domingo, 27 de fevereiro de 2011

HUGO PRATT, O GRANDE MAGO ITALIANO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS!





CONHEÇA A ARTE

 

E A HISTÓRIA DA CARREIRA


PROFISSIONAL DO GENIAL


MESTRE DOS FUMETTIS...


 HUGO PRATT




O mundo todo reconhece Hugo Pratt como um 

grande artista, mas no Brasil pouco se conhece

 sobre o grande trabalho deste 

excepcional mestre das HQs, 

principalmente a nova geração.


Poucos de seus álbuns foram lançados em terra 

brasilis, onde o público leitor viciado em consumir 

super-heróis e mangás, teimam em torcer o nariz

 para o trabalho deste grande e inigualável mestre 

italiano, que com o passar dos anos decidiu 

sintetizar sua obra economizando traços. 

Seus desenhos apenas sugerem as figuras,

 de forma espetacular.




Já ouvi muito leitor de HQs dizer por aí, quando 

questiono sobre a arte de Pratt: “Ivo Milazzo, 

do Ken Parker, que também sintetiza o traço, 

eu adoro. Mas Hugo  Pratt? Tô fora!”


Quando questionei o por que esses leitores 

mal-informados não admiram a obra de Pratt,

 geralmente, ouço: “Já vi Corto Maltese e, pra mim, 

é um trabalho feito nas coxas, muito chutado, 

mal-acabado.”

“Você conhece outros trabalhos de Hugo Pratt?”, 

já questionei para muitos por aí.

“Não e nem quero conhecer”, responderam 

a maioria. “Já vi Corto Maltese, 

que é tão badalado,

 e achei que ele não tá com nada.”

Puro preconceito, chego a conclusão. 

Se esses leitores não conhecem o conjunto da

 obra, como podem julgar o artista apenas por

 um único trabalho que viu?

Obviamente, Corto Maltese e outras obras do

 mestre italiano não foram destinadas pra esses 

adolescentes que só pensam em super-heróis e

 em mangás e que adoram desenhos,

 rebuscados, “punhetados”. Mas, desconhecer 

uma grande obra como a de Hugo Pratt e julgar 

seu trabalho uma droga é um sacrilégio, 

convenhamos.



A ESSÊNCIA DA ARTE

Para entender arte é preciso conhecê-la a fundo, 

estudar sua história, etc. Arte é definida em 

qualquer dicionário como forma de expressão,

 quer seja ela moderna ou primitiva. Quando uma

 criança faz seus primeiros rabiscos toscos ela 

está fazendo arte. Ou seja, esta se expressando 

através de uma arte primitiva, ainda não evoluída.




Capa feita por Hugo Pratt para uma edição inglesa

Daí é fácil deduzir que todos nós nascemos

 propensos a fazer arte, visto que rabiscar 

desenhos e pintar são as nossas primeiras

 manifestações na infância. O potencial 

artístico já está em nosso DNA. 

Sempre defendi esta tese.

 

Todo ser humano nasce 

com um grande potencial 

dentro de si, que só vem à tona ao longo 

dos anos e através de estudos.

O que, em geral, acontece. 

No entanto,  alguns 

decidem desenvolver este talento nato, 

enquanto outros, com menos afinidades, 

decidem optar por outras 

áreas profissionais.




Quando comecei a estudar arte uma coisa

 me intrigava: aqueles boizinhos e vaquinhas 

desenhadas por Picasso. Ao meu ver, 

aquilo era ridículo. Onde estava o seu valor 

artistico, naquelas telas, se até uma criança

 poderia pintar uma coisa daquela?

 Me perguntava.

Santa ignorância, a minha.




Com o passar do tempo fui 

conhecendo os diversos 

tipos de artes como o impressionismo, um 

novo modo de expressão artistica que surgiu

 após a invenção da máquina fotográfica. Onde 

cada autor fazia sua própria visão das coisas 

e do mundo. Veja, quando as arcaicas 

câmeras de fotografia surgiram não havia

 mais motivo para os pintores registrar em 

suas telas a realidade, como fizeram 

os Da Vincis do passado. 


Foi assim que surgiu o impressionismo. 

Uma arte rebuscada,

 feita de manchas confusas, que só é possível 

enxergar com clareza sua riqueza de 

detalhes à distância.


Enfim, trata-se de uma técnica fantástica, 

maravilhosa,que vale a pena ser estudada, 

onde o autor, que parecia 

estar dopado ou alcoolizado,

 dava a sua visão pessoal das coisas.




O clássico Corto Maltese

Ao longo dos anos, aprendi que todo ser humano,

 que se dedica a arte, em geral, tende a ficar 

cada vez mais minúscioso em suas obras, 

cada vez mais detalhistas, técnico,complicado, cheio 

de regras, etc,  e que com isso acaba perdendo sua 

espontaniedade.


É justamente aí que a obra de Picasso tem 

seu imenso valor. Em seus quadros o

 genial pintor espanhol, apesar de ser um 

profundo conhecedor de anatomia, perspectiva, etc, 

desenha com a mesma espontaniedade de

 uma criança, aquelas vaquinhas e boizinhos, 

que eu julgava simplório. Parece fácil, mas não é...

Você que desenha, que é um profissional

 da área, que aprendeu técnicas e que dedicou

 milhares de horas estudando luz e sombra,

 anatomia, perspectiva, etc, tente fazer

 uma arte espontanea.


A gente não consegue. Fica difícil. 

Nos tornamos complicados de mais, 

bitolados em regras, ao

 longo dos anos, queremos 

encher o trabalho de

 risquinhos, de detalhes, etc.

Um homem com a bagagem profissional

 de Pablo Picasso, conseguir desenhar

 aos 80 anos de idade aquelas figuras 

primitivas com aquela espontaniedade 

realmente é algo fantástico e não é tarefa

 fácil para quem tem anos na estrada 

no mundo das artes.

Daí o seu grande valor artístico.


A chamada pintura clássica do passado, 

que retratava a luz e sombra de cada

 folha como estava representada ma Natureza 

deixou de ter seu valor artístico, como já 

citei, com o advento da fotografia.


Daí os novos e criativos artistas passaram 

a inventar novas expressões artísticas

 dando origem a atual arte moderna, 

de vanguarda. O mercado busca novas 

expressões artísticas. Pois, a arte como

 tudo deve evoluir e não se estagnar.


Salvador Dali foi outro gênio que 

distorceu as coisas, Picasso implantou

 o cubismo. Por isso são geniais, foram 

grandes inovadores.





Em minha longa trajetória profissional 

atendi diversas editoras fazendo ilustrações

 para livros infantis. Ao pegar, pela primeira vez,

 um catálogo de uma famosa editora notei

 que a maioria dos ilustradores famosos daquela 

casa faziam um trabalho bem simples, 

quase primitivo. Minhas figuras infantis, que eram – 

segundo a minha concepção -, redondinhas e 

caprichadas, não se enquadravam 

naquele padrão, deduzi logo.


Tentei por vezes simplificar

meu estilo e aí senti 

o drama, pois eu também estava viciado em trabalhar

de uma forma complicada e desenhar com 

espontaniedade, agora, era uma tarefa difícil.
Pois saiba que, os autores que mais faturam nas 

editoras de livros são esses que tem o traço simples 

e espontâneo, primitivo, como o de uma criança, 

como fazia Picasso.

Os baixinhos não gostam 

de trabalhos rebuscados, 

não conseguem se identificar com eles. 

Quanto menos linhas, melhor.

                           Isto é o que chamamos de "desenho didático".

Portanto, de fato, na medida 

em que envelhecemos

 nos tornamos cada vez mais complicados e 

perdemos nosso dom maior: 

a espontaniedade.



Pratt  fez inúmeros gêneros durante sua carreira


Artistas das HQs como Flávio Colin,

Shimamoto e Hugo Pratt, são 

verdadeiros mestres no ofício de

produzir arte e HQs.

 Possuem imensa bagagem cultural e artística. 

Sabem fazer de tudo em termos de arte. 

Mas, no caso especificamente, de 

Colin e Pratt, com o passar 

dos anos esses grandes mestres procuraram 

sintetizar suas artes, minimizaram traços,

 detalhes sem importância, mas nem por 

isso suas obras deixaram de ter seu valor.



Muita gente que conheceu os trabalhos do 

mestre Colin em “O Anjo”, onde ele seguia a 

escola de Milton Caniff - um mestre do claro e

 escuro-, torceu o nariz ao ver os últimos 

trabalhos desse saudoso e querido mestre

 brasileiro. Na época ouvi até profissionais

 dizendo: O Homem avacalhou.”


Pois eu, que adorava “O Anjo”, 

de Flávio Colin, 

também estranhei a brusca mudança.

 Mas, depois aprendi a admirar

 e a entender sua arte e 

passei a gostar daqueles 

seus trabalhos estilizados 

que ele criou, pois seu traço era

marcante e super expressivo.


O mestre buscava um estilo livre, diferente,

que fugisse as regras básicas acadêmicas. 


Desse dia em diante, passei a respeitar todo 

tipo de arte, toda forma de expressão,  e

 conclui que é idiotice querer comparar 

trabalhos, visto que cada 

artista está passando 

por uma fase evolutiva, tentando se

                                                encontrar, se definir.

Cada um tem seus vícios e seus erros. 

Enfim, ninguém é perfeito.

É óbvio que para se publicar

 uma prancha de História em

Quadrinhos é preciso ter 

um certo critério.

 Mas, isto não nos dá o direito de 

criticar ninguém. Podemos orientar alguém,

 mas jamais criticá-lo e tolher para sempre

 o desenvolvimento de um possível

futuro grande artista.

Nesta matéria, você que não gosta 

do trabalho de Hugo Pratt, por mera 

ignorância, ou seja, por não

 conhecer o conjunto da obra dele, vai se 

encantar ao ver e conhecer todo o potencial

 deste grande artista através das imagens

que ilustram este artigo.
Que assim seja!


PREPARE-SE PARA 

CONHECER 

MELHOR A CARREIRA

 PROFISSIONAL

 DE UM GÊNIO!



Hugo Eugenio Pratt nasceu no 

dia 15 de junho de 1927. 

Faleceu no dia 20 agosto de 1995. 

Pratt foi um dos maiores criadores de HQs de

 todos os tempos. Ficou conhecido 

por combinar uma narrativa forte, com uma 

extensa pesquisa histórica, iconográfica,

para realizar suas obras, 

como, por exemplo, em Corto Maltese. 


Por seu trabalho em  Corto Maltese, Pratt 

ganhou o cobiçado prêmio Will Eisner, 

o mais importante

das HQs, nos Estados Unidos.





HQ  publicada na Corriere dei Piccoli, Itália

DADOS BIOGRÁFICOS


Hugo Eugenio Pratt nasceu em Rimini
em Romagna, em Veneza, Itália.
 O jovem Hugo Pratt passou toda a
 sua infância na cidade de Veneza, num 
ambiente familiar muito cosmopolita. 
Seu avô paterno, José, era de origem 
Inglesa, enquanto que seu avô
 materno era um marrano judeu 
e sua avó materna
 era de origem turca. 

O famoso ator dos filmes de
 terror Boris Karloff, cujo nome de nascimento 
era William Henry Pratt, nada tinha a 
ver com a família
 do desenhista veneziano. 


Em 1937, Hugo Pratt mudou com sua mãe para
 a Abissínia, na Etiópia, 
juntando-se assim ao seu pai que foi trabalhar 
lá depois que o país foi conquistado pela Itália
 e pelo facista Benito Mussolini. O pai de Pratt, 
foi um militar italiano.



Seu pai foi capturado em 1941 pelas t
ropas britânicas e em 1942 ele acabou 
morrendo de doença quando
 estava vivendo como prisioneiro de guerra.
 Pratt, aos 13 anos, combateu na Etiópia pelo
 exército italiano de Benito Mussolini, que 
apoiava a ação dos nazistas. 
Depois, ele colaborou
 com as tropas aliadas como intérprete. 


No mesmo ano, Hugo Pratt e sua mãe foram 
internados num campo de prisioneiros
 na Dirédaoua, onde ele comprava suas revistas 
de HQs dos guardas. 
Depois, ele foi enviado de
 volta para a Itália pela Cruz Vermelha. 
Em 1944, o jovem Pratt, por pouco, não foi 
executado pelos soldados da SS de Adolph
 Hitler, que o confundiram com 
um espiãp Sul Africano.


Quando a guerra findou, Pratt se 
mudou para Veneza, onde ele acabou 
organizando entretenimentos para
 as tropas aliadas.

Mais tarde, Pratt se juntou ao famoso 
movimento artistico chamado "Grupo de Veneza". 
Com outros cartunistas italianos, incluindo: 
Alberto Ongaro e Mario Faustinelli e 
decidiram fundar uma revista. 
Assim surgiu a revista Asso di Piche 
(Às de Espadas), que foi lançada em 1945,
 como Albo Uragano , cuja temática principal
 eram as histórias em quadrinhos de aventura.
 A revista teve algum sucesso e revelou jovens
 talentos, como: Dino Bataglia, Rinaldi D’Ami e 
Bellavitis Giorgio - só feras. 
Ás de Espadas chegou à Argentina
e lá fez um sucesso retumbante. 
Tanto que em 1949,  Hugo Pratt foi 
convidado para
 conhecer o país de los hermanos.



PRATT NA ARGENTINA

No final da década de 40, Pratt mudou 
definitivamente para Buenos Aires, capital 
da Argentina, onde rapidamente foi contratado,
 por um bom salário,
  e passou a trabalhar para editora Abril de lá.
 OBS: Antes de existir a editora Abril no Brasil já
 existia uma outra Abril da família
 Civita no país vizinho. 
Assim, Pratt se reuniu a outros talentosos artistas
 das historietas argentinas, como: 
José Luís Salinas
 (autor de Cisco Kid), Alberto Breccia 
e Solano López.




Curiosamente, o desenhista brasileiro 
João Mottini, nascido em Santana do Livramento,
no Rio Grande do Sul, e que começou 
aos 10 anos de idade trabalhando em 
jornais e que mais tarde trabalhou 
na editora Globo – do Sul -, fazendo ilustrações 
para enciclopédias, em 1940, aos vinte e poucos
 anos, decidiu ir pra Argentina, onde na época 
as HQs de faroeste e aventuras estavam em alta 


Lá, ele acabou conhecendo e trabalhando 
ao lado de Hugo Pratt e os demais grandes
 autores que formavam o grande time de 
criadores de historietas 
daquele país. 

Artes, acima e abaixo, do incrível João Batista Mottini

Negrinho do pastoreiro. Mottini
 também fez: Aba Larga e Buck Jones

Mottini, Pratt, Salinas e Breccia deram
 aula na famosa Escuela Panamericana
 de Arte, a mesma que 
anos depois Manoel Victor Filho, trouxe 
para o Brasil. Salinas, Pratt, Breccia e Mottini 
tiveram a honra de expor suas artes no famoso
museu do Louvre, em Paris. 
Um dia, Mottini decidiu voltar ao Brasil e aqui 
colaborou com o CEPTA, 
criado pelo então governador gaúcho Leonel
 Brizola com o intuito de alavancar as 
Histórias em Quadrinhos nacionais.



Porém, a cooperativa chamada CEPTA 
não foi avante. 
Joao Mottini faleceu em 1990, aos 67 anos. 
Foi, sem dúvida, um grande 
guerreiro das HQs nacionais.


Na Argentina, Hugo Pratt passou a 
colaborar com a editorial Frontera e 
assim os leitores daquele país tiveram
 o prazer de ver e ler algumas das séries mais 
importantes criadas por Pratt, como: Junglemen
 (escrito por Ongaro), Sargento Kirk, Ernie Pike, 
o repórter, e Ticonderoga.

Algumas dessas séries foram escritas por 
Héctor Germán Oesterheld, um dos
 maiores escritores do mundo 
dos quadrinhos argentinos.
 Pratt, como já foi dito,
também lecionou desenho na 
Escola Panamericana
 de Arte, dirigida por Enrique Lipszyc. 
Hugo Pratt, algum tempo depois, retornou 
à Europa, mas artista veneziano freqüentemente
 viajava para a América do Sul e esteve 
na Amazônia e no estado de Mato Grosso, 
no Brasil. Durante esse período, ele
 produziu seu primeiro livro de 
quadrinhos como um autor completo,onde
 escreveu e desenhou a série Jugla della
 Anna (Ana da Selva).
 Outras obras também de sua autoria foram: 
Capitan Cormorant e Wheeling.


NA ITÁLIA SURGE A IDÉIA DE
CRIAR CORTO MALTESE



Do verão de 1959 ao verão de 1960,
 Pratt viveu em Londres, na Inglaterra, onde ele
 desenhou uma série de quadrinhos de guerra para 
as publicações da Fleetway, com histórias feitas
 por roteiristas britânicos. 
Tempo depois, ele retornou para à Argentina, 
apesar dos problemas 
econômicos que enfrentava aquele país. 
De lá, mudou-se novamente para a Itália em 1962,
onde começou a colaborar com uma revista em 
quadrinhos dedicada às crianças a famosa
 Corriere dei Piccoli , para a qual ele fez várias
 adaptações de vários clássicos da literatura
infanto junevil de aventura, incluindo a Ilha do 
Tesouro e  Kidnapped, de Robert Louis 
Stevenson.



Em 1967, Hugo Pratt encontrou Florenzo 
Ivaldi, e com ele criou uma revista em 
quadrinhos em homenagem a seu personagem, 
Sargento Kirk, o primeiro herói escrito por 
Héctor Oesterheld. 
Na primeira edição, saiu a mais 
famosa história de  Pratt: Una Ballata Salato
 Del Mare ( A Balada do Mar Salgado ), que 
apresentava pela primeira vez 
o seu personagem 
mais conhecido: Corto Maltese.

Três anos depois, Corto também foi publicado 
na revista francesa Pif. Devido à sua família ter  
ascendência mista, Pratt tinha aprendido trechos
 do cabalismo judaíco  e conhecia muitas 
histórias a respeito do tema e isto lhe
facilitou a vida para executar
 muitos trabalhos.

A maioria das histórias de Pratt são situadas 
em suas épocas reais históricas 
e lidam com fatos reais. Por exemplo: 
A guerra de 1755, entre franceses e os 
colonos britânicos está registrada na
 HQ Ticonderoga, as guerras coloniais 
ocorridas na África e as duas 
Grandes Guerras Mundiais também estão 
retratadas em suas séries de HQs. 
Pratt fazia uma pesquisa exaustiva 
e visual dos elementos de cada 
época e alguns personagens 
são figuras históricas reais 
ou são baseados neles, 
como o principal adversário 
de Corto Maltese: Rasputin. 
Pratt foi o primeiro autor a se preocupar 
em fazer este tipo de trabalho, 
no mundo das HQs. 

Muitos dos personagens secundários de 
seus fumettis (HQs, em italiano) passam de 
uma série para outra de uma forma que 
colocam todas as histórias de Pratt em 
perfeita harmonia continua.
 Ele também foi inovador nisso.


As principais da séries de Hugo Pratt – pouco 
conhecidas no Brasil -, fazem parte da segunda 
parte de sua brilhante carreira de autor de comics. 
Elas são: Gli Scorpioni del Deserto eJoe Jesuíta. 
Ele também escreveu histórias para o seu grande 
amigo e ex-aluno Milo Manara,
 como: Tutto Ricominciò 
Un'estate Indiana con  El Gaucho .




O ANDARILHO


Entre os anos dee 1970 a 1984, Pratt viveu
 principalmente na França, onde 
Corto Maltese, um personagem muito 
complexo psicologicamente
 resultantes de suas 
experiências de viagem e
 de sua infinita capacidade
 inventiva de autor,por
 fim, se tornou seu personagem 
principal de uma série de histórias em quadrinhos 
campeãs de vendas. Inicialmente a série passou
 a ser publicada - entre 1970\1973 -, pela revista
 francesa Pif Gadget , e foi um grande sucesso 
de público e de crítica.
Posteriormente a mesma série foi publicada 
em formato de álbum e acabou 
sendo traduzida
 para quinze idiomas.

De 1984 a 1995 o guerreiro Hugo 
Pratt  viveu na 
Suiça, onde o sucesso 
internacional que Corto 
Maltese começou continuou 
em alta e ele se tornava
 cada vez mais um autor 
de prestígio internacional.

Na França, a maioria dos seus trabalhos - da fase
 pré-Corto Maltese -, passaram a ser publicados nas 
edições de álbuns por diversas editoras como: 
Casterman, Dargaud, e Humanoides Associés. 
Hugo Pratt sempre teve 
um espírito de viajante.

Viajou do Canadá até a Patagônia, 
da África para a área do Pacífico, 
segundo ele, em busca de
subsídios para suas criações.
Hugo Pratt, o bom gourmet 
que adorava uma bela
macarronada morreu de câncer no dia
 20 de agosto de 1995, mas deixou 
uma obra inigualável.

Capas espetaculares foram feitas por
 Pratt para as edições inglesas
Pratt citou autores como, Robert Louis Stevensom, 
James Oliver Curwood, Gray Zane, Kenneth Roberts, 
Herman Melville e outros mestres da escrita.

Sua obra influenciou e inspirou gente de peso,
 como o cartunistas Lyman Young, Will Eisner 
(o fantástico criador do Espírito) e 
especialmente o grande Milton Cannif, que 
sempre confessou ser seu fã.


UMA GRANDE HOMENAGEM 

Sexta feira. Dia 15 de julho de 2005. 
Na tradicional feira anual de HQs 
chamada San Diego Comic-Com 
em sua décima sétima edição,  onde 
é entregue o cobiçado 
troféu Will Eisner Comic
 Industry Awards, ele foi um dos quatro
profissionais do ano que entrou para o
Comic Book Hall of Fame.

Uma das séries criadas por Pratt, chamada 
"Os Escorpiões do Deserto", foi
 continuada após a sua morte. 
Em 2005, um sexto volume 
desta série foi lançado, com os desenhos 
do competente  Pierre Wazeem, chamado
 "Le Chemin de Fièvre". Um sétimo álbum foi 
agendado para ser lançado pela editora 
francesa Casterman
 e teve seu lançamento em março de 2008. 
A tradicional  editora Casterman também, em 
várias ocasiões, insinuou o possível lançamento
 futuro de um novo episódio da saga
 de Corto Maltese.


O tesouro inacabado que foi encontrado

UMA GRANDE NOVIDADE

Quando Alfredo Castelli, autor e 
estudioso de banda desenhada (HQs),
 revelou ter descoberto
 há alguns anos 64 pranchas originais de uma 
versão incompleta das aventuras de 
Sandokan, desenhada por Hugo Pratt, em 1971,
 o mundo da BD reagiu como se tivesse sido 
encontrado um grande tesouro.
Hoje, quando a primeira edição destas duas 
histórias inacabadas - Tigri di Mompracem e 
La Riconquista di Mompracem - se prepara para
 chegar às livrarias italianas (a versão em
 francês só será lançada no Outono), a expectativa
 é ainda maior. Sobretudo porque Castelli, que 
está envolvido nesta publicação com
 a chancela da editora italiana Rizzoli Lizard,
 revelou apenas a primeira das pranchas 
desenhadas por Pratt, o criador do indomável
 e romântico Corto Maltese e do pragmático
 Sargento  Kirk.




Basta uma pesquisa rápida 

na Internet para perceber que há
muitos leitores de BD que esperam 
ansiosamente "as novas aventuras" da
 personagem criada pelo escritor Emilio 
Salgari (1862-1911) e que, na versão de Pratt,
 tem a sua história contada 
pelo roteirista Mino Milani. 

Segundo o jornal argentino El País, que teve o
privilégio de poder  avaliar 
pela primeira vez uma das 
64 pranchas originais - a única que 
Castelli concordou em mostrar -, o
 aspecto do Sandokan de Pratt nada tem a ver
 com o da versão cinematográfica e televisiva
 que se tornou celebre pelo
 ator indiano Kabir Bedi. 
Nesta prancha já conhecida puderam 
notar que o autor italiano preferiu representar
 o príncipe malaio - um homem corajoso que se
 insurgia contra a tirania britânica e que tinha
 uma namorada chamada Marianna e um 
amigo português - sem barba, sentado numa
 cadeira de vime, numa pose muito semelhante 
às que podemos encontrar no próprio 
Corto Maltese. E, também afirmaram que 
o trabalho está de alto nível.



Isto deixou ainda mais seus fãs ansiosos.
O Sandokan de Pratt-Milani 
foi uma encomenda do
 Corriere dei Piccoli, o célebre
 suplemento infantil
 do diário italiano Corriere della Sera. 
Quando a fantástica descoberta 
foi revelada, o editor da 
revista italiana só pensou em publicar o material
depois de receber a autorização da Cong SA, 
a empresa que detém os direitos da 
obra de Hugo Pratt. 
Castelli explicou aos jornalistas que a obra se
 manteve inédita porque o autor italiano não
 conseguiu cumprir os prazos de entrega que 
os editores do Corriere dei Piccoli 
tinham estipulado.

O ator americano Johnny Depp, 

que vive o papel de  Jack Sparrow, o
 corsário dos filmes da série Piratas do
 Caribe, disse que já buscou inspiração
 em Sandokan para compor seu personagem.
Dizem por aí que Johnny Deep poderá vir a ser 
o autor do prefácio do Sandokan 
de Pratt na edição francesa. 
Só nos resta esperar para ver.


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