Ele é jovem, dinâmico, talentoso e nasceu com o
dom de fazer caricaturas, como ninguém.
Nesta sensacional entrevista ele revela fatos
que até então até eu desconhecia, principalmente,
no que tange a sua atuação política e sua
frutífera e bem sucedida carreira profissional.
Este grande mestre do traço e do bom humor
também adora viajar e aqui vai nos revelar
um pouco de suas experiências fora do Brasil
e de suas conquistas mundo afora.
dom de fazer caricaturas, como ninguém.
Nesta sensacional entrevista ele revela fatos
que até então até eu desconhecia, principalmente,
no que tange a sua atuação política e sua
frutífera e bem sucedida carreira profissional.
Este grande mestre do traço e do bom humor
também adora viajar e aqui vai nos revelar
um pouco de suas experiências fora do Brasil
e de suas conquistas mundo afora.
A seguir confira esse bate-papo
gostoso com o bengala brother...
gostoso com o bengala brother...
BIRA DANTAS,
O REI DAS CARICATURAS!
Tony – Olha, a cada dia que passa me sinto mais honrado
em poder entrevistar as verdadeiras feras do mundo
BIRA: Nasci em SP. Tenho 47 anos.
em poder entrevistar as verdadeiras feras do mundo
editorial brasileiro e das HQs, pra este Blog.
Gente, como você, meu bengala-friend, Bira, que taí,
na ativa, e não é de hoje, fazendo acontecer e
nos fazendo rir com suas geniais caricaturas e
belas HQs. Bem, mas, vamos começar o
nosso bate-papo. OK? Vamos lá...
Em que estado você nasceu e qual sua idade?
Tony – Ainda é um jovem mancebo... digo, um
bengala young... (Rsss...). Como e quando você
começou a se interessar por desenhos?
bengala young... (Rsss...). Como e quando você
começou a se interessar por desenhos?
BIRA: - Desde bem pequeno. Minha mãe fala que
aos 4 anos eu nem ligava pra injeção, desde
que a parede da pediatria fosse repleta
de personagens infantis. Mas o interesse ficou
forte mesmo com os desenhos animados
(ou desanimados) dos Heróis Marvel na TV.
Depois, seriados como National Kid, Besouro
Verde e Vigilante Rodoviário e animes como
Super Dínamo, Fantomas e a Princesa e o
Cavaleiro, ganharam minha atenção.
Finalmente conheci Tarzan, Asterix, Flash
Gordon, no suplemento de Quadrinhos o
Globinho, que acompanhava o jornal o Globo
aos domingos. A gente morava no Rio e meu
pai sempre comprava. Eu lia e copiava.
Tony – É... apesar de ser uma meleca, aqueles "desenhos
desanimados" da Marvel, eles também me fizeram
a cabeça... (Rsss...). Eram novidades. Nacional Kid? Putz...
eu vivia enchendo as páginas do meu caderno escolar
com esse antigo e genial herói japonês, criado pela
companhia National para divulgar seus produtos... Opa!
Quer dizer que você... “Nem ligava pra injeção, desde
que tivessem personagens infantis nas paredes
da pediatria?” (Rssss...). Esta foi muito boa... (Rsss...).
Nunca tinha ouvido uma história dessa...
podiam furar seu traseiro, a vontade? (Rsss...).
Se não me engano, na década de 70 o estúdio Ely
Barbosa estava produzindo no Brasil, para a
editora Rio Gráfica (atual Globo), os personagens
Hanna-Barbera. Eu também estava por lá, fazendo
Trapaleão e a Formiga Atômica – passávamos
o dia todo na sala de exibição de filmes da VIACOM,
com o Alvaro Figueiredo, na rua 24 de maio, no
centro de S. Paulo, trancafiados, assistindo esses
novos desenhos, para preparar os model sheets,
pois nem na América havia HQs deles.
Fizemos as primeiras aqui no Brasil. Mas, eu não sabia
que você também circulava por lá na mesma época.
Então, tudo indica, que você começou fazendo
histórias em quadrinhos, certo?
aos 4 anos eu nem ligava pra injeção, desde
que a parede da pediatria fosse repleta
de personagens infantis. Mas o interesse ficou
forte mesmo com os desenhos animados
(ou desanimados) dos Heróis Marvel na TV.
Depois, seriados como National Kid, Besouro
Verde e Vigilante Rodoviário e animes como
Super Dínamo, Fantomas e a Princesa e o
Cavaleiro, ganharam minha atenção.
Ele foi o primeiro super-herói da TV brasileira, nos anos 60 |
Nacional Kid enfrentava os Incas Venusianos e outros perigos vindos do espaço |
O novo filme não agradou os antigos fãs do antigo seriado |
Vigilante Rodoviário - Primeiro seriado produzido no Brasil, para a TV (anos 60), pelo genial Ary Fernandes. Fez muito sucesso. |
Super Dinamo fez um grande sucesso na TV brasileira |
A princesa e o Cavaleiro - Os animes Made in Japan sempre agradaram as crianças do Brasil |
Gordon, no suplemento de Quadrinhos o
Globinho, que acompanhava o jornal o Globo
aos domingos. A gente morava no Rio e meu
pai sempre comprava. Eu lia e copiava.
Tony – É... apesar de ser uma meleca, aqueles "desenhos
desanimados" da Marvel, eles também me fizeram
a cabeça... (Rsss...). Eram novidades. Nacional Kid? Putz...
eu vivia enchendo as páginas do meu caderno escolar
com esse antigo e genial herói japonês, criado pela
companhia National para divulgar seus produtos... Opa!
Quer dizer que você... “Nem ligava pra injeção, desde
que tivessem personagens infantis nas paredes
da pediatria?” (Rssss...). Esta foi muito boa... (Rsss...).
Nunca tinha ouvido uma história dessa...
podiam furar seu traseiro, a vontade? (Rsss...).
Se não me engano, na década de 70 o estúdio Ely
Barbosa estava produzindo no Brasil, para a
editora Rio Gráfica (atual Globo), os personagens
Hanna-Barbera. Eu também estava por lá, fazendo
Trapaleão e a Formiga Atômica – passávamos
o dia todo na sala de exibição de filmes da VIACOM,
com o Alvaro Figueiredo, na rua 24 de maio, no
centro de S. Paulo, trancafiados, assistindo esses
novos desenhos, para preparar os model sheets,
pois nem na América havia HQs deles.
Fizemos as primeiras aqui no Brasil. Mas, eu não sabia
que você também circulava por lá na mesma época.
Então, tudo indica, que você começou fazendo
histórias em quadrinhos, certo?
Os Tutti-Fruttis - Uma das muitas criações do publicitário, animador e desenhista de HQs Ely Barbosa |
Depois, Arthur Garcia, Aparecido (Mimoso),
Pontes, Morettini. Escrevi sobre essa
época aqui:
http://www.bigorna.net/index.php?
secao=birazine&id=1173761595
Pontes, Morettini. Escrevi sobre essa
época aqui:
http://www.bigorna.net/index.php?
secao=birazine&id=1173761595
Tony – O mundo é pequeno, mesmo... na certa,
trombamos por lá, e eu nem sabia disso, my friend...
quanta gente boa você lembrou agora... Queiroz, o
grande mestre; Mingo – nunca mais ouvi falar deste
grande amigo -; Vetillo, Sergio Lima, Bonini e os
demais. Bons tempos aqueles... (Rsss...). Precisamos
achar essa gente que anda sumida... mas, Let’s go...
Por que você decidiu largar as HQs e partir
para as caricaturas? Em que ano tomou
esta decisão radical?
trombamos por lá, e eu nem sabia disso, my friend...
quanta gente boa você lembrou agora... Queiroz, o
grande mestre; Mingo – nunca mais ouvi falar deste
grande amigo -; Vetillo, Sergio Lima, Bonini e os
demais. Bons tempos aqueles... (Rsss...). Precisamos
achar essa gente que anda sumida... mas, Let’s go...
Por que você decidiu largar as HQs e partir
para as caricaturas? Em que ano tomou
esta decisão radical?
Bira numa exposição realizada num Shopping em Campina BIRA – Em 1982. Eu já era um jovem esquerdista engajado em campanhas sindicais e partidárias. Fui um dos fundadores do PT em 1980. Paralelamente ao colegial e ao Gibi dos Trapalhões, participava de um Núcleo do PT no Tatuapé. Fazia charges, cartazes, panfletos (que, depois de impressos, distribuía nas fábricas), participava de reuniões, era um militante mesmo. Junto com o Marquinhos e o Sérgio Domingues editamos um zine de educação e cultura chamado Libertas. O Sérgio mantém um blog interessante em que fala até de Quadrinhos. http://revolutas.locasite.com.br/imprimir.php?ID=1498 |
importantes: o Oposição Metalúrgica de São Paulo
e a Oposição dos Químicos. Tem um pouco dessa história aqui:
http://www.bigorna.net/index.php?
secao=birazine&id=1157317820
Eu conheci nessa época o Éton, um dos maiores
cartunistas sindicais do Brasil.
Fiz algumas entrevistas com e sobre ele:
http://www.bigorna.net/index.php?secao=
birazine&id=1172028015
http://www.bigorna.net/index.php?
secao=birazine&id=1242011127
cartunistas sindicais do Brasil.
Fiz algumas entrevistas com e sobre ele:
http://www.bigorna.net/index.php?secao=
birazine&id=1172028015
http://www.bigorna.net/index.php?
secao=birazine&id=1242011127
Quando a Oposição dos Químicos ganhou
a eleição (com nomes como Domingos Galante,
Jorge Coelho, João Bigode, Nilza, Margarida –
ganhei dela a revista de cartuns cubanos Dedete -
e tantos outros), fui contratado como ilustrador,
com carteira assinada, piso de jornalista e jornada
de 25 horas semanais. Quando falei que
tinha recebido essa proposta o Ely nem acreditou.
Como free-lancer eu ganhava menos que a
metade do que ganharia como chargista e trabalhava
de 12 a 14 horas diárias em casa. Troquei na hora.
Mas no sindicato sempre produzi tiras e Gibis,
pois tem uma linguagem diferente e mais
abrangente do que a charge.
Tony – Cacilda... aposto que muita gente não sabia disso...
muito bom. Um militante precoce, pelo visto?
Mas, engajadíssimo. Parece que o genial Baraldi seguiu a
mesma trilha... essa do emprego, com piso de jornalista,
foi uma grande jogada, Bira. Entrou na coisa
com o pé direito. Parabéns...
Nunca fui a favor do PT, mas independentemente
da sua opção partidária seu trabalho é sensacional e
é isto o que importa. O resto é resto. Admiro muito
seu trabalho. Sou seu fã e sei que nem todo desenhista
consegue fazer uma boa caricatura. Pergunto:
Qual é o segredo para quem quer se
tornar um bom caricaturista?
da sua opção partidária seu trabalho é sensacional e
é isto o que importa. O resto é resto. Admiro muito
seu trabalho. Sou seu fã e sei que nem todo desenhista
consegue fazer uma boa caricatura. Pergunto:
Qual é o segredo para quem quer se
tornar um bom caricaturista?
BIRA – Muito obrigado, Tony. No estúdio do Ely
tinha um caricaturista fantástico, o Cleiton Caffeu.
Ele adorava o Mort Drucker e fazia caricas de
todo mundo lá. Outro que tinha o “dom” da
caricatura era o Vetillo, que desenhava o
pessoal do estúdio nos Quadrinhos dos Trapalhões.
Com esse meu engajamento, fazer caricatura
era totalmente necessário.
Assim fui pesquisar os clássicos J.Carlos,
Belmonte, Alvarus, Mendez, os alternativos
(Pasquim, Movimento, Versus) Ziraldo,
Trimano, Loredano, Sábat, Henfil, Paulo
e Chico Caruso. Depois veio a geração
de Laerte, Nani, Angeli, Glauco, Luiz Gê,
Maringoni, Jal, Xalberto, Orlando, Spacca,
Baptistão, Carlinhos, Osvaldo Pavanelli,
Seabra.
O Brasil sempre foi um grande celeiro de bons cartunistas, como: Péricles - O Amigo da Onça... |
... os incríveis personagens de Henfil... |
... de Clauco, e outras feras do traço. |
Geraldão - de Clauco - inicialmente saiu em tiras de jornais e depois em forma de revista, pela Circo Editorial e pela Nova Sampa Diretriz |
O cartunista Angeli, criador da série Chiclete com Banana |
estadunidenses Levine, Hirschfeld,
o pessoal da MAD; os argentinos, franceses
(Morchoisne, Mulatier, Rampal, Ricord, Plantu),
os campinenses Paulo Branco, Dálcio, Rossi,
Félix, Stegun, Dellova, André Pádua, Evandro;
o belga Jan Op de Beeck, o alemão Sebastian
Kruger. Fui percebendo as diferenças de
traço, distorção, valorização... e continuo
aprendendo até hoje, tendo minha mulher
e filha como principais críticas.
E posso afirmar, caricatura é uma arte difícil,
mas possível de ser aprendida.
BIRA – Não (risos)! Eu já mandei trabalho pra
tanta exposição, participei de tanta palestra,
mesa- redonda, que perdi a conta...
Quando meu velho fotolog.com ainda estava no ar,
eu tinha como checar isso, pois documentava
tudo, mas fui denunciado por algum sacana
direitista (disse que eu postava palavrões
ou fotos pornôs, nunca fiz nenhuma das duas coisas)
e deletaram meu flog. Acabei criando um novo,
mas aquele que tinha arquivos de uns 7 anos,
dançou. Prêmios foram 13, acho...
Além de algumas exposições históricas de
Quadrinhos (como a que o Franco organizou no
Centro Cultural Vergueiro, em 1987) e no
prédio da Gazeta na Paulista (em 1988), as
Expos anuais da Pandora em Campinas
(incluindo a de Angelo Agostini, que peregrinou
o ano inteiro na cidade, tendo sido vista por
mais de mil pessoas), participei em países
como Irã, Sérbia (com B mesmo), França, Rússia,
Coréia do Sul, Argentina, Polônia (onde, graças
ao Marko Ajdaric do Neorama dos Quadrinhos,
publiquei no Ziniol, revista de HQ),
Grécia, entre outros!
Quadrinhos (como a que o Franco organizou no
Centro Cultural Vergueiro, em 1987) e no
prédio da Gazeta na Paulista (em 1988), as
Expos anuais da Pandora em Campinas
(incluindo a de Angelo Agostini, que peregrinou
o ano inteiro na cidade, tendo sido vista por
mais de mil pessoas), participei em países
como Irã, Sérbia (com B mesmo), França, Rússia,
Coréia do Sul, Argentina, Polônia (onde, graças
ao Marko Ajdaric do Neorama dos Quadrinhos,
publiquei no Ziniol, revista de HQ),
Grécia, entre outros!
de caricaturas e HQs, suponho que 13 prêmios deva ser
um recorde, pelo menos no Brasil... genial! Parabéns!
Você merece, bengala-friend... Hoje, Bira Dantas, é um
nome conhecido e respeitado internacionalmente.
E o que me faz admirá-lo cada vez mais é esta
sua simplicidade, seu jeito bacana de ser. Sempre atencioso
com aqueles que o procuram. Você sempre foi assim?
Ele fez esta caricatura em Brugge, a bela cidade Bélga |
BIRA – Eu sempre olhei pra vida, pro mundo e pras pessoas
como sendo um convidado. E um convidado tem que
reconhecer o seu lugar e seu papel. Não sou o
dono de nada. Adoro contar e ouvir histórias,
já vivi bastante e conheci muita gente.
Todo mundo, mesmo o mais novato, tem algo
interessante pra mostrar. Aprendi muito sendo
professor na Pandora. Vi gente que nunca
pensou em desenhar, fazer caricaturas maravilhosas.
Tento ver o que há de positivo no desenho de
cada aluno e fazer isso fluir. É só ver ex-alunos
e alunos como Josimar, Carriero, Uenderson,
Guina, Vanessa. Eles são ótimos e
me dão o maior orgulho!
Tony – Também sempre acreditei no potencial de
cada um. Acredito que todo ser humano nasce
com o dom artístico... uns desenvolvem, outros, não...
basta fazermos a coisa aflorar que o próprio indivíduo
acaba ficando espantado com um potencial que
ele sempre teve dentro de si e que nem se dava conta.
É incrível. Tô contigo e não abro, parceiro...
também acho muito gratificante poder ajudar os
novatos e vê-los, muitas vezes, até superando
a gente. Isto não tem preço. De fato, é gratificante.
Mas, bola pra frente... Quando comecei eu fazia terror,
depois, durante 5 anos, eu fazia desenhos cômicos,
e sentia que os demais desenhistas pareciam desprezar
todo aquele que não sabia fazer desenhos de figura humana.
Você já sentiu também isso, por parte de
alguns colegas de profissão?
Ou seja, para essas antas, aquele que não sabia fazer
anatomia não era considerado um desenhista de HQs.
O que acha disso?
BIRA – Totalmente absurdo. Eu comecei a desenhar,
copiando super-heróis. Conheci Jayme Cortez que
me deu dois presentaços: uma aula fabulosa de
desenho realista e seu livro A Técnica do
Desenho. Ele me ensinou a entender o
desenho da santíssima trindade dos Comics:
Hogarth, Raymond e Foster, de lambuja,
Neal Adams (RS). Isso aliado a uma carta
de Naumin Aizen, da Ebal, que me dava dicas
de como me aperfeiçoar nos Quadrinhos,
fizeram com que eu me dedicasse integralmente
ao desenho mais realista, mas assim que
o cartum aportou em minha vida,
foi dedicação exclusiva.
Exceto em alguns casos, como na revista
Front, que desenvolvi um
traço menos cômico, mas ainda assim,
caricatural , no sentido da deformação.
Mas aquele papo com o Cortez, me acompanha
até hoje, como um fantasma bonzinho (rs)!
http://www.bigorna.net/index.php?
secao=birazine&id=1237823783
Durante todo o tempo em que abracei a
carreira de desenhista cômico, nunca ouvi
críticas como a que você expôs.
Pelo contrário, Dálcio o cartunista brasileiro
mais premiado do mundo, certa vez se
disse surpreso por eu conhecer tão
bem a anatomia acadêmica.
carreira de desenhista cômico, nunca ouvi
críticas como a que você expôs.
Pelo contrário, Dálcio o cartunista brasileiro
mais premiado do mundo, certa vez se
disse surpreso por eu conhecer tão
bem a anatomia acadêmica.
Tony – Grande Cortez... você, com certeza, recebeu
instruções de um dos maiores craques em anatomia
que já conheci. Se não teve preconceito, deu sorte.
Mas, no meu caso, enquanto eu não comecei a
fazer super-heróis meu nome nem figurava
em nenhum livro sobre HQs.
O que esses maus-colegas
de trabalho jamais enxergaram é que nesse país
os cartunistas sempre se deram bem melhor do
que os "gênios" que se matam pra fazer desenhos
anatômicos. Basta ver a longa lista de gente
que se destacou nesta área, como: Henfil, Jaguar,
Angeli, Laerte, Glauco, Péricles, você, e tantos outros.
O que você me diz sobre esses caras que
se acham superiores aos cartunistas?
Tony - Você já esteve em várias partes do mundo, correto?
Quais os países que você já visitou?
Quais os países que você já visitou?
BIRA - Argentina, Coréia do Sul, França, Inglaterra,
Bélgica, Escócia e Holanda.
Tony – Que beleza... parece que temos um aventureiro, um
andarilho, um gira-mundo, entre nós... digamos que
isso me faz lembrar o grande mestre Hugo Pratt, que tinha
sede de conhecer outros costumes, outras civilizações,
e que acabou registrando essas viagens em seus
álbuns maravilhosos.
Viajar é sempre bom, a gente sempre acaba
aprendendo muito... Bélgica, vamos falar sobre esse
país maravilhoso... a Bélgica é o centro das HQs européias.
Conte-nos o que viu por lá. O que mais te fascinou?
BIRA – Sem dúvida, Brugge... escrevi matérias sobre
Brugge nos links abaixo, Tony...
http://www.bigorna.net/index.php?
secao=birazine&id=1223225989
e o CBBD, em Bruxelas http://bigorna.net/index.php?
secao=birazine&id=1219615644
Eu gostaria de voltar lá. A Bélgica é um país mágico.
Tony – Ouvi dizer que Brugge é uma cidade linda... mas
é em Bruxelas que fica a sede oficial das HQs européias,
uma espécie de museu e lar oficial de todos os que
se dedicam as artes gráficas pelo mundo afora, no
Center Belge de Bande Dessiné, na rue dés Sables, 20.
Parece que tem 4 mil metros quadrados de área
construída e recebe cerca de 260 mil visitantes por ano,
de todo o mundo. Enfim, lá está a casa de todos nós...
já ouvi falar muito disso. Também dizem que eles
recebem os artistas, sejam estes de que parte forem,
de braços abertos. Um dia espero poder conhecer
esta fantástica cidade e este importante museu
de BDs (HQs)... Dizem que aqueles álbuns de luxo
dos belgas têm pequenas tiragens, é fato?
BIRA – Não sei, vou procurar me
informar direito.
Tony – Certa feita, conheci um agenciador belga
que me disse que na Bélgica e na Alemanha estavam
as melhores gráficas do mundo, com preços campeões...
e que tirando os álbuns de Tintim e Asterix – dois fenômenos
de venda-, os demais tinham tiragens pequenas
para seus respectivos países. O que me impressionou
foi quando ele me contou que nas gráficas belgas
eram rodadas, em média, cerca de um milhão de
cada álbum, destinado à todos os países do mercado
comum europeu, e que eles – na gráfica -, só trocavam
os balões com o idioma de origem de cada cliente.
Por isso, ainda segundo ele, essas impressões, tinham
um preço maravilhoso... mas, voltando a falar em
jornadas além-mar... Quais países
você ainda sonha em visitar?
BIRA – Irlanda, Grécia, Itália, Alemanha,
Hawaí, Japão e Filipinas.
Tony – Quando embarcar, não se esqueça de avisar
os amigos, hein? (Rsss...). E que estes seus sonhos de novas
viagens se concretizem no próximo ano, grande
carica... Projetos para o futuro?
Cartaz feito em homenagem ao Dia da Consciência Negra, destacando Zumbi dos Palmares, o grande líder negro, para a cidade onde Bira mora atualmente, Campinas, interior de S. Paulo |
BIRA – A Ilíada em Quadrinhos, Tim Bravura
(com Roberto Guedes), Zumbis no Velho
Oeste (com Leonardo Melo e Fabiano Carriero),
Diabo Coxo revisitado Ex-Libris (com João
Antonio Buhrer), coletânea de charges,
coletânea de caricaturas de quadrinhistas,
coletânea de Quadrinhos Páginas Non-sense.
(com Roberto Guedes), Zumbis no Velho
Oeste (com Leonardo Melo e Fabiano Carriero),
Diabo Coxo revisitado Ex-Libris (com João
Antonio Buhrer), coletânea de charges,
coletânea de caricaturas de quadrinhistas,
coletânea de Quadrinhos Páginas Non-sense.
Tony – Maravilha! Grandes projetos que, na certa,
culminaram em grandes publicações.
Bira, sou grato, por ter feito minha caricatura e
ter escrito naquele Blog latino sobre as minhas
criações. Foi uma bela surpresa...
Todo mundo gostou da minha "carica".
Ficou show! (Rsss...)
BIRA – Eu que agradeço, Tony. Acho que a gente
deve reverenciar os mestres sempre.
O seu trabalho (com toda a soltura do traço
e irreverência) chamou minha atenção e
me fez conhecer os roteiros do Guedes.
Todas as suas criações anteriores e posteriores
enriqueceram a história do Quadrinho brasileiro
e isso deve ser alardeado aos quatro cantos.
Tony – O Guedes é um excelente escriba. Mas,você é
amigo, é suspeito... (Rsss...). Não fiz tanto assim.
Você sabe, ninguém faz nada sózinho... e se fiz acontecer
alguma coisa nesse metiê é porque sempre contei
com o apoio de muita gente boa, que estavam sempre
a minha volta, que acreditavam nas minhas idéias
doidas - editores e colaboradores- ... digamos que foi
um trabalho de equipe, de gente antenada e doida
para tentar fazer algo em prol das HQs desse país.
Sempre agradeço à Deus pelas oportunidades que
surgiram, ao longo dos anos, e à todos aqueles
que colaboraram comigo. Acho que demos nossa
pequena contibuição para as HQs brasilerias.
Mas, nada especial. Só isso. Mas, ainda há muito
o que fazer... pelo menos, espero (Rsss...).
Seguindo em frente... Bira Dantas por Bira Dantas?
BIRA - Gaita, traço e cerveja. Um pouco de stress que
os prazos sempre me perseguem...
Caricaturas feitas por Bira em homenagem aos grandes mestres das artes gráficas do passado |
Tony – É... me disseram que você é um grande gaitista,
um bluseiro nato. Também sou instrumentista.
Toco: piano, baixo, violão, guitarra e sou amarradão
num rock, num blue rasgado e num jazz...
qualquer dia desses precisamos nos reunir pra “tirar um som”
regado a brejas geladas, é claro... (Rsss...).
Que tal uma Jam Session? (Rsss...). A última reunião musical
que fizemos rolou um som incrível com o amigo
e grande artista Joás... até o Paulo Fukue, o Hamasaki
e o Faustão, estavam na roda. O Joás é incrível, tira
qualquer música no cavaquinho, até rock.
Foi muito legal e o goró, é claro, correu solto... (Rsss...).
Grato por sua atenção, tenha um excelente
Natal e um feliz Ano Novo, e que Deus continue
iluminando suas idéias criativas e toda a sua
família, grande Bira! Muito sucesso e um
ano novo repleto de realizações!
E que as tão sonhadas viagens futuras
aconteçam, é claro.
um bluseiro nato. Também sou instrumentista.
Toco: piano, baixo, violão, guitarra e sou amarradão
num rock, num blue rasgado e num jazz...
qualquer dia desses precisamos nos reunir pra “tirar um som”
regado a brejas geladas, é claro... (Rsss...).
Que tal uma Jam Session? (Rsss...). A última reunião musical
que fizemos rolou um som incrível com o amigo
e grande artista Joás... até o Paulo Fukue, o Hamasaki
e o Faustão, estavam na roda. O Joás é incrível, tira
qualquer música no cavaquinho, até rock.
Foi muito legal e o goró, é claro, correu solto... (Rsss...).
Grato por sua atenção, tenha um excelente
Natal e um feliz Ano Novo, e que Deus continue
iluminando suas idéias criativas e toda a sua
família, grande Bira! Muito sucesso e um
ano novo repleto de realizações!
E que as tão sonhadas viagens futuras
aconteçam, é claro.
A batalha continua!
BIRA – Valeu!
Opa, Tony ! Me esqueci de um detalhe...
Quero fazer uma campanha para o
troféu Angelo Agostini.
No quesito Mestres, gostaria de pedir o voto em dois grandes nomes do
Dag Lemos, pupilo de Jayme Cortez e
professor de tantos desenhistas que
trilham carreiras até internacionais,
editor que marcou presença nas bancas
de Campinas e do Brasil.
Em breve, trocará nosso país pelos EUA.
Vetillo, nem preciso falar dele, fui seu
assistente em 1979 e ele é um artista
completo, do infanto-juvenil, western,
ficção, super-herói, acadêmico, caricatura.
Ambos são nomes que abrilhantarão
a premiação do Quadrinho Nacional.
Para votar, é só copiar a cédula no link abaixo,
votar nos itens que quiser e enviar por e-mail.
http://aqcsp.blogspot.com
/2010/11/cedula-de-
votacao-do-27-premio-angelo.html
Repassem para seus conhecidos.
Toda pessoa que curte Quadrinho
pode votar!
pode votar!
Tony: Valeu, Grande Bira! Taí dois caras que
eu admiro e que, de fato, merecem serem
votados! Vamos lá, pessoal!
OBS: Todas as imagens contidas nessa entrevista
pertencem aos respectivos donos. Foram usadas de
forma meramente ilustrativa.
Copyright 2010\Tony Fernandes\
Estúdios Pégasus - Uma Divisão
da Pégasus Publicações Ltda\
São Paulo - Brasil
Todos os Direitos Reservados
OBS: Todas as imagens contidas nessa entrevista
pertencem aos respectivos donos. Foram usadas de
forma meramente ilustrativa.
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Estúdios Pégasus - Uma Divisão
da Pégasus Publicações Ltda\
São Paulo - Brasil
Todos os Direitos Reservados
Ô Tony, não seria melhor concentrar essas entrevistas lá no outro blog, http://tonyfernandespegasus.blogspot.com, onde você já vinha fazendo entrevistas? Eu nem sabia da existência deste aqui, só fiquei sabendo porque recebi um e-mail do Roberto Guedes falando da entrevista dele neste blog.
ResponderExcluirAmbos os Blogs, Jean, foram feitas para esta finalidade: entrevistar as feras das HQs nacionais, num importante registro, que em breve deverá virar um livro com os entrevistados.
ResponderExcluirQuem tá antenado no Facebook, Twitter, Google Read, etc... sempre estão bem informados qtos a essas entrevistas e sobre ambos os Blogs, que está tendo até repercussão internacional.
Mano-amplexoe grato por sua visita!
Tony, parabéns por mais essa estupenda entrevista! Super-Bira é o maioral! Ah, e ainda toca gaita feito um bluesman legítimo! :)
ResponderExcluirHello! Your site really interesting, especially the pictures I really love and see the movies,
ResponderExcluirI recently came across your blog and have been Watching and looking pictures along. Please comment my blog. chamkhmerangkor
I have enjoyed your web blog. Nice blog. I will keep visiting this blog very often. You have a good job, thanks your invited my site.
Tony! Uma grande figura, entrevistando Bira Dantas, outra grande figura!!!! A entrevista ficou um " Uma grande obra de arte"!!! Parabéns Tony! Parabéns Bira!
ResponderExcluirGrandes personagens da nossa história! Viva Brasil! Beijos Jú
Tony! Uma grande figura, entrevistando Bira Dantas, outra grande figura!!!! A entrevista ficou um " Uma grande obra de arte"!!! Parabéns Tony! Parabéns Bira!
ResponderExcluirGrandes personagens da nossa história! Viva Brasil! Beijos Jú