e terror.
 Eram histórias avulsas.
 Não sei se chegou a sair 
título só com coisas dele. Não lembro direito...

Tony 17: Dentre os diversos títulos que vocês
 lançaram, um me chamou atenção: 
SACANAGEM COM VELTA.

Mestre Emir Ribeiro e sua deliciosa
criação: Velta
De quem foi a ideia de transformar
 a heroína do Emir numa deusa pornô?

PP: A personagem foi ideia dele, 
você sabe... Saíram histórias
 espalhadas.
 Eu acho que não saíram 
revistas com esse título. 
Só perguntando pro Emir. 
Olha, eu lembro de quase tudo
 referente a antigamente, mas 
algumas coisas se misturam
 na minha memória depois
 do AVC que sofri. 
Mas tô quase certo que não 
saiu revista... E era ficção, só o título 
é que era de sacanagem.

Tony 18: Posso estar até enganado,
mas acho que comprei uma revista
cujo o título era "Sacanagens com
Velta" e era da Maciota.
Editor: Franco.
 Desenhos: Watson Portela.
Porém,  o bengala Emir, com certeza, vai 
esclarecer pra nós esta dúvida cruel, 
assim que ler este seu depoimento...
 Muitas lendas correm nesse 
nosso mercado editorial maluco –
como já citei-, você sabe... 
dizem por aí que na época, você 
entrou com a grana, o Franco e o Seabra
 entraram com a produção.
 Isto é verdade?

PP: Não, ninguém entrou com grana... rsrsr...
 Inicialmente, pra abrir a empresa, eu e o Rivaldo 
entramos com alguma grana. Com o que recebi
 da Editora Abril, comprei papel pra  imprimir
 a primeira revistinha, que se chamava HUMOR, 
32 páginas mais capas. Saíram 6 números, 
com cartuns meus, textos de piadinhas 
selecionadas e elaboradas por Rivaldo. 
Verde foi nosso grande colaborador,
 junto com Kimil.






Tony 19: O povo fala demais, bengala brother... 
ouvi nego dizer por ai que você estava abonado, 
cheio dos trocos e que foi o capitalista-Mor. 
Assim, mais uma lenda se desfaz (Rsss...). 
Quanto ao Verde e o Kimil, também conheci
 esses dois grandes criadores de HQs e
 cartuns... Diga-me, como e quando você 
conheceu esses quase “irmãos siameses”
(Franco e Seabra... Rsss...), na época eles
 não desgrudavam, lembra-se? Ele fizeram
 uma parceria que durou anos, séculos, uma
 eternidade. Parecia coisa de boiólas, como
 foi o caso meu com o Wanderley, não 
desgrudávamos nunca (Rsss...)...

  PP: Franco e Seabra, eu conheci em 72, na
 Livraria do Gibi, do Ademário, na
avenida Brigadeiro Luís Antônio.


Na loja do Ademario só
havia gibis raros




A loja tinha edições
nacionais e importadas



Tony 20: É, na verdade, a gente não saia 
de lá, mesmo. Aquilo era o Paraíso
para gente como a gente,
que adora quadrinhos. 
O Ademário tinha raridades, empoeiradas,
 guardadas num cofre a sete chaves, que 
vendia a peso de ouro, pros
colecionadores. Eram gibis raros,
muito antigos,  e o  Seabra e o Franco 
(os siameses) viviam rondando
 o pedaço também... Voces lançaram HQs
 de terror, quadrinhos eróticos e o Zorro
 (personagem de ficção, criado em 1919,
 pelo jornalista e escritor norte-americano
 Johnston McCulley.


Gene Sheldon e Guy Williams -
Na década de 50 Zorro virou série de TV,
pela Walt Disney Productions
(Buena Vista)


Ele surgiu na forma de livro, virou série da TV  e
foi lançado em quadrinhos
Zorro - Herói cujo o alter-ego
 era Don Diego De La Vega, um jovem 
membro da aristocracia californiana, em 
meados do século XIX, período em que
 a região era colônia da Espanha. McCulley - 
o maluco-, se não estou enganado, cedeu 
os direitos para a Disney, correto? 
Quando vocês decidiram lançar ele, 
feito no Brasil, pelo Seabra e o Franco, 
vocês não sabiam que a Disney detinha
os direitos autorais do personagem? 
Digo, a Redibra (representante Disney no
 Brasil, na época). Voces pensavam
 que o título era de domínio público?
PP: Não pensamos. Sabíamos da Redibra, 
mas fizemos assim mesmo. Não deu em
 nada, porque devia ser merreca pra eles,
 não valia a pena acionar... ou o mais provável
 é que nem ficaram sabendo...rsrsr.

Tony 21: “Não pensamos”, 
foi ótimo (Rss...)...  Quando visitei 
a editora Maciota, vocês estavam 
nas proximidades da avenida Paulista,
 eu acho, você me disse que
 queria conhecer o Carlos Cazzamatta,
 da Nova Sampa Diretriz, o 
Cazzinha, que era meu amigo. 
Eu os apresentei. 
Me lembro bem disso. Voces se tornaram
 bons amigos. Mas, de repente, a Sampa 
também lançou o Zorro, de
 capa\espada, e aí vocês começaram
 a brigar por causa do
título, até na justiça?. 
Foi isto mesmo que aconteceu?
 Fale-me sobre esta passagem 
pitoresca (Rsss...).
 No final, nenhum dos dois 
deram sequência 
a série, pois acho que a Redibra
 deu em cima, é óbvio.

PP: Ledo engano, Tony. Não aconteceu isso
 com Zorro ou com o Cazzamatta...


Edição americana, pela Gold Key
Tony 22: Bem, pelo menos a coisa, agora, 
ficou esclarecida. Eu ia morrer achando que
 havia tido um atrito entre vocês, editores,
 por causa do Zorro, juro...
Os títulos de terror, no passado, 
sempre venderam bem. 
Basta olharmos para trás
 pra sabermos que Terror Negro
 e Spectro da Vecchi
 foram campeões de vendas.


Spektro da editora Vecchi




Vocês lançaram 
títulos, como: 
Mundo do Terror e Spektros.


Spektros da editora Maciota, do PP


Este último, foi uma tentativa de
 ressuscitar ou resgatar aquele 
imenso público-leitor
 que comparavam a Spectro,
 da extinta Vecchi?
 De quem foi a idéia?

PP: A ideia do título foi do Rodolfo Zalla.


Tony 23: Do bengala friend  e hermano
Rodolfo Zalla? Da editora D-Arte!?
 Esta eu não podia imaginar...
Me corrija se eu estiver errado, 
na edição # 1 de Spektros vocês
 lançaram um clássico 
do gênero nacional feito pelo 
Manoel Ferreira, 
A Procissão dos Mortos, correto?
 Esta HQ era fantástica.


Clássica HQ de Manoel Ferreira


PP: Exatamente isso, boa memória, Tony.

Tony 24: De vez em quando eu acerto uma,
 my friend, apesar da idade (Rsss...)... 
Oficialmente a editora Maciota
 surgiu em 1986, confere? 
Dizem que vocês entraram de
 sola no filão de HQs eróticas, que havia
 sido descoberto pela editora Grafipar. 
Era este mesmo, o plano?

PP: Não tenho certeza, mas acho que foi por 
volta de 1983, pois já estávamos na Pamplona
 com a Press, em sociedade com Guima...

Tony 25: Pamplona! Era essa a rua, próxima da
avenida Paulista! Bengala friend, sua memória
tá melhor do que a minha (Rsss...).

 PP: ...Quando minha filha nasceu, em 1985. 
Ou foi em 84? Não sei mesmo.

Tony 26: Não se pode elogiar... (Rsss...). 
Seguindo... Sem problema, ainda 
acabo descobrindo. 
Vamos em frente... A editora Maciota 
durou quanto tempo? E, o que
 os levou a fechar a empresa?
 Ouvi boatos, na época, que você e o Franco 
haviam se desentendido com o sócio?
 Quem era este sócio misterioso? 
O Guimarães? Trabalhei com ele
na editora Acti-Vita, do amigo e
editor Ino G. Alhanat, na década de 80.
Eu escrevia livros eróticos e o
Guima é que era o diretor de
redação... faz um tempão.
Nunca mais o vi...

PP: Não sei exatamente quanto tempo durou
 a Maciota com esse nome. Mudamos o
 nome para Press, quando nos associamos
 ao Guimarães. Tivemos divergências, mas 
não brigamos, não. Eu nunca briguei 
com ninguém, você sabe.

Tony 27: Sei que você sempre foi de paz, PP... 
“brigar”, se “desentender”, são apenas forças
 de expressão... Após sua saída da Maciota,
 o que você fez para sobreviver? Para quais 
empresas editoriais
 você trabalhou?


Mauricio, o Disney brasileiro
PP: Voltei a escrever histórias em quadrinhos
 para o Mauricio de Sousa e também a produzir
 revistas para a Editora Globo, 
como estúdio de produção. 
Um dia, assistindo o Programa
 Silvio Santos, na TV, vi o Ary Toledo, e 
me deu um estalo de
 procurá-lo pra publicar
 um livro com piadas dele.
 Lembrei que um
 amigo meu, o cartunista Octávio tinha 
contato com o Ary, sendo seu desenhista
oficial. O Otávio fazia caricaturas dele, 
que ficava na fachada do famoso 
Teatro Zácaro. 
Tudo deu certo e foi aí que o livro 
do Ary Toledo, ilustrado por Octávio,
 foi um dos maiores sucessos editoriais. 
Com esse carro-chefe, 
fiz algumas publicações em sociedade
 com Cazzamatta, da Nova Sampa
Diretriz, você sabe... conhece
bem o Carlos.






Tony 28: Sem dúvida, foi um sucessaço!
O Otávio era o chargista oficial 
de um famoso jornal da época.
 Lembro-me do grande 
boom editorial que foi este livro do Ary, 
afinal, o homem dava o maior ibope toda
 vez que aparecia aos domingos no
 programa do Abravanel (Silvio Santos, 
época o bengala  Ary “bombava” na TV e
 nos Teatros. Cansei de mijar de rir nos
 shows dele. O cara ainda hoje é muito
 bom, apesar de andar fora da mídia
 deve estar fazendo muitos shows por
 esse Brazilzão afora. Fale-me sobre
 a sua experiência, como editor... 
valeu a pena?
 Deu para ganhar dinheiro? 
Você faria tudo de novo?
Pense bem antes de responder. 




PP: Deu pra sobreviver, Tony. 
Deu pra curtir, conhecer o tanto
 de gente que conheci.
 Deu pra publicar centenas de títulos, fazer 
muita gente rir. Deu pra fazer muitos amigos,
 que quando eu fiquei mal, até com suspeita 
de morte cerebral, rezaram por 
mim, fizeram correntes de todos os jeitos. 
Deu pra eu sair até nas capas 
das revistas da editora Escala,
 graças a um amigão,
 Hercílio De Lorenzzi, que
 mandou botar uma chamada nas 
capas escrito “Força, Paulo Paiva”. 
Gente do Brasil inteiro viu aquilo. 
Ninguém entendeu nada. 
Até jornaleiros que me conheciam
 viram aquilo.
Saí junto com Tony Ramos nas
 revistas de fofocas de tevê. 
Parentes meus e pessoas que
 não sabiam de mim há 20 
anos vieram me visitar na UTI.
 Eu não tenho dúvida de que é 
graças a isso que estou hoje vivo. 
Deu pra estar aqui dando
 esta entrevista pra você, meu amigo. 
Quase 100 pessoas foram 
doar sangue pra mim,
 no Hemocentro da Santa Casa.
Grana nenhuma deste mundo
 permitiria isto.
 Soube de tanta gente em situação
parecida com a minha, tratado
 nos melhores hospitais do país,
como: o Sírio, o Einstein, 
que não sobreviveram 
ou estão em estado vegetativo.
Sei também de gente abandonado
 na cama pela própria família.


PP e o comediante Ary Toledo


Tony 29: Você disse tudo, velho amigo, isto 
não tem preço... não há grana 
do mundo que paga.
 Fazer amigos ao longo dos
 anos e conservá-los
 não é pra qualquer um, com certeza.
"Aqui se planta, aqui se colhe".
Você colheu o que plantou,
como diz o milenar dito
popular... Eu digo, sempre: 
“Conhecer e poder ajudar
 gente como a gente é uma
 dádiva divina... 
esse negócio de ser editor
 me parece carma.
 Parece que viémos pra essa orbe
 programados pra dar 
apoio aos amigos
 da classe, sei lá... deve ser 
coisa espiritual. 
Sei lá. A gente pode até não 
ganhar lá essas coisas, mas
 acaba se sentindo bem em
poder ajudar, de uma certa forma... 

evoluímos, um pouco mais 
espiritualmente e como seres 
humanos e o principal: fazemos
 muitos amigos.


Livro de Piadas do Ary Toledo - edição da editora Escala
Prosseguindo... Ary Toledo, 
vamos falar sobre
 esta ideia genial que você teve de fazer 
livros de piadas desse grande humorista 
do teatro e da TV... como e quando foi que
 você teve esta ideia brilhante de lançar
 esses livros do Ary , que cheou a
vender cerca  de 300 mil
 exemplares ou mais?


Mais uma edição lançada pela editora Escala

PP: Eh, eh,eh... Acabei contando antes.
 Mas, vendemo muito mais do que 300 mil,
 teve mais de 10 edições do primeiro número. 
E acho que uns 4 ou 5 números.
 Depois, ele editou outros por conta própria, 
uns tempos...

Tony 30: É verdade... porém, você 
acrescentou um dado interessante: 
venderam muito 
mais do que 300 mil. Isto foi um grande
 feito, sem dúvida...  Você lançou os livros 
do Ary, em parceria com a Nova Sampa, 
não é mesmo?

PP: Primeiro saiu pela Editora Parma, depois 
foi pela Sampa e depois com a Escala. 
E depois, com MidWest, 
dos Kataokas.

Tony 31: Taí um título
 criado por você que perdurou um bom
 tempo. Os Kataokas, cujo líder-Mor
 é o bengala brother Fautão Kataoka,
 tai, firme, produzindo
 para o Nilson (editora Minuano) 
e lançando produtos pelo selo
 Geek. 



Fausto, líde-mor da família Kataoka
Estive com  ele a semana passada, 
tomando umas “loiras geladas”, 
pra variar (Rsss...).
Falamos sobre você e quando lhe disse 
que eu ia entrevistá-lo mandou um abraço
 fraterno pra você, PP. A galera te adora,
 você sabe... Depois do estrondoso 
sucesso da série de livros do Ary Toledo,
 a Nova Sampa Diretriz lançou o livro de 
piadas do Costinha (famoso e falecido 
comediante também da TV, também), 
esta ideia também foi sua?


Fábio Kataoka, P.P e Nilson (editora Minuano)
PP: A idéia não foi minha. Foi do Alexandre, 
um dos filhos do Costinha. Ao saber do
 suceso do Ary, ele me procurou. 
Saíram também com outros comediantes, 
da Escolinha do Professor Raimundo. 
Teve de Caipiras, com Joselindo Barbacena, 
o Antonio Carlos Pires, pai da Glória; de
 judeus, com Samuel Blaunstein, o Marcos 
Plonka; e também com Rolando Lero, 
o Rogério Cardoso; e Dona Bella, a Zezé
 Macedo. Foram piadas temáticas. 
Com Costinha fizemos um monte, em 
vários formatos, inclusive de bolso.

Tony 32: Com a galera da escolinha da TV? 
Poxa, eu não sabia disso. Que bacana...
 Certa feita, o Franco me disse que desenhou
 um personagem criado e escrito por você... 
se não estou enganado o nome dele era Maloca.
 Confesso que não conheci esta sua criação. 
Mas, eu adorava o Maciota. 
Ele era um sarro (Rsss...).
Fale-me sobre o tal Maloca e de como
 você concebeu o Maciota.
Pode ser?


MACIOTA - Personagem criado, escrito e
desenhado por Paulo Paiva...


... e que acabou virando até nome
de editora
PP: Maloca era o Maciota 
desenhado pelo Franco. 
Magrinho e alto. Era quase igual. 
Maciota eu criei visando
 publicar na revista Placar. 
Aí, procurei o Juka Kfouri e saíram tiras 
semanais durante três anos, começando
 quando ainda era roteirista das infantis. 
Mandava o material 
pelo malote interno.

Tony 33: Aposto que ninguém 
sabia disso, nem eu...
 Nos anos 90 o mercado, pra variar, 
entrou em crise e a Sampa, como as 
demais editoras do país, 
também “balançou”,
mas resistiu e está aí 
até hoje com uma 
imensa linha de artesanatos
 e culinária.
 Você desfez a parceria 
com o Carlos Cazzamatta.




Algum tempo depois, você reapareceu
no mercado com uma série de revistas 
muito boas de piadas
lançadas pela editora Escala 
(inclusive a referida
 editora voltou a lançar 
uma nova versão 
das Piadas do Ary, em 
cores, no formato
 revista 13,5 x 20,5 cms. 
Como foi que você conheceu o 
Hercilio de Lorenzzi 
(proprietário da Escala), e
 como surgiu 
oportunidade de lançar essa
 gama de produtos de humor?

PP: Como eu estava descapitalizado, sem
 condições de bancar publicação própria, e era o 
Hercílio quem estava decolando, eu o procurei
para viabilizar meus produtos. Ele me deu 
a maior força e abriu as portas pra mim. 
Nos tornamos amigos e levei muita
 gente pra lá também.



Hercílio, da editora Escala
Tony 34: Hercílio, tai um ex-gerente 
gráfico que virou um grande 
empresário de comunicação.
Tem muita competência. 
Sempre foi boa praça, desde
 os tempos que
 gerenciava a gráfica Brasiliana 
aqui em S. Paulo. 
Rodei muitas revistas posters, 
pela Pégasus -, nessa gráfica 
comandada por ele. 
Let’s go, bengala PP...
Nós nos encontramos várias
 vezes no estúdio do Faustão Kataoka 
(Estudio FK - um dos maiores 
produtores de revista da editora
 Escala na época), você estava
 feliz e tinha uma boa equipe para fazer as 
tais revistas de piadas mensalmente.
 Na última vez que “trombamos”
 foi no elevador da editora Escala. 
Era um dia muito quente
 e fomos para aquela sorveteria 
que ficava na esquina da
 Escala tomarmos um 
sorvete, é mole?
 Não bebemos cervejas.
 Estávamos abstênios
 naquele dia (Rsss...). 

Ninguém vai acreditar nesta história, 
mas é verídica, pois você
 havia parado de beber 
há um bom tempo... 
 você estava feliz da 
vida e tinha alguns planos.
 Tempos depois, fiquei sabendo 
que você havia sido vítima
 de um problema de saúde grave.
 Meu querido,
bengala friend, o que ocorreu com 
você, que estava tão bem fisicamente, 
aparentemente?


PP e o ex-jogador de futebol, Rai, do São Paulo


PP: Olha... tudo aconteceu num domingo de 
Carnaval, em 2007. Sofri um AVCH, o 
popular derrame.  
História comprida, que minha mulher colocou 
num blog que ela criou, de preguiça de contar 
tudo outra vez, vou pedir pra ela botar aqui
o link com o depoimento que escrevemos, tá? 
Quem quiser saber os detalhes que
 sigam o link abaixo...


Tony 35: Sem problema. Deve, mesmo, ser um 
saço ter que  ficar repetindo a mesma história 
um zilhão de vezes. Mas, aposto que muita gente
 do metiê não sabia, de fato, o que havia acontecido 
com você, como eu. Só fiquei sabendo 
sobre o AVC no dia em que fui com a turma
 te visitar e fiquei pasmo...  Graças a Deus 
você suplantou esta verdadeira “rasteira” 
que a vida lhe deu, sobreviveu e passou a lutar
 para se recuperar, graças a Suely, sua 
esposa, que é uma grande mulher, 
a Paulinha, sua filha maravilhosa, e ao seu
 espírito guerreiro, que sempre teve. 
Por isso eu disse no início deste nosso
 bate papo que quando visitei você, naquela
 tarde ao lado dos amigos, Fausto e
 Cazzamatta, sai de lá chocado ao ver você,
 mais jovem do que eu, naquele estado 
lamentável, deitado numa cama, 
sem poder exercer suas atividades 
profissionais, que sei que adora. 
Mas, todos percebemos como você
 estava bem amparado por sua bela e 
sensacional família. Outro dia, quando a
Suely me mostrou uma foto sua no 
Facebook, bem melhor, fiquei super feliz.
 Cara, Deus existe e foi justo ao mantê-lo 
junto de nós, grande Paiva. Não está na 
hora de “subir a serra”, precisamos de
 gente de fibra, de gente guerreira, de 
gente que fez e que ainda poderá fazer
 muito em prol do setor editorial brasileiro, 
como você, Paiva, que sempre foi um bom
 amigo, um bom pai, um bom marido e
 um grande batalhador deste setor
 oscilante em que trabalhamos ,todos, mas
 que adoramos. Falei com a Suely sobre
 a entrevista e ela me disse que eu 
podia mandar. Gente, só me resta
 agradecer a vocês, pela atenção, 
pelo privilégio de poder entrevistá-lo,
 de poder divulgar seus trabalhos, de 
poder registrar aqui os seus feitos
 e poder mostrar a todos os seus 
parentes, amigos e fãs que você está aí, 
firme, em plena recuperação. Su e
 Paulo Paiva, muito obrigado pela atenção
 dispensada e que Deus os proteja e que 
você, guerreiro, em breve, possa voltar
 à ativa e nos ajude a continuar a luta.
 Um grande beijo no coração de 
vocês e de sua abençoada família. 
Você, old bengala friend Paiva, é gente 
que fez e faz acontecer. Fiquem com Deus, 
muita saúde e paz. A batalha continua,
 eternamente, até o tal dia do juízo final..
Até a próxima e pode ter certeza vou 
aparecer por aí! Prepare as cervejas
 geladas (Rsss...). Brincadeira. 
A gente toma café ou sorvete (Rsss...)... 
Será um prazer revê-los, guerreiro.











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