quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Homenagem Póstuma a um dos grandes mestres do quadrinho italiano: Sérgio Toppi!


 Homenagem Póstuma a um dos grandes mestres do quadrinho italiano:

Sérgio Toppi!

(Matéria Especial) 



 
A Itália sempre se destacou no 

cenário mundial das Histórias 

em Quadrinhos...

como o celeiro de grandes mestres da arte seqüencial, como: Hugo Pratt, 
Giovanni Ticci, Dino Bataglia, Giolitti, Breccia e outras feras. 
Há quem afirme que o trabalho dos europeus, em geral, são 
muito mais artísticos, mais acadêmicos do que o dos americanos, 
que durante séculos se dedicaram ao segmento quase 
exclusivo dos super-heróis - revistas dirigidas ao público infanto-juvenil.
Coube aos europeus inovar a linguagem da arte sequêncial, pois 
foram eles os primeiros a abordar temas adultos em revistas de 
peso como Metal Hurlant e outros títulos, que revolucionaram 
época e que foram reverenciados até mesmo pelos americanos.




Metal Hurlant, que trazia uma time de primeira linha de autores 
europeus, como Moebius (Jean Giraud) e outros bambas do
 traço passou a ser publicada na América com o título de 
Heavy Metal e obteve um grande sucesso.
 Em geral, os artistas europeus sempre foram muito mais ecléticos 
no que se refere a abordar temas em álbuns luxuosos 
dedicados ao público adulto.
Sergio Toppi, um dos grandes mestres italianos dos fumettis. 
Faleceu em Milão, no dia 21 de agosto, de 2012, aos 79 anos, vítima 
de câncer. Foi um artista celebrado mundialmente, durante sua prolífica 
carreira de mais de 50 anos. Foi contemplado com diversos prêmios – 
justo reconhecimento- e para sempre será considerado pela
 crítica como um dos grandes nomes dos quadrinhos mundiais.
Durante sua gloriosa carreira profissional, colaborou com  
 algumas das mais importantes  revistas de Quadrinhos 
publicadas na Europa, como: Sgt. Kirk, Linus, Alter Alter, Il Giornalino,
 Il Mago, Corto Maltese, L'Eternauta, Comic Art e Ken Parker 
Magazine. Apesar de sua vasta produção, infelizmente, poucas 
obras desse artista genial foram lançadas no Brasil.

MINI BIOGRAFIA

 

Sergio Toppi, nasceu em Milão, no dia 11 de outubro de 1932.
 Estudou durante dois anos na Escola de Arte do Castelo, mas um 
dia decidiu abandonar o curso e foi para o Liceu Clássico.
Começou sua carreira no ano de 1953, fazendo ilustrações 
para a famosa Enciclopedia dei Ragazzi. Na década de 1950, 
fez diversas ilustrações para a UTET (Unione Tipografico
-Editrice Torinese) e para a conceituada editora Mondadori.
Devido a sua versatilidade, em 1956, Toppi fez algumas artes 
para a revista Topolino (Mickey, no Brasil). Ainda no mesmo ano, 
trabalhou para o estúdio Pagot, fazendo curtas
-metragens de animação para agências de publicidade, 
veiculados no programa Caroselli Televisivi, da RAI
 (Rádio e Televisão Italiana).
Certa feita, ele confessou que foi influenciado no começo 
de sua carreira pelas edições de quadrinhos  publicadas no
 final da década de 1940, na revista Asso de Picche 
(Ás de Espadas), que trazia as artes geniais de 
Dino Battaglia e Hugo Pratt.





Ingressou no mundo dos quadrinhos em 1960, ao publicar 
Il mago Zurli, publicada na famosa revista chamada 
Corriere dei Piccoli. Essa sua primeira HQ publicada foi feita 
em parceria com o roteirista Carlo Triberti.
Segundo aqueles que conviveram com Toppi, este foi um período 
difícil de sua vida, que ele não gostava de relembrar.
1966. Toppi passou a desenhar La Vera Storia di Pietro Micca, 
publicação que teve inicio em 1957, no popular Corriere 
dei Piccoli -, série de HQs criada e desenvolvida pelo escriba 
Mino Milani, com quem Toppi colaborou por diversas vezes.

A ASCENÇÃO DE UM GRANDE MESTRE





Corria o ano de 1974, quando Toppi foi contratado, pelo também 
genial Sergio Bonelli (criador de inúmeros personagens e HQs 
e o criador de Tex, a mais antiga sértie de western dos quadrinhos),  
 para desenhar a série: Herman Lehmann - L'indiano Bianco. 
Foi na execução desse trabalho, que Sergio Toppi decidiu reinventar 
seu traço e assim criou um estilo marcante.
Este seu novo estilo gráfico se solidificou ainda mais 
quando publicou no semanário Il Messaggero dei Ragazzi, cujo 
editor, Giovanni Colasanti, lhe deu a oportunidade
 de trabalhar com total liberdade.




Entre os anos de 1975 e 1976, desenhou várias HQs curtas 
para diversas revistas e jornais, incluindo as séries: Sgt. Kirk 
e Il Giornalino. Em 1975, este fantástico desenhista faturou o 
cobiçado troféu Yellow Kid, o mais importante do mundo, 
na época -, durante o 11º Festival Internacional de 
Quadrinhos de Lucca, na Itália.
Colaborou com a série Un Uomo, Un'avventura, uma série clássica 
da editora Cepim (que mais tarde passou a se chamar Sergio 
Bonelli Editore).  Essa parceria com a Cepim começou 
em 1976, com o álbum L'Uomo del Nilo. 
Também nesse período começou a colaborar com as revistas 
Alter Alter  - na qual, dois anos mais tarde, desenharia a 
HQ Sharaz-De) e Linus.
Assim, seu estilo marcante começou a influenciar muitos o
utros artistas pelo mundo afora.
No ano de 1977, desenhou, L'Uomo del Messico. E em 1978:
L'uomo delle Paludi.



 No Brasil, a lendária e extinta editora Ebal, de Adolfo Aizen,  
 publicou seis edições da série Um Homem, Uma aventura, 
para a alegria dos colecionadores e aficcionados da arte 
seqüencial. O Homem do Nilo foi lançado no Brasil 
em 1978, e reeditado em 1987.
Entre 1978 e 1980, Sergio Toppi desenhou vários 
episódios das séries História da França em Quadrinhos
 A Descoberta do Mundo, obras lançadas pela editora  
Larousse, em território françês. Estranhamente, essas publicações 
jamais foram publicadas na Itália.
Em 1982, o incrível mestre, desenhou a história de Marilyn 
Monroe, em quadrinhos, que foi publicada no formato Bédésoup.
Ainda na década de 80, colaborou fazendo HQs para 
as revistas: l'Eternauta, Corto Maltese, Comic Art e Magic Boy.
Apesar de ter seus trabalhos reverenciados pela crítica e
 pelos leitores de todo o mundo, Sergio Toppi, até então,
 não havia criado um personagem próprio.
 Isto só ocorreu em 1984, quando ele decidiu criar seu 
único personagem de toda a sua brilhante carreira, chamado:
 o Colecionador (Il colezzionista), que saiu como álbuns
 publicados na série denominada: I Protagonisti di Orient Express.
O Colecionador foi publicado em três álbuns, Il Calumet di 
Pietra Rossa, em 1984; L'obelisco della terra di Punt, em 1985;
 e La Lacrima di Timur Leng, em 1986. Todos foram lançados 
pela Edizioni L'isola Trovata, com sucesso.
Em 1992, Toppi foi contemplado com mais dois importantes prêmios:  
Caran D'ache - no Festival de Lucca-,  e com o A.N.A.F.I.


 

O homem do traço estiloso e da quadrinização arrojada, voltou 
a colaborar com a editora de Sergio Bonelli, em 1995,desenhando 
histórias para a revista Ken Parker, Martin Mystère e Júlia.
 Também chegou a ilustrar duas aventuras de Nick Raider:
 Senza Respiro, em 1997; e Tracce di Sangue, em 2001, que se 
tornaram verdadeiros clássicos.
Em 1997, o polivalente mestre Sergio Toppi passou a colaborar 
com a editora francesa Mosquito, que passou a  republicar 
praticamente todos os seus trabalhos. Como: Sharaz-De 1 e 2,
 Le Joyau Mongol, L'Obélisque Abyssin, Le Sceptre de
 Muiredeagh, Le Calumet de Pierre Rouge, Le Collier de 
Padmasumbawa, Le trésor de Cibola, Myetzko, Warramunga, 
La légende de Potosi, Ile Pacifique, Dossier Kokombo, 
Black and Tans, Toppi, Une Monographie, Bab El Alham - 
1932, Pirates, David et Goliath, Blues, Tanka, Soudards & 
Belle Garces, Um Peu plus à L’Ouest, e muito mais).
Outros grandes mestres italianos dos quadrinhos, como:
 Dino Batagglia, Ivo Milazzo e Atillio Micheluzzi, também foram 
editados pela Mosquito.




Em 2001, a editora canadense Fides publicou Karol Wojtyla - 
Le Pape du Troisième Millénaire (Karol Wojtya, O Papa do 
Terceiro Milênio), cujo  roteiro foi escrito por Tony Pagot.
Em 2003, o mestre Toppi, sempre solicitado e reverenciado - 
devido ao seu estilo marcante-, participou em 2002 de uma 
homenagem ao compositor clássico Vivaldi. 
O sensacional evento foi  realizado na magnífica cidade 
de Veneza, na Itália. Na ocasião, Sergio Toppi esteve ao 
lado de outros grandes artistas, como: Maurizio Ribichini, 
Lorenzo Sartori, Giancarlo Alessandrini e Alarico Gattia.

A ARTE DO MESTRE NA MARVEL 



 Em 2006, colaborou fazendo capas para a minisérie 1602 – 
Novo Mundo, da Marvel Comics, que tinha os argumentos
 do talentoso Neil Gaiman, roteiro de Greg Pak e que
 foi ilustrada pelos desenhistas brasileiros: Greg 
Tocchini e Edde Wagner.
Em 2009, no Festival Internacional de Quadrinhos de Bolonha
realizado na Itália, foi exposta uma fantástica exposição sobre
 a obra sui generis de Sergio Toppi.
Esse genial mestre italiano, influenciou centenas de artistas 
por todo o mundo, dentre eles, nomes consagrados, como: 
Frank Miller, Sean Gordon Murphy, Walt Simonson,
 Bill Sienkiewicz, Simone Bianchi, Ashley Wood, José
 Aloísio de Castro e outras feras do traço.
Infelizmente, o mundo das HQs perdeu mais um dos 
grandes mestres deste incrível segmento artístico, 
de revistas em quadrinhos, que no século passado
 se tornou um dos maiores veículos de comunicação de massa. 
Porém, Sergio Toppi deixou um legado irrefutável, inquestionável, 
que elevou ainda mais o conceito da arte seqüencial. 





Toppi, um dos grandes desenhistas italianos faleceu em 
Milão, na manhã de 21 de agosto, de aos 79 anos, vítima 
de câncer. Toppi foi e ainda é um artista celebrado mundialmente, 
com uma carreira prolífica que durou mais de 50 anos. 
Faturou diversos prêmios e para sempre será lembrado
 como um dos grandes mestres dos
 quadrinhos de todos os tempos.





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