quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

CLUBE DE COWBOYS NA CAPITAL PAULISTA!

No passado, no cinema e na TV, heróis do Oeste viviam fantásticas, movimentadas e inesquecíveis aventuras que deixavam extasiados jovens de todo o mundo. Nos cinemas as filas eram imensas para assistir essas películas em preto e branco que faziam a cabeça de adolescentes e adultos.




Não demorou muito para que Roy Rogers, o cowboy cantor, Hopalong Cassidy, Tim Holt, Cisco Kid, Buck Jones e outros ícones da telona se transformassem em campeões de vendas das revistas em quadrinhos. Até as gloriosas Marvel e a DC Comics lançaram muitos títulos de HQs desse gênero. A partir dos anos 60, esses valentes personagens começaram a desaparecer de cena ante o surgimento de uma verdadeira legião de super-heróis que acabaram dominando o mercado cinematográfico e editorial.

 Nos últimos anos, poucos editores ousaram lançar títulos desse gênero relegando ao esquecimento seus saudosos e antigos leitores. Publicações como Jonah Hex, Apache e o clássico Tex, da Bonelli Comics, são os últimos produtos editorias que ousaram representar esta época dourada das HQs de faroeste nas bancas do país.

Mas, quem pensa que o século XXI pertence somente aos fãs de super-seres e mangás está equivocado. Ainda existem muitos nostálgicos por aí, que curtem Tex. A seguir, conheça um clube tipicamente retro e que agrega pessoas que adoram as coisas do velho Oeste. Saiba mai sobre os...
COWBOYS DO ASFALTO!
O CLUBE DOS AMIGOS 
DO WESTERN!

Avenida Paulista - Em plena maior cidade da América do Sul
existe um clube de cowboys


Desde 1977, um grupo de pessoas aficcionadas por histórias em quadrinhos, filmes e pelas coisas do velho Oeste selvagem se reúnem na cidade de São Paulo, para rever antigos filmes, seriados e, obviamente, compartilhar com aqueles que tem a mesma afinidade gibis antigos e trocar idéias e souvenirs daquela época remota. O curioso é que a maioria dos participantes desta verdadeira confraria comparecem aos eventos caracterizados de cowboys e cowgirls, com: botas, chapelões, lenços no pescoço, rifles, etc. Também aparecem nessas reuniões pessoas usando os tradicionais sombreros mexicanos, com roupas típicas.
Essas efemérides animadíssimas são comandadas pelo conhecido professor Diamantino da Silva, que tem 87 anos. Ele é um apaixonado pelo tema: Oeste. Ele é um estudioso de HQs, colecionador, e autor de livros sobre Quadrinhos e seus autores. Diamantino ostenta no peito a estrela de xerife, é super respeitado por todos, pois foi graças a ele que surgiu o já famoso Clube Amigos do Western.
Diamantino, o xerife do Clube

Filmes clássicos são exibidos
Apesar do clima festivo, nessas reuniões não ocorrem as tradicionais arruaças que costumávamos ver nos velhos filmes de bang-bang nas cenas de saloons, como: disparos de tiros a riveria, bêbados encrenqueiros, dançarinas de cabaré ou aquelas típicas trocas de sopapos num quebra-quebra generalizado, que quase destruiam o ambiente, pois aqueles que se reúnem nesse curioso clube são, em geral, senhores e senhoras respeitáveis, de idade avançada – em sua grande maioria -, e não faltam as tradicionais e charmosas cowgirls, também trajando roupas no elegante estilo country.


SESSÕES DE CINEMA RETRO

Todos os sábados, sessões de cinema acontecem na sede do clube, que fica na rua Santa Cruz, 1584, na vila Gumercindo, zona sul de São Paulo, fone: (11) 5063-3145. O curioso é que os sócios e convidados, em geral, comparecem trajando roupas parecidas com os mocinhos dos filmes que são exibidos.
Assim, esta sessão de cinema retro apresenta os cowboys armados na tela e na animada platéia, porém os tiros só acontecem nas películas.
O INCRÍVEL DÉDY EDSON

Ele tem 67 anos e é incansável, super ativo. Participa dos eventos há muito tempo. Ele é um conhecido colecionador de gibis, vidrado em filmes e revistas em quadrinhos sobre o velho o Oeste e um expert quando o assunto é The Phantom (o Fantasma), antigo personagem do universo das HQs criado pelo genial escriba americano Lee Falk. 

Os bailes countries são organizados pelo eclético e incansável Dédy, que também é professor de dança. Ele selecionado os interessados em participar – homens e mulheres -, que comparecem ao ensaio – um dia antes da festa. Com paciência oriental Dédy Edson ensino os passos corretos para os dançarinos, que também se apresentaram caracterizados com trajes tipicamente da época do velho Oeste selvagem.


Nos bailes típicos do Oeste Dédy , geralmente, dança com sua animada irmã Elizabeth Gomes, que se pudesse seria a atriz Jane Powell - que tanto admira - , estrela da comédia musical Sete Noivas Para Sete Irmãos.
O som do banjo vem de um CD e toma conta do ambiente. Já algum tempo, ele procura por músicos que possam colaborar para animar essas reuniões. Os interessados devem entrar em contato através do fone: (11) 5063-3145, ou se dirigir pessoalmente ao clube, de preferência aos sábados, visto que durante a semana esses maravilhosos cowboys tupiniquins estão muito ocupados em nas diversas atividades que cada um deles exerce.

As reuniões do Clube Amigos do Western é um verdadeiro baile a fantasia, com muito charme, descontração e alegria. É nele que antigos amigos se encontram, colocam as conversas em dia, discutem produções cinematográficas, relembram os grandes astros e estrelas dos filmes antigos, levam exemplares raros de gibis do gênero e, de repente, esquecem as agruras do dia a dia, num clima típico de Nashville – templo da música country americana - em plena selva de concreto - que é a capital paulista.

COMO TUDO COMEÇOU...
A exatamente 16 anos atrás, Diamantino Silva, que sempre teve alguns amigos que também eram vidradas nas coisas do velho oeste, teve a idéia de fundar a entidade. Inicialmente as reuniões eram realizadas numa sala no Cine Clube Bandeirantes, no bairro da Aclimação. Na medida em que os associados iam surgindo o espaço físico ficou pequeno. Era preciso ampliar o clube, organizar a coisa.


Algum tempo depois, uma pequena casa de fundos teve suas paredes derrubadas para dar lugar a nova sede. Cadeiras antigas, compradas de um cinema que havia fechado foram adquiridas e foram levadas para equipar a sala de exibição de filmes. Quem conhece o local afirma que adoram bater papo numa pequena área onde fazem pipocas e cafés antes de iniciar as tão esperadas sessões cinematográficas.

Fora do conjunto há uma ótima área livre onde se realizam os famosos bailes e exibições de danças countries. Vira e mexe é possível encontrar nessa verdadeira confraria do faroeste escribas e desenhistas de HQs, convidados ou que acabaram descobrindo o clube através de um amigo que foi, aprovou e recomendou.
ROY ROGERS, TEX, E UMA LEGIÃO DE

HERÓIS DO FAROESTE





Há quem curta apenas as películas antigas do gênero. Outros, se deliciam com os filmes antigos e com o fantástico acervo de gibis dos colecionadores Dédy Nelson e Diamantino. Essas edições antigas de quadrinhos tem como protagonistas lendários cowboys, como: Roy Rogers, Cisco Kid, Cavaleiro Negro, Búfalo Bill, Tim Holt, Rocky Lane e o ranger mais querido do Brasil: Tex (da Bonelli Comics), e que já há alguns anos tem diversos títulos lançados pela Mythos editora.
Como atualmente é raro vermos nas bancas de jornais revistas em quadrinhos de faroeste – parece que os editores se esqueceram de seus antigos leitores -, e apenas Tex continua firme, resistindo heróicamente e gloriosamente - há mais de 50 anos - num espaço que foi dominado quase que completo, desde a década de 60, por super-heróis e mangás, rever estas raridades impressas do passado desses eternos heróis do western, que marcaram época e nossas infâncias, é um verdadeiro paraíso.
O querido cowboy e bengala brother Dédy Edson, me convidou – ao nos encontrarmos por acaso no centro da cidade – para participar da última festa realizada na sede do clube, que estava comemorando 36 anos. Tentei me programar, mas devido a problemas de ordem familiar acabei perdendo a oportunidade de conhecer e participar dessa efeméride.
Mas, brevemente farei uma visita à essa interessante entidade, já prometi ao Dédy, que gentilmente me passou o e-mail do professor Diamantino – que vi uma única vez, quando este visitou a sede da extinta editora Noblet – onde eu trabalhava-, quando fazia um levantamento sobre autores de HQs para realizar um de seus livros sobre a nona arte.
Na década de 90, o amigo e grande autor de HQs Paulo Hamaski, me falou sobre um clube que ele freqüentava onde se reunião apenas pessoas interessadas em falar, comentar, ler e assistir filmes sobre o velho Oeste.

Nunca mais ouvi falar sobre o tal clube e confesso que fiquei surpreso, quando ao encontrar Dédy – que eu não via há anos -, ele disse que participava ativamente e que o Clube dos Amigos do Western ainda existia.
Sugiro que o bengala brother, colecionador, fotógrafo, escritor, e Tex maníaco, 
Gegê Carsan - que costuma comparecer a eventos promovidos pela Mythos caracterizado de Tex - faça uma visita a este clube sui generis. Segundo os que freqüentam essas reuniões, vale a pena.
No que se refere a parte musical, Bira Dantas, o mago dos caricaturistas do país, que também é um exímio gaitista, poderia programar um dia para visitar o clube e promover um showzaço de músicas countries. Bira, cadê você!? Anotou o fone do clube, brotherzão? Gege, você também não pode faltar na festa!
Gegê e Bira, quando aparecerem por lá me avisem com antecendência, quero registrar o fato em fotos.
NEY FOGUETE
É de se estranhar que em meio ao belo acervo de gibis de faroeste o visitante acabe encontrando algumas edições de Ney Foguete, um herói espacial que foi criado por Diamantino, ex-professor de desenho e artes gráficas da Fundação Alvares Penteado (FAAP). Segundo os amigos, Diamantino sempre foi ativo e eclético. Criou personagens, fez e publicou HQs e livros sobre a arte seqüencial e seus autores.
Aos sábados, Diamantino Silva apresenta o programa Mocinhos e Bandidos pela TV Geração Z (www.tvgeracaoz.com.br). Ele diz que faz com prazer o programa da TV on line, mas encontrar os cowboys no clube semanalmente é sua grande paixão.
NOVIDADES
Além dos filmes exibidos com freqüência na sala de exibição do clube, de vez em quando, a grande novidade para os associados são os esporádicos shows musicais que já há algum tempo vem acontecendo. Esses shows são realizados por músicos desconhecidos que se exibem no centro da cidade. Muitos são bolivianos ou nordestinos, que se apresentam vestidos com roupas típicas.
O clube está bombando! Só está faltando os cavalos! Ri-ri-ri...”- afirmou Diamantino, bem humorado.
O FANTASMA, DE LEE FALK

Também destoando dos gibis expostos aos associados do clube é possível encontrar no acervo de Dédy Edson o Fantasma, criação Mor do escritor Lee Falk. “Sou o maior colecionador e pesquisador do Fantasma no país.”, assegurou Dédy, que criou um fanzine com a história da dinastia dos 21 Fantasmas.
Apesar do Clube reunir semanalmente gente fissurada em faroeste, muitos desses freqüentadores também são fãs do Fantasma.”, afirma Dédy. “Os gibis do meu acervo, sobre o personagem de Lee Falk, que também criou o mágico Mandrake, são muito procurados.
Quando Dédy mencionou esse velho herói mascarado das HQs, me lembrei do meu tempo de infância... a Rio Gráfica e Editora (atual Globo) foi a primeira – que eu me lembre – a lançar gibis em cores. E advinha qual foi o primeiro personagem a ser editado em cores no Brasil? A resposta você já deve ter deduzido: O Fantasma.
Recordo que eu gastava boa parte da minha mesada com revistas de quadrinhos e que um dos meus heróis favoritos era este herói misterioso que morava numa caverna estranha na selva de Bengala. O incrível é que as primeiras edições do Fantasma, em cores, simplesmente evaporavam das bancas, caso você não a comprasse até o meio-dia.
O Fantasma, na época, era mais popular que qualquer outro super-herói Marvel. Acho que mais conhecido que o Fantasma de Lee Falk, só o Superman gozava de tamanha popularidade.
Eu tinha uma coleção incrível deste carismático personagem, inclusive, os pocket books lançados no Brasil dos clássicos, lançados pela editora Saber, desenhados por Ray Moore.
DÉDY E SUA HEMEROTECA
Nem só de filmes sobre o velho Oeste vive o homem. Dédy afirmou que tem mais de 5 mil DVDs de filmes antigos, com temas bem diversificados. Se você quiser saber mais, consulte: hemerotecadotatuape.blogspot.com.br. Ali você vai ficar por dentro do imenso acervo de Dédy e vai poder, também, adquirir filmes e gibis raros.
MISTER JACK
Dédy Edson, exímio dançarino, afirma que aprendeu a arte da dança graças a seu pai, Mister Jack, que imitava All Jolson, que fez o primeiro filme de Hollywood falado, em 1927, chamado O Cantor de Jazz.
Ele é um entusiasta da arte de dançar, participou de shows, de filmes e se tornou professor de dança de salão.

JOHN WAYNE, O REI DOS COWBOYS
(1907\1979)

É impossível comentar sobre os velhos filmes cujos temas eram o velho Oeste, sem citar o incrível trabalho de John Wayne - ator, autor, e produtor do clássico Nos Tempos das Diligências, de 1939. No clube, enquanto não começa a exibição dos filmes, os convidados e freqüentadores se deliciam falando e relembrando as películas estreladas por este ator marcante que se tornou sinônimo dos bons filmes de western.
Muitos grandes atores personificaram na tela heróis do faroeste, mas Wayne, sem dúvida, foi o maior e o melhor de todos. Não é a toa que este grande ator foi escolhido para ser o patrono do Clube dos Amigos do Western do Brasil.
O xerife Diamantino e Dédy Edson estão sempre de plantão, prontos para receber novos membros para incrementar ainda mais esta verdadeira confraria dos amantes do bang-bag. Se você é fã de Tex e outros cowboys do passado, participe. Filie-se ainda hoje. O que você está esperando?
Por Tony Fernandes

Estúdios Pégasus – Uma Divisão da Pégasus Publicações Ltda – 
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