domingo, 2 de novembro de 2014

NORMAN ROCKWELL - Por EDNO RODRIGUES - MATÉRIA ESPECIAL


 


COM VOCÊS, MAIS UM COLABORADOR ILUSTRE!
(Tony Fernandes)"...

Ainda me lembro como aquelas maravilhosas capas
daquele grande artista entrou na minha vida... era o
ano de 1954, eu tinha 15 anos. Eu e toda a minha família
estávamos saindo da zona norte para a zona sul do Rio de
Janeiro, mais precisamente, para o bairro de Copacabana. 




Ali nos instalamos e bem na esquina tinha um jornaleiro italiano, 
ainda jovem, e por ser solteiro vivia cantando
 músicas românticas italianas, eu acho que para
 conquistar as meninas da área. 
Sua banca era bem sortida de revistas nacionais e internacionais
e o interessante é que naquela época as revistas 
de Histórias em Quadrinhos predominavam nas 
bancas, e em quase todos 
os matutinos eram publicadas tiras de jornais.
Dos importados eu gostava muito de acompanhar a
famosa Corriere dei Picolli que trazia em suas páginas
grandes mestres da ilustração como: 
Uggeri, Batagglia e outros.








 Jamais me esquecerei daquele 
belo domingo ensolarado, quando me 
deparei com um exemplar, naquela mesma banca, 
com um exemplar da revista 
Saturday Evening Post. Aquela era um edição de 6 de
março de 1954. Na capa estava estampada a figura de 
uma menina, na flor da idade, se admirando em frente
a um espelho (Girl At The Mirror). Fiquei admirando 
aquela bela arte... a partir daquele dia passei a
seguir os passos do genial...

NORMAN ROCKWELL, O GRANDE MESTRE DOS DESENHOS E DAS

ILUSTRAÇÕES!


Você sabia que este grande artista americano
 ilustrou nada menos
do que 332 capas para a Saturdy Evening Post?
 Rockwell ganhou fama em todo o mundo por 
suas belas ilustrações e também 
por captar em suas pinturas e desenhos expressões 
da vida cotidiana do povo americano.

MINIBIOGRAFIA





Norman Rockwell nasceu na cidade 
de Nova Iorque no dia 3 de
 fevereiro  de 1894 e veio a falecer aos 84 nos,
 em Stockbridge, Massachusetts, no dia 8 de 
novembro de 1978, vítima de um efisema.  
Ele foi o segundo filho de Nancy e Waring
 Rockwell. Certo dia o jovem Normam decidiu
 abandonar o ensino médio, para o desespêro 
de seus pais,  para estudar arte na National 
Academy Museum and School Fine Arts.
 O talento era nato, mas lhe faltavam técnicas
 e foi assim que ele aperfeiçoou sua arte. 
Gradativamente se tornou um dos mais 
populares ilustradores da América e do mundo 
produzindo as inigualáveis capas para a revista
 Saturday Evening Post. Sobre esta lendária
 publicação Norman dizia: “Ela é a maior
 vitrine de exposição da América!”.












Sua brilhante carreira teve início quando ele 
tinha 14 anos, quando 
após abandonar o ensino médio conseguiu
 publicar seu primeiro trabalho, um livro 
de ilustrações  chamado 
Tell Me Why Stories Of Mother Nature, em 1912
. A partir daquele lançamento estava aberta, 
para aquele jovem talentoso, a porta de entrada 
para retratar, através de suas pinturas e desenhos, 
a história e os costumes do povo americano.
 Seu legado é imenso. 
Sua obra é imortal e atualmente estão
expostas no Norman Rockwell Museum.
















Quando era adolescente, motivado por sua
 timidez, observava meticulosamente seus colegas 
de escola e depois tentava reproduzir
 aqueles mesmos gestos e expressões no 
papel, a traço e em cores.
Aos 16 nos passou dirigir  a revista Boys Life, um 
publicação dirigida para os escoteiros da América, e 
aos 21 mudou-se para New Rochele, em Nova Iorque,
 e montou seu primeiro estúdio com o cartunista
 Clyde Forsythe. Em 1916, Norman Rockwell estava
 com 22 nos. Foi nesta época que ele ilustrou
 sua primeira capa para a Saturday Evening Post, 
que ficou famosa e conhecida como
 Boy and Baby Carriage. 
O sucesso foi tanto que, por incrível que possa
 parecer, ele ilustrou as capas dessa
 revista durante 47 anos.



Em 1916, Norman Rockwell se casou com Irene 
O’Connor. Este relacionamento durou até 1930, 
quando se divorciaram. Ainda na década de 30 ele 
contraiu matrimônio com uma professora chamada 
Mary Barstow. Dessa nova união surgiram três filhos: Jarvis, 
Thomas e Pedro. Num belo dia de 1939, ele e a família 
resolveram se mudar para Arlington, em Vermont.
 Lá começou registrar em suas obras (a retratar) 
a vida e os costumes dos habitantes de cidades pequenas.
Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial Rockwell foi
 voluntário e acabou retratando de forma amena alguns
 episódios daquele conflito. 




Durante a Segunda Guerra Mundial, quando os 
Estados Unidos teve um maior participação, o artista
 registrou figuras mais sombrias, soldados com fisionomias
 mais carrancudas e expressivas, numa espécie de
denúncia do terrível conflito mundial que ceifou 
milhares de vidas. Inicialmente, seus trabalhos
 registravam crianças
 inocentes, da juventude até a idade adulta, dando 
ênfase às expressões faceais.  
Aos poucos sua arte genial foi 
evoluindo.
Chegou a retratar até a corrida espacial 
acirrada entre Russos e Americanos n década de 60 e 70.




A partir de 1937, ele passou a utilizar como
 referência fotografias para executar desenhos em
 preto e branco. Assim ele podia estudar melhor 
as texturas e posteriormente as cores, mas sempre dando
 uma atenção especial para as expressões faciais – 
principalmente as das crianças -, uma espécie de
 marca registrada em todos os seus trabalhos.


Durante mais de 40 anos o artista 
trabalhou com diversos
 fotógrafos.  Os três com os quais mais
 tempo trabalhou foram:
 Gene Palham (1909-2004), que atuou como seu 
fotógrafo por mais de 14 nos, quando morou 
em Vermont, Louie Lamone (1018-2007), que foi
 inicialmente contratado como ajudante de
 sua mudança para Stockbridge, e que mais 
tarde se tornou seu assistente geral. 
Este trabalhou com Rockwell por 23 anos. 
Outro mestre da arte fotográfica que
 trabalhou com o artista plástico e
 ilustrador foi Bill Scovill. Ele foi o
 primeiro a trabalhar com
 Rockwell em Stockbridge.






O MÉTODO ROCKWELL
DE TRABALHAR

É óbvio que cada artista faz do seu jeito. 
Ele trabalhava por etapas. Primeiro pensava, por dias, 
numa ideia, depois esboçava  essas ideias, estudava
 minusciosamente todo ambiente, o vestuário e a 
expressão facial. Em seguida, juntava tudo e 
começava a executar definitivamente
 o trabalho, a traço ou a óleo.
 Um trabalho primoroso que 
durava horas, dias e até semanas.
Alguns foram feitos em grandes painéis.  


THE FOUR FREEDOMS

Segundo especialistas,  a obra mais relevante de 
Rockwell foi The Four Freedoms. Em 1941, quando
 Franklin Roosevelt era o presidente da América,
 criou quatro normas sobre os direitos humanos
 básicos, que justificassem a guerra: direito a liberdade
 de expressão, de culto, de querer e de temor. 
Este foi o modo dele ver e os objetivos da guerra
 e revelar sua esperança no que viria a ser o mundo
 do pós-guerra. Durante três dias Rockwell pintou 
frenéticamente seus vizinhos e compatriotas em cenas que representavam os quatro direitos apregoados por
 Roosevelt. Ben HibbsibbsHibbs , o editor 
da The Sturday Evening Post,
 ficou impressionado com os trabalhos e publicou as
 quatro gravuras feitas pelo artista que se tornaram
 as mais famosas ilustrações da frutífera carreira 
de Rockwell. Os originais dessas capas circularam
 expostas pelos Estados Unidos e acabaram 
arrecadando mais de 130 milhões de dólares para
 o chamado “esforço de guerra” (contribuição 
financeira espontânea feita pelo povo,
 para ajudar a custear a guerra).



Assim, Norman Rockwell passou a ganhar ainda mais 
notoriedade, na América e no mundo. Sua arte
 impressionante 
acabou inspirando muita gente.  
Porém, a fatalidade acabou surpreendendo o 
artista em 1943, quando um incêndio destruiu 
sua casa e com isso acabou com grande parte de
 seus trabalhos e sua coleção de trajes 
históricos e adereços.






Depois desse terrível incidente, ele colocou suas obras 
sobre custódia no Stockbridge Historical Society, atual
 Museu Norman Rockwell, onde ainda estão expostos
 seus desenhos e  ilustrações fantásticas.
Milhares de pessoas, apreciadores de arte, visitam 
anualmente o local, oriundas de diversas partes do
 mundo. Preocupado com a sua saúde e com o 
futuro do seu estúdio, em 1976, ele conseguiu que
 todo o seu imenso cervo fosse incorporado
 ao local, que acabou virando museu.










Estúdio de Rockwell, de verão












COLECIONADORES FAMOSOS


Lucas
Spielberg
Os diretores e produtores de Hollywood, George
 Lucas e Steven Spielberg são considerados os dois maiores colecionadores das obras de Norman Rockwell e, por 
duas vezes eles foram convidados 
para exibirem suas coleções.

 No Brasil, os trabalhos desse incrível desenhista
 e ilustrador americano também têm seus seguidores e
 admiradores famosos, que também prestaram uma singela
 homenagem, ao grande mestre. Um deles foi Monteiro 
Lobato (editor, escritor e criador da Turma do Sítio do
 Pica-Pau Amarelo, um clássico da literatura brasileira,
 que virou serie de TV, filme, gibi e desenho animado ).





Outra homenagem a Rockwell apareceu na capa
 do livro Dona Benta (obra de cunho culinário). 
Na capa do referido livro de guloseimas surgiu uma
 arte inspirada numa das pinturas de Rockwell, publicadas 
pela Saturday Evening Post (quase uma reprodução fiel). 
Outro famoso que foi homenageado e agraciado com 
uma arte inspirada em Norman Rockwell foi o desenhista 
 Mauricio de Sousa (criador da Turma da Mônica).  
Os membros da sua equipe se inspiraram numa arte
 em que Rockwell se autoretrata, se olhando num espelho, 
para fazer a capa  de um livro com biográfia de Mauricio.
 Nessa capa, o criador de Mônica e Cebolinha, aparece
 em pose similar a Rockwell, na prancheta, 
também olhando para um espelho.

Observação: Tentei identificar quem foi o
 artista brasileiro que magistralmente reproduziu
 na capa do livro Dona Benta, um desenho 
quase que fielmente a capa do Saturday, 
feita por Rockwell, mas não consegui, infelizmente. 
Quem souber o nome do fera, 
manda aí para a gente.

É bom frisar que em toda a obra de Rockwell está 
acentuada a alma do povo americano, durante 
os diversos momentos históricos.






MEDALHA PRESIDENCIAL
DA LIBERDADE

Em 1977, quando foi lançado um livro com a biografia
 de   Rockwell, ele estava morando em Massachussetts. 
Neste mesmo período, por  ter retratado seu país, foi
 agraciado com a Medalha Presidencial da Liberdade,
 a maior comenda oficial americana concedida aos civis.
Se você, como eu, é fã da arte espetacular de Rockwell, 
saiba que existem muitos livros disponíveis no mercado
 que falam sobre a obra desse inesquecível 
artista. Recomendo:  In Search of Norman Rockwell's 
America, Telling Stories Norman Rockwell From
The Collections of George Lucas and Steven
Spielberg, 322 Covers Norman Rockwell, The
Unknow Norman Rockwell, A Portrait of
Two American Families.



A revista Sturday Evening Post numa de suas edições 
de 2010 fez uma grata e justa homenagem ao saudoso artista.
 A matéria foi escrita pela jornalista Pamela V. Krol, falando
 sobre as coleções de George Lucas e Spielberg.
 Nesta matéria especial, também tinha entrevistas com 
o pessoal do museu Norman Rockwell e com Ron Schick, 
o autor e curador da Norman Rockwell Fundation,
 além de posters e capas feitas por diversos
 artistas que admiram e se 
inspiraram na vasta obra deixada por Rockwell.

O FUNERAL

No dia da morte de Norman Rockwell (8 de novembro de 1978), 
muitas pessoas compareceram no velório e no enterro. 
Muitas delas tinham servido de modelos e acabaram sendo 
imortalizadas pelo traço do mestre. A comoção foi geral.


BATE PAPO FINAL

E assim, meus queridos bengalas brothers, friends 
and sisters,  me despeço, por hora. Espero que 
vocês, amantes da arte em geral, tenham 
apreciado esta minha primeira matéria.
 Meu objetivo, como puderam notar, é resgatar 
os grandes mestres do passado, contar um pouco
 da história deles e mostrar aos jovens artistas 
do presente as grandes
 obras, os grandes legados que esses seres 
iluminados nos deixaram e que jamais
 devem ser esquecidas. 
 Que as obras imortais desses gênios da 
humanidade possam inspirar as gerações futuras.
 Até a próxima oportunidade e fiquem atentos, porque 
mais matérias interessantes estão por vir. See you later, 
coboys (como diria o Tony)!           
                              
POR EDNO RODRIGUES


Edno Rodrigues e Edson Diogo em São Paulo

Edno Rodrigues é irmão do falecido desenhista Edmundo
 Rodrigues, criador dos quadrinhos de Jerônimo, 
o herói do sertão (que surgiu como novela radiofônica 
criada por Moises Weltman). Em parceria com seu irmão,
 Edno também executou outros inúmeros trabalhos.
 Em 1956 montaram um estúdio de desenho onde fazia
 os desenhos a lápis (que foram artefinlizados por Edmundo)
 de HQs de cowboys, de terror, de guerra, e até uma edição do personagem Raio Negro (história O Anel de Lid), 
criação-Mor do saudoso desenhista e
 escritor Gedeone Malagola.
 Atualmente Edno mora na cidade de 
São Sebastião do Rio de Janeiro, 
no bairro de Copacabana, e também está no 
Facebook. Contatos? rodriguesedno@ig.com.br.

Copyright 2014\Edno Rodrigues\Tony Fernandes\
Estúdios Pégasus – Uma Divisão de Arte e Criação da Pégasus 
Publicações Ltda – São Paulo – SP - Brasil
Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução 
total ou parcial, sem autorização.


OBS: As imagens contidas nesta matéria são meramente ilustrativas 
e seus direitos autorais pertencem a seus autores, parentes ou representantes legais.