quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Bang (Clipe Oficial) - Anitta

UM HOMEM\UMA HISTÓRIA - Matéria Especial sobre uma Série Clássica das HQs!


UM HOMEM\UMA HISTÓRIA!
Nessa série o editor conseguiu reunir
grandes mestres da Nona Arte Italiana! Confira...





A editora italiana CEPIM lançou na década de 70 a coleção.
Um Homem\Uma Aventura. Nela, os editores conseguiram
reunir um time de excelentes profissionais da arte do 
desenho e da escrita. No Brasil a série foi lançada pela 
saudosa editora EBAl, de Adolfo Aizen. Assim ela passou
a fazer parte da coleção de muitos artistas e de gente que 
adora arte, como eu. A seguir você poderá relembrar 
algumas belas páginas dessa coleção incrível, que marcou época, realizadas por artistas de peso, consagrados mundialmente 
e saber um pouco mais sobre alguns desses grandes
 e genais mestres do fumetti.

O HOMEM DA ZULULÂNDIA
POR: LUIGI (GINO)
 D’ANTONIO

Nasceu em Milão, Itália, no dia 16 de março de 1927. 
Militou em diversos campos, como: ilustrando livros, capas e, sobretudo, fazendo histórias em quadrinhos. 
Foi um dos desenhistas da série Pecos Bill. 
Além disso foi o idealizador, roteirista e desenhista
da série Storia Del West
 (Epopéia-Tri, no Brasil, publicada pela EBAL). 
Colaborou para a revista italiana Il Vittorioso e com a 
editora Mondadori, Fleetway Publications, Junior 
Express, Eagle, Edizioni Paoline, Emme Zeta e outras de livros, periódicos em geral e revistas de HQs.

 



O HOMEM DAS PIRÂMIDES
POR: ENRICO SIÓ


Ele nasceu em Barcelona, Espanha, no dia 5 de abril de 1942.
 Aos 18 anos, começou a desenhar HQs para a editora britânica Fleetway. Após ilustrar duas histórias para a Salvat Editores, de Barcelona, passou a colaborar intensamente para a editora 
Rizzoli, em particularmente para as revistas Linus, 
Alterlinus, Corriere dei Ragazzi e Corriere d’Informazione. 
Para a editora Diki Book ilustrou um livro sobre soldadinhos
e para a Quadragono o álbum Auto-da-Fé. Tempo depois, 
colaborou com a revista Cosmopolitan e fez um capítulo da série Memórias de Casanova, em quadrinhos. Também trabalhou na belíssima coleção História da França, que foi publicado pela
Larousse em forma de HQ.
Para asérie Um Homem/Uma Aventura – 
feita originalmente em 1977  para a casa editorial italiana 
CEPIM e que foi lançada pela EBAL, no Brasil (volume # 5), 
ilustrou e colorizou a HQ O Homem das Pirâmides .





O HOMEM DE CHICAGO
POR:  GIAN CARLO
ALESSANDRINI

Ele nasceu em Jessi, no dia 20 de março de 1950. 
Após freqüentar a Escola de Arte de Ancona, Itália, começou a desenhar HQs em 1972, ilustrando a série Anni Duemila 
e Lord Shark, para a revista Corriere dei Ragazzi. 
Simultaneamente, trabalhou para a Fleetway Publications,
desenhando histórias de guerra. Para o Studio Arcoquattro,
ilustrou as aventuras de Eva Kant, publicadas, primeiramente, 
em Cosmopolitan e , depois, em Mago. Na seqüência, começou a trabalhar para a edfitora CEPIM, para s série Ken Parker, Edizone Paoline e para o semanário Bliz. Para a série Um Homem/Uma Aventura G. Alessandrini fez O Homem de Chicago (1977).

O HOMEM DO NILO

POR: SERGIO TOPPI


Ele nasceu em Milão no dia 11 de outubro de 1932. 
Tornou-se um excelente desenhista de HQs e capista. 
Colaborou em desenhos animados e curtametragens feitos para publicidade. Trabalhou para a editora Rizzoli, para as revistas Corriere dei Ragazzi e Linus, Quadragono, Messaggero 
dei Ragazzi e as Edizioni CEPIM, casa editorial que lançou a série 
Um Homem\Uma Aventura, onde Toppi fez a 
HQ O Homem do Nilo.




O HOMEM DA LEGIÃO

POR: DINO BATTAGLIA

Este grande artista nasceu em Veneza, em 1923. Após ter uma experiência no grupo Asso dfi Picche, primeira revista italiana 
de HQs do pós-guerra, realizou a série Junglemen e alguns
 episódios de Pecos Bill e El Kid. Em seguida, colaborou com 
a revista Corriere dei Ragazzi. Dino Baaglia também se notabilizou como excelente ilustrador de contos. Em 1976, para a CEPIM
 produziu a HQ O Homem da Legião, para a série Um Homem\Uma Aventura. Os desenhos de Dino foram colorizados
 por Laura Bataglia.

CLÁSSICOS DAS HQs


A Coleção clássica chamada Um Homem\Uma Aventura lançada na Itália pela editora CEPIM. Atualmente ela é muito disputada por colecionadores e apreciadores das boas HQs.
A referida coleção era composta por diversos volumes, em cores, impressa em papel de boa qualidade, que eram ricamente ilustrados por grandes mestres dos quadrinhos da Europa. Confira a relação a seguir e saiba quais foram os títulos publicados:

1 – O Homem do Nilo – Por Sergio Toppi
2 – O Homem da Zululândia – Por Gino D’Antonio
3 – O Homem da Legião – Por Dino Bataglia
4 – O Homem do Caribe – Por Hugo Pratt
5 – O Homem do Deserto – Por Ferdinando Tacconi
6 – O Homem de Klondike, Por Alarico Gatia
7 – O Homem do México – Por Sergio Toppi
8 – O Homem de Pequim – Por Renato Polese
9 – O Homem do Texas – Por Aurélio Galleppini
10 – O Homem das Pirâmides – Por Enric Siò
11 – O Homem de Pavok – Por Guido Crepax
12 – O Homem de Chicago – por Giancarlo Alessandrini
13 – O Homem de Tsushima – Por Bonvi
14 – O Homem do Sertão – Por Hugo Pratti
15 – O Homem do Sul da Itália – Por Alarico Gattia
16 – O Homem de Iwo Jima – Por Gino D’Antonio
17 – O Homem do Pântano – Por Sergio Toppi
18 – O Homem de Tanganica, Por Attilio Micheluzzi
19 – O Homem das Neves – Por Milo Manara
20 – O Homem da Somália – Por Hugo Pratti
21 – O Homem do Harlem – Por Guido Crepax
22 – O Homem da Nova Inglaterra, Por Dino Bataglia

 OBS: Consegui encontrar em sebos alguns exemplares que
Faltavam na minha coleção, outros consegui no exterior –
Edições originais italianas.

Se você gosta de HQs de qualidade e não conhece essas edições fantásticas, vale a pena procurá-las e conhecê-las.

Copyright 2015\Tony Fernandes\Redação Pegasus Studios –
Uma Divisão de Arte e Criação da Pégasus Publicações Ltda –
São Paulo – SP – Brasil
Todos os Direitos Reservados

OBS: Os direitos das iamgens contidas nessa matéria pertencem aos 
seus autores ou representantes legais. São, apenas de cunho ilustrativo.


























quinta-feira, 22 de outubro de 2015

MANGÁS ART GALLERY - PIN-UPS!



Se você  é fã de  mangás e curte os artistas 
do Japão, relaxe e curta as belas artes a seguir...





























By Tony Fernandes\Pegasus Studios - 
S. Paulo - SP - Brazil

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Nenhum de Nós - O Astronauta de Mármore "Ao Vivo" HD

Engenheiros do Hawaii - Infinita Highway (Acustico MTV)

Titãs - Marvin

Kid Abelha - Como eu quero

Snoopy & Charlie Brown - Peanuts, O Filme | Trailer Dublado HD

Hotel Transilvânia 2 | Trailer dublado | 24 de setembro nos cinemas

Danni Carlos - Coisas que eu sei

Jorge Vercillo - Ela Une Todas As Coisas

Seu Jorge - Felicidade (Lyric Video)

sábado, 5 de setembro de 2015

ENTREVISTA COM ED OLIVER DA EDITORA JÚPITER II!




Posso me considerar um sujeito de sorte, 
porque ao longo dos anos em que venho 
mantendo nossos blogs no ar sempre pude
contar com a colaboração dos amigos – 
profissionais do ramo, que sempre concordaram 
em dar seu depoimento – poucos foram aqueles 
que se recusaram a atender minhas solicitações. 
E foi graças a colaboração dos nossos entrevistados 
é que esses blogs estão classificados no ranking mundial das maiores audiências e gozam de boa reputação. Agradeço, de coração, em nome da nossa equipe. E foi graças a esses imprescindíveis colaboradores é que esses nossos veículos de comunicação virtuais ganharam notoriedade 
divulgando e registrando os grandes 
acontecimentos do mundo das
HQs nos últimos anos.

Agradecemos a todos que colaboraram e que ainda colaboram, com seus depoimentos esclarecedores. Apesar de oferecemos aos nossos seguidores e a população flutuante que nos visita, das mais diversas partes do mundo, diversão e lazer, como: trailers de filmes de cinema, antigos seriados, interessantes documentários, antigos e novos desenhos animados 
da TV e matérias especiais, ainda são as 
entrevistas que obtém um grande número de acesso.
Isso nos estimula a continuar trabalhando.
Grato à todos.

Mas, vamos em frente que aí vem gente!
Desta feita, o nosso entrevistado, que 
é um competente ilustrador, autor 
de HQs e designer gráfico, ex-colaborador
da Revista Mundo dos Super Heróis, nos brindará respondendo uma serie de perguntas sobre a 
carreira dele e de uma editora de autores 
independentes que foi, indubitavelmente, 
uma das mais importantes desse país e que veio lamentavelmente a encerrar suas atividades recentemente. Estou me referindo a editora Júpiter II, que já deixou saudades e um grande legado, porque revelou novos autores de quadrinhos e resgatou diversos veteranos das HQs nacionais e publicou
incríveis personagens.
A seguir curtam o depoimento do bengala 
brother e grande guerreiro, que também foi 
um dos mentores da citada editora de HQs independentes que fez história. 
O nome do fera é...

ED OLIVER, O INTRÉPIDO!  


Tony 1: Salve, grande, Ed. Sinta-se em casa. 
Bem vindo. Quando você aceitou dar essa 
entrevista fiquei muito feliz,
pois há tempos vinha acompanhando o belo
trabalho feito por você e o valoroso guerreiro 
e bengala brother Jose Salles, através da editora 
Júpiter II.
Sempre tive a curiosidade de saber mais
sobre vocês... e esta será uma ótima oportunidade,
de todos nós, que nos dedicamos a criar e 
a desenvolver HQs, saber mais sobre 
o incrível e corajoso trabalho que vocês 
realizaram e que, infelizmente, findou. 
Bem, mas vamos as perguntas básicas
iniciais,como é de praxe...
Qual é o seu nome de batismo, Ed?

ED OLIVER: Eduardo Manzano.

Tony 2: Manzano? Não entendi de onde veio o Oliver,
mas deixa pra lá... bem, nome de guerra é nome 
de guerra... Rsss... Em que dia, mês, ano e 
estado você nasceu?

ED OLIVER: Nasci em São Paulo 
mesmo em 12/04/1980.

Tony 3: Você é como eu, paulistano
 (quem nasce na capital é paulistano, paulista 
é quem nasce no interior de S. Paulo), somos
raridade nesta cidade... Rssss. 
Você tem alguma formação acadêmica? 
Estudou arte ou é autoditada?

ED OLIVER: Sou formado em Design Gráfico pelo 
Senac, mas muito do que aprendi no mundo das
artes e dos quadrinhos foi vivenciando no dia a
dia pondo a mão na massa mesmo!

Tony 4: O Senac é muito bem conceituado, tem 
cursos profissionalizantes excelentes, mas sem 
dúvida a melhor escola é a pratica e a 
convivência com outros profissionais...
Com que idade você decidiu que deveria entrar
para o mundo editorial?
E, por que tomou essa decisão? 
O que o motivou?


ED OLIVER: Eu sabia que queria trabalhar com 
desenho desde cedo, mas na época que comecei, as tecnologias ainda engatinhavam. Bati em muita porta 
de editora com pastinha debaixo do braço, a primeira 
editora que me ofereceu um emprego fixo foi a 
Editora do Brasil em sua linha de livros didáticos.

Tony 5: Editora do Brasil... conheço bem, pois já fiz
um trabalho para eles, no tempo do Ricardo Borges... 
Como surgiu a primeira oportunidade de publicar um trabalho seu e em que ano isso aconteceu? 
Teve que ralar muito para conquistar seu espaço? 
Ou foi fácil?

ED OLIVER: Na verdade eu surgi mesmo no 
Boom dos quadrinhos alternativos do inicio 
dos anos 90, época da efervescência dos fanzines, publiquei meus primeiros 
trabalhos neste meio e o primeiro trabalho 
pago foi uma charge para o jornal Metro News.

Tony 6: Para quem não é da cidade de São Paulo, saiba que  o Metro News é um tablóide de expressiva tiragem distribuído gratuitamente nas estações do metro. Foi o primeiro jornal desse tipo. 
Atualmente, há outros títulos que concorrem 
com ele, eu acho... 
Antes de enveredar pelo setor editorial, 
você exerceu outras profissões?

ED OLIVER: Já trabalhei em livrarias, quer dizer
estava sempre perto da cena do crime! Rsrsrsrsr!


Tony 7: “Perto da cena do crime”, é ótimo... rsss... 
Você trabalha individualmente ou prefere 
trabalhar em equipe?

ED OLIVER: Não sei, sempre busquei um
 parceiro fixo ou uma turma que pudesse
 levar as coisas em frente, sobretudo
 nos quadrinhos... 
mas, que verdade seja dita, muito artista 
no Brasil reclama mas não leva a sério a 
profissão, se compromete a fazer 
as coisas e não faz. 
Quando vê trabalho grande pela frente tem
medo, fica com preguiça de prazos e
responsabilidade. Eu sou ao contrário, se
precisar, varo noites num projeto, por isso 
sempre trabalhei mais sozinho.


Tony 8: De fato, há péssimos profissionais
 em todos os setores, inclusive no mundo das HQs. 
Lembro-me bem de ter visitado um editor, no início de carreira e ele me disse: “Você vai fazer mesmo esse almanaque, Tony? Vai cumprir o prazo?”
Respondi que sim. 
E quando perguntei o por que de tal 
pergunta ele respondeu:
“Incrível, porque a maioria dos desenhistas 
são “canistas”!
Ou seja, dão o cano, não cumprem os prazos.
Isso é mal para todos da classe. 
Se estou no ramo até hoje, isto é por que 
sempre respeitei os prazos, assim como você. 
Também já “rachei a noite” por diversas vezes
para não dar mancada.
Que tipo de cliente você atende? 
Apenas editoras, ou também colabora com jornais,
agências de publicidade e empresas em geral?

ED OLIVER: Meu principal ganha pão na verdade, 
há anos e até hoje em dia, está no mercado 
publicitário e de bandas musicais. 
Eu tocava em bandas de Heavy Metal 
e naturalmente comecei a ilustrar material 
para capas de CDs e Merchandising, com o 
crescimento do estilo o meu trabalho ficou 
conhecido lá fora e hoje trabalho diretamente 
com bandas e gravadoras. 
Também trabalhei muitos anos para Eliphas
Andreato e sua agência, através de quem 
conheci Tom Zé que me chamou para ilustrar
o encarte de seu CD “ Jogos de Armar “ 
este trabalho alavancou minha carreira
de ilustrador sobretudo lá fora onde 
Tom Zé possui uma legião 
muito grande de fãs.




Tony 9: Mais um músico... legal. 
É incrível como a maioria do pessoal que lida com HQs também mexe com o mundo da música. Também atuei na música (paralelamente) durante uns 15 anos. Achei duka saber que você começou fazendo capas de CDs para as bandas e aí quando fez a cada do genial Tom Zé seu trabalho repercutiu no exterior. Parabéns, Ed, adorei as
artes que fez para as bandas. Muito loucas. 
Grande imaginação. Show de bola. 
Que tipo de material você usa para executar 
seus trabalhos artísticos? Quais são suas principais ferramentas de trabalho?

ED OLIVER: De tudo, mas não substituo o trabalho manual pelo digital, uso o computador apenas para transpor minha arte para a plataforma digital, para trabalhos publicitários e encartes de CDs uso mais 
estas ferramentas, mas eu ainda 
vejo a arte como algo artesanal, preciso 
dessa interação direta entre eu, o lápis
e o papel, eu também pinto. 

Tony 10: Também rabiscamos na raça, no papel 
e depois escaneamos a arte para ser trabalhada no computador... acho, por exemplo, a pintura digital muito plastificada e sem personalidade, mesmo no Painter ou Photoshop...  Você desenha e escreve HQs? Quais personagens você já criou e publicou?

ED OLIVER: Isso há muitos anos, publiquei 
muita coisa lá fora e aqui, charges em jornais
diários, dos personagens fixos que criei, como: 
Máscara Noturna. Esse personagem quem criou
o visual fui eu em parceria com o Salles, que fez os roteiros. Tenho muito orgulho do que conseguimos
com ele, pois até hoje ele é considerado o personagem mais polêmico da HQ brasileira! 
O Tormenta também, foi criado por mim e
teve 7 revistas lançadas. 
O Universo da Alameda da Saudade que foi 
indicado ao troféu HQ Mix e ao Angelo Agostini em breve será publicado na França pela Edition Métailié... estou fechando os últimos detalhes do acordo 
com eles e espero que tudo esteja certo até 
fevereiro de 2016. Sempre considerei Alameda da Saudade um trabalho subestimado, no Brasil, 
quem sabe agora lá fora 
tenha seu devido valor reconhecido.









Tony 11: Sem dúvida, Ed, os franceses dão o devido 
valor a arte. Vide o jazz americano e o caso do 
comediante Jerry Lewis, que era considerado na
América como um retardado. Na América eles foram desconsiderados, mas na Europa foram reverenciados. Parabéns pela negociata e vamos torcer para que 
tudo dê certo... Com foi que você conheceu 
o José Salles? Em que ano isso ocorreu?

ED OLIVER: Salles sempre foi um grande 
escritor, eu conheci ele na época em que
fundou sua loja, a extinta Cultura Pop, aqui 
em São Paulo. Adaptei para HQs alguns 
contos dele e foi através desses trabalhos 
que nossa amizade cresceu até o ponto em 
que surgiu a editora Júpiter II. 
Foi algo natural, assim como o fato de nos
tornarmos grandes amigos pessoais.

Tony 12: Essa eu não sabia... o cara tinha uma loja de revistas, como o Carlos Mann, que teve banca e
depois loja (a famosa Comix)... legal. Como surgiu
a ideia de criar uma editora para lançar apenas HQs independentes?

ED OLIVER: O Salles já queria desenvolver 
algo assim no final dos anos 90, por que
observávamos a quantidade de boas HQs de autores que não tinham espaço no mercado e também foi uma forma de colocarmos nossos trabalhos no mercado. 
Foi uma época de muito preconceito contra nós, 
hoje o mercado é mais aberto.


Tony 13: Dá para imaginar a barreira que vocês tiveram
que enfrentar, na época, porque edições independentes eram raras, exceto os fanzines...
Editora Júpiter, de quem foi a ideia de adotar esse nome? Por que escolheram esse nome Júpiter II?
Em homenagem a antiga editora Júpiter, suponho...

ED OLIVER: Por causa da amizade de Salles com Gedeone Malagola, que no passado possuiu um
 selo de quadrinhos chamado Júpiter, 
então após o falecimento de Gedeone foi a forma de Salles homenageá-lo. Eu achava que precisávamos 
de um nome mais forte, mas enfim foi este que ficou!

Tony 14: De fato, nosso querido e saudoso professor Gedeone Malagola (criador de super-heróis como Raio Negro, Hydroman e Homem Lua, além de inúmeras 
histórias de terror etc) foi sócio da editora Júpiter. 
Ao adotar o mesmo nome acrescido do II, vocês fizeram uma bela homenagem a ele que foi um dos pioneiros das HQs no país e o primeiro a desenhar e a 
escrever super-heróis por essas bandas.
Prosseguindo...
A ideia inicial de vocês era: Publicar os independentes e faturar com isso? Ou apenas fomentar a produção de
HQs nacionais, sem visar lucro?

ED OLIVER: Ótima pergunta... para ser sincero 
esse foi um ponto de discordância entre eu e
o Salles, quando fundamos a editora em 2005.
E achei que o Salles fosse fazer a editora para que 
ela se auto sustentasse e que iríamos fazer uma 
seleção de títulos fortes para que isso se 
tornasse uma realidade...


Veja...  a Júpiter 2 foi pioneira, deu espaço para
muitos artistas. Títulos como Máscara Noturna, Tormenta, O Gaúcho e Raio Negro foram bem 
sucedidos e tinham ótima aceitação, ganhando 
leitores em todo o Brasil, mas ao mesmo tempo 
Salles insistiu em publicar coisas ainda amadoras
e que não tinham uma continuidade e nisso havia 
um ponto de discordância entre nós pois, de repente, tínhamos 30 títulos, e eu achava que poderíamos concentrar fogo em apenas 4 ou 5 títulos para trabalharmos e divulga-los melhor.

Mas a editora em si era do Salles, assim como
todo o controle financeiro da coisa... 
então eu funcionei mais como um consultor editorial. Perceba, eu não estou falando mal, afinal Salles 
sempre possuiu um coração enorme e queria dar 
espaço a todos que tocavam seu coração. 
Mas infelizmente para uma editora, mesmo que independente, isso não funciona. 
Assim eu me afastei dos trabalhos na editora 
e o Salles os manteve até pouco tempo 
quando decidiu parar com as publicações.


Tony 15: Entendi, Ed... o cara quis ajudar a todos e daí cometeu um grave erro, passando a publicar material
amador, pouco comercial. Agindo assim, criaram 
uma gama de títulos que não geravam receita e nenhuma empresa pode se dar ao luxo de investir sem obter
retorno, é óbvio...
Seguindo em frente...
Vocês montaram uma gráfica própria ou 
pagavam para rodar?

ED OLIVER: Salles imprimia em gráficas diferentes.





Tony 16: Cacilda! Então o homem estava com 
a grana, tinha “bala na agulha”... Rsss.
Bancar uma gama de produtos, cuja maioria não 
dá retorno, pagando gráficas, a tendência, uma hora 
é acabar tendo que administrar dívidas e acabar ficando refém de gráficas, é fria... é coisa de maluco (no bom  sentido, é claro).
Para selecionar o material dos autores, qual 
era o critério que vocês adotaram?

ED OLIVER: A princípio a ideia foi divulgar nossos próprios trabalhos e resgatar material que era importante para a HQ brasileira e que havia sido esquecido como O Gaúcho, de Júlio Shimamoto, 
e Raio Negro, de Gedeone Malagola, sempre
publicamos aquilo que achávamos que tinha 
conteúdo, autores que nos inspirassem. 



Tony 17: Até aí, beleza... estavam com o pé no 
chão, além de estarem resgatando verdadeiros 
clássicos do passado...
Mas depois, conforme você explanou a coisa deixou de seguir um caminho lógico e extrapolou para o lado do ufanismo doido... ou seja, publicavam qualquer tranqueira, desde que fosse Made in Brazil... melou tudo... Rssss.
Juro que eu não sabia que o Salles, além de editor, 
também escrevia HQs... santa ignorância, a minha, 
Batman... rssss. Também pudera, com a quantidade de lançamentos independentes que surgiram é humanamente impossível saber tudo o que rola nesse 
mercado novo e enorme...

Há pouco tempo atrás, um amigo me levou até 
a Feira de Artesanato que acontece todo final de 
semana na Praça da República, aqui em São Paulo, 
e me apresentou um jovem e talentoso artista, 
William (Bill) Cabral. O rapaz estava fazendo retratos dos visitantes e turistas que frequentam o lugar, quando ali chegamos. E, olha... o cara é fera. Desenha muito. 
Batemos um papo e antes que fossemos embora ele 
nos deu algumas revistas e uma delas era o gibi de um personagem chamado Reação, edição # 6. Quando vi na capa o selo Júpiter II, falei: 
“Conheço essa editora é do Salles!” 
E o Bill disse: “É dele mesmo, seu Tony! 
O cara dá uma tremenda força pros autores!”
Foi assim que descobri que as histórias eram escritas
pelo Salles e desenhadas pelo William (Bill) Cabral. 
Achei interessante a ideia, pois os roteiros disseminavam 
cultura evangélica. Pergunto: Você e o Salles são evangélicos, ou fizeram aquela edição e criaram o personagem sob encomenda feita 
por algum pastor? Rsss...

ED OLIVER: Rsrsrsrs! Não amigo, nem eu nem ele somos evangélicos. Na verdade O Salles é cristão 
e este personagem Reação especificamente,
é um herói baseado nos preceitos que ele acredita, o que não acontecia com as outras HQs dele. 
Mas isso serve como exemplo para você entender o alcance que a editora teve, mais de 70 mil 
revista em todo o país!!!


Tony 18: Setenta mil edições... de fato, um número
incrível, principalmente para uma editora independente...
Para mim, a Júpiter II era do Salles. Não sabia que você também era sócio... desculpe-me, pela ignorância.
A Júpiter era uma empresa constituída de verdade, ou apenas um nome fantasia?

ED OLIVER: Tranqüilo, amigo, como disse eu era o principal conselheiro e idealizador visual por assim dizer, a parte da divulgação e o marketing via internet era feito por mim também, como dizia o Salles a 
editora era uma ação entre amigos, nós e 
os autores que publicávamos.

Tony 19: Entendi, mas é que seu nome jamais aparecia
nas edições como co-editor etc... daí parecia que 
apenas ele comandava o espetáculo... 
muito estranho para um cara que ouvi falar que
era tímido e não gostava de dar entrevistas...
Mas, isso é uma outra história... Rsss...
Raras são as editoras que surgiram fora 
do eixo Rio\São Paulo, até em virtude da logística.
Vocês estavam sediados na cidade de Jaú, 
no interior de S. Paulo, correto? 
Por que escolheram esta cidade?

ED OLIVER: Na verdade começamos em São Paulo como SM Editora e depois com a mudança de Salles para Jaú lá ficou sendo sua sede.


Tony 20: Ok... agora a coisa ficou explicada...
Raio Negro… vamos falar sobre esse super-herói
Famoso nacional, que foi a criação Mor do meu 
saudoso e querido bengala brother professor Gedeone Malagola... de quem foi a ideia de ressuscitar esse 
super-herói que marcou época? Conta aí como tudo aconteceu... achei a idéia genial!

ED OLIVER: Foi do Salles, depois que ele começou a manter contato e se tornou amigo pessoal de 
Gedeone e da família.
Depois de saber que ainda havia aventuras inéditas tanto do Raio Negro quanto do Homem-Lua e 
Hydroman, Salles propôs ao Gedeone relançar 
todo seu material - é importante salientar que a única pessoa que a família Malagola permitiu que
publicasse o material do Gedeone foi o Salles, 
que fez um digno e magnífico trabalho.
Nós que conhecemos o Gedeone pessoalmente podemos dizer que este grande autor partiu feliz.







Tony 21: Na certa ele morreu feliz da vida, por que
vocês conseguiram ressuscitar, para as novas gerações, aqueles grande heróis do passado que foram criados por ele. E este era o grande sonho dele.
Também achei a ideia de vocês muito legal...
Vocês conseguiram publicar trabalhos feitos por gente da nova geração muito talentosa e de grandes mestres veteranos das HQs como o grande mestre Adalto Silva – 
sou fã do trabalho deste cidadão... como é que vocês conseguiram reunir tanta gente boa? 


ED OLIVER: Apesar de muita gente ignorar 
nosso trabalho, aos poucos fomos conseguindo admiradores e pessoas que ajudaram na
divulgação de nosso trabalho em jornais, 
revistas e sites...
 isso chamou a atenção de artistas talentosos 
e mesmo aqueles que já gostavam do meu 
trabalho e do Salles individualmente. 
De repente, estávamos recebendo cartas 
e emails de todo o Brasil! Foi uma honra para 
nós poder trabalhar com tanta gente talentosa. 
Para mim, em particular, Antonio Menezes foi 
um dos meus mestres!

Tony 22: Não conheço a arte do Antonio Menezes, infelizmente, porém, se você o adotou como mestre, 
na certa, o cara é fera. Realmente, a editora Júpiter II 
passou a ser muito comentada por profissionais da
área e por gente que estava começando e sonhava em 
ver seu trabalho publicado... 
vocês surgiram numa época em que as HQs nacionais 
em banca praticamente tinham sumido, exceto 
A Turma da Mônica... a Júpiter foi um grande 
acontecimento, ninguém pode negar...
Até o meu querido bengala brother Ailton Elias 
teve a oportunidade de lançar HQs inéditas de 
Brigada das Selvas, que há muito tempo mantinha engavetadas...
Vocês fizeram um grande trabalho.
Como vocês conheceram o Elias, outro 
veterano do mundo dos quadrinhos?

ED OLIVER: Ailton Elias foi mais um veterano 
autor que engrossou nossas fileiras graças ao
Salles, que o conheceu pessoalmente em algum momento, que não me lembro, mas de fato foi 
mais um material que merecia 
muito ser divulgado!

Tony 23: Sem dúvida... na década de 70 fui o 
primeiro a negociar a brigada amazônica criada
pelo Elias. A primeira edição saiu pela editora
Evictor, com capa de Pedro Mauro... 
apesar de não ter sido um grande sucesso, vendeu relativamente bem e chamou a atenção dos europeus. Recebemos cartas até da França, 
se não me engano... lá fora o pessoal curte muito esse negócio de aventuras na floresta Amazônica. 
Acham a coisa exótica. E muitos gringos, por
ignorância, acreditam que ao descer no aeroporto do
Rio de Janeiro, por exemplo, serão recebidos por índios... Rsss. Não sabem que a floresta fica há milhares de quilômetros dos grandes centros urbanos. 
Os caras são mal-informados...
Em que dia, mês e ano a editora Júpiter II foi inaugura?
E, quantos títulos vocês lançaram inicialmente? 
Dá para relembrar alguns?


ED OLIVER: Puxa vida, vamos lá...
 a editora foi fundada em Abril de 2005, que foi exatamente a publicação de nossa primeira revista 
o lendário polêmico Máscara Noturna edição # 1.
Publicamos mais de 60 títulos diferentes. 
Entre eles os que venderam mais foram: 
Máscara Noturna, Tormenta, Gaúcho, Raio Negro. 
Além desses também foram bem o
Chico Spencer, O Bom e Velho Faroeste e o
Capitão Mac Namara. Nós nos tornamos e
editora que mais publicou super-heróis nacionais 
no Brasil. Dentre estes estavam
Meteoro, Velta, Crânio, Lagarto Negro, 
Vulto Negro, Corcel Negro, e tantos outros!









Tony 24: Foi maravilhoso... criaram uma geração 
de novos leitores de superseres criados por brasileiros.
Isso há muito tempo não acontecia no país.
Como funcionava a parceria que vocês faziam com os autores? Vocês pagavam pelos originais? 
Dividiam o lucro auferido nas vendas?
Enfim, como rolava o acordo entre vocês? 
Ou todos participavam por amor a Nona Arte?

ED OLIVER: Cada Caso era um caso. 
Essa parte quem cuidava era o Salles, portanto
não saberia informar mais detalhes.

Tony 25: Ok... vamos nessa...
Pelo que pude acompanhar, vocês lançaram títulos de diversos gêneros, como westerns, aventuras, super-heróis, HQs românticas e até religiosas... quais desses temas editados venderam mais?

ED OLIVER: Com certeza os de super-heróis!


Tony 26: Em média, qual era a tiragem?

ED OLIVER: Títulos como Raio Negro, 
Máscara Noturna, sempre venderam bem,  
até mais do que esperávamos se você for 
considerar que não tínhamos estrutura 
de uma editora grande.

Tony 27: Você enrolou e não disse a tiragem, mas tudo bem...A forma de comercialização... vamos falar 
sobre isso, que é um fator importante... 
vocês só vendiam pela Internet, ou também 
distribuíam em bancas de jornais?

ED OLIVER: Em todos os lugares possíveis em que
conseguíamos expor nossos produtos.

Tony 28: Deu para ganhar dinheiro publicando HQs independentes? Ou só deu para empatar?

ED OLIVER: Dava para continuar investindo em mais impressões e pagar os artistas, por que você deve imaginar o quanto se gastava em gráfica e correios.

Tony 29: Uma puta grana, com certeza...
mas sempre achei que o problema de vocês 
estava no baixo preço de capa, que
é algo legal, para os consumidores, mas que não
funciona em pequenas tiragens. 
Preços de capas baixos exigem grandes tiragens
ou não cobrem os custos operacionais.
O Salles devia ser riquíssimo ou então era pinel, 
no bom sentido. Foi a Madre Teresa de Calcutá 
das HQs brasileiras, investia muito para ganhar 
quase nada. Bem, mas ao menos, fez história.
De quem foi a decisão de encerrar as atividades
dessa casa editorial que marcou época e
uma geração? E, o que os levou a isso?


ED OLIVER: Salles resolveu parar com as 
atividades por que também se viu descontente
com os atuais rumos do mercado editorial 
no Brasil. Eu já havia me afastado antes 
por que em certo momento eu também não 
estava mais dando 100% de mim em nossos
trabalhos e queria me concentrar em 
outras atividades que estava desenvolvendo. 
Nesta mesma época eu era colaborador da revista Mundo dos Super Heróis, e chefiava uma equipe de ilustradores para livros didáticos na agência de
Eliphas Andreato. Salles ainda continua 
vendendo as edições que há em estoque 
e acredito que em breve ele volte com 
novas produções.



Tony 30: Que Deus lhe ouça. Precisamos de
mais gente intrépida como ele e você. Mas, que desta 
vez hajam com mais cautela quanto ao material a ser publicado, Ed. Mas, a experiência foi válida.
Veja, publicando com critério a coisa já
é complicada, pois muita gente torce o nariz 
quando se trata de material nacional. 
Além do mais, comparam o material produzido 
no Brasil, às duras penas, com o requintado material produzido na América, com a qualidade gráfica etc. 
Se não seguirmos o mesmo padrão de qualidade
nunca chegaremos a lugar nenhum.

Admiro muito gente corajosa como vocês que, 
como outros, investem num setor que sempre
foi instável. Digo isso, porque sei que não é fácil 
ser editor num país subdesenvolvido, mesmo
trabalhando com grandes tiragens e distribuição 
nacional – por experiência própria e por estar ciente 
de que HQs nunca foram um tipo de publicação 
sustentável, com raras exceções, é óbvio. 
Tentar viver editando exclusivamente HQs é ainda pior... para mim, você e o Salles foram verdadeiros 
heróis de carne e osso.
Imagino o quanto esses pequenos editores
independentes, que existem por aí, devem ralar para
por em prática esses ousados projetos, 
simplesmente por amor a arte.
Repito... você e o Salles foram verdadeiros heróis,
de carne e osso, e não de papel... parabéns.
Sou fã de vocês.


ED OLIVER: Obrigado pelas palavras amigo, 
mas acho que no fundo Salles e eu fizemos 
aquilo que muitos não têm coragem, colocar 
a mão na massa.
Uma das coisas que aprendemos com isso é
que não há preconceito para as HQs nacionais.
Os caras que compravam um título como Tormenta, 
por exemplo, não queriam saber se era um herói nacional ou americano, queriam ler a HQ por que era boa. Ainda hoje recebo emails e palavras nas redes sociais de pessoas que dizem que passaram a 
desenhar quadrinhos porque foram incentivadas 
pelo nosso trabalho, pelos nossos personagens. 
Acho que no fim das contas esse foi nosso maior pagamento, uma geração cresceu 
inspirada em nossa luta!




Tony 31: Perfeito. Movimentos nacionalistas 
como vocês fizeram são bacanas porque incentivaram 
uma nova geração a produzir, a querer também 
realizar um bom trabalho. Quanto ao leitor não ter preconceito, tenho minhas dúvidas... porque aqueles 
que compram e curtem HQs nacionais são uma minoria. 
o resto, a grande maioria, vira as costas quando 
vê um título feito por brasileiros.
Fui proprietário da ETF Comunicação e da
Phenix Editorial e senti na pele isso...
O máximo que conseguimos vender do
Fantasticman e do Fantasma Ngero foi
40 % de 30 mil exemplares.
Mas, vamos nessa...
Quanto ao acervo (encalhes), que suponho que
vocês ainda tenham, ele continuará a ser 
comercializado de alguma forma? 
Na certa, passarão a ser disputados por 
colecionadores, como objetos raros. 
Quem desejar adquirir alguns exemplares, 
como deve proceder?

ED OLIVER: Sim, como eu disse o Salles 
ainda vende o excedente de estoque em 
seu email:
é só escrever e pedir a lista de títulos, 
ele ainda mantém o blog da editora que 
pode ser acessado:

Tony 32: Sem a Júpiter II, muitos autores ficarão a ver navios e as HQs Made in Brazil perdem o pouco 
espaço que tinham, infelizmente... você também 
acha que a grande maioria dos leitores de gibis – 
fãs de super-heróis importados -, de fato, não 
curtem HQs nacionais?

ED OLIVER: Como eu disse na questão anterior
isso é mentira. Digo aos caras que estão 
começando: “ Não vão atrás de fóruns e grupos 
que falam mal de títulos nacionais!”. 
Primeiro, porque o cara nunca produziu nada
e portanto não tem conhecimento, nem sabe 
como funciona o mercado e a cabeça 
da maioria dos leitores.
Faça o seu melhor. Você vê trabalhos como
Necronauta, Penitente, Meteoro, Cometa, 
Resistente, Crânio, Invictos, veja aí os Guerreiros
da Tempestade, do amigo Anísio Serrazul, 
um dia todos esses personagens poderão virar uma animação de grande vulto! Trabalhos seminais e que provam a qualidade do autor brasileiro!





Tony 33: Perdoe-me, Ed. Fui redundante e voltei 
a fazer a mesma pergunta... Rssss. Coisas de um ser jurássico como eu, que o “HD” já não funciona tão bem... mas, veja, não estou aqui afirmando que não temos 
autores competentes.
Aliás, nosso país é um grande celeiro de gente 
talentosa, apesar dos perrengues que se tem 
para ainda obter cultura e
Informação. 
Temos gente que faz um trabalho de qualidade, 
o que não temos é gente (editores) investindo
no talento dos nossos autores. Quando digo gente, 
quero dizer gente de peso, que tem dinheiro e que
podem promover esses personagens bacanas 
na mídia. Sem boas tiragens, preços acessíveis 
e uma boa divulgação, jamais teremos um 
mercado de HQs sustentável. 
Ficaremos patinando na lama uma eternidade. 
Eu, no meu tempo, assim como vocês o
Paulo Paiva (da Press Editorial e Maciota) e outros
malucos investimos nas HQs nacionais. 
Mas, éramos e ainda somos pequenos. 
Nunca vi um grande editor – bem estruturado, 
capitalizado – investir pesado nos 
quadrinhos tupiniquins.

A Abril ao lançar a Mônica fez uma boa tiragem, 
investiu pesado. Quando o Mauricio saiu da Abril 
e foi para a Globo a Abril decidiu voltar a investir
no talento nacional, na esperança de descobrir 
um novo fenômeno de venda, um novo 
Mauricio de Sousa.
A poderosa Abril Lançou diversos autores 
nacionais que fizeram
HQs de seus personagens e que acabaram 
sucumbindo por falta de uma boa tiragem e 
de propaganda nas mídias.

As HQs americanas possuem toda uma estratégia de merchandising, um grande planejamento e estão 
em tudo quanto é tipo de mídia. 
Ao meu ver, falta isso para as HQs 
nacionais vingarem. Além do mais,
não dá para dizer que o público 
leitor nacional não tem preconceito, quando se fala
em pequenas tiragens que sobram encalhes. 
Isto significa que um pequeno nicho de leitores 
consumiram esses super-heróis
nacionais e em hipótese alguma significa que 
o preconceito acabou. 

Na década de 80 criei Fantasticman, que 
se tornou Cult, assim como Raio Negro. 
Mas, esses dois personagens
não foram um fenômeno de venda. 
Tiveram uma venda razoável. Se, na verdade,
tivessem sido campeões de vendas
estariam sendo publicados até hoje. É simples.
Nos anos 90, eu e o Wanderley Felipe, criamos
 O Pequeno Ninja. 





Aquele herói mirim foi um campeão de venda. 
Lançamos 250 mil exemplares e vendemos 125 mil.
Mas, gradativamente as vendas e a tiragem 
foram caindo até que o nosso querido Ninjinha 
acabou sumindo das bancas. 
Foi um sucesso efêmero, que só ocorreu porque
naquela década havia uma onda de revistas e HQs
de ninjas e porque para o lançamento planejamos um comercial de televisão, que foi veiculado pela Rede Manchete e que tinha inserções num filme japonês
que era campeão de audiência: Ninja Jiraya.
Portanto, planejamos a coisa e demos sorte, porque colocamos o personagem na mídia perfeita,
na hora certa. Conclusão: Vendeu bem. 
Aliás, nunca mais criei um personagem que 
vendeu tão bem... Rssss.
Isto é uma questão de lógica, meu amigo.
Mas, voltando ao nosso bate papo...
Valeu a pena editar HQs independentes
no país, grande Ed? A experiência foi válida?
Você, se pudesse, faria tudo outra vez?


ED OLIVER: Com certeza, sobretudo os amigos e as experiências que troquei foram tesouros que levarei comigo o resto da vida, a amizade de Salles e seu companheirismo para comigo também 
me marcaram muito!

Tony 34: Isso não tem preço...
Alguma frustração profissional?

ED OLIVER: Acho que não ter conhecido
pessoalmente alguns mestres como 
Will Eisner e Jack Kirby!

Tony 35: Um sonho?

ED OLIVER: Ver um personagem meu 
transformado em desenho animado!

Tony 36: Ed Oliver por Ed Oliver? 
Como você se autodefine? Um maluco 
(no bom  sentido, é óbvio), um sonhador,
ou um apaixonado por HQs e artes gráficas?
Tcham-tcham-tcham-tcham! 
O povo quer saber... Rsss....

ED OLIVER: Um idealista, um criador compulsivo.


Tony 37: O relacionamento com o ex-parceiro,
José Salles, continua o mesmo? Pretendem 
realizar outras empreitadas desse tipo, juntos?

ED OLIVER: Mantemos contato regularmente, 
Salles é um irmão distante, quem sabe de uma
hora para outra não retornamos juntos com 
uma nova loucura?

Tony 38: Vamos torcer pra isso, pode ter certeza... 
mas, com menos loucura...
Atualmente, você está empenhado em algum projeto pessoal? Planos para o futuro?

ED OLIVER: Além de meu site Blog do Ilustrador (http://www.blogdoilustrador.com.br/
estou desenvolvendo algumas coisas com
meu novo personagem o Veredicto: http://veredictoquadrinhos.blogspot.com.br/ 
meu trabalho Alameda da Saudade esta á venda na Comix Trip: 
e breve estará sendo lançado na 
França para o mercado Europeu.

Tony 39: Oui, monsieur! Rssss... Maravilhoso, é
bom termos gente nossa publicando na Europa! 
Você não para e isso é o que importa, pois um 
ideal nunca morre e as HQs nacionais jamais 
podem morrer, precisam sobreviver, não
 importa que seja pela mídia eletrônica etc...
Estou na casa dos 59 anos e desde garoto atuo 
no setor de publicações desse país e fico
impressionado ao constatar que ao longo dos 
anos as HQs produzidas no país, assim como 
as editoras que se dedicaram a este tipo de produto,
não cresceram e acabaram sempre fechando, 
devido má administração, ,á distribuição, falta de
receita gerada pelos produtos, baixo fluxo de caixa etc.
Na Índia,que também é um país subdesenvolvido, há editoras como a Raj Comics que lançam publicações produzidas por artistas locais, como super-heróis 
e outros gêneros, que cresceram e se deram bem.
Aliás, até a indústria cinematográfica indiana faz
sucesso. Bollywood, na Índia, produz 
mais do que Hollywood.





Esses filmes indianos só não estão espalhados 
pelo mundo devido ao poder do capitalismo ianque.
No Brasil isso não acontece... nem com o cinema e
nem com as histórias em quadrinhos, por quê? 
Na sua opinião, o que falta para as HQs brasileiras 
e o cinema obter sucesso? Bons roteiros? 
Maior qualidade? Maior investimento? 
Ou maior divulgação na mídia?

ED OLIVER: Roteiro e qualidade nós temos, 
o que falta é só um incentivo maior por parte
do governo a ações culturais!

Tony 40: Quanto a falta de bons roteiros eu concordo plenamente contigo. Falta bons escribas, bons 
enredos e o pior... a maioria dos desenhistas não
sabem escrever, infelizmente.  

Porém, sou obrigado a discordar do seu outro
ponto de vista, quando afirma que 
“Falta investimento por parte do governo...”. 
Abaixo o governo paternalista. Isso nunca funcionou. Governo que é governo tem que dar condições 
do cidadão estudar e trabalhar, isso sim.
Veja no que deu o paternalista petista que além de não acabar com a miséria do país ainda ajudou a criar uma nação de vagabundos. 
O cara toma café da manhã e almoça, baratinho, 
no Bom Prato, recebe 70 reais por mês, 
1.200 ou 1.300 reais por cada filho gerado... 
portanto, trepar virou um bom negócio... Rsss...
daí me pergunto: o cidadão que recebe esses 
benefícios do governo – graças a nós, os trouxas,
que pagamos impostos -, vai pensar em trabalhar 
por quê... e o pior é que eles tão certos.
O governo paternalista dá quase tudo e com
isso acaba angariando votos, pois essa gente
teme perder a pseuda "mordomia".

Esperar que o governo faça algo pelas HQs 
me parece comodismo ou um sonho milagroso 
que jamais acontecerá. Há tantos problemas para
resolver em nosso país, mais importantes, como:
educação, saúde pública etc,
que não vejo lógica alguma o governo gastar 
dinheiro púbico com a chamada Nona Arte. 
Sou a favor da iniciativa privada.
Aliás, para mim, HQs são simplesmente arte 
comercial e não arte na acepção da palavra. 
Na real, precisamos nos organizar para mudar 
as coisas. Precisamos de gente com o espírito empreendedor, como vocês fizeram. 
Se o Mauricio de Sousa fosse esperar pelo apoio governamental iria morrer sem publicar porra nenhuma. 
O cara foi genial e criou por si próprio recurso 
e chegou lá. Caceta... eu sempre me empolgo, 
desculpe-me, Ed...
Quadrinhos on line podem ser uma
boa opção, para as HQs tupiniquins?

ED OLIVER: Com certeza...
 no Japão a realidade dos quadrinhos digitais
já está presente e há um grande mercado!

Tony 41: Os japas estão adiantados mil
anos-luz da gente. Mauricio de Sousa e a 
Turma da Mônica, eles fazem sucesso atualmente 
no Brasil e no mundo. 
Por sorte, as criações dele ainda se mantém firmes nas bancas do nosso país heroicamente enfrentando os inúmeros títulos de mangás, cuja maioria dos títulos e lixo, mas a molecada adora... ao seu ver, qual foi a fórmula mágica do sucesso que esse consagrado autor nacional encontrou, que nenhum outro artista brasileiro soube encontrar?

ED OLIVER: Eu acho que ao tomar conhecimento do sistema de trabalho e produção de autores como
Disney e Torayama, Mauricio viu como deveria
administrar melhor seu negócio e expandí-lo.
Sem dúvida ele é um exemplo a ser seguido
e alguém que admiro muito!

 
Tony 42: Ele é o nosso herói. O pai de todos nós...
Apesar de estar bem estruturado financeiramente
 e de ter aberto na década de 90 a editora Bidú, 
o criador da Turma da Mônica é sábio e jamais ousou enfrentar as grandes editoras brasileiras. 
Ao contrário, sempre se aliou
a elas e já há alguns anos está firme com a Panini,
uma multinacional italiana, após ter passado
pelas editoras Abril e Globo, ambas poderosas.
A fórmula usada pelo nosso Disney, não seria a mais apropriada para os nossos autores?
Ou seja, ao invés de se aventurarem abrindo 
pequenas casas editoriais ou editar suas próprias 
HQs, que vendem por demanda, não seria mais prático procurarem grandes editores para lançar 
suas criações, seus personagens? 
Sei que a coisa não é fácil, mas também não 
é impossível. E, por isso, vamos morrer 
tentando... Rssss...

ED OLIVER: Veja, eu particularmente acho
muito difícil um fenômeno como Mauricio de 
Sousa se repetir porque hoje o mercado de 
quadrinhos é muito diversificado e tentar 
manter um título de quadrinhos por uma
grande editora é temerário, ainda 
creio que a melhor saída é os autores 
gerirem com inteligência, podendo até
montar grupos como é o pessoal 
da Petisco, são experiências que 
se mostraram viáveis.

Tony 43: Ed Oliver, meu querido amigo e 
bengala brother, foi um prazer inenarrável 
poder trocar idéias com você, saber mais 
sobre sua carreira e sobre o incrível trabalho 
que você e o Salles realizaram. 

Em nome de todos os autores de HQs desse país 
e em nome de muitos leitores que curtem gibis,
só me resta, agradecer a você e ao Salles, 
por terem criado corajosamente a Júpiter II, 
uma editora que, sem dúvida, fez
história, porque contribuiu de forma marcante
para a sobrevivência das HQs nacionais, 
que se fosse depender dos chamados 
“Editores profissionais” teriam sucumbido há anos.
 Vocês são meus ídolos, meus heróis. 
Deixaram um legado incrível. 

Esse país precisa de gente de garra, de fibra,
como vocês. Parabéns, pelo grande feito, intrépidos guerreiros e grandes gurus.
E que Deus continue iluminando seus passos. 
Deixe aí uma mensagem para aqueles que curtiram 
as publicações de vocês... se quiser deixar algum 
endereço do seu blog, site ou e-mail, para 
contato,“manda bala”, Ed.
E mande, também, um grande mano amplexo
para o José Salles. Valeu!
Alguma consideração final?

ED OLIVER: Agradeço imensamente o espaço
e a oportunidade de contar um pouco de
nossa história! E vamos continuar 
queimando os grafites!

Tony 44: Disponha, bengala Ed. Sempre que quiser 
divulgar um trabalho seu ou novo lançamento
pode contar com a gente. basta escrever para
o meu e-mail, mandar o release e a capa, que
divulgaremos com o maior prazer!
E por hoje é só, pessoal!
See you later, cowboys!
Be well!

















Por Tony Fernandes\Redação Pegasus Studio –
S. Paulo – SP – Brazil – Uma Divisão de Arte e
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