quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Malditos Cartunistas - Mauricio de Sousa

Wando- Fogo e Paixão - ( Ao Vivo )

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ENTREVISTA COM MAURO, DESENHISTA, PUBLICITÁRIO E EX-COLABORADOR DA REVISTA UDIGRUDI!



Conheci o entrevistado de hoje, que é do
interior de São Paulo, na década de 80, quando ainda era
garoto. Estagiou com a gente e pouco tempo depois já 
estava colaborando para as revistas que produzíamos 
para os editores da época. Aliás, ele foi um dos grandes
cartunistas, que tinha um senso de humor incrível
quando escrevia e desenhava para a lendária revista
Udigrudi, publicação que revelou excelentes profissionais 
de humor naquela época remota. 
Bem, chega de blá-blá-blá e vamos ao que interessa.
Conheça a trajetória desse desenhista que virou dono 
de uma agência de publicidade e que 
está colaborando atualmente 
para uma editora americana fazendo aquilo que mais
adora: HQs. Nosso talkie-show virtual tem a honra de
entrevistar o escritor, desenhista e publicitário...

MAURO, 
ex- colaborador da revista UDIGRUDI,
que fez sátiras geniais,como: 
O Quarteto Fanático e os Simpição, etc,
e dono da Stratégia Propaganda!

Tony 1: Bem vindo ao nosso talkie show virtual, bengala friend, 
onde procuro resgatar feras do passado e apresentar e
divulgar os novos talentos. 
Você é um profissional já há alguns
anos. Estagiou na década de 80, quando o meu estúdio
ficava na avenida Jabaquara, correto?
Lembro-me bem que naquela época você era muito
jovem e sua mãe trazia você, pelo menos, uma vez
por mês, para ficar com a gente.  Diga-me, como
foi que você nos descobriu e decidiu nos procurar? 
Quantos anos você tinha e em
que cidade você morava, Mauro?

Mauro: Obrigado, pelo convite, Tony. 
Vai ser um prazer responder 
suas perguntas e falar um pouco de quadrinhos. 
Sou de São José dos Campos e 
desde muito pequeno, 10, 12 anos, 
já desenhava na escola e em pequenos jornais aqui
da região. Com 13 anos passei a
fazer charges e ilustrações de
matérias para o jornal de maior circulação aqui do 
Vale do Paraíba, e realmente fazer quadrinhos mais 
regularmente. Meu pai escutou em uma rádio de 
São Paulo, um anúncio para 
colaboradores (desenhistas e
arte finalistas) e assim cheguei 
até o Estúdio Tony Fernandes.


Tony 2: São José dos Campos, bela e grande cidade 
do interior. Seu pai ouviu o anúncio que o Jotah colocou 
na rádio Bandeirantes? Caramba, eu não sabia disso.
Na época precisávamos de estagiários, de 
novos colaboradores, formar novos profissionais,
daí o Jotah (antigo Jotacê) deu a ideia de
anunciar num progama de notícias da
Bandeirantes, que costumava tirar o
pessoal da cama (Rsss...).
Esse anúncio grátis foi colocado
num programa jornalístico  que 
acontecia as 5:30 hs da manhã. Eu disse ao Jotah:
“Cara, quem é que vai ouvir um anúncio nesse horário?”. 
E não é que me enganei?


São José dos Campos, foi criada de um aldeamento jesuíta de índios.
No final do século XIX, surgiram as primeiras fábricas.
Século XX. Com a chegada da Rodovia Presidente Dutra, e do CTA
(Centro Técnico Aeroespacial), além do ITA 
(Instituto Técnológico da Aeronáutica), surgiu na cidade
um grande número de indústrias, escolas,
centros culturais e de lazer, etc.
 
Apareceu diversas pessoas, como você, 
dos mais remotos lugares do país, tamanha 
era - e ainda é -a força dessa emissora
paulista de radiodifusão.
Recebemos telefonemas de diversas
partes do país. Foi uma loucura.
Foi bom saber disso, pode acreditar... (Rsss...). 
Prosseguindo... Qual é o seu nome?
E em que dia, mês, ano, 
cidade e estado você nasceu ? Ah... e qual é a sua 
formação? Ou seja, qual é seu grau de escolaridade?

Mauro: Mauro Donizeti de Oliveira. 
Sou de Mogi das Cruzes e nasci em 13 de agosto 
de 1970 ,sou de Leão, e sou formado em 
propaganda e marketing...

Cidade de Mogi das Cruzes, cidade onde o artista nasceu
Tony 3: Ok. Você também estudou arte em alguma escola?
Fez muitos cursos ou é autodidata?

Mauro: Hoje em dia existem várias escolas específicas 
ensinando anatomia e quadrinhos (até faculdade), mas
no meu tempo de formação a melhor opção de aprender
eram os “estágios”, então pode se dizer 
que sou autoditada.

Tony 4: O desenho, sempre foi um dom natural? 
A partir de que idade você começou a rabiscar, ou melhor, 
ensaiou seus primeiros rabiscos, bengala friend?
Mauro: Não  me lembro de estar fazendo outra coisa 
senão lendo e desenhando, passei toda a minha infância
vivendo em um mundo paralelo das HQ e a partir dos 
16 anos em diante vivo das HQs e ilustrações 
(usando essa oportunidade que Deus me deu).

Tony 5: É, você sempre teve muito talento, nasceu 
pra coisa... O que você curtia quando era criança ou 
adolescente? Que personagens ou autores
você admirava?

Mauro: Lia de tudo, devorava quadrinhos, de Maurício de
Souza a personagens Marvel e gostava muito de
Moebius e Watson Portela , e  também de todo pessoal 
da revista Calafrio: Rodolfo Zalla, Mozart 
Couto, Shimamoto (velhos mestres do Brasil).

A Turma da Mônica
Revista Heróis da TV\Marvel (Editora. Abril)

A arte fantástica de Moebius (gir - Jean Giraud)
A arte do mestre Rodolfo Zalla
Marcio Baraldi e Zalla
Arte do mestre Watson Portela
Watson é o nosso Jean Giraud (Moebius)
Arte do mestre Rodval Matias

Arte do mestre Júlio Shimamoto
Tony 6 : Qual foi seu primeiro trabalho publicado?

Mauro: Tinha feito alguns trabalhos regionais, mas
meu primeiro trabalho publicado a nível nacional foi 
uma história na revista Udigrudi, uma sátira do
Quarteto Fantástico, que depois se tornou uma série, 
cada mês eu avacalhava um personagem Marvel...

Quarteto Fanático - Sátira erótica com Fantastic Four da Marvel, 1988
Tony 7: ... E até o meu Fantastic Man (Rsss...). 
Aquelas suas sátiras eram ótimas, cara, geniais... 
Nos vimos pela primeira vez na década de 80, como já citei,
depois ficamos um bom tempo sem nos vermos. 
Foi na década de 90 que você reapareceu lá no
prédio da avenida São João com a avenida Ipiranga, 
com o seu pai, que era gente fina e que tinha um restaurante
na descida pro litoral. Ele cansou de me convidar para
ir lá, mas nunca deu certo, infelizmente (Rsss...).
OK? O que você fez durante este tempo em que não 
nos vimos? Como foi que você me 
encontrou novamente?

Fantrastic Man - Sátira de Fantasticman, 1989
Mauro: Você está devendo uma visita aqui no Restaurante. 
Nesse intervalo, fiz estágios em agências de propaganda 
aqui no Vale e na MPM de São Paulo, sempre fazendo 
ilustrações e HQ, estagiei nos Estúdios Maurício de 
Souza e desenhei de tudo um pouco, 
até catecismo (HQ para adultos)...

Tony 8: Ótimo. Adquiriu know-how. Pra mim, um artista deve 
fazer de tudo, essas experiências valem ouro... Para a revista 
Udigrudi você fez diversas sátiras legais. 
Mas, o Quarteto Fanático (irozinando The Fantastic 
Four, da Marvel), foi genial! Achei aquela HQ um sarro. 
De onde surgiu a idéia de avacalhar esses 
tradicionais heróis do comics americano?

Mauro: Tenho um carinho todo especial por aquelas 
páginas, depois de várias visitas ao seu estúdio,
que por sinal nunca vão sair de minhas memórias, você
me deu a oportunidade de desenhar mensalmente
algumas páginas na Udigrudi, e como gostava de 
desenhar super- heróis pintou a ideia
de dar uma zoada com os gringos.

Tony 9 – Aquilo foi fantástico e deu ótima repercussão, 
na época. Acho que você foi o primeiro a zoar os 
supers, depois todos nós enveredamos por esta 
linha de humor, que sempre deu certo... Você, além de saber
desenhar, também sempre criou seus próprios roteiros.
Sempre teve facilidade para 
desenvolver uma idéia no papel?

Mauro: Gosto muito de escrever peças com humor e 
críticas, mas não me considero um bom roteirista,
prefiro desenhar roteiros de outros autores.

Tony 10: A partir da década de 90 você fez uma série
de sátiras para a Udigrudi. Se não me engano, você 
começou quando eu tinha o estúdio e fazíamos a 
primeira versão da Udigrudi, em formato magazine, 
para a editora Ninja. Foi isto mesmo? 
Fale-me a respeito disso.
Mauro: Sim, já em 90 voltamos a nos encontrar e
passei a colaborar mais frequentemente e continuei
com minha série, nessa época posso destacar a sátira
com: Namor, o príncipe submarino, etc...
Tony, podemos voltar a produzir a Udigrudi, 
digitalmente, pense nisso!

Tony 11: Por que, não? Talvez possamos ressuscitar a
Udigrudi on line... aliás, no momento estamos estudando 
uma forma de comercializarmos webcomics... 
Seguindo em frente: Eu e o Felipe, após criarmos o
Pequeno Ninja, que o editor tentou surrupiar, decidimos 
por bem abrir a Phenix Editorial. Mudamos para o bairro
do Brás (na rua Piratininga), tradicional reduto de editores 
no passado. Mudamos o formato da Udigrudi (Inicialmente 
ela saiu pela Ed. Ninja no formato 21 x 28 cms, com 32 páginas)
e ela virou um almanaque com 132 págs, só de material
nacional. Depois da mudança, que outros trabalhos 
você publicou nesta nova fase da Udigrudi? 
Me lembro dos Simpição, versão cômica\erótica
do famoso desenho animado da TV
(Os Simpsons)... dá para relembrar?

Mauro: É verdade, com a Udigrudi em formatinho, me 
lembro das sátiras com as aventuras das 
Tartarugas Ninjas e Conan.

Tony 12: Exato. Recordo em das
Tartarugas Ninjas e de Cornão,
o brabo. Uma sátira de Conan  (Rsss...).
Foram sátiras maravilhosas...
Se não me engano, Cornão foi artefinalizado pelo 
Salatiel, eu acho... Que outras experiências profissionais,
na área editorial, você teve após colaborar com a gente?
Mauro: Depois do início aí com sua equipe passei a 
produzir, além de animações para vários estúdios de
São Paulo e Rio Grande do Sul, material editorial
(banca mesmo) para a Editora Noblet e Editora Escala, onde
desenhava as revistas do Didizinho (Renato Aragão), 
Livinha (filha do Renato), Maõzinha (um personagem 
dos Trapalhões) e outras pequenas editoras de Sampa.

Tony 13: Que beleza, não sabia que você havia
participado dessas publicações todas. Publicidade... 
vamos falar disso. Quais foram suas experiências nesse 
setor, antes de abrir sua agência? Trabalhou com algumas 
agências? Fez free lance para algumas 
empresas diretamente?

Mauro: Depois de trabalhar em várias agência, 
seja contratado ou como free lancer, paralelamente ao 
trabalho com HQ, montei minha agência em meados de 
1993 e além de atender clientes 
aqui da região, atendia outras
agência que terceirizavam a parte de 
Storyboard, de filmes 
publicitários, criação de logotipos, 
manual de identidade
visual , personagens  e HQ corporativa. 
Assim sempre me mantive na ativa 
com os quadrinhos.
Logomarcas de alguns clientes que a
Stratégia Propaganda atende em sua
região.





Tony 14 – É isso aí, Maurão, quem gosta da coisa sempre
acaba dando um jeitinho de sobreviver com a sua arte...
Qual é a sua “praia” preferida? 
As Histórias em Quadrinhos ou a publicidade?

Mauro: Minha paixão sempre vai ser a nona arte, os
quadrinhos e a animação, mas comecei na propaganda
para uma maior estabilidade, porém, sempre digo que
a propaganda é uma desculpa para sempre usar e 
desenvolver meu lado artístico, sempre uso o humor e
a linguagem dos quadrinhos em minhas peças 
publicitárias (sempre com os melhores resultados).

Logomarcas criadas para alguns clientes
Tony 15: Pelo visto, o nanquim também entrou no seu
sangue (Rsss...). Você viciou na coisa... De fato, a 
linguagem das HQs é poderosa e pode ser usada 
plenamente em peças publicitárias, com ótimos resultados...
Deu para ganhar dinheiro fazendo HQs, 
ou a publicidade rendeu mais?

Mauro: Sim eu ganhei dinheiro com as HQs, mas de 
uns 10 anos para cá as publicações praticamente
sumiram das bancas, a HQ corporativa continua sendo
minha maior fonte de renda. Desenhar cartilhas para 
Prefeituras e indústrias e com agência de propaganda 
(Stratégia Propaganda), Posso chegar a empresas
de uma maneira mais profissional, além de gerar
empregos e trabalhar com toda a minha família.




Tony 16: Por ironia, quando você abriu sua própria
agência, a Stratégia Propaganda, armou uma boa 
estartégia mesmo, sem querer fazer trocadilhos (Rsss...). 
Falos empre pra galera que todos precisam se 
profissionalizar, abrir empresa, etc. Vamos nessa... 
Ficamos sem nos ver novamente por um longo período
e uma vez quando cheguei na Noblet o Juvenal 
(acessor do Sr. Joseph, da Noblet) me disse:
“Tony, o Mauro pergunta sempre de você. Ele acabou de
sair daqui com a esposa? Você não o encontrou?"
Por ironia não o vi. Acho que estava estacionando quando 
você saia com o seu carro. Isto foi no final dos anos 90, 
se não me falha a memória. Confere? (Rsss...).
Que produtos você desenvolveu
para a Noblet, na época?

O paizão e os filhos: Mauro Júnior (ao fundo) , Ana Carolina e Ana Cecília
Mauro: Sim, realmente me lembro deste episódio, que 
memória Tony... na época criei alguns produtos e desenhei
outros que já existiam na editora. De minha autoria
produzimos algumas edições de uma revista de cartuns 
e charges (Humor e Sexo) e algumas
revistas de teor infantil.

Tony 17: O seu Joseph, da Noblet, apesar de ser osso 
duro para negociar, sempre deu oportunidade para os
autores nacionais. Ele adorava HQs, foi jornalista e publicitário,
no Cairo, no Egito, e após passar pela França e Estados
Unidos, abriu a editora aqui e se deu bem, por mais de 40 anos. 
A Noblet só acabou porque ele ficou doente, com
mais de 75 anos, e não tinha herdeiros para continuar a 
tocar o negócio, infelizmente. 
Ou melhor, suas sobrinhas, únicas herdeiras não
tinham interesse em manter a coisa. Estratégia Propaganda... 
vamos falar um pouco disso. Só viémos a nos falar
(via e-mail) há alguns dias atrás. Foi uma grata surpresa saber
que você ainda tá aí firme e que tem uma agência de
publicidade ou estúdio. Quando foi que você abriu 
esta empresa? Tem sócio? 
Fale-me sobre sua empresa.

ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo
Mauro: A Stratégia Propaganda completa este ano 17 anos,
minha esposa é minha sócia na agência e na vida.
Estamos estabelecidos no mercado aqui do Vale do
Paraíba, e recentemente atendemos algumas agências 
da capital. A Stratégia em 2012 vai também atuar na
área de eventos e lançar uma linha de produtos ecológicos,
para empresas Prefeituras e Escolas.

Tony 18: Cara, como é bom saber que muita gente como
você, que começou com a gente tá se dando bem... isto
é maravilhoso, me deixa feliz, pode acreditar... 
Qual é a finalidade social desta sua firma?
O que você ou vocês fazem nela? Criam campanhas? 
Desenvolvem produtos editoriais?

As filhas e a esposa, Ana Paula
Mauro: Além de atuar em todas as frentes para o
desenvolvimento visual de uma empresa (logotipia), e depois 
todo o planejamento de Marketing (minha esposa é formada 
em Marketing e cuida desta parte), executamos todas as ações 
desde uma simples papelaria até a  um comercial de TV. 
Na parte social sempre trabalhamos com material de
teor ecológico e passando para frente aquilo que recebi
de você e sua equipe, disponibilizo minha agência e 
estúdio para receber alunos para desenvolver seu 
talento na área das HQ, sem custos é claro, e também 
dou aulas e oficinas em escolas públicas.

Tony 19: Mais um Casal 20 perfeito. Isto é muito bom, 
bengala brother... e saberq eu você também tá por
aí ajudando a formar profissionais é sensacional. 
Parabéns... Já publicou lá fora, em outros países?
Trabalhou ou trabalha para quais estúdios ou 
editores do exterior? Criou algum título
pro mercado de fora?

Mauro: Na época do BOMM dos
desenhistas brasileiros para
o exterior eu também tentei 
entrar na onda, fiz muitos
testes e desenhei histórias inteiras sem receber
nada, como estava começando minha família não
pude mais continuar, investi na publicidade. 
De uns dois anos para cá, com o uso da Internet e com 
a ajuda de um agente, que fala um inglês fluente, venho 
fazendo alguns contatos, lá fora também existem picaretas 
e tenho executado alguns trabalhos como: 
páginas, capas, designer de personagens etc.
Sempre para estúdios pequenos e editoras on line,
um mercado cada vez mais forte lá fora.

Tony 20: Legal... de fato, a WEB chegou para facilitar as
coisas, mas há pícaros internacionais piores do que os 
nossos, com certeza (Rsss...)... Como é que a coisa funciona? 
Você criar um projeto e o agente vende “o peixe”? 
Ou trabalham, também, sob encomenda?

Mauro: É tudo feito sob encomenda, apresento meu 
portifólio primeiramente, se o editor gosta dos traços, 
me envia uma página de roteiro. Desenho está página
a lápis e se tudo correr bem (prazo, principalmente), meu 
agente trata dos valores por página (e a forma de pagamento, 
via Pay pal). Aí sim, recebo o roteiro completo (22 páginas)
e vou desenhando de 5 em cinco páginas 
(só executo as páginas a lápis) .
A arte final e cores são feitas por lá. Tenho um
projeto que foi aceito por uma editora
(Máfia No Ano 2090), estou executando os 
roteiros no momento.



Estudos a lápis, para o mercado externo
Tony 21: Ótimo saber disso. Muito sucesso. 
Você merece, é batalhador, corre atrás...
Como funciona a forma de 
pagamento desses editores gringos e quais são os 
preços pagos por eles, para um colaborador
da América Latina?



Mauro: Depende do porte da editora, mas várias pagam 
de 100 a 500 dólares por página a lápis, e dependendo 
da venda você ainda ganha um “plus”. Os valores são 
pagos via cartão de crédito (Pay pal). Se você entrega
uma página bem acabada (limpa na mesa de luz) você 
tem muito trabalho lá fora, existem sites que procuram 
talentos (mas você tem que ter cuidado com os picaretas).
Aí vai uma dica: 

Tony 22: Great! Aposto que muita gente vai acessar este site 
(Rsss...). Bela dica, Mauro. Como foi que você 
conheceu este seu agenciador?
Arte para campanha publicitária
Mauro: No momento tenho uma pessoa que trabalha
aqui na agência, Goretti Porto, que além de ser
quadrinhista e cartunista, minha aprendiz, faz
esse meio de campo para mim. 
Ela encontra os trabalhos neste site que passei.

Tony 23 – Pelo visto você está muito bem acessorado 
e organizado... Há quanto tempo você
não publica uma HQ no Brasil?

Mauro: O último trabalho que publiquei aqui no Brasil 
foi o Didizinho há uns 6 anos aproximadamente.

Tony 24: É o mercado, nos últimos anos, encolheu, 
lamentavelmente... poucos editores dão oportunidade 
para os novos e até velhos talentos... 
Qual é a sua opinião sobre os editores e 
o mercado brasileiro atual?

Mauro: Não temos um mercado atualmente. 
Estão surgindo alguns focos de publicações
de HQ como forma de arte, lançados 
independentemente e vendidas em sites e editoras 
especializadas e também há um mercado que ainda 
está engatinhando de publicações online.
Na realidade o brasileiro sempre leu muito pouco 
e agora quase não lê nada. 
É realmente uma crise intelectual.

Tony 25: Você disse bem: “Crise intelectual”. 
Um absurdo, em pleno Século XXI, em plena era 
da informática, com tanta informação disponível 
on line e a turma não se liga em leituras. 
Hoje somos quase 200 milhões de brasileiros 
e uma edição de livro quando vende 3 mil 
exemplares porá qui é considerada best seller.
Um absurdo. Isso precisa mudar, urgentemente.
Quantos funcionários ou colaboradores
trabalham em sua empresa?

Mauro: Temos no momento 5 funcionários 
fixos e 2 free lancers.

Tony 27: Isso é legal. Você está gerando emprego, 
dando oportunidades. Isto é importante, o resto 
é papo furado... gostei dos eu espírito 
empreendedor... parabéns. Um sonho?

Mauro: Tenho um sonho de publicar um material 
de minha autoria, se Deus quiser vou realizar em 
breve, e rodar o Brasil com o projeto. 
Vai ser uma revista, animação e um parque temático. 
Uma turminha de super seres que criei, baseado
em meus três filhos, e que vou lançar no segundo
semestre do ano que vem. E também ir 
a uma feira de cultura pop nos EUA.

Tony 28: Três filhotes? Maravilha! Diz a lenda que
os grandes realizadores são os homens que 
sonham acordados. Estes, sim, conquistam seus 
objetivos. Corra atrás, não pare nunca. 
O Disney usava sempre esse lema: “Sigam em 
frente! Em frente!”
Uma decepção profissional?

Mauro: Não tenho uma decepção, mas uma pequena
“revolta” por passar por um período onde não
davam o devido valor a um desenhista de HQ, 
mas agora tudo mudou e vai 
continuar melhorando.

Tony 29: Ainda sobre seus filhos... Se um deles decidisse
seguir os passos do pai, você apoiaria a 
decisão dele? Qual é o nome da turminha?

Mauro: Como já disse, tenho três presentes: 
a Ana Cecília com 18 anos, que segue a carreira 
de cantora (e estuda Marketing), o Mauro Júnior, 
com 15 anos, que pretende ser médico e por 
im minha caçulinha, a Ana Carolina, com 12 anos,
que já faz curso de teatro. Sigo os princípios do 
meu pai que sempre me deu apoio.
Faço tudo pela carreira dos meus filhos, 
todos desenham muito bem aliás.

Tony 30: Bela família. Concordo com você o que a gente,
como pai, precisa é apoiar a galera e jamais forçar eles
a entrar em determinada profissão, só porque adoramos. 
Eles devem encontrar o seu próprio caminho, sua
vocação profissional. Há pais que querem tirar suas
frustrações através dos filhos.
Acho isso um grande erro... Atualmente 
você mora em que cidade?

Mauro: Moro em São José dos Campos há 39 anos, 
cidade do interior com desenvolvimento
de um pequeno país.

Tony 31: Estive por aí há uns meses atrás e notei que
a cidade cresceu muito. Prosseguindo... Parece que as
WEBCOMICS vieram pra ficar. Você acredita que as revistas 
impressas estão datadas, para fechar?

Mobile Comic Reader
Mauro: A Internet veio com tudo, e as HQ via web são 
realmente um mercado, mas que não acredito muito, 
pois existem outras opções na Internet que desviam
muito a atenção dos jovens.  Hoje até as livrarias 
estão sofrendo com a pirataria digital,
imagina os quadrinhos?

Tony 32: Pirataria digital, isto é um problemão e não
há leis que defendam os direitos de autor na WEB, 
principalmente no Brasil... mas a coisa ainda vai mudar, 
acredito... Planos e projetos para o futuro?

Mauro: Tenho vários planos para o futuro, quase não
estou dando conta. Além de meu projeto de meio ambiente, 
quero desenhar muito para editoras do exterior, não só
pelo dinheiro, mas também por satisfação e prazer,
esse vírus é para sempre. Também vamos organizar aqui
no vale do Paraíba um Feira de Comics, Cinema e
Games, chamada VALECOMICS em maio de 2012.

Tony 33: Grande lance essa da VALECOMICS! Não se 
esqueça de me convidar. Essa não perco por nada... Acho
que fui o culpado, ou um dos culpados por você 
estar no ramo... Valeu a pena seguir
esta profissão? (Rsss...).

Um novo jeito d eler quadrinhos

Mauro: Sim você é o culpado. Fico muito agradecido
pelo apoio que tive junto a você e sua equipe, Wanderley, 
Beto, JC. Segui nesta carreira e estou trilhando
meu caminho sempre usando a arte! 
  Valeu, sim, muito a pena. Sou feliz por fazer o 
que gosto e ainda receber por isso.

Tony 34: Todos nós, com certeza, também ficamos 
felizes por suas conquistas, Maurão. E que você consiga,
nos próximos anos, realizar todos os seus sonhos
profissionais. Deixe aí uma dica para aqueles que 
desejam deixar sua marca indelével no setor editorial 
tupiniquim. Qual é o jeito mais fácil de
começar, na sua opinião?

Mauro: Se o jovem quer seguir um caminho nesta área, 
ilustração, HQ, animação, hoje em dia, existem várias
escolas e cursos muito bons. Monte seu portifólio e
comece a apresentar em editoras e sites especializados.
Desenhe suas histórias inteiras (22 páginas) e quando 
for apresentar a alguma editora já terá um material 
pronto para ser publicado, só aprende quem desenha, 
e siga sempre a velha máxima: 
90% de transpiração, 10% de inspiração.

Tony 35: Grande bengala brother, foi um imenso prazer
colher este depoimento seu e passar para os outros 
suas experiências tanto na área editorial quanto
no setor publicitário, pode crer. 
Quem quiser entrar em contato com você, como 
deve proceder? Deixe aí seu e-mail, site, blog, etc.
Mauro ensinando um de seus alunos
Mauro: O prazer sempre foi meu, velho mestre. 
Vou passar o meu site:
E este é o meu e-mail:
strategiapropaganda@uol.com.br 

Tony 36: Uma última questão: Foi fácil se adaptar a era 
da informática? Afinal, na nossa profissão é impossível
trabalhar sem um computador, atualmente... (Rsss...).
 Valeu, grande bengala Mauro! Até a próxima e 
vê se mantém contato!

Tudo começou com a Udigrudi
Mauro: Hoje não vivemos sem os 
recursos digitais, mas também
não vivo sem minha prancheta e meu lápis B2
(apontado com o estilete). No começo eu relutei, porém fui
dominando aos poucos. Uso somente o necessário, como: 
Photoshop e programas vetoriais. Para animações
uso o Flash. Nas redes sociais, estou aprendendo a
lidar com elas com os meus filhos.
 Valeu grande, Tony, obrigado pelo espaço e
um grande abraço a todos!

Tony 37:  O prazer foi todo meu. Digo, nosso. 
Sucessão, procê!

DICA 1:
SENSACIONAL ENTREVISTA COM
O MESTRE
WATSON PORTELA,
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DICA 2:
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