sábado, 29 de junho de 2013

Cassacco - Crazy little thing called love

sexta-feira, 21 de junho de 2013

ENTREVISTA IMPERDÍVEL COM O DESENHISTA EDNO RODRIGUES, IRMÃO DO MESTRE EDMUNDO! A VERDADE VEIO À TONA!


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BATE PAPO

Um dos grandes sonhos da minha vida de entrevistador

 virtual era poder realizar uma bate papo descontraído,

 informal – para um dos meus talkies shows da WEB,

 para um dos meus blogs -, com um dos grandes 

nomes do quadrinho nacional, o querido guerreiro 

e saudoso bengala mestre e brother Edmundo Rodrigues. 

Cheguei até a trocar algumas palavras com ele através 

do Facebook e do Orkut. Até tentamos armar essa 

entrevista, meses antes do seu falecimento, 

totalmente inesperado para mim.

Confesso que fiquei chocado quando soube que ele havia 

desencarnado. Assim, como homenagem póstuma 

decidi escrever uma matéria sobre este talentoso 

artista que inspirou e ajudou muita gente, como eu, a 

enveredar pelo setor editorial brasileiro e se tornar 

um profissional. Essa matéria 

especial foi, de fato, postada num dos meus blogs, 

gerou bons comentários, ótima “audiência” e até 

houve um “Anônimo” que se indignou com o artigo 

alegando que eu tentava denegrir a imagem desse 

inesquecível companheiro que hoje, com certeza, 

descansa em paz num cantinho do céu reservado 

aos grandes mestres das HQs.

Há cerca de um mês atrás, para meu espanto, tive 

o prazer de receber um comentário sobre essa

 matéria que fiz sobre o Edmundo, de seu irmão. 

Me senti honrado com essa visita e com seus 

comentários. Papo vai, papo vem, e o mano do 

genial artista, que também é um grande mestre do

 traço, e que trabalhou em parceria do seu falecido 

irmão concordou em me dar a honra de entrevistá-lo.

Como diz um velho ditado: “Deus é grande”. 

Só ele poderia me proporcionar tamanha dádiva, 

um fato inusitado. A seguir, eu e você, webleitor, 

vamos ter a honra de conhecer um pouco mais 

sobre esse outro grande guerreiro 

dos quadrinhos brasileiros. Para o deleite geral,

 da nossa “população flutuante” nacional e internacional, 

que é fã de uma boa história em quadrinhos e de 

seus autores brilhantes, tenho a honra de entrevistar...

EDNO RODRIGUES, MAIS UM 

GRANDE MESTRE DAS 

HQs NACIONAIS!

 

 Tony 1: Bem vindo a este nosso pequeno espaço virtual, Edno.

Fiquei feliz com o seu contato e super honrado
em saber que você estava disposto a conceder
essa entrevista que, sem dúvida, vai ser esclarecedora.
Posso dar o “tiro de largada”?
Está pronto para o que der e vier, bengala brother?

EDNO: Motores ligados... Foi dada a partida, brother!

Tony 2: Então respira fundo no cockipt, que vou pisar fundo (Rsss...)...
O pessoal dos bastidores do mundo das HQs
nacionais sabia que o Edmundo Rodrigues tinha um
irmão artista, que colaborava com ele – inclusive eu -,
mas acredito que muita gente,
principalmente os leitores, jamais tiveram conhecimento que você
e o mano fizeram muitas HQs em parceria.

EDNO: Na verdade, Tony, as pessoas que
 tiveram mais ligação comigo, pois trabalhamos 
juntos por um bom período, foram os desenhistas:
 Juarez Odilon (já falecido), Fernando De Lisboa, 
Paulo Abreu (Pabreu, RGE), Getúlio Delphin, e 
o mestre Gedeone Malagola, que tive a honra 
de conhecer, quando em 1968, já estando na Marinha, 
fui convidado por Edmundo para esboçar à lápis a
 história ¨O Anel de Lid ¨- Raio Negro # 13, e ir 
até São Paulo. Na casa de Malagola, fiquei fascinado
 com a quantidade de gibis antigos que 
ele tinha em seu acervo.
Raio Negro em O Anel de Lid

Tony 3: De fato, quando fui a Jundiaí – cidade do interior 
de São paulo - e vi o acervo que o professor Gedeone 
tinha no porão, fiquei pasmo. Só filé, só coisa rara. 
Ele amava as HQs. Por sorte, convivi bastante dom este 
grande mestre (ex-delegado), que frequentava
 minhas editoras e estúdios.
                         Essa parceria, entre você e o mano, ela começou na infância
ou na adolescência? Em que ano? Quem influênciou quem?
E, o que voces liam naquela época?

EDNO: A parceria com meu irmão começou em 1954. 
Ele estava com 19 anos e eu com 15 anos. Nesse período, 
Edmundo estava apenas como colaborador da extinta 
revista ¨O Tico-Tico¨ e meu trabalho era inventar e
 rabiscar no papel brinquedos para montar que, depois, 
ele desenhava e levava para serem publicados
 com outros trabalhos que ele fazia para a revista.



Quem influenciou quem? Eu é que não fui! 
 Fora nossas obrigações dos livros de estudos, 
nossas leituras eram as Histórias em Quadrinhos 
e uma série de livros juvenis da Companhia Editora 
Nacional (Coleção Paratodos e Terramarear), 
que tinha títulos como: ¨O Sheik¨, ¨Tarzan¨, 
¨Raptado¨, e outros.



Tony 3: Ahhh, antes que eu me esqueça... é melhor 
começarmos pelo começo, obviamente (Rsss...)... 
Qual é o seu nome completo e em que dia mês,
 ano e estado você nasceu? A paixão pela arte vem de família?

Edmundo e suas publicações - Homenagem feita por Bira Dantas

EDNO: Meu nome completo é: Edno José Botelho Rodrigues. 
 Eu sou de uma família do Estado do Pará. Nasci em Belém, 
no dia 3 de Novembro de 1939, às 00:30 da manhã, 
do signo de Escorpião.
Vim para o Rio de Janeiro com 5 meses e dois irmãos e 
duas irmãs: Edmundo, 5 anos, Armando, 3 anos, Elyeth,
10 anos e Enildette, 8 anos. Minha mãe, ainda trouxe duas
crianças do sexo masculino, que acabou de criar aqui no Rio.
Acredito que a arte vem de família.
Meu pai era um excelente alfaiate, confeccionando roupas
para médicos renomados e senhoras da sociedade.
Minha mãe, além de trabalhos artesanais, fazia e 
montava bichos e bonecos de pano e de espuma
 (muitos desses trabalhos o Edmundo utilizou, 
para fazer alguns livros para a Editora Tecnoprint,
 atual Ediouro, utilizando pseudônimo). 
Minha irmã Enildette, fez parte de um grupo vocal 
famoso, em 1949, onde a irmã do grande compositor 
Herivelto Martins, fez parte, também.
Meu irmão Armando, transportou da Cidade de Aço
(Volta Redonda, no Rio de Janeiro) para Brasília, as
primeiras estruturas de Aço da Torre de TV da Capital,
e minha irmã Elyeth, tornou-se uma excelente Advogada.
Mano, no meu modo de pensar, acho isso tudo uma arte.

Ilustrações feitas com aquarela líquida. Por: Edno
Tony 4: Bota arte familiar nisso... ô loco! Um alfaiate,
uma artesã, uma vocalista que cantou com a irmã
 de um dos nossos grandes compositores, um irmão 
que foi um dos responsáveis pela primeira torre de TV 
do Rio de Janeiro e uma irmã que se tornou doutora em advocacia... 
uau! Isto é que eu chamo de uma família abençoada.
Agora, sim, podemos prosseguir relaxados...
Dá pra relembrar qual foi a primeira HQ ou trabalho
que você e o Edmundo fizeram e conseguiram publicar?
Este trabalho inicial foi para que empresa editorial?
Em que ano?

O estúdio em Copacabana - As duas janelas engradadas inferiores.
EDNO: Como eu digo sempre, o artista da família
 não sou eu, e sim, o meu irmão Edmundo Rodrigues. 
Foi ele que com 12 anos,
iniciou sua carreira nos quadrinhos, desenhando
 uma charge política, cujo texto era: ¨O Petróleo é Nosso!¨, 
para o extinto jornal do Rio, ¨O Diário da Noite¨. 
 Depois, vieram os seus trabalhos para as revistas
 ¨O Tico-Tico¨, ¨Sesinho¨ (uma revista do Serviço 
Social da Indústria), ¨Vida Juvenil¨ (da Editora 
Vida Doméstica, RJ.)... até chegar a Rio Gráfica e
 Editora (Globo). Aí, brother, eu entro com toda a força.
Na verdade, antes da RGE (Globo), eu fiz vários
 trabalhos de parceria com meu irmão, sobre temas 
de ¨Curiosidades¨. Mas o início de tudo mesmo, foi 
em 1957, com o lançamento de ¨Jerônimo, 
O Herói do Sertão¨.

Edmundo, Edno, as irmãs e a mãe

Tony 5: OK... Qual era a idade de voces, na época?

EDNO: Edmundo estava com 22 anos e eu, com 18 anos.

Tony 6: Quando essa parceria de voces começou, voces
trabalhavam em casa fazendo freela para as editoras, ou montaram
um estúdio de arte e criação, logo de início?

EDNO: Trabalhávamos em casa. Nesse período, 
Edmundo, além de estar acabando o CPOR 
(Centro de Preparação de Oficiais da Reserva), 
estava produzindo e escrevendo (pouca gente sabe 
disso) fotonovelas para a extinta revista ¨Cinderela¨, 
 da RGE. Eu mesmo, cheguei a ser coadjuvante 
de algumas histórias. Com o sucesso estrondoso 
de ¨Jerônimo¨, em seu terceiro número (a revista, 
no início seria bimestral, mas com o sucesso 
alcançado, passou a ser mensal), montamos um
 Estúdio de Desenho de frente para a avenida 
Nossa Senhora de Copacabana, no Rio, 
nossa área de atividades.

Tony 7: Começaram na base do free lance... Hmmm, no próprio
barraco”... Fotonovelas? Então, voces bancaram os
atores dessas fotonovelas...
Essa eu não sabia, juro.
O Edmundo sempre foi boa pinta, lembro-me bem dele.
Também não sabia que as primeiras duas edições
 de Jerônimo – uma espécie de cowboy nacional - foram 
experimentais que, de repente, deu certo. Isto é curioso.
 Hmmm, um estúdio na avenida Copacabana,
bengala brother? Nada mau. Maravilha... Quem fazia os
desenhos a lápis e quem artefinalizava?
Quem escrevia os roteiros?
Putz, isso tá pior do que interrogatório policial (Rsss...)...



EDNO: Nós fazíamos dois números do ¨Jerônimo¨
 por mês, os trabalhos à lápis eram feitos por mim e 
artefinalizados pelo mano. As histórias escritas por 
Moysés Weltman, vinham com os diálogos 
datilografados para a novelização no rádio, 
que o Edmundo pegava na RGE.
As três primeiras histórias foram todas adaptadas 
para os quadrinhos por ele. A partir daí, ele passou 
a utilizar os serviços de minha irmã Elyeth, que
 recebia o calhamaço de folhas, adaptava e 
resumia as histórias. O mano, então, preparava 
os diálogos para os quadrinhos, fazíamos os 
esboços juntos que em seguida, recebia a sua arte-final.
Isso foi até o número 63. Os três primeiros números 
de ¨Jerônimo¨ , foram todos executados pelo mano:
Ele foi o idealizador, letrista, adaptador e desenhista.
Aliás, ele foi o letrista de todos os números de ¨Jerônimo¨.
Ele era um excelente letrista.

Tony 8: Duas edições de Jerônimo, por mês!? Cerca de 
sessenta e quatro páginas. Coisa de doidos.
.. E até a mana também entrou na “dança”. Ótimo, afinal, 
“A família que trabalha unida fatura unida”, ao menos é o 
que diz um antigo preceito popular. O Edmundo 
era bom em tudo mesmo.
O traço dos desenhos dele e as letras que ele fazia 
sempre foram marcantes. Prosseguindo: Outros artistas
 também colaboravam com voces?

EDNO: Com o sucesso de ¨Jerônimo¨, as portas se abriram.
O volume de trabalho aumentou tanto, que
 contratamos um rapaz e uma moça, iniciantes, e 
Edmundo resolveu chamar alguns amigos do ramo 
para ajudar, como: Getúlio Delphin, Paulo Abreu
 (Pabreu, da RGE), Juarez Odilon (falecido), e
 Fernando De Lisboa. Os trabalhos deles era 
só do esboço das histórias de ¨Jerônimo¨, pois era meu
irmão quem finalizava e assinava todos os trabalhos.
Eu gostava de ver o Getúlio desenhar.
Por ele ter os dedos muito longos, quebrava os lápis ao meio,
e desenhava com cotocos! Com essa equipe, eu e Edmundo
tivemos a oportunidade de podermos fazer muitos
trabalhos para outras editoras do Rio e de São Paulo.

Capitão 7. Por: Getúlio Delphim

Tony 9: Getulião, meu grande e querido bengala brother.
Já tomamos muitas cervejas geladas e vinhos, juntos,
em bons restaurantes e botecos chinfrins (Rsss...).
O fera é grande e bom no traço, no copo, e na estatura.
Nasceu na Baixada Fluminense. Fez carreira nas
 maiores agências de publicidade, onde
 atua até hoje. Gente finíssima.
Já morou na Espanha e na França. Um exemplo de 
guerreiro, um baita brotherzão. Juarez Odilon, sou fã
 desse grande e saudoso artista que, não tive o
 prazer de conhecer. Quanto ao Abreu e o Lisboa 
não os conheci. Mas, com certeza, eram todos feras
 no traço. Voces estavam com um time da pesada. 
Vamos nessa... Sei que você leu a matéria que
 fiz sobre o seu mano, após a morte dele, e que
 também leu os comentários de um certo “Anônimo”, 
que se indignou com o texto que criei. É mole?
De imediato, pensei que o tal “Anônimo” era você, o
misterioso irmão artista que poucos tiveram
o privilégio de conhecer. Acontece que o sinistro e
referido cidadão em questão (o “Anônimo”),
disse possuir cartas e até um diário do mestre 
Edmundo, onde este registrava todos os 
acontecimentos de sua vida profissional – que
 nem o capitão Kirk, da Enterprise. Parece que o
 fulano conviveu intimamente com o Ed – não tive 
esta oportunidade, infelizmente. Fomos bons amigos
 e colegas de profissão. Isto sim. Nos falávamos 
muito por telefone, principalmente na década de 90,
 quando ele me convidou para voltar a colaborar 
com a editora Bloch, para a revista Angélica, onde
 passei a fazer com meu ex-sócio Wanderley 
Felipe duas séries infantis.


Uma chamada Os Tortugas e a outra, que não 
me lembro o nome, era de uma bruxinha. Na década de 8
0, seu mano tinha convidado o Paulo Hamasaki e
 eu para fazermos as séries: Os Trapalhões e 
Trapasuat, quando esses comediantes faziam um 
tremendo sucesso na TV, tamanho era sua grandeza 
de espírito. Por sorte, o tal “Anônimo” não era você, Edno.
O cidadão, que covardemente nunca se identificou,
afirmou que seu irmão era genioso – fato que eu desconheço.
Sempre achei o Ed boa praça.
Você, que cresceu e conviveu com ele, mais do que
ninguém pode dizer: O Ed era, de fato, explosivo? 
Ele rasgava a cueca,
feito o incrível Hulk, quando ficava irado? (Rsss...)...
Ele era um profissional meticuloso, super exigente?

A arte dos manos

A sensual Irina

EDNO: Brother, o Edmundo era PERFECCIONISTA! 
 E eu peguei essa doença dele. Não é uma boa. 
 Fazendo-se um trabalho bom e bonito, já está 
de bom tamanho. Desde que me entendi como 
gente, e até acabar nossa parceria, em 1962, nunca 
vi meu irmão se alterar com alguma coisa. 
Ele e meu irmão Armando, eram solteiros. 
E o que eles eram mesmo, mano, é muito ¨mulherengos¨. 
Não podiam ver um rabo
de saia (Risos...). Mas, com o tempo, isso passou.
Mas, explosivo?, é ruim, heim!


Capa de Jerônimo. Um grande sucesso dos quadrinhos

Acima, O Carrasco. Ao lado, outras artes do manos geniais

Página de abertura de uma edição de Jerônimo, o herói do sertão
Tony 10: Esse foi o Edmundo que conheci, parceiro. 
Aliás, ser mulherengo não é defeito, é qualidade (Rsss...). 
Ainda mais quando se é jovem e se está na ponta 
do casco (Rsss...). Quero morrer “defeituoso”...
Por falar em Bloch, seu irmão fez milagre nessa época.
Trabalhar com as verbas minguadas do 
Adolfo Bloch não era tarefa fácil.
O Ed ressuscitou os super-heróis da Marvel
, que estavam fálidos –
estavam um bom tempo fora de circulação 
nas bancas do nosso país.
E também abriu espaço para diversos autores de
HQs nacionais, como: Toninho Lima, Baldisseri, Homobomo,
Shima, Colin, Hamasaki, eu, e para o Ely Barbosa e Cia
, que tinha colaboradores como: Bira, Mingo, Queirós 
e outros bambas. É certo que para receber da Bloch era 
preciso ter uma paciência oriental. 
Demoravam, mas pagavam.
 Nobody is perfect (Rsss...). Mas a verdade é que quando
 o Ed assumiu o comando dessa divisão de quadrinhos 
dessa poderosa editora carioca o mercado aqueceu e
 muita gente passou a trabalhar com aquilo
 que mais gostava de fazer: HQs. 
Eu era, na época, assistente de arte da extinta editora 
Noblet e nas horas vagas – ralava madrugadas a fio
 na prancheta se empanturrando de café, sanduíches 
e cigarros, afinal a família estava crescendo. 
Fui obrigado a proibir minha mulher de lavar cuecas, 
para evitar filhos (Rsss...). - colaborava com a Bloch, a 
Grafipar e outras casas editoriais menores. Foi nessa época, 
entre minhas idas e vindas ao Rio que voltei a ouvir falar 
de você, Edno. Corria uma lenda que, muitas daquelas HQs de
terror que eram publicadas pela Bloch eram feitas por você, que
mantinha um estúdio a todo vapor. Isto é verdade?

EDNO: Quase, quase. O que aconteceu foi que o mano,
 precisando de material para publicar na Bloch, utilizou 
muitas das histórias antigas de terror, produzidas na 
época do Estúdio, umas inéditas e algumas publicadas 
em outras editoras e as reaproveitou. Inclusive, eu mesmo, 
algumas vezes, vendi alguns trabalhos nossos, da época do Estúdio,
para contra-capas de revistas da Bloch Juvenil.

Drácula - Capa da época em que o Edmundo comandou a divisão de HQs da Block Editores

Fantar - Um herói do reino abissal



Tony 11: Agora tudo ficou claro. Você e o mano fizeram 
quadrinhos a beça, como: Jerônimo, o herói do sertão – 
que inicialmente era uma novela radiofônica criada por
 Moysés Weltman, que obteve muito sucesso e que também
 caiu no gosto popular no formato quadrinhos. O gibi do 
Jerônimo - como costumamos dizer -, foi publicado pela 
Rio Gráfica e Editora (atual Globo). Quantas edições 
desse famoso personagem – que teve longevidade -,
 voces fizeram? Dá pra relembrar? Como era o processo
 de criação? Quem escrevia os roteiros? Quanto tempo
 voces levavam para fechar cada edição?
 Os originais eram feitos no formato A-3?

EDNO: Em parte esta resposta já foi dada na resposta 7.

Tony 12: Sério? Ando meio pancada. Deve ser amnésia
dinossáurica, eu acho. Coisas da idade (Rsss...).
Desculpe-me, “pisei no tomate” (Rsss...)...

EDNO: Complementando: Com a equipe formada, estávamos
entregando três edições do ¨Jerônimo¨ por mês, e aproveitando
o tempo que sobrava, para colaborar com outras editoras.

Tony 13: Cacilda! O esquema era pauleira. Prossiga...

EDNO: Recordo-me, que nessa época da existência do Estúdio,
Moysés Weltman nunca nos visitou, para ver como a revista
do ¨Jerônimo¨ era feita. Só tomava conhecimento quando a
revista chegava pronta na RGE, para ser impressa.

Tony 14: O autor não estava nem aí? Nunca “chegou junto”?
Estranho, né? Eu o interrompi estupidamente, bengala brother.
Mil perdões... continue...

EDNO: No início, o formato era o A-3 (também, não gostava).
Depois, passamos para um formato próprio.
Um pouco maior que o A-4 ( era, bem melhor).




Tony 15: Apesar de muitos artistas de HQs afirmarem que no
formato A-4 é preciso desenhar com uma lupa, ele faz render
a produção, é óbvio... um pouco maior, acho que é o ideal –
até hoje não sei porque fazíamos originais imensos (A-3).
Coisa de malucos... De volta ao bate papo...
Com o cancelamento de Jerônimo, que outros títulos
ou personagens voces também criaram ou
desenvolveram nessa época super produtiva?

EDNO: No período do Estúdio, nasceu ¨Chico e Chica¨, 
uma revista infantil editada pela extinta Revista 
do Rádio. Esses personagens eram o ¨xodó¨ do mano,
 que fazia o monopólio dos mesmos. 
 Era ele que fazia tudo sozinho: desenho à lápis, 
escrevia as histórias, era o letrista e o arte-finalista.
 Durou dois anos. No caminho, surgiu, também: 
 ¨O Carrasco¨, um mocinho mascarado e que 
nas suas horas de lazer, adorava pintar lindas mulheres.
Parece o mano (Risos...). Fizemos uma história do 
mágico ¨Mandrake¨, em que ele enfrentava uns 
alienígenas que queriam conquistar a terra,
 bem como, algumas histórias do personagem ¨Reizinho¨,
 de O. Soglow, para a RGE, histórias de terror 
caipira de assombração, histórias essas, que 
Edmundo colheu de minha mãe, que nos contava,
 e que ouvira nos tempos em que viveu em 
Marapanim, sua cidade natal, e histórias de faroeste.

Tony 16: Chico e Chica? Interessante... 
Seu mano era polivalente... sei disso. O Carrasco, 
cheguei a comprar o gibi desse personagem. 
Mandrake, do Lee Falk!? Reizinho!? Essas eu ia morrer 
sem saber, juro. HQs de terror caipira, dessas eu 
não me lembro. Você chegou a criar algum
 personagem próprio, ou a escrever e 
desenhar uma HQ de sua autoria?

EDNO: Bengala Brother, eu era o complemento
 do Edmundo na época, no que se referia as
 histórias em quadrinhos. Onde ele parava, 
eu continuava. Eu era o pesquisador. 
Procurava novidades, revistas novas, curiosidades, 
era o sonhador da dupla. Para você ver como 
o mano era, uma vez gostei de uma menina
 lourinha de rabo-de-cavalo (tipo de cabelo 
feminino muito usado na época), de nome
 Eliana. Querendo fazer figura para conquistar 
a menina, sugeri ao mano de se criar um herói 
de quadrinhos, vivendo nas selvas amazônicas. 
 A mocinha iria passar as férias na Amazônia, 
passando por vários perigos e sempre salva, por quem? 
¨Arakén, O Justiceiro da Selva¨ ! Este nome foi tirado de um
 personagem do livro ¨Iracema¨, de José de Alencar.



Esboço de Arakén, o justiceiro das selvas

Página da revista Mundo das HQs editada pelo Edno. Em foco: Barney Baxter

A mocinha, lógico, seria loura, com rabo-de-cavalo. 
Seu nome? Eliana! Não é que o mano concordou 
com a ideia e escreveu várias histórias para o personagem. 
O Estúdio estava em pleno vapor, e o trabalho foi 
entregue ao Pedro Valente, um desenhista novo, 
estreante, para fazer os esboços da história, e assim 
nasceu ¨Arakén¨, com a cara do ator americano-
trapezista Burt Lancaster, de quem éramos fãs. 
Foi publicado na revista 
¨Valor¨, da Editora 
Garimar, em 1959. Só saiu um número. 
Tínhamos o segundo número pronto e o terceiro 
estava pela metade. Tudo bem, não
 conquistei a menina, mas ganhei
uma grande amiga (Risos...). Assim, era meu irmão.

Tony 17: Voces tinham uma bela sinergia, pelo visto (Rsss...).
Prosseguindo: Quando eu era garoto – faz milênios,
sou jurássico (Rsss...) - , lia e colecionava muitas HQs.
Colecionava séries nacionais e importadas, de temas diversos,
como: Terror, ficção, super-heróis, cômicos, humor, western,
sacanagem, etc. Colecionava Jerônimo, título que apresentava
uma espécie de faroeste caboclo, rural, estrelada
 pelo personagem principal, que dava
 nome a série acompanhado pelo
impagável Moleque Sací, um garoto de cor, atrapalhado
e hilariante, que dava um sabor especial as histórias.
Foi naquela época (anos 60), que passei a ser
 fã do traço dinâmico do Edmundo Rodrigues. 
Nem imaginava que ele tinha como fiel parceiro,
 você, Edno. O trabalho de voces, ao meu 
ver, tinha um “Q” de Gil kane.
Era super dinâmico. Qual de voces era fã desse grande
mestre dos comics da América?

EDNO: Eu, também, sou jurássico (Risos...). 
Você acertou em cheio, Bingo! Eu e o mano, sempre 
fomos fãs dos desenhos de Gil Kane e Joe Kubert. 
Talvez seja por isso, que alguns críticos de 
quadrinhos achem alguma 
semelhança com o estilo deles. Apesar dos trabalhos 
de Kubert serem maravilhosos, acho eu, que os
 desenhos de Edmundo sempre foram, desde o
 início de sua carreira, mais no estilo de Kane:
traços mais finos e refinados.


Arte de Edno Rodrigues

Tony 18: Eu sabia... valeu! Também sempre admirei a
 arte do Kubert (Sgto Rock), Gil kane, Steve Ditko 
(Homem Aranha) e Kirby – grandes mestres das figuras 
em ação. Parabéns, pelo bom gosto. Em que outros 
grandes mestres dos quadrinhos 
americanos voces se inspiravam?

EDNO: Edmundo tinha uma queda, também, 
pelos trabalhos do grande Alex Raymond, criador 
de ¨Agente Secreto X-9¨, ¨Nick Holmes¨ (Rip Kirby) 
e o lendário ¨Flash Gordon¨. Chegou até a comprar,
 através de uma revista americana, um livreto 
que falava do Estúdio de Raymond e mostrava 
seus desenhos. Eu e ele, tínhamos ainda outros, 
para citar alguns: Roy Crane (Jim Gordon), 
Frank Miller (Barney Baxter), Frank Robbins
 (Johnny Hazard), Clarence Gray (Brick Bradford), 
Will Eisner (Spirit), Harold Foster (Príncipe 
Valente), Burne Hogarth (Tarzan)... mano, vou
 parar por aqui. É muita gente boa que vem atrás!
Vai encher uma folha...

Tony 19: Raymond e seu Agente Secreto X-9, como
eu adorava esta série. Tempo bom... 
Só caras ruins de traço, né?
 Tô brincando (Rsss...)... só feras, da chamada Era de
 Ouro dos Quadrinhos. Também “pago pau”
 pra esses caras. Foram grandes mestres...
A pergunta a seguir é fatal. Aposto que muita gente 
deve estar se perguntando: Por que você nunca
 assinava os trabalhos? Timidez? Insegurança?
 Qual era o problema?
Se é que tinha algum (Rsss...)...

O prolífico Edmundo entre suas publicações

EDNO: Bengala Boy Brother, põe fatal nisso! (Risos...).
Timidez?... não foi. Insegurança?... também, não.
Qual foi o problema? Na verdade, houve um pouco de
acomodação, da minha parte.
O mano era o artista da família, e nos quadrinhos
 era o cabeça, o principal. Eu admirava o meu irmão e
gostava de ser o seu coadjuvante. No entanto, confesso:
pelo talento do mano, o sucesso de ¨Jerônimo¨, do Estúdio
(produzindo fotonovelas, distribuindo quadrinhos para
várias editoras do Rio e de São Paulo, e com uma
excelente equipe de desenhistas), me passou pela cabeça:
¨Temos uma marca de sucesso: EDMUNDO RODRIGUES.
Porque não montarmos uma Escola de 
Desenho, nos moldes da Hollywood 
Continental School¨ (que dizem que ele
cursou (Risos...), mas que na verdade, foi um curso
por correspondência que vi numa revista americana
de quadrinhos e que comprei, já pensando
na futura Escola de Desenho. Meu irmão não
 precisava fazer nenhum curso, os deuses já lhe
 tinham dado o talento de mão beijada), e nos 
moldes do Estúdio da Disney?¨. 
Infelizmente, o mano “roeu a corda”.

Tony 20: O homem amarelou? Não quis fazer? Não acredito...
perderam uma puta chance de faturar alto. 
O nome dele tinha peso, de fato, devido ao sucesso, 
principalmente, depois de Jerônimo. Let’s go...
Quando me tornei profissional na década de 70, 
comecei a ouvir nos bastidores que o Ed tinha um
 irmão artista, você, Edno. E que voces tinham produzidos,
 juntos, uma centena de páginas de HQs. Então,
 curiosamente, passei a indagar para alguns
 editores e profissionais da área –
aqui de São Paulo – sobre você.
E acabei descobrindo que poucos o conheciam.
O Edmundo era o “linha de frente”?
Ele era o cara que vendia o trabalho 
de voces para os editores?

EDNO: Foi ele próprio, que em um belo dia, 
resolveu: ¨Irmão, você já me ajudou tanto 
e esboçou tantas histórias em quadrinhos comigo,
 que acho que já esta na hora de você dar a cara 
para apanhar (Risos...). Pretendo utilizar algumas
 das histórias de assombrações da mamãe, que 
ela ouviu no Pará, e como vamos fazer, também, 
 outras sobre Guerra (¨Diário de Guerra¨ - FEB/ 
Força Expedicionária Brasileira), que o Milton 
Mattos vai escrever, eu vou colocar o seu nome 
e o meu, nos desenhos! ¨. Aliás, o estilo de Kubert,
 nas histórias de guerra, foi ideia minha, pois 
sempre fui apaixonado pelos seus desenhos.

Traços nitidamente influenciados por Joe Kubert
 O estilo do mano era mesmo o de Gil Kane. 
Na verdade, eu me amarrava mesmo, era em
 idealizar as cenas das histórias e depois desenhar 
à lápis... o final, ficava por conta do mano.
Como diria o ¨Rei¨ Roberto Carlos: 
Ele era ¨O CARA¨ ! (Risos...).

Tony 21: All right, brother cane! Vamos nessa... 
Como era o mercado de trabalho, na época em que 
voces trabalhavam em parceria? Tinham que dar 
porrada na mesa para receber? Dava para viver 
numa boa fazendo quadrinhos, 
ou tinham que fazer outras atividades paralelas?

EDNO: O mercado era excelente, se não houvesse 
trabalho, não havia Estúdio.  
Dava para se viver normalmente, 
sem precisar pedir empréstimos, e sem precisar dar 
porrada em ninguém para receber.
É meio complicado, pois nesse período, tinha as edições 
do ¨Jerônimo¨, bem como, fotonovelas, e vários 
títulos que corriam paralelamente.

Tony 22: As fotonovlas faziam muito sucesso.
Deram sorte. Começaram com o pé direito.
 Nos anos 70, comecei “zicado”, com o pé esquerdo. 
Logo de cara tive que quebrar o pau com uns editores do
 Brás, para receber a primeira revista que fiz como free 
lance, chamada: Sargento Bronca... só continuei nesse 
negócio porque sou teimoso como uma mula. Mas 
encontrei bons editores na sequência.
Vamos em frente... Você e o Ed fazem parte de 
uma super geração de quadrinistas brasileiros privilegiados. 
Foram contemporâneos de grandes artistas, como: 
Flávio Colin, Juarez Odilon, Lírio Aragão, Shimamoto
, Nico Rosso, Ignácio Justo (meu mestre), Walmir, 
Amaral, Primaggio, Wilson Fernandes, Jayme Cortez,
 Gedeone, Luchetti, Zalla, Colonnese, Péricles, 
Luis Meri, Queirós, Osvaldo Talo, e outras feras.
Com quais desses verdadeiros monstros sagrados voces
conheceram pessoalmente ou conviveram?

Edno e Edmundo eram ecléticos

Maja, uma sensual Mulher Vampiro

O dinâmico mestre desenhando clássicos infantis

Revistas editadas por Edno, como hobby

Em pauta, os grandes personagens das HQs Revista Mundo das HQs

Os manos: Edmundo e Edno Rodrigues

EDNO: Eu tive a honra e a felicidade
(eu, também, sou fã deles! Risos...). Graças ao Estúdio,
tive o prazer de conhecer o Getúlio Delphin (o Edmundo
fez dois números da revista ¨O Falcão Negro¨, da Editora
Garimar, por seu intermédio, pois era o desenhista 
do personagem, na época), Paulo Abreu
 (trabalhava na RGE, com o nome de ¨Pabreu¨), 
Juarez Odilon (falecido. Trabalhou no nosso 
Estúdio, levou uns LPs emprestados meus e nunca
 devolveu (Risos...). Eu gostava dele, que descanse 
em paz), Fernando De Lisboa (seu irmão foi colega 
meu, de Escola Pública, éramos amigos de rua, 
quando minha família morou na Zona Norte do Rio), 
Gedeone Malagola (quando esbocei o ¨Raio Negro¨, 
nº 13, estive em sua casa, em São Paulo), e conheci, 
também, para mim um dos maiores
 cartunistas do Rio: Péricles. 



Mestre Gedeone Malagola, autor de Raio Negro
Ele desenhava para a extinta revista
 ¨O Cruzeiro¨, um personagem chamado 
¨O Amigo da Onça¨, que virou modismo e 
expressão popular. Até na hora de sua morte, 
ele fez humor: Na passagem do ano de 1961, 
sentindo-se sozinho em seu apartamento, em 
Copacabana, Rio, abriu o gás, deixou uma carta 
 ¨a quem interessar possa¨ e outra para sua mãe.
 Partiu desta vida deixando na porta um bilhete, 
bem ao estilo de seu personagem:
¨Não risquem fósforos¨. Quando aos outros 
mestres dos quadrinhos, citados na pergunta, 
acredito, que quando foi para São Paulo,
my brother é quem deve ter conhecido
 bem e convivido com eles.

Tony 23: Falcão Negro, comprei esse gibi, na época. Péricles!?
Bengala brother, você acabou de citar um cara que eu admirava
muito e que também merece uma boa homenagem póstuma.
As charges que ele fazia do personagem chamado
O Amigo da Onça eram ótimas, fizeram muito sucesso.
Cheguei até a colecioná-las, arrancando as páginas da
revista O Cruzeiro, que meus pais compravam.
Não sabia que até pra morrer ele fez sua última gag.
Valeu, pela lembrança. Em 1966 você abandonou
definitivamente os quadrinhos e decidiu entrar para a
marinha, rompendo a maravilhosa parceria com
o mano, correto? Isso ocorreu por vocação?
Tinha um marinheiro Popeye adormecido dentro
de você? (Rsss...).
Ou por que você estava desiludido com as HQs?

Almanaque de Terror, feito pelos manos
EDNO: Não, mano. Acontece que o Edmundo 
conheceu uma moça, chamada Waldete, que 
desenhava modelos de moda feminina, se eu
 não me engano, para o Gil Brandão, que tinha
 umas páginas sobre o assunto na extinta
 revista ¨Figurino Moderno¨, da Editora Vecchi.
Gil Brandão era um famoso costureiro, que 
começou sua carreira nos quadrinhos, nos
 anos 50, na extinta revista ¨Sesinho¨, 
 desenhando uma bonita história chamada: 
¨Raça e Coragem¨.
Esse acontecimento selou o fim do Estúdio.
Deu a louca no mano. Ele resolveu viver 
com ela e depois casar,
e assim, acabar com tudo. 
Ou seja, acabar com o Estúdio,
e fazer do local, o seu futuro lar! 
Isso em 1961 para 1962.
Com o fechamento do Estúdio de Desenho, a 
vida de meu irmão e a minha, continuaram
 na mesma direção, só que ele, sozinho.
Continuei colaborando com ele, mais 
não era como antigamente.
Meu pai havia falecido, o outro meu irmão morando
 em Minas Gerais, minhas duas irmãs casadas, 
 como ainda estava solteiro, fui morar com minha mãe.
 Em 1964, minha irmã mais velha era servidora 
pública federal e tinha uma boa relação de amizade 
no meio militar, conseguindo que eu fosse nomeado
 interinamente como Servidor
Público Federal, na Marinha Brasileira.
Pois é, a Marinha, não foi nem por vocação e nem
por desilusão... foi por oportunidade (Risos...) mesmo!..



Tony 24: Seu irmão também fez Raio Negro, um clássico
 criado pelo saudoso professor e grande bengala
 brother Gedeone Malagola, que era desenhista e um
 grande escriba, como você já afirmou anteriormente.
O Ed também fez Juvêncio, outro personagem de 
faroeste caboclo, que seguiu a trilha de sucesso de 
Jerônimo, na década de 80. Ou seja, inicialmente Juvêncio, 
o justiceiro mascarado, a la The Lone Ranger e
 que também tinha um companheiro adolescente
 chamado Juquinha – eu acho -, surgiu também como
 novela radiofônica e acabou sendo lançado em quadrinhos 
pela editora Luzeiro, do meu saudoso amigo e editor 
Arlindo Pinto. Fiz muitos trabalhos pra essa empresa no final dos
 anos 80 e foi lá que conheci o mestre Queirós, que 
fazia as ilustrações para as revistas
 de piadas daquela casa editorial. O desenhista oficial 
de Juvêncio era o falecido desenhista,
 grande amigo e colaborador, chamado Fabiano –
o Fabi também desenhou quase toda a série, que fez 
muito sucesso, de catecismo (quadrinho para adultos)
 chamado Carreira, editado pelo Zé Eduardo, filho do Arlindo, 
que também abriu uma editora. Indago:
Se você parou de desenhar em 96, para virar marinheiro,
não poderia ter participado dos dois títulos que citei,
obviamente. Dá pra explicar?
Outra coisa, você seguiu a carreira militar?

EDNO: Bengala Boy, na verdade minha parceria com Edmundo, 
terminou em 1964 (mas, nunca a minha paixão
pelos quadrinhos), quando fui transferido para servir na
Marinha, em Brasília, onde passei dois anos.
Nunca fui marinheiro (Risos...).



Tony 25: Nunca!? Jamais singrou os mares? Cacilda, dá
pra explicar essa estranha história de marujo?

EDNO: Fui Funcionário Civil. Tive o orgulho, 
até me aposentar, de ocupar o posto de
 Encarregado do Pessoal Civil (cargo equiparado,
 na Marinha, ao de Capitão-Tenente), por longo 
tempo, no Centro de Reparos e Suprimentos 
Especiais e no Centro de Adestramento e Instrução
 da Marinha, do Corpo de Fuzileiros Navais, na 
Ilha da Marambaia, RJ., bem como, Encarregado
 Geral dos Servidores Civis do Comando-Geral do 
CFN. Não nego, tirando a minha família (tenho 
dois netos que adoro, um de 7 e outro de 11
 anos), tenho mais dois amores:
Os Quadrinhos e o Corpo de Fuzileiros Navais.

Tony 26: Entendi. Acho que isso é o que chamam de
 “Marinheiro de água docê”, ironicamente. Prosseguindo... 
Nos anos 70, na sede da Minami e Cunha Editores, que 
ficava no bairro do Cambuci aqui em São Paulo, pela 
primeira vez tive o prazer de encontrar um dos meus ídolos 
do mundo das HQs, seu irmão (Rsss...). Na verdade esse
 primeiro encontro foi um misto de prazer e decepção - 
como narrei na matéria homenagem póstuma que fiz sobre 
o Ed. Ele detonou meus sofríveis originais de uma HQ de 
terror que fiz no formato A-3 (Snif! Snif! Rsss...). 
Eu não estava preparado psicológicamente para receber 
aquelas “severas críticas” - coisa de boióla, coisa de
 desenhista iniciante metido a besta (Rsss...). 
Aquelas críticas feitas pelo seu mano sobre minha primeira 
HQ me fizeram cair na realidade:
Que eu precisava fazer meu trabalho evoluir, estudar mais.
Elas acabaram me ajudando muito a ser um verdadeiro 
profissional, com o passar do tempo. Nesse período, as 
editoras que antes se concentravam na cidade do Rio 
de janeiro começaram a migrar para São Paulo.
Desenhistas talentosos cariocas começaram a circular
pela minha cidade para “garimpar editores”.
Alguns até vieram morar por aqui.
Se não me engano, o Edmundo
veio morar no sofisticado bairro da Aclimação, onde 
ainda mora outro grande mestre Ignácio Justo – preciso
 entrevistar meu velho e querido teacher. Não nos vemos 
a uma eternidade, devido a correria.
Voltando ao fio da meada... nesta fase seu irmão
 colaborou com inúmeras casas editoriais paulistas,
 ilustrando clássicos da literatura como 20 mil 
Léguas Submarina (de Julio Verne), etc, e fazendo
diversos genêros de HQs.
Nessa época voces mantinham contato?
Você ainda sonhava em voltar a fazer quadrinhos?

EDNO: É verdade. Nessa época, o mano pegou as 
suas coisas, e foi para São Paulo, morar no Bairro
 da Aclimação, pois a situação das revistas em
 quadrinhos, no Rio, não andavam boas. Eu, estava
 casado, e acabara de ser pai, batalhando para 
me firmar na Marinha. Os quadrinhos, nesse período, 
ficou em segundo plano. Sonhar a voltar a fazer HQs? 
Sonhava, mas o mano já estava em outra!
Depois de aposentado, passei um período
 explorando o meu ¨PC¨, fazendo como ¨hobby¨,
 umas revistinhas sobre assuntos
 diversos do Mundo, Cinema e de Quadrinhos. 
 E fiz muitas capas de CDs e DVDs, 
de cópias de LPs antigos e filmes gravados em 
VHS, que convertia em discos digitais, 
para os amigos mais chegados.

Tony 27: Casou? Então, “Sentou na 
mandioca”, como 
costumo dizer (Rsss...). Um homem casado, que quer 
constituir família, não pode deixar a “peteca cair”. 
Precisa de um emprego fixo, dar segurança a família,
 apesar do seu amor pelo mano e pelos quadrinhos.
 Mesmo fora do circuíto comercial você passou 
a editar suas próprias revistinhas.
Cara, você entende muito de HQs.
 Na sua opinião, 
caro bengala brother, qual é o maior problema das 
HQs nacionais? Faltam bons personagens? Falta 
criatividade? Bons roteiros? Faltam editores dispostos a 
investir pesado em novos talentos? Faltam leitores dispostos 
a comprar, sem torcer o nariz, quando vêm uma HQ Made in Brazil? 
Falta um bom sistema de distribuição? – problema alegado 
pelos editores, devido
as dimensões continentais desse pais.

EDNO: Brother, o brasileiro, por si só, é criativo. 
Nós mesmos, somos excelentes personagens! 
 Temos cenários mis para serem explorados, que
 podem se tornar pano de fundo para ótimos roteiros.
 Sim, falta editores, leitores e uma boa mídia. 
 O jovem de hoje só quer comprar e colecionar revistas 
de super-heróis. A maior parte dos fãs de gibís, que 
gostam de rasbicar desenhos a lápis, nossos futuros 
artistas de quadrinhos, só pensam em fazer e
 idealizar heróis calcados nos super-heróis americanos.
Eu sou um saudosista. Heróis para mim, tem que 
ser igual ao Indiana Jones: Atual, mais com 
os pés no chão. Veja: A única (creio eu) 
e excelente revista que fala sobre quadrinhos, 
é a revista ¨Mundo dos Super-Héróis¨, 
do meu amigo Manoel de Souza.
O título já diz tudo, não? E eu sou assinante! (Risos...)...

Tony: 28: Super-heróis e mangás, isto é o que os nossos
leitores adoram ler atualmente. Indiana Jones, foi uma
grande sacada do Spielberg. Uma versão de Jim das Selvas,
atualizado, com roteiros de ações contínuas geniais,
 bem aos moldes de uma boa HQ. Bem observado.
Sou fã da série e desse super diretor que fez diversos
clássicos, como: Encurralado – filme feito para a TV.
O Manoel de Souza e sua equipe fazem um bom
 trabalho. Mas a revista dele começou focando apenas
 super-heróis e graças a Deus, aos poucos, foi mudando
 esse perfil e passou a falar de outras vertentes das 
Hqs e do cinema. O cara é esperto e a editora Europa
 está de parabéns. Trata-se de uma revista de alta
 qualidade. Com o advento e massificação da WEB 
o mundo mudou radicalmente. Hoje, esta geração 
que está aí, tá ligada em tablets, Ipods, Ipads, etc.
 Por todo o mundo, editores, gráficos, e profissionais 
em geral do setor editorial estão sentindo o drama 
para se manter no chamado mercado 
convencional de publicações:
As vendas tem despencado nos últimos anos.
Alguns editores europeus e americanos investiram pesado
em edições virtuais e já estão colhendo frutos neste
novo setor a ser explorado.
Ou seja: vendendo publicações e até HQs
virtuais chamadas de webcomics.
As revistas impressas tendem a desaparecer?
Ou, o mundo só com webcomics é mera utopia?

EDNO: Acredito que seja um ciclo dos quadrinhos:
Primeiro, os personagens infantis(Menino Amarelo/Chiquinho/
Reco-Reco, Bolão e Azeitona/ Mafalda/ Bidú / Hagar, O Terrível/
O Gato Felix / Krazy Kat / Chico e Chica/O Reizinho/
Mônica/Popeye, etc.), depois, os heróis adultos
 (Jim Gordon/Tarzan/Capitão Atlas/Spirit/Jerônimo,
 O Herói do Sertão/ Flash Gordon/
Brick Bradford, etc.), em seguida, os super-heróis 
(Homem de Ferro/Quarteto Fantástico/Raio Negro/
Wolverine/Thor/Hulk/ Lanterna Verde, etc.), e agora, 
os heróis digitais. Utopia? Já pensou a gente ver
 tudo isso, todos juntos, virtualmente? 
Será o ápice da Era Digital! Quanto as revistas 
impressas de HQs, elas nunca desaparecerão, 
pois sempre haverá os fanáticos por quadrinhos
 como nós (Risos...), e sempre existirão os blogs, 
as bibliotecas e os sebos, não é?...

Tony 29: Concordo plenamente. Malucos, como nós,
 sempre vão existir eternamente (Rsss...). 
Adoramos o cheiro de papel e tinta. Isso não é antiecológico? 
Brick Bradford e Flash Gordon, como eu adorava essas
 séries. Cite alguns grandes autores nacionais de HQs?

EDNO: Belmonte, Luiz Sá, Maurício de Sousa, 
Ziraldo, Péricles, Carlos Estévão, Jayme Cortez, Eugenio 
Colonesse, Nico Rosso, Getúlio Delphin, Fernando De Lisboa,
 Gedeone Malagola, Álvaro de Moya (Além de autor 
de vários livros sobre HQs, já fez para a Editora 
Abril, capas das revistas ¨Pato Donald¨ 
e ¨Mickey¨), Renato Silva, Fernando Dias da Silva,
 J. Carlos, Alfredo Storni, Monteiro Filho (excelente 
capista do tempo da Editora Ebal), Gil Brandão, 
Alceu Penna, Benício. Bom, tem também, Edno e
 Edmundo Rodrigues & Tony Fernandes (Risos...).

Tony 30: Adorei essa lista de bambas. 
Exceto esse tal de Tony (Rsss...). 
Bondade sua, brother. O professor Moya é um dos 
grandes do metiê. Escreveu Shazam, a bíblia das HQs 
e outros livros fantásticos.
Tenho uma relíquia, que guardo a sete chaves, que foi
desenhada por ele: Zumbi dos Palmares, em quadrinhos.
Que bons livros você recomendaria?

EDNO: ¨BENÍCIO - Um Perfil do Mestre das
Pin-ups e dos Cartazes de Cinema¨, de Gonçalo Junior;
¨A Cabana¨, de William P. Young; ¨Super-Heróis no 
CINEMA e nos Longas-Metragens da TV¨, de André 
Morelli; ¨VAMPIROS na Cultura Pop¨, de Maurício 
Muniz e Manoel de Souza; ¨Chega de Pobreza¨, de 
Robert K. Wise e George B. Wilson; ¨A Travessia¨,
 de William P. Young¨; ¨O Lorde Supremo¨, de Trudi 
Canavan; ¨A Cronologia
dos Quadrinhos / Parte 1 e 2¨,
Jornal da ABI - Especial/RJ.; e ¨História da História
em Quadrinhos¨, de Álvaro de Moya.

Tony 31: Bela relação para quem curte uma boa leitura, como eu.
Anotei alguns aqui. Vou comprar. Filmes... quais são
seus diretores ou atores preferidos?

EDNO: Alguns: ¨Zulu Dawn¨, ¨Gilda¨, 
¨Bastardos Inglórios¨,
¨A Carga da Brigada Ligeira¨, ¨O Ladrão de Bagdá¨, 
¨Guerra e Paz¨, ¨Tropa de Elite¨, ¨The Commitments¨,
 ¨As 4 Penas Brancas¨, ¨Avatar¨, ¨Spartacus (TV), 
¨Os Outros¨. Na verdade, eu sou fã de carteirinha 
do ator Burt Lancaster e de todos os seus filmes, 
mais tenho, também, predileção por outros atores, 
como: Anthony Hopkins, Patrick Swayze, Lázaro
 Ramos, Sam Elliott, Harrison Ford, Francisco Santoro,
 Sean Connery, Errol Flynn, Wagner Moura, Keanu 
Reeves, Robert Downey Jr., Mel Gibson, Jude Law, 
Tom Hanks, Denzel Washington.
E a mulherada? (Risos...): Rita Hayworth, Angelina Jolie, 
Cameron Diaz, Elizabeth McGovern, Catherine 
Zeta-Jones, Sophie Marceau, Gwineth Paltrow, 
Anne Archer, Claudia Cardinale, Nicole Kidman.  
Quanto aos diretores: Richard Brooks, Steven 
Spielberg, John Woo, David Lynch, Benício Del 
Toro, Alfred Hitchcock, George Lucas, Tim 
Burton, John Houston, Quentin Tarantino.

Tony 32: Você tem um ótimo nível cultura, Edno.
E, claro, as deliciosas e talentosas divas não poderiam faltar,
é lógico. Acho a Zeta-Jones, a Cameron Dias, Claudia Cardinale
e Sofia Loren – esta última você não mencionou -, umas
deusas hiper sensuais (Rsss...). Por falar em deusas,
vamos falar sobre Deus, padres e pastores eletrônicos...
Qual é o seu conceito sobre esses personagens?

EDNO: Brother, falar sobre religião, acho uma área perigosa.
Sou católico, apesar de ser também, um pouco espírita.
Sou contra a riqueza do Vaticano, quando existe neste
mundo tanta gente morrendo de fome.
Sou contra padres não poderem casar, 
a causa esta aí: milhares de padres, espalhados 
pelo mundo, pedófilos e com famílias 
escondidas. Pastores eletrônicos? Surgem do nada,
 prometendo curas miraculosas e outras coisas. 
Todo criminoso que é preso, a primeira coisa que faz
 é pegar uma Bíblia nas mãos e dizer que se converteu...
 Como disse, Brother, falar 
de religião é um terreno perigoso. Deus, é tudo.
E tenho o privilégio de ser filho Dele!

Tony 33: Sim, somos, todos, filhos do Inominável, que
denominamos “Deus”. Somos filhos da Mãe-Natureza.
Filhos de um poder criador Supremo que ainda não temos
capacidade para discernir. Deus está dentro de cada um
de nós... Não tenho nada contra religiões ou religiosos.
Acho a religião um mal necessário.
O poder da fé é incrível. Só odeio exploradores.
Se céu e inferno de fato existirem esses pseudos
representantes oficiais” do Criador vão acabar
lotando o Reino das Profundezas. O capeta tá
lascado (Rsss...). Também me identifico com a
doutrina de Kardec, mas não concordo com tudo.
Em todo segmento há gente séria, bem intencionada,
mas a maioria abusa da fé alheia e exploram os
pobres crentes carentes para acumular riquezas.
Celibato, acho isso um absurdo em pelno
século XXI. Pedofilia, então, piorou.
Cadeia e borrachadas hipodérmicas, neles!
Isto é L-A-M-E-N-T-Á-V-E-L! Voltando a “vaca fria”...
Qual foi a melhor série de HQs ou história que você
e o Ed produziram e que poderiam apontar como
a mais “marcante” da prolífica carreira de voces?

EDNO: Sem pestanejar: ¨As Aventuras de Armando¨.
O mérito foi todo dele, mas, foi um período bom.
Morávamos na Rua Cirne Maia, em uma casa grande,
no subúrbio do Rio. Eu, meu outro irmão e amigos
da rua, fazíamos parte das histórias.
Edmundo aproveitava sugestões nossas, bem
como, vários personagens foram calcados em
amigos nossos. As pessoas do bairro, compravam a
revista, que era ¨A Vida Juvenil¨, e apontavam:
¨Ei, olha você aqui. Como você teve a coragem de
tentar matar o mocinho!¨ (Risos...).
E o nome escolhido? Meu pai e meu
outro irmão se chamavam: ARMANDO.

Tony 34: Pensei e apostava que fosse Jerônimo.
O “véio dançou” (Rsss...). Edno Rodrigues por Edno Rodrigues?
É possível se autodefinir, ou tá difícil?

EDNO: Ficou difícil, mano (Risos...). Sou do signo 
de Escorpião e nasci às 00:30, quase no dia consagrado 
aos mortos. Sou uma pessoa temente à Deus, mas, 
algumas vezes, para lidar com certos tipos de pessoas, 
gosto de bater um ¨papinho¨ com o ¨Demo¨! (Risos...). 
Me acho um homem bom e humilde, até certo ponto
 (Risos...). Minha mulher me atura há 43 anos, 
minha filha me admira, e meus netos me adoram. 
Brigo pelos meus amigos e com os inimigos,
 sou um inimigo perigoso.
Sou amigo do Lixeiro e do Rei, se ele permitir.

Tony 35: Gostei da sinceridade. Pra tudo há limites. 
Como diz um velho amigo: “Poucos nascem ruins. 
Os outros é que acabam
 deixando a gente ruim – um bicho -, ao nos
 cutucar com vara curta (Rsss...). Tudo tem limite.
 Todos nós temos um anjo e um coisa ruim dentro de nós. 
Respeito é bom e conserva os dentes. Até os animais –
 nossos irmãos menores - gostam e querem ser respeitados. 
Pise no rabo de um cachorro.
O bicho pega. Questiono: Um sonho?

EDNO: Que algumas ideias que estão passando 
pela minha cabeça, se tornem realidade. 
Que esta entrevista não venha a criar polêmicas 
em torno do nome, como você mesmo disse, de
 um grande Mestre dos Quadrinhos Nacionais.

Tony 36: Polêmicas? Ao contrário, estamos esclarecendo 
tudo e desmistificando as lendas, bengala brother. 
E que suas ideias se tornem realidade. Excelsior! 
Alguma frustração profissional?

EDNO: Frustração profissional? Sim.

Tony 37: Taí um cara sincero...

EDNO: Por ter deixado escapar a oportunidade,
junto com meu irmão, de montar a ESCOLA DE DESENHO
EDMUNDO RODRIGUES! Tínhamos tudo: 
local, material, mercado, excelentes desenhistas, 
e o mano estava em pleno sucesso. Quando iniciamos,
 Maurício de Sousa estava engatinhando. 
Hoje, poderíamos ser um saudável e forte 
concorrente dele! Perdi esse grande momento. 
Talvez, quem sabe, tudo teria sido diferente, e
 meu mano até ainda estivesse vivo!

Tony 38: Na certa, teríamos, no mínimo, uma ótima safra
 de novos desenhistas brasieliros. Fazer o quê? 
O que passou passou. Agora só na próxima
 “encadernação”, como dizem os espíritas (Rsss...).
 Voces fizeram muito pelos quadrinhos nacionais. Isto 
é o que importa, brotherzão. Edmundo Rodrigues... 
dá pra definir o que foi
ou o que representou o mano,
Pra você?

EDNO: Um ídolo... Até separarmos nossas carreiras, 
ele foi, é, e será sempre um ídolo para mim. 
Fui secretário, assessor, irmão e parceiro. 
 Era um cara calmo, alegre, espirituoso e muito,
 muito inteligente. E era esportista. 
Na nossa juventude, quando morávamos na Zona Norte do Rio, 
comprava material de musculação e, acredite, um 
dia comprou até um par de luvas de boxe. 
Cheguei até a fazer alguns campeonatos de boxe, 
com meus amigos do bairro. Já morando em 
Copacabana, na Zona Sul, frequentou uma 
Academia de Jiu-Jitsu, chegando até a modalidade 
de Faixa-Preta. Uma vez, em um campeonato, 
ele caiu e destroncou o ombro esquerdo, o que 
fez com que ele parasse um pouco com os esportes. 
Como costumo pesquisar muito na Internet,
 li a homenagem que você fez para o mano. 
Achei muito bacana. Eu já tinha lido, antes, 
 diversos sites e blogs sobre a editora Bloch 
e a passagem do mano por ela, constatando que
 foi muito confusa. Alguns acharam maravilhoso 
esse período, outros “baixaram o pau”.
Você perguntou-me se dava para definir meu irmão? 
Fazendo comparações, esse Edmundo Rodrigues da 
Bloch, dos Super-Heróis da Marvel, não foi o mesmo 
Edmundo Rodrigues dos meus tempos de 
criança e juventude e de tantas e tantas histórias
 em quadrinhos, juntos. Com o primeiro, aprendi a
 ser gente, enfrentar os desafios de frente, não
 depender dos outros, com o segundo, estava 
afastado, nada tenho a dizer. Eu e meus outros
 irmãos somos amigos até hoje.

Tony 39: De fato, o amor, carinho e respeito que você
 nutre pelo Ed é impressionante. Além de manos foram
 grandes amigos, tinham afinidades. Coisa maravilhosa 
e rara, como já disse. Quanto a turma da oposição que
 critica o período do seu mano na Bloch, só posso dizer
 uma coisa: É difícl agradar gregos e troianos nesse 
ramo, “quando se dá o cara a tapa”, como costuma 
dizer Sir Lancelott, membro honorário e Mor da nossa
 milenar confraria: Bengalas Boys Club. Só pra esclarecer..
. Bengalas Boys é um termo que criei para me referir a
 pessoas de idade avançada que possuem um espírito 
jovem, Edno. E o termo pegou (Rsss...). 
Também era um nome de uma banda de rock 
que tive, cujos integrantes eram
todos jurássicos. Ah, ia me esquecendo...
também paricipou dos livros de arte feitos pelos mano?

EDNO: Sobre os livros de arte, não. 
Mas, enquanto o mano esteve na Tecnoprint, no Rio, 
participei como agenciador de novos autores, como: 
¨Como Fotografar com Arte¨, de Floriano Moscoso,
colega meu de trabalho na Marinha;
 ¨O Livro de Bolso do Advogado¨, do Dr. Manoel 
Fernandes Quadra, irmão, também, de um colega de trabalho
 na Marinha; ¨Brasil Curioso¨, de Edmundo Rodrigues, 
com algumas curiosidades esboçadas por mim, e ¨Decoração
 de Quartos Infantis¨, de Mônica W. (este W. era de Waldete, 
primeira mulher do mano, pois ele se casou de novo), 
colaborando com alguns desenhos. Para esse livro, 
minha mãe, participou com um bom material. 
Quanto a esse e aos outros livros, foram todos 
diagramados e ilustrados pelo mano e quem fazia 
os trabalhos de Copydesk, era a minha irmã Elyeth. 
O ¨Livro de Bolso do Advogado¨ eu tenho um 
exemplar, mas os outros, acredito, já devem estar 
fora de catálogo. Eu possuía muitos trabalhos do 
mano guardados comigo, mas nas poucas vezes 
que tive a oportunidade de encontrá-lo, ele os pedia 
para extrair cópias e não os devolvia, me dizendo 
que tinham sumido. Agora, estão aparecendo, 
utilizados por outras pessoas. Tudo bem, só espero
 que não utilizem os com o meu nome.

Tony 40: Caramba! Também foi agenciador? Cara, 
você não parava nunca. Haja gás... Vamos nessa, se é 
que ainda tem saco, pra responder minhas questões (Rsss...). 
Quanto ao sujeito, o tal “Anônimo”, que afirmou ter intimidade 
com o seu mano, você faz ideia de quem possa ser este 
covarde que jamais se identificou? Pelo visto, o cidadão 
quer ganhar nome causando polêmica em torno 
de um dos nossos maiores
mestres das HQs. Profundamente L-A-M-E-N-T-Á-V-E-L...

EDNO: Outra encruzilhada perigosa para mim.
Falar sobre o ¨anônimo¨. Não entendi. No dia 29/12/ 2012,
ele encontrou o seu blog, gostou e agradeceu ¨pela bela
homenagem¨, e na segunda passagem, em 9/02/2013
 (levou um mês e alguns dias), vem descendo o pau 
escrevendo: ¨... deu ajuda a muitos desempregados,
 inclusive a você¨. Que coisa feia... uma pessoa como 
essa, não merece conviver no meio dos artistas dos
Quadrinhos e nem ser nosso colega.

Tony 41: Você tá coberto de razão. E o pior é que o
 pentelho é mal informado, como já citei, eu não estava 
desempregado. Era funcionário da editora Noblet. 
Mas, fazer o quê? Cretinos e Coca-Colas a gente
 encontra em qualquer parte do mundo (Rsss...). 
Estamos aqui pra dizer a verdade e quanto aos críticos,
 que se lixem. Criticar é fácil, mas fazer...
é melhor deixarmos o fulano pra lá.
Que ele seja feliz, tanto quanto nós. Algo mais a acrescentar?

EDNO: Com o término do Estúdio de Desenho, 
ainda fiquei um certo período colaborando com
 meu irmão, fazendo histórias de terror para São 
Paulo. Um dia, o brother chegou com umas histórias 
de terror, dizendo que tinham sido escritas por
 uma amiga dele. Eu iria fazer o esboço, e ele
 a arte-final, que iria vender, colocando-a como 
autora das histórias, não com o seu nome verdadeiro,
 e sim, com um pseudônimo americano, para dar mais
 chamada. Assim, foi feito, e saíram várias histórias 
com esse nome americano. Foi com ela que meu mano
 constituiu uma nova família, e em 1967, se transferiu 
para São Paulo. Existe na Internet, um blog chamado 
¨Blog Edmundo Rodrigues¨ e tenho no Estado 
do Pará, um primo chamado Diniz Botelho, 
que também desenha, e é fanático por tudo que 
se relacione como o nome de nossa família, e 
quando descobriu esse blog sobre o mano, ficou
 maluco! Fez o download da página principal e 
colocou no blog que ele tem na Internet.
O que aconteceu com você, aconteceu com ele, 
mas só de forma diferente: A bronca veio de
 outra parte. Sabedor do caso, o aconselhei, 
através de email, a tirar a página do seu blog.
 E, no dia 30/04, às 14:15, ele me respondeu: 
¨Ok! Captei. Retirei a postagem do meu Blog. 
 Fui ameaçado pela família do Edmundo. Lamentável.
Nunca me deixe sem algum fato novo e pode ficar
tranquilo que ficaremos quietos. Abraços saudosos
deste primo. Diniz Botelho¨.
Isso posto, quanto ao tal ¨Anônimo¨, que se diz 
estar ¨Pronto para defender a memória do Mestre”, 
ainda afirmou que tem o diário do Edmundo. 
No meu tempo, o mano nunca escreveu um diário 
sequer e nem tinha tempo para isso. Duvido que
 tenha guardado todos os recibos de quem
 trabalhou com ele. Acredito que você, Brother Bengala Boy,
já pode tirar as suas próprias conclusões e
chegar a um denominador comum.

Tony 42: Sem dúvida...

EDNO: Em tempo: Da mesma maneira que esse tal
¨anônimo¨, declarou, que “Algo não tinha calado fundo
em seu interior¨, em relação a homenagem que você 
fez em seu blog ao meu mano, também, no
 ¨Blog Edmundo Rodrigues¨, na Internet, tem vários
 trechos da vida de meu irmão e da minha família, 
que diz ser da autoria dele, que para mim e meus 
irmãos, também ¨Não calou fundo em nosso interior¨:
 Meu irmão, supostamente diz nesse blog que:
 ¨Era o mais velho de uma família de 5 filhos, 
meu pai era político... (Isto não é verdade, 
Edmundo era o primeiro dos filhos homens,
mas era o terceiro na hierarquia.
A mais velha, era minha irmã Elyeth, com 10 anos.
E meu pai não era político. Era um excelente Alfaiate¨).
Toda a família tem orgulho dele. O cara ainda 
teve a petulância de afirmar: ¨Que meu pai era 
o prefeito neste lugar.”Que lugar? Marapanim?. 
E meu pai, Prefeito? Eu, perdi essa!

Tony 43: Só inverdades, baboseiras... continue, desabafe...
afinal, essa é uma tribuna livre, que serve para elucidar
as coisas, bengala brother...

EDNO: Ainda segundo a postagem desse blog o
mano teria afirmado que : ¨Mas tinha uma pessoa
que minha mãe vinha procurar que era a comadre Elvira.
Ela morava numa casa de cômodo na Rua Gomes Freire”.
Na verdade, minha madrinha nunca morou em
casa de cômodos. Ela morava em um enorme sobrado, próprio.
Meu pai, na época, alugou o sobrado ao lado, para morarmos.
A rua? Bingo! Era a Rua Gomes Freire – essa o cara
acertou -, localizada no Centro da Cidade, no Rio.

Ainda segundo o blog, meu mano teria afirmado:
¨Tivemos que fugir num navio que vinha para o Rio de Janeiro...
porém, no meio da fuga meu pai foi atingido, baleado na perna!
Em alto mar, meu pai começou a ter a sua perna gangrenada
e não teve jeito, teve que amputá-la, ali mesmo”.
Caramba, Tony, não sei se rio ou se choro!
Não foi nada disso.

Tony 44: Ô loco! É melhor cairmos na gargalhada, Edno... 
o cara é um piadista (Rsss...). Não conheço o tal blog, felizmente...
pelo visto, não perdi nada...

EDNO: Mais absurdos que o mano teria declarado:
¨Foi justamente essa mulher, analfabeta, 
sem cultura, desajeitada...
sem saber, foi a minha primeira professora de artes” –
referência a minha Madrinha, que na real 
era uma mulher culta e refinada. Sua casa, no 
sobrado, parecia a residência de uma Baronesa!
Mais “abobrinha”, o mano teria dito:
¨Tinha um desenhista, que depois se tornou meu
 amigo, ele foi me procurar levando 
histórias suas somente feita à lápis.
Eu para ajudar cobria o desenho dele, pois ele não sabia
usar o nanquim e a parte anatômica dos desenhos era
ruim, não tinha estudo e foi um sucesso!¨
Será que quem escreveu isso,
estaria querendo se referir a mim, Tony?

Tony 45: Pode ser que sim... esse blogueiro deve ser maluco...

Capas de CDs feitas por Edno

Capa de CD de Rock - By Edno Rodrigues



A bela família de Edno e Edmundo Rodrigues

Arte de Edno, para um clássico do cinema: Gilda
EDNO: O mano, eu sei que não foi quem 
escreveu isso, pois estaria dizendo uma
 inverdade. Quando não se conhece a verdade,
é melhor ficar calado, sentar, pensar bem, e primeio pesquisar.
Existe muito mais coisas mirabolantes sobre
 a minha família neste blog. Não acredito que
 foi o meu mano que escreveu todas essas
 barbaridades. Eu, depois de conversar com meus outros irmãos,
cheguei até a pensar em pedir a retirada desse ¨Blog¨, da Internet,
mas resolvi dar um tempo. Esses passeios que damos pelo
Google são perigosos... veja no que deu:
Se não tivesse lido esse ¨BLOG EDMUNDO RODRIGUES¨, 
e o ¨BENGALAS BOYS CLUB¨, não estaria aqui e
nem estaria fazendo esta entrevista com você.

Tony 46: Com certeza, mas este é o lado bom da coisa. 
A WEB tem muitas informações erradas, equivocadas,
e até mentiras deslavadas, mas agrega pessoas.
 Tudo isto faz parte do sistema democrático dela. 
O lado legal é que podemos apurar a verdade, doa a
 quem doer. Na verdade, devemos agradecer a 
esse blogueiro maluco.
Graças a ele é que nos tornamos bons amigos e você se
 prontificou a desmistificar essas lendas estranhas. 
O fulano, que é um tremendo mal informado,
 sentou na mandioca, literalmente (Rsss...).
Mais algum detalhe?

EDNO: Depois de 65 anos sem conhecer a minha 
terra, fui em 2005, conhecê-la, bem como, o local onde
 minha família se originou e meus pais nasceram. 
Agora, em agosto, vou de novo, vou conversar 
com meu primo Diniz Botelho, que diz ter muito
 material sobre a família e muitas histórias para contar. Beleza!
E agora, quem está mentindo? Repito o que disse
 na resposta 30: ¨Sou uma pessoa temente à Deus,
 mas, algumas vezes, para lidar com certos tipos de
 pessoas, gosto de bater um ¨papinho¨ com o ¨Demo¨! 
Brigo pelos meus amigos e com os inimigos, sou
 um inimigo perigoso¨ (Risos...).

Tony 47: Não tiro sua razão. Mas, devemos relevar esses 
inconvenientes. Tem muita gente “criativa”, que 
por não ter o que fazer vive criando polêmicas, Edno.  
A verdade sempre vem à tona.

EDNO: Não quero aqui desmistificar lendas. 
Acontece, que eu também, não sou adepto de ¨ inverdades¨. 
 Como disse, não é o meu feitio.
Acredito que esta entrevista, tanto a você como para mim,
poderá trazer alguns problemas ou chateações.
Mas, eu assumo tudo o que disse. Espero que não
 me venham com ameaças, pois jurídicamente estou 
bem amparado e fisicamente, bem guardado pela 
minha ¨Tropa de Elite¨ (Risos...). Fiz essa declarações
 em agradecimento ao Bengalas Boys Club, e
 a você, Tony Fernandes,
pela excelente homenagem ao meu mano, 
antecipei tudo isso.

Tony 48: Problemas? Chateações? Nem pensar. Sua família
 é que podia processar o fulano por difamação. Mas, vale a pena?
E, obrigado, mais uma vez, por sua atenção a minha pessoa
e ao elogio ao meu blog. Não costumo deturpar os
 depoimentos dos entrevistados. Primamos pela verdade.
Quanto ao seu mano, o Mestre continua sendo meu eterno ídolo.
Inspirou a mim, para ingressar no mundo das HQs, e a muita gente.
Tenho plena convicção.

EDNO: O ¨Anônimo¨, que diz estar ¨aqui para 
defender à memória do Mestre¨, deveria ter 
aparecido quando meu irmão ainda estava vivo, 
quando vários especialistas e entendidos em quadrinhos,
 meteram a ripa nele (Sites e Blogs), por causa 
-Heróis da Marvel (como Editor responsável dos 
quadrinhos da Editora Bloch). E o mano, ele
 “Não era ¨pavio curto¨, como coemntou o fulano.
¨Ficava irritado com tralálá¨? 
Se o Edmundo era assim:
Porque ficou calado? Simples, ele veio do seio de
 uma boa família. Nossos pais nos ensinaram a
 ser educados: Escutar e responder na hora certa.
 Foi o que ele fez: Ficou calado! 
 Infelizmente, na 
época da parceria minha com meu i
rmão, não tínhamos 
muito o costume de datar os nossos trabalhos
 (Que foram muitos). O que foi testemunhado 
por meus irmãos e amigos da época.
O resto é balela ditas ou postadas por pessoas de má-fé.
Agora só falta aparecerem postagens com trabalhos
 (que não serão poucos) com o seguinte crédito
 falsificado: Desenhos de Edno e Edmundo Rodrigues, 
Tony. Como aconteceu com você, talvez 
apareçam pessoas dizendo, que eu também, 
quero tirar o brilho da estrela do Ed. 
 Não preciso do brilho da estrela do meu irmão.
 Eu fui parceiro, fiquei orfão no meio do caminho, 
fui em frente, batalhei, e ganhei com as minhas 
próprias mãos a minha estrela. Eu já tenho a minha estrela!
EDMUNDO RODRIGUES, quer queiram, quer não, é
UM MARCO NO MUNDO DAS
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS!

Tony 49: Não resta dúvida. Caro, Edno, 
confesso que me sinto como um privilegiado
 do Universo por ter tido a oportunidade de
 revelar ao mundo alguém tão talentoso e 
lúcido como você, mestre. Parabéns pelo 
conjunto da obra e por este fabuloso e 
bombástico depoimento. Além desse delicioso 
bate papo ter elucidado uma série de pontos
 sobre a produtiva e brilhante carreira
 de voces, desmistificamos lendas e 
inverdades sobre Edmundo Rodrigues. 
Além de tudo, acabei ganhando um grande e
 novo amigo, tão apaixonado quanto eu pelas HQs. 
Essa, sem dúvida, foi uma das grandes 
entrevistas que realizei, graças a sua colaboração 
e sua paciência oriental. Algum recado ou dica 
para os milhares de fãs dos trabalhos de voces?
O que tem a dizer para os jovens desenhistas
que desejam seguir pela mesma trilha?

EDNO: Quanto aos milhares de fãs (mais do 
mano, é lógico) dos trabalhos nossos ou 
para os jovens talentosos (como tem!)
que desejam seguir nossos passos, o que dizer?
O que digo sempre aos meus dois netos: ¨Olhem, leiam, admirem,
amem, comprem as revistas de Histórias em Quadrinhos,
enquanto elas existem. Mas, coloquem os quadrinhos
convencionais como um ¨hobby¨ em suas vidas.
Estudem, preparem-se, aprimorem-se, lutem,
não desistam nunca.
Qual o caminho, se quiserem seguir a carreira 
do avô e do tio, nos Quadrinhos? O caminho? 
Os Quadrinhos Virtuais e, por incrível que pareça, 
as ilustrações de livros, restando o mercado
 publicitário¨. Algumas dicas, na Internet:
¨Guia dos Quadrinhos¨, do meu amigo
 Antônio Luiz Ribeiro, ¨Bigorna - Quadrinho
 Brasileiro em 1º Lugar!¨, ¨O Tico-Tico: 100 Anos 
de Encantamento¨, de Henrique Magalhães, 
¨Esqueceram de Nós¨, de Marcus Ramone,
 ¨A Guerra dos Gibís¨, de Gonçalo Junior, e lógico, 
¨Bengalas Boys Club¨, de Tony Fernandes.

Tony 50: Bengalas Boys Club? Tem certeza? (Rsss…).
Quanto ao restante das dicas, concordo e assino embaixo.


Capa de Rubens Cordeiro


O Paraíso de Edno na praia de Copacabana


Jerônimo # 3 - Uma raridade procurada por colecionadores


Matéria sobre Jim Gordon, na edição de HQs criada por Edno

Logo da série João Charuto

Página enviada por Edno, onde aparece Kubert e o escritor da série Tor

Série de terror e mistério baseada em série de TV - Ed. Globo
Série de HQs de faroeste - Por Edmundo Rodrigues

EDNO: As revistas impressas de Histórias 
em Quadrinhos, elas tendem a desaparecer? 
A esperança é a última que morre. O milagre à 
Deus pertence!... Se eu tivesse um blog, utilizaria
 para registrar as biografias dos Grandes Mestres 
da ¨Era de Ouro e Prata das Histórias em Quadrinhos¨ 
(Que tempo bom!), e postar
desenhos de seus personagens famosos.

Tony 51: Também acho difícil as edições físicas 
morrerem. As tiragens podem ser menores, os
preços maiores, mas elas resistirão ao tempo.
Eras de prata e de ouro dos comics?
Nunca é tarde para começar seu blog, querido bengala brother.
Aquela sua revistinha virtual ficaria show de bola,
pois parece ter muita informação. Já pensou no assunto?
Todos nós vamos adorar. Se quiser enviar textos
 sobre essas eras fantásticas dos comics para 
meu e-mail, será um prazer abrir a coluna:
Edno Rodrigues. Pode acreditar. Ultimamente ando com
pouco tempo para me dedicar aos blogs e toda
colaboração é bem vinda, mestre.

EDNO: A juventude de hoje só conhecem 
Games e os Super-Heróis.
Meu Email: rodriguesedno@ig.com.br
Aproveitando um trecho da ¨Canção de Jerônimo¨,
de Getúlio Macedo e Lourival Faissal.
¨Se é pro bem vai encontrar, um amigo protetor
Se é pro mal vai enfrentar, um inimigo lutador!¨

Tony 52: Essa letra e a “Canção de Jerônimo” ,
eu desconhecia. A letra é legal...

EDNO: Tenho certeza, ganhei um novo amigo: Tony. Itaipava
(espero que você goste, veja a foto em anexo), já está montado!
É só tirar o passaporte, pegar o avião... e boa viagem!
Ter um amigo como você, significa não precisar de analista!

EDNO (José Botelho) RODRIGUES
Rio de Janeiro, 30 de Maio de 2013.

Ilustração para revistas de humor

As figuras dinâmicas dos dois bengalas brothers geniais


Desenhos a lápis: Edno - Arte Final: Edmundo Rodrigues

Edição criada por Edno, para homenagear EDmundo

Tony 53: Analista ou psicólogo, isto é coisa pra quem 
não tem amigos verdadeiros. A “terapia de botequim”, 
um bom happy hour, faz milagres.
Já estou até imaginando: Um chopinho gelado, numa 
das praias mais famosas e badaladas do mundo, 
trocando ideias com você, sobre quadrinhos e arte 
em geral. Vai ser duka... Na Cidade Maravilhosa, 
onde tenho vários e bons amigos. 
Que mais um reles mortal pode desejar?
Que assim seja! Nunca irei contrariar os deuses das
brejas geladas”. Grato pelo convite e vamos “Itaipavar” –
esta é a marca da cerveja predileta da maioria 
dos cariocas-, brevemente, com certeza, bengala brother. 
E também babar e curtir as beldades desfilando 
de tanguinhas pela praia.
Que “sofrimento” (Rsss...). Somos jurássicos, mas 
ainda gostamos da “fruta”. Nem que for “Só pra ver
 com os olhos e lamber com a testa”, como diz 
a galera (Rsss...). Já fomos bons nisso... Valeu, cowboy!
See you later, grande bengala brother e um big amplexo!


RELAÇÃO DE HQs DA SÉRIE HISTÓRIAS DE

GUERRA, FEITAS POR EDNO E

EDMUNDO RODRIGUES:

  EDIÇÃO # 7 – HQ: O GRANDE COVARDE

História: Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
EDIÇÃO # 8 – HQ: FIM DE SEMANA NO FRONT
História: Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
HOMENS CONTRA TANQUES
História: Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
EDIÇÃO # 9 – HQ: A VITÓRIA VEIO DO CÉU 
História: Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
HQ: UM MENTIROSO NO FRONT
História: Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
EDIÇÃO # 10 – HQ: O SOLDADO PERDIDO
História: Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues

NÃO PERCAM AS PRÓXIMAS ENTREVISTAS!

OBS: Todas as imagens contidas aqui, têm o cunho meramente ilustrativo. Elas pertencem aos seus autores ou representantes
legais.

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