quarta-feira, 26 de abril de 2017

EDITORES NACIONAIS QUE FIZERAM HISTÓRIA EDITANDO HQs NO BRASIL!







A lembrança de alguns dos mais
 emblemáticos editores profissionais 
que ficaram à frente de series de 
quadrinhos, fossem elas nacionais 
ou não, estão nessa matéria.
 Os critérios de seleção dos profis-
sionais para a matéria são o tempo
 com que trabalham(ram), 
prioritariamente tenham conduzido
 projetos por editoras pequenas,
 a significância do seu legado
 para os quadrinhos nacionais, 
históricos editoriais e comerciais, 
terem sofrido pesadas críticas
 durante sua trajetória,
 preferencialmente tenham 
encabeçado projetos
 “rompe-barreiras”, e se tratando
 de artistas, o trabalho 
editorial tem que ter se
 sobressaído sobre o artístico.
Como não se trata de uma crítica
 ao trabalho desses profissionais,
 não haverá abordagem de
 assuntos polêmicos. O objetivo
 principal da matéria é exaltar os
 méritos alcançados por
 tais profissionais.

EDITORES NACIONAIS 
QUE FIZERAM HISTÓRIA
EDITANDO HQs NO BRASIL!

Parte 1






Há no mercado editorial de 
quadrinhos do Brasil a tradicional
 frase: “- Felizmente chegamos ao
 segundo número!”, pois realmente
 as empreitadas nacionais das 
series em quadrinhos raras
 vezes são duradouras, e somente
 grandes franquias se
 tornam longevas.




Muito pouco se comenta sobre a
 qualidade editorial das revistas
 em quadrinhos nacionais, no 
entanto os editores sempre são 
alvo de severas críticas e injustas
 comparações, já se escreveu
 até que o Brasil era desprovido
 de tais profissionais. 
Nunca se comenta sobre 
a qualidade do mercado 
brasileiro de quadrinhos, e
 dificilmente artistas são acusados
 por maus momentos editoriais,
 mas sobre seus editores recai 
o pesado fardo do insucesso
 comercial das editoras, 
lançamentos e conduções 
de títulos.

Esta matéria é dedicada aos 
profissionais que nada fizeram
 além de tentar fornecer mais 
opções de entretenimento ao
 público de quadrinhos, e inspiram
 o trabalho realizado por este 
editor, redator, articulista 
e fã de HQs.



REINALDO DE OLIVEIRA


Ele foi um dos mais sérios editores
 nacionais, Reinaldo de Oliveira 
trabalhou em diversos orgãos 
da imprensa nacional. Trabalhou 
nos jornais Gazeta e Jornal da
 Tarde, com quadrinhos começou
 na editora La Selva. J
unto com Álvaro Moya, 
companheiro 
dos tempos iniciais da editora
 Abril e dos quadrinhos de 
terror, elaborou o livro pioneiro
 “Shazam” agregando vários
 artigos sobre histórias em 
quadrinhos e a primeira 
exposição internacional de 
Histórias em Quadrinhos em 1951.

Profissional erudito de tempera-
mento forte (segundo Rodolfo Zalla:
 “- Homem bravo, mas muito
 boa pessoa!”), Reinaldo também
 foi roteirista de quadrinhos 
de terror. Foi o grande propulsor
 da carreira de Rodolfo Zalla 
no Brasil, quando o apresentou
 a Paulo Marte da IBEP onde o 
artista argentino foi trabalhar. 
A cadeia de eventos culminou 
na fundação da editora D-Arte 
de Zalla. Reinaldo e Zalla tiveram
 seus atritos ao longo do tempo,
 mas a amizade e respeito foram
 mais fortes e voltavam a se falar.
Em 1981 quando Zalla de fato
 montou a editora D-Arte e lançou
 seus títulos, Reinaldo estava ao 
seu lado nos roteiros, revisão 
de texto, diagramação da
 revista e principalmente
 na seção de cartas “Mala Direta”,
 uma das mais peculiarmente
 conduzidas das revistas em 
quadrinhos brasileiras.

Reinaldo divulgava fanzines, 
respondia leitores, analisava
 trabalhos enviados pelos leitores,
 e publicava anúncios. A seção de
 correspondência, que iniciava
 com a foto do sisudo editor de 
óculos, bem ao estilo Carlinhos
 Brown, era geralmente a 
primeira parte da revista Calafrio
 lida pelos leitores. O editor respondia
 acidamente as críticas dos leitores, 
mas nunca deixava de publicá-las.

 Um momento interessante foi a
 briga na seção de cartas entre
 o cartunista Franco de Rosa
 (pleiteando a publicação de HQs
 suas) e Reinaldo de Oliveira
 (questionando a qualidade do 
material analisado) na “Mala Direta”.
Quando as finanças apertaram e 
a situação da editora D-Arte foi
 ficando cada vez mais crítica, 
Reinaldo abriu mão de parte
 de seus ganhos para ajudar
 o amigo Zalla a continuar a
empreitada, fato que comprovava 
ainda mais a amizade entre
 os dois profissionais.
Durante sua carreira Reinaldo
 de Oliveira sempre negociou 
com artistas e buscou a excelência 
nas publicações em que trabalhou.
Ele também foi o proprietário
da rfitora Grauna, empresa
responável pelas edições de:
Golden Guitar, O Homem Fera etc.
Também trabalhou na Imprensa
Oficial. Além de Zalla, Reinaldo
prezava muito Jaime Cortez
e Tony Fernandes.
 Faleceu em 1999 deixando um
 importante legado para os
 quadrinhos nacionais. 
Infelizmente no momento de
 sua morte muitas das publicações
 em que trabalhou já
 não existiam mais.



OTACÍLIO D’ASSUNÇÃO 
BARROS (OTA)

Profissional e alter ego de si 
próprio, sempre buscou
 proporcionar aos leitores 
diversidade e boa qualidade
 de quadrinhos. Cartunista sarcástico 
e irreverente, seu trabalho nas
 redações gerou um editor
 que pode ser totalmente 
desgarrado do artista.
Ota trabalha desde adolescente 
no meio editorial como tradutor, 
cartunista, letrista e editor,
 como foi apresentado ao
 público leitor no especial
 de aniversário “Chamada Geral”
 da Ebal. Com passagens
 por Ebal, Vecchi, Record, 
Mythos e Panini. Devido à
 longevidade do título nas
 bancas brasileiras, sempre 
será lembrado como O editor da 
versão brasileira da revista 
MAD, mas associá-lo somente à 
versão nacional da satírica 
revista é subestimar sua 
carreira e esforço pelos quadrinhos.

Apaixonado por HQs e incentivador
 dos quadrinhos nacionais, sempre
 buscou apresentar ao público
 opções fora das grandes franquias 
de super-heróis, Disney, Maurício 
de Souza e outros. 
Na editora Vecchi, além da
 MAD, publicou revistas de
 faroeste e horror sendo Spektro 
a mais célebre, e que no início
 também apresentava material 
licenciado da editora americana 
Charlton Comics.
 Ota publicou series de
 quadrinhos argentinos
 (“Skorpio” e “Histórias de Faroeste”).
 Devido ao bom trabalho, 
logo a única revista em 
quadrinhos que ele não editava 
pela Vecchi passou para 
suas mãos, o best-seller 
italiano “Tex”.

Na premiação da categoria
 Mestre do Quadrinho Nacional 
do troféu HQMix de 1992, coube
 a ele entregar o prêmio a Alcides 
Caminha, o então recém-revelado
 Carlos Zéfiro, três dias antes da 
morte do artista, por ter escrito 
o livro “A Arte Erótica de 
Carlos Zéfiro” em 1984 pela
 editora Record.

Na editora Record foi
 responsável por trazer o
 considerado melhor quadrinho
da década de 1980 ao Brasil,
 “Love & Rockets” dos chicanos
 irmãos Hernandez . Também na 
mesma editora e época lançou
 “Cripta do Terror”, almanaque 
publicando os quadrinhos 
clássicos de horror da editora
 Entertaining Comics, e o faroeste
 italiano “A História do Oeste”.
O editor é sinônimo de boas e 
variadas publicações, foi 
um dos primeiros artistas/editores
 a colocar quadrinhos na internet, 
quando a rede ainda estava 
sendo apresentada e disponibilizada
 ao grande público.

Ota arriscou uma editora própria
 no começo dos anos 1990, que
 teve muitos problemas de
 distribuição e poucas publicações 
entre elas Cerol, Spektro
 (com a geração de artistas da
 antiga Spektro) e Hotel do 
Terror de Flávio Colin 
(também publicado na 
Spektro da Vecchi).

Nos anos 2000 trabalhou na
 Mythos e Panini nas vezes
 que a revista MAD foi publicada
 por essas editoras, na Panini 
ficou poucas edições editando
 apenas o conteúdo nacional. 
Já na segunda década do
 século XXI trabalhou com 
a editora Pixel na recuperação 
de quadrinhos clássicos 
da Dell/Western/Gold Key.
Ota foi o elo de contato entre o
 editor Fábio Chibilski da editora
 Cultura & Quadrinhos com Athur
 Vecchi para permitir que o
 primeiro relançasse a Spektro.


CLÁUDIO SETO

Cartunista do interior de São
 Paulo, foi um dos precursores 
do estilo oriental no Brasil. 
Trabalhou na editora Edrel de 
Minami Keizi, onde criou sua 
principal personagem 
“Maria Erótica”, além de uma
 série de outros personagens
 baseados principalmente 
no estilo mangá.
Seu grande momento como editor
 se deu quando a editora curitibana 
Grafipar iniciou sua linha de 
quadrinhos. A editora de livros
 publicou uma fotonovela erótica
 de sucesso comercial, 
o que culminou 
na contratação de Seto para iniciar 
uma linha de quadrinhos para a 
Grafipar, privilegiando 
claro o pornográfico.

Seto agregou vários profissionais 
do mais alto nível para trabalharem
 para a Grafipar, artistas como
 Watson Portela, Flávio Colin,
 Fernando Ikoma, Mozart Couto,
 Franco de Rosa, Gustavo Machado, 
Gian Danton, Eros, e outros. 
Não ofereceu os melhores
 pagamentos, mas a certeza 
de que todos que 
se mudassem à
capital paranaense seriam
 regularmente publicados. 
Entre seus roteiristas alguns
 grandes nomes da crônica e
 literatura como Nelson Padrela,
 Alice Ruiz e Paulo Leminski.

O volume de quadrinhos produzidos, 
principalmente pornográfico, 
foi muito grande. Entre os 
títulos estavam “Maria Erótica”,
 “Quadrinhos Eróticos”,
 “Sexo em Quadrinhos”,
 “Aventura em Quadrinhos” 
”Próton”. Algumas experimentações
 foram realizadas pelo editor, 
sem fugir do erotismo, como 
quadrinhos alternativos de 
vanguarda ao estilo “Heavy Metal”
 na revista “Neuros”.

Entre as lendas que permeiam
 a pessoa, dizia-se que Seto
 tinha um irmão gêmeo idêntico 
que dividia funções com ele, 
e por isso o editor estava 
sempre em atividade. 
Acontece que o nome de
 nascimento Seto era Chuji, 
dizia-se que tinha um irmão
 Cláudio (nome com o qual os 
dois assinariam profissionalmente) 
e que se alternavam em viagens
 e trabalho. Os dois nunca foram
 vistos juntos, e tudo não 
passava de uma lenda.

Infelizmente com o fim da Grafipar
 não houve uma nova incursão 
editorial de Cláudio Seto, ele 
voltou a trabalhar com quadrinhos 
somente como artista.
 No seu legado editorial está o
 contínuo incentivo para a carreira
 de editor do próximo profissional 
apresentado nesta Matéria,
 Franco de Rosa.


FRANCO DE ROSA

Um dos maiores batalhadores 
das HQs no país, é impossível
 encarar alguma editora brasileira
 a partir dos anos 1980 que 
não tenha tido alguma colaboração 
de Franco de Rosa. Filho de 
jogador de futebol experimentou
 várias mudanças de cidade na 
infância, publicou fanzines e 
como artista colaborou com
 editoras como Saber, Ebal e nos
 jornais Folha de São Paulo e 
Notícias Populares.

Cartunista membro da equipe
 da Grafipar a partir de 1979 chegou 
a se mudar para Curitiba em 1981. 
Após o encerramento da editora
 paranaense no começo dos anos 1980, 
Franco conseguiu com Cláudio
 Seto os originais do material,
 voltou a São Paulo e passou a 
publicar posteriormente em 
edições de baixa qualidade 
estrutural, mas de alta atratividade 
para os leitores (baixo preço e muita
pornografia).

Publicou muitas revistas por conta
 própria utilizando até o expediente 
da extinta editora de Curitiba.
 Este material oriundo da Grafipar
 foi publicado pela editora/estúdio
 Maciota, fundada por Franco 
associado a Paulo Paiva, mais
 tarde a editora tomaria o nome
 Press Editorial e Maciota 
passaria a ser o selo pornográfico
 da Press. Esse passa a ser o
 período inicial da trajetória
 profissional de Franco como 
editor. O estúdio Maciota lhe
 servia como substrato para 
a publicação de várias revistas
 por editoras que comandou 
e trabalhou.

Trabalhou na editora Best News,
 onde publicou material 
do estúdio D-Arte. Posteriormente
 na editora Nova Sampa de Carlos
 Cazamata, onde também publicou 
boa parte do material produzido 
pela Grafipar pelo selo erótico
 Big Bun, mas o material publicado
 pela Nova Sampa editado por
 Franco vai muito além do
 reaproveitamento do erótico. 
A Nova Sampa publicou muito
 material estrangeiro da DC, 
First, e o independente 
americano também 
esteve presente.

Além do erótico, seu período na
 Nova Sampa apresentou aos
 leitores os melhores artistas
 que o mercado nacional podia
 oferecer, como Flávio Colin,
 Laudo, Mozart Couto, Deodato 
Filho, Bené Nascimento, entre outros.
Franco criou o Clube dos 
Quadrinhos com Worney Souza,
 no qual oferecia um catálogo de
 várias edições da Nova Sampa 
a serem entregues via postal 
e promovia edições e republicações
 voltadas para os colecionadores.

Em 1997 abriu a Mythos Editora 
com Hélcio de Carvalho e Dorival
 Vítor Lopes (do estúdio Artecomics),
 a proposta da editora era publicar 
material americano não publicado
 pela editora Abril (então a maior 
editora de quadrinhos do Brasil)
 e cross-overs de personagens.
 Também publicou tiras de
 jornal de personagens 
consagrados da King Features.
 Osvaldo Talo e Eugênio Colonnese 
também voltaram a ser 
publicados nesta fase.

Trabalhou com diversos personagens 
e artistas na editora Escala e fundou 
sua nova editora, a Ópera Graphica. 
Com uma proposta ainda mais 
arrojada que seu trabalho na
 Nova Sampa, publicou franquias
 fortes da DC Comics, King
 Features e muito material
 nacional de qualidade,
 desta vez em formatos e 
acabamentos aprimorados e
 menores tiragens voltadas
 ao mercado direto quase
 exclusivamente. Apresentou em
 formato pocket muitos novos autores.
Um dos maiores marcos da 
Ópera Graphica  foi a continuação
 de uma das mais elogiadas e 
procuradas coleções da Ebal, 
o Príncipe Valente, em formato 
luxuoso ao mesmo tempo que
 disponibilizou nas lojas
 especializadas as antigas 
edições da Ebal para o público
 comprar. Com a mesma qualidade
 editorial da editora de Adolfo Aizen, 
durou apenas seis números 
quando a Ópera fechou as portas.

A nova empreitada de Franco foi 
a abertura de uma nova editora,
 Kalaco, também com a proposta 
de publicar clássicos, como 
a coletânea de HQs do
 personagem “Fikom” do 
cartunista radicado em 
Curitiba Fernando Ikoma.


GILBERTO FIRMINO

Começou sua carreira editorial 
nos quadrinhos nas editoras 
paulistanas D-Arte e Noblet, 
após trabalhar em jornal e
 revistas técnicas. Publicou
 brevemente de forma amadora
 na Grafipar.
A elevação no seu trabalho editorial 
veio quando lançou pela editora
 Galvão a revista Porrada!.
 A revista apresentava um mix
 de HQs do conceitual ao
 underground, misturando 
autores nacionais e estrangeiros.

Firmino alegou que se via forçado 
a mesclar material estrangeiro
 ao nacional por não conseguir 
de artistas nacionais regularidade, 
volume e qualidade suficientes
 para fechar uma edição periódica.
 Após o cancelamento da Porrada!
 na sétima edição, saiu da 
Galvão para fundar sua própria
 editora, a Vidente Editorial.

Nesta nova fase relançou revista 
“Porrada! Special”, que foi um
 estouro imediato de vendas.
 A revista publicada com um
 material realmente de vanguarda
 apresentou muitos artistas e 
profissionais estrangeiros ao
 grande público brasileiro, 
assim como publicou nacionais
 de alto gabarito. Outras revistas 
que lançou seguiram a qualidade
 editorial da “Porrada! Special”, 
como “Nervos de Aço” e “Pau Brasil”.

Pela Vidente também trouxe 
muitos artistas que o público
 tinha saudades, como a mini-serie 
Paralelas de Watson Portela.
Uma tentativa de vender revistas 
nacionais nos EUA o fez produzir 
revistas em inglês, como a 
“Age of Darkness” de Marcelo
 “Quebra Queixo” Campos
 (que desenhou o título “Justice
 League” da DC Comics), mas
 não conseguiu distribuir
 no estrangeiro, acabou fazendo 
no Brasil mesmo.
Firmino afirmou que para o pequeno 
editor a solução é a regionalização
 da sua distribuição, seus projetos
 afundaram justamente quando 
passou a dar passos maiores 
atendendo grandes e irreais 
expectativas de distribuidores.



TONINHO MENDES

Amigo de infância do cartunista 
Angeli, Toninho trabalhou
 no pasquim chamado “Versus” 
onde travou contato com 
artistas que lhe acompanhariam
 na mais intensa parte de sua 
trajetória editorial. 
Mais tarde foi trabalhar na 
revista IstoÉ.

A bagagem adquirida na editora 
Três com o semanário jornalístico
 o incentivou a fundar a editora 
Marco Zero, lançando dois trabalhos 
sem sucesso. A editora passou 
para outro empresário e Toninho 
então fundou a Circo Editorial. 
Os artistas que Toninho publicou
 faziam parte de um movimento
 renovador do humor nacional
 e muito calcado no ambiente
 da Boca do Lixo de São Paulo, 
estavam lá Angeli, Laerte,
 Glauco, os gêmeos Chico e
 Paulo Caruso, Luiz Gê. 
Mais tarde se juntaram Glauco 
Matoso, Marcatti, Adão Iturrusgarai,
 Luis Gustavo,...

Inicialmente a produção da Circo se 
concentrou em livros coletânea 
de tiras que os artistas publicavam 
em jornal, a receita dos livros
 permitiu ao editor por em prática 
o plano de lançar duas revistas, 
uma tendo o cartunista Angeli 
como carro-chefe e praticamente 
exclusivo, a “Chiclete com Banana”, 
e a segunda, “Circo”, com vários 
artistas nacionais e internacionais 
de renome.

Lançada em 1985, com humor 
ácido-anarquista e personagens 
de grande exposição na página
 de tiras da Folha de São Paulo, 
“Chiclete com Banana” foi um 
sucesso de vendas e chegou 
à tiragem de 100.000 exemplares. 
Não foi um número inédito no
 Brasil, mas a partir de então
 raramente superado por
 quadrinhos nacionais e somente
 por Maurício de Souza.

As atrações de “Chiclete com Banana” 
eram inúmeras e agradavam todos 
os públicos, o próprio editor foi 
protagonista de uma série de 
fotonovelas, algumas das quais 
contavam com atores de cinema, 
teatro e televisão.

Toninho lançou outras revistas,
 cada qual tinha um artista
 como carro-chefe. Laerte além 
da Circo, teve sua “Piratas do Tietê”
 e Glauco “Geraldão”.

Muitas das edições de
 “Chiclete com Banana” e “Geraldão” 
tiveram segundas tiragens
 devido ao esgotamento 
da tiragem original.
Com o crescimento dos negócios,
 o editor fez algumas guinadas 
editoriais que posteriormente 
entendeu muito perigosas para 
o cenário de forte crise econômica
 e inflação dos anos 1980 e 1990,
 como a criação de uma 
subeditora dentro da Circo, 
a “Palhaço”.

O próprio editor assume que 
essas medidas administrativas 
afetaram a sobrevivência da
 editora, assim como reconhece 
que a sobrecarga dos artistas 
também influenciou no 
encerramento dos títulos e 
fechamento da editora mais a
 frente, mesmo com vendas excelentes.

O editor se associou a Carlos
 Cazzamata da editora Nova Sampa, 
para ter um apoio administrativo
 na sua atividade editorial e
 lançou novos títulos, mas esta
 empreitada teve vida curta. 
Foi o fim da Circo Editorial, 
indo então trabalhar no jornal 
de um banco e editar material 
dos mesmos artistas através 
de outras casas publicadoras,
 como a Devir.

Por último reuniu uma coletânea 
de trabalhos publicados nos tempos 
da Circo e suas impressões
 sobre a trajetória da editora 
no álbum “Humor Paulistano: 
a Experiência da Circo Editorial 
1984 - 1995” pela sua nova 
editora, Peixe Grande.

Em Matéria de Manoel de Souza na e
dição 54 da revista “Mundo dos
 Super-Heróis” da editora Europa 
de Maio de 2014 é citado que
 na experiência da Circo, começaram 
do zero com hiperinflação,  
ninguém enriqueceu, ninguém
 empobreceu, ou brigou, todos os
 artistas envolvidos e o editor
 continuam amigos até hoje.
 Isso é o maior sucesso de 
qualquer empreendimento.





O que você, amigo webleitor,
 achou desta matéria? Sentiu obviamente
 falta de outros editores? Acha que
 alguém não devia ser citado?
 Muito pouco sobre cada um?
 Não se preocupe, essa matéria 
terá novas abordagens e continuações,
 muitos editores nacionais fizeram
 a diferença, merecem e serão 
citados nas edições futuras. 
Escreva para...

 revistacalafrio@gmail.com 

e dê sua opinião e também deixe
 suas críticas e sugestões aqui nesse blog. 
Até a próxima!


POR DANIEL SAKS

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