MASP FAZ EXPOSIÇÃO
DE AUTORES DE
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
NACIONAIS!
MASP - O mais importante museu de arte da América Latina |
O título dessa matéria pode parecer piada, mas não é.
Você sabia que um dia o MASP
(Museu de Arte de São Paulo) abriu suas
portas para mostrar ao público uma exposição
de Histórias em Quadrinhos, pela
(Museu de Arte de São Paulo) abriu suas
portas para mostrar ao público uma exposição
de Histórias em Quadrinhos, pela
primeira vez, no século passado?
Saiba como este fato inusitado um dia
aconteceu de verdade, a seguir...
aconteceu de verdade, a seguir...
UM CONTO SURREALISTA?
Século passado. Década de 80.
Eu tinha um estúdio de arte e criação –
coisa rara naquelas eras jurássicas -,
que atendia editores, agências e empresas
na avenida Jabaquara, em São Paulo,
chamado ETF (Estúdio Tony Fernandes)
Comunicação Comercial Ltda.
Final de tarde. Estávamos quase
encerrando o expediente. O telefone tocou.
coisa rara naquelas eras jurássicas -,
que atendia editores, agências e empresas
na avenida Jabaquara, em São Paulo,
chamado ETF (Estúdio Tony Fernandes)
Comunicação Comercial Ltda.
Final de tarde. Estávamos quase
encerrando o expediente. O telefone tocou.
A voz do outro lado da linha disse:
“Tony, você e sua equipe tem
muito material, produzem bastante!
Avise o pessoal que vai ter uma
exposição de HQs no MASP!”
muito material, produzem bastante!
Avise o pessoal que vai ter uma
exposição de HQs no MASP!”
“No MASP!?” – indaguei incrédulo. –
"E desde quando, o MASP dá espaço pra
moleques que fazem HQs?” – quis saber.
"E desde quando, o MASP dá espaço pra
moleques que fazem HQs?” – quis saber.
“Desde que a ABRADEMI convidou
Osamu Tezuka, o “Rei dos Mangás”,
para vir ao Brasil e propôs uma
exposição de HQs... nela os
autores brasileiros também vão
poder expor suas pranchas!”
Osamu Tezuka, o “Rei dos Mangás”,
para vir ao Brasil e propôs uma
exposição de HQs... nela os
autores brasileiros também vão
poder expor suas pranchas!”
Ozamu Tezuka!? Rei do mangá!?
Nunca eu tinha ouvido falar desse
cara e nem sabia que no Japão existia
um “Rei do Mangá”. Quem era,
afinal, aquele tal de Ozamu?
Nunca eu tinha ouvido falar desse
cara e nem sabia que no Japão existia
um “Rei do Mangá”. Quem era,
afinal, aquele tal de Ozamu?
Hoje em dia, os mangás estão aí
empesteando literalmente nossas bancas,
os animês orientais também povoam
diversos canais de TV, mas naquela
época remota pouca gente no Brasil
sabia o que era mangá – a não ser
alguns descendentes de japoneses -,
e muito menos quem era esse
tal japa chamado Tezuka.
empesteando literalmente nossas bancas,
os animês orientais também povoam
diversos canais de TV, mas naquela
época remota pouca gente no Brasil
sabia o que era mangá – a não ser
alguns descendentes de japoneses -,
e muito menos quem era esse
tal japa chamado Tezuka.
Atualmente, muitos produtores de histórias
em quadrinhos nacionais reclamam
da falta de espaço para publicar suas
artes, suas revistas, e pensam que
os mangás surgiram assim de repente,
de uma hora para a outra,
numa avalanche de sucesso.
em quadrinhos nacionais reclamam
da falta de espaço para publicar suas
artes, suas revistas, e pensam que
os mangás surgiram assim de repente,
de uma hora para a outra,
numa avalanche de sucesso.
Ledo engano. A implantação dos mangás,
no Brasil e no mundo, foi lenta e gradativa.
Os japoneses também ralaram
muito para tornar seus produtos
populares no Ocidente, visto que
até então os comics americanos
dominavam o mundo.
Ninguém conquista nada fácil na vida.
Mas, se eles conseguiram isto é bom sinal,
significa que um dia, nos os autores
brasileiros, também
poderemos chegar lá.
no Brasil e no mundo, foi lenta e gradativa.
Os japoneses também ralaram
muito para tornar seus produtos
populares no Ocidente, visto que
até então os comics americanos
dominavam o mundo.
Ninguém conquista nada fácil na vida.
Mas, se eles conseguiram isto é bom sinal,
significa que um dia, nos os autores
brasileiros, também
poderemos chegar lá.
Breve resumo
Nos ano 60, os orientais tiveram a primazia
de lançar o primeiro seriado de
super-herói na TV brasileira: Nacional Kid,
que fez a cabeça da garotada,
numa época em que para nós brasileiros
Superman só existia nos
gibis da EBAL (Editora Brasil América).
A série televisiva do homem de aço, apesar
de estar sendo exibida há anos na América -,
só apareceu nas telinhas do
país a partir da década de 70,
quando foi inaugurada a TV Bandeirantes,
de São Paulo.
E com ele também vieram os Super-Heróis Shell –
nome dado aos
heróis da Marvel Comics, na época-,
e Ultraman, um novo seriado
Made in Japan, que também levou
a molecada ao delírio.
de lançar o primeiro seriado de
super-herói na TV brasileira: Nacional Kid,
que fez a cabeça da garotada,
numa época em que para nós brasileiros
Superman só existia nos
gibis da EBAL (Editora Brasil América).
Nacional Kid era o grande herói da garotada |
Ultraman e a família Ultra é até hoje um dos maiores sucessos no Japão |
de estar sendo exibida há anos na América -,
só apareceu nas telinhas do
país a partir da década de 70,
quando foi inaugurada a TV Bandeirantes,
de São Paulo.
E com ele também vieram os Super-Heróis Shell –
nome dado aos
heróis da Marvel Comics, na época-,
e Ultraman, um novo seriado
Made in Japan, que também levou
a molecada ao delírio.
Edição número zero da revista Capitão Z vendida nos postos Shell |
Em nossas bancas vimos apenas a pioneira
iniciativa da editora Edrel –
nos anos 60-, que sob o comando dos saudosos
Minami Keizi e do genial
desenhista e artista plástico Cláudio Seto,
de lançar alguns autores
nacionais - descedentes de japoneses-,
fazendo HQs no estilo mangá.
Porém, mangás legítimos jamais
tinha sido publicado no país.
iniciativa da editora Edrel –
nos anos 60-, que sob o comando dos saudosos
Minami Keizi e do genial
desenhista e artista plástico Cláudio Seto,
de lançar alguns autores
nacionais - descedentes de japoneses-,
fazendo HQs no estilo mangá.
Porém, mangás legítimos jamais
tinha sido publicado no país.
Voltando a tal história do MASP...
Confesso que, a princípio, foi difícil acreditar.
Mas, o bengala friend, grande escriba
de HQs, e velho amigo, Ataíde Braz,
que era muito ligado a tal ABRADEMI,
que eu mal conhecia, na semana
seguinte voltou a ligar e perguntou:
de HQs, e velho amigo, Ataíde Braz,
que era muito ligado a tal ABRADEMI,
que eu mal conhecia, na semana
seguinte voltou a ligar e perguntou:
“Já selecionaram as pranchas?
Elas precisam ser mandadas para
serem preparadas pra exposição!”
Elas precisam ser mandadas para
serem preparadas pra exposição!”
Então, curioso, perguntei:
“O que é ABRADEMI?”
“O que é ABRADEMI?”
“ABRADEMI é uma entidade
que se originou da união de estudiosos
em Cultura Japonesa e desenhistas
profissionais do Brasil e que tem o
apoio da Fundação Japão
(Assessoria cultural do
Consulado Geral do Japão).
Ela é comandada pelo Noryuki.” – Explicou.
que se originou da união de estudiosos
em Cultura Japonesa e desenhistas
profissionais do Brasil e que tem o
apoio da Fundação Japão
(Assessoria cultural do
Consulado Geral do Japão).
Ela é comandada pelo Noryuki.” – Explicou.
Confesso que não entendi a coisa direito...
continuava sem saber o que era de fato
ABRADEMI, quais eram seus objetivos
ou realizações em prol dos quadrinhos
ou dos desenhistas nacionais, e
também não sabia quem era Noryuki.
Por que a tal Assessoria do Consulado
Geral do Japão, ia apoiar
garotos tarados por HQs e realizar
uma exposição no MASP?
continuava sem saber o que era de fato
ABRADEMI, quais eram seus objetivos
ou realizações em prol dos quadrinhos
ou dos desenhistas nacionais, e
também não sabia quem era Noryuki.
Por que a tal Assessoria do Consulado
Geral do Japão, ia apoiar
garotos tarados por HQs e realizar
uma exposição no MASP?
"O Ataide deve estar bêbado..." –
pensei, e em seguida
voltei a indagar:
pensei, e em seguida
voltei a indagar:
“E quem é esse tal de não-sei-o-que Tezuka,
o “Rei dos Mangás”?
o “Rei dos Mangás”?
“Cara, ele é simplesmente o Disney japonês!
Seus gibis e filmes animados são um sucesso!
Ele começou a coisa, revolucionou
o mercado do país do Sol nascente e
é um Deus pra eles” -, explicou,
pacientemente o amigo, mais uma vez.
Seus gibis e filmes animados são um sucesso!
Ele começou a coisa, revolucionou
o mercado do país do Sol nascente e
é um Deus pra eles” -, explicou,
pacientemente o amigo, mais uma vez.
"Cacete, então o cidadão é importante..."
– pensei. "O que tínhamos a perder? Nada."
– pensei. "O que tínhamos a perder? Nada."
Então respondi prontamente...
“Pode deixar, vou selecionar já, já,
o material! Qual é o prazo pra
entregar as pranchas?”
o material! Qual é o prazo pra
entregar as pranchas?”
Era quase inacreditável, porém aquilo
estava acontecendo de verdade.
Quando comuniquei a notícia
pro meu pessoal eles
também demoraram para acreditar.
Aquilo parecia um sonho.
Nós éramos um bando de
moleques malucos, uns
desenhistas bundões, uns
garotos ávidos pra fazer
revistas e HQs.
Ou seja, éramos uns autores de merda.
estava acontecendo de verdade.
Quando comuniquei a notícia
pro meu pessoal eles
também demoraram para acreditar.
Aquilo parecia um sonho.
Nós éramos um bando de
moleques malucos, uns
desenhistas bundões, uns
garotos ávidos pra fazer
revistas e HQs.
Ou seja, éramos uns autores de merda.
Era incrível aceitar a idéia de
que íamos, mesmo, expor
no maior e mais importante museu
de arte da América Latina.
Mesmo assim, aquilo ainda
parecia surreal de mais.
que íamos, mesmo, expor
no maior e mais importante museu
de arte da América Latina.
Mesmo assim, aquilo ainda
parecia surreal de mais.
O outro bengala brother,
o intrépido guerreiro,
Franco de Rosa, que também estava
ligado na época aos
organizadores do evento também
me telefonou, dizendo:
o intrépido guerreiro,
Franco de Rosa, que também estava
ligado na época aos
organizadores do evento também
me telefonou, dizendo:
“Tony, Ozamu Tezuka vai expor
suas artes de mangás e desenhos
animados (animes), numa
noite memorável.
suas artes de mangás e desenhos
animados (animes), numa
noite memorável.
Contamos com a participação
de vocês! Sério!”
de vocês! Sério!”
Passamos o dia selecionando as melhores
pranchas, afinal, aquela seria uma boa
oportunidade de expor nossos trabalhos.
No dia seguinte, mandamos as páginas
enormes de cada um dos meus
colaboradores para a tal de ABRADEMI.
pranchas, afinal, aquela seria uma boa
oportunidade de expor nossos trabalhos.
No dia seguinte, mandamos as páginas
enormes de cada um dos meus
colaboradores para a tal de ABRADEMI.
Véspera do Grande Evento
23 de setembro de 1984.
Aquela era a noite da véspera que antecedia
o grande evento, acho que
nem dormimos direito, tamanha era a ansiedade.
Os jornais estavam anunciando
o grande evento, a TV, em que até
o Mauricio de Sousa ia participar.
Todos nós já estávamos começando a adorar
a tal de ABRADEMI.
Eu e meus colabores ainda
estávamos meio abobalhados em
saber que o grande público,
no dia seguinte, ia poder
ver as pranchas de
Fantasticman e Fantasma Negro
expostas no MASP.
Aquela idéia era incrível!
Aquela era a noite da véspera que antecedia
o grande evento, acho que
nem dormimos direito, tamanha era a ansiedade.
Os jornais estavam anunciando
o grande evento, a TV, em que até
o Mauricio de Sousa ia participar.
Todos nós já estávamos começando a adorar
a tal de ABRADEMI.
Eu e meus colabores ainda
estávamos meio abobalhados em
saber que o grande público,
no dia seguinte, ia poder
ver as pranchas de
Fantasticman e Fantasma Negro
expostas no MASP.
Aquela idéia era incrível!
Fantasma Negro foi lançado pela primeira vez pela ed. Tálamus |
Fantasticman saiu pela primeira vez pela ed. Evictor |
Relembrando...
Convém lembrar que... em 1983, numa época
em que ninguém acreditava
que o mangá um dia poderia fazer sucesso
fora do Japão, um grupo de
idealistas brasileiros decidiu trabalhar
e fundar a ABRADEMI, uma
instituição para divulgar e estimular
a produção de mangás no país, num
ato pioneiro em toda a América Latina, digno
de louvor. Aquela foi um decisão acertada,
importante e de extrema coragem.
em que ninguém acreditava
que o mangá um dia poderia fazer sucesso
fora do Japão, um grupo de
idealistas brasileiros decidiu trabalhar
e fundar a ABRADEMI, uma
instituição para divulgar e estimular
a produção de mangás no país, num
ato pioneiro em toda a América Latina, digno
de louvor. Aquela foi um decisão acertada,
importante e de extrema coragem.
Com certeza a nova geração deve estar
se perguntando:
se perguntando:
O QUE SIGNIFICA ABRADEMI?
Quem foi Ozamu Tezuka?
Quem foi Ozamu Tezuka?
Quem foi ou é Noryuki, etc?
Como diria Jack, o estripador, vamos por partes...
Primeiro conheça...
A verdadeira origem
dos mangás!
"Mangá Nokamisamá", este é o
nome pelo qual
as HQs japonesas são conhecidas
em todo o mundo.
Segundo os estudiosos, os mangás surgiram
no Japão durante o período Nara com a aparição
"Mangá Nokamisamá", este é o
nome pelo qual
as HQs japonesas são conhecidas
em todo o mundo.
Segundo os estudiosos, os mangás surgiram
no Japão durante o período Nara com a aparição
dos primeiros rolos de
pintura japoneses, os chamados ''emakimono''.
Eles associavam pinturas e textos que
juntos contavam sempre uma história
na medida em que eles eram desenrolados.
O primeiro desses ''emakimono'',
o ''Ingá Kyô'', é a cópia de uma obra
chinesa e separa nitidamente
o texto da pintura.
A partir da metade do século XII ,
surgiram os primeiros
''emakimonos'' em estilo japonês, do qual o
''Genji monogatari emaki'' é o representante
mais antigo conservado, e o mais
famoso é o ''Chojugiga'', atribuído ao
bonzo Kakuyu Toba (1035-1140).
O ''Chojugiga'' está guardado no
templo de Kozangi em Kyoto.
Nesses últimos surgem, diversas
vezes, textos explicativos após longas
cenas de pintura.
Essa prevalência da imagem
seqüencial assegura sozinha a
narração, e hoje esta é uma
das características mais
importantes dos mangás.
pintura japoneses, os chamados ''emakimono''.
Eles associavam pinturas e textos que
juntos contavam sempre uma história
na medida em que eles eram desenrolados.
O primeiro desses ''emakimono'',
o ''Ingá Kyô'', é a cópia de uma obra
chinesa e separa nitidamente
o texto da pintura.
A partir da metade do século XII ,
surgiram os primeiros
''emakimonos'' em estilo japonês, do qual o
''Genji monogatari emaki'' é o representante
mais antigo conservado, e o mais
famoso é o ''Chojugiga'', atribuído ao
bonzo Kakuyu Toba (1035-1140).
O ''Chojugiga'' está guardado no
templo de Kozangi em Kyoto.
Nesses últimos surgem, diversas
vezes, textos explicativos após longas
cenas de pintura.
Essa prevalência da imagem
seqüencial assegura sozinha a
narração, e hoje esta é uma
das características mais
importantes dos mangás.
Durante o chamado período Edo ,
em que os rolos foram substituídos por livros,
as estampas eram inicialmente destinadas
à ilustração de romances
e poesias, mas rapidamente surgiram
também livros ''para ver'' em
oposição aos livros ''para ler'', antes
do nascimento da estampa
independente com uma única ilustração:
o '' ukiyo-e '' no século XVI.
em que os rolos foram substituídos por livros,
as estampas eram inicialmente destinadas
à ilustração de romances
e poesias, mas rapidamente surgiram
também livros ''para ver'' em
oposição aos livros ''para ler'', antes
do nascimento da estampa
independente com uma única ilustração:
o '' ukiyo-e '' no século XVI.
Os entendidos, também afirmam
que foi Katsushika Hokusai
(1760-1849), o precursor da estampa
de paisagens, que, ao nomear
suas célebres caricaturas publicadas
de 1814 a 1834 em Nagoya , criou
a palavra mangá — significando
"desenhos irresponsáveis" —
que pode ser escrita,
em língua japonesa , das seguintes formas:
que foi Katsushika Hokusai
(1760-1849), o precursor da estampa
de paisagens, que, ao nomear
suas célebres caricaturas publicadas
de 1814 a 1834 em Nagoya , criou
a palavra mangá — significando
"desenhos irresponsáveis" —
que pode ser escrita,
em língua japonesa , das seguintes formas:
Das antigas estampas
aos quadrinhos
Os mangás não tinham, no entanto, sua atual
forma — de revista de histórias em quadrinhos —,
os gibis de mangás surgiram apenas no início
do século XX, sob influência
das revistas comerciais
ocidentais, principalmente dos Estados
Unidos. Tanto é que essas primeiras revistas
editadas no Oriente chegaram
a ficar conhecidas como ''Ponchi-e''
(abreviação de ''Punch-picture''),
como a famosa revista britânica, que tinha o
nome de Punch Magazine(Revista Punch).
Os jornais japoneses traziam humor e sátiras
sociais e políticas em curtas tiras de um ou
quatro quadros.
Diversas séries comparáveis
as de além mar surgiram
nos jornais japoneses: Norakuro Joutouhei
(Primeiro Soldado Norakuro), era uma série
antimilitarista de Tagawa Suiho,
e Boken Dankichi, (As aventuras de Dankichi),
de Shimada Keizo, eram as mais populares
até a metade dos anos quarenta quando
toda a imprensa foi submetida à
censura do governo, assim
como todas as atividades
culturais e artísticas do país do
Sol nascente.
Entretanto, o governo japonês não
hesitou em utilizar os quadrinhos para
fins de propaganda de guerra.
os gibis de mangás surgiram apenas no início
do século XX, sob influência
das revistas comerciais
ocidentais, principalmente dos Estados
Unidos. Tanto é que essas primeiras revistas
editadas no Oriente chegaram
a ficar conhecidas como ''Ponchi-e''
(abreviação de ''Punch-picture''),
como a famosa revista britânica, que tinha o
nome de Punch Magazine(Revista Punch).
Os jornais japoneses traziam humor e sátiras
sociais e políticas em curtas tiras de um ou
quatro quadros.
Diversas séries comparáveis
as de além mar surgiram
nos jornais japoneses: Norakuro Joutouhei
(Primeiro Soldado Norakuro), era uma série
antimilitarista de Tagawa Suiho,
e Boken Dankichi, (As aventuras de Dankichi),
de Shimada Keizo, eram as mais populares
até a metade dos anos quarenta quando
toda a imprensa foi submetida à
censura do governo, assim
como todas as atividades
culturais e artísticas do país do
Sol nascente.
Entretanto, o governo japonês não
hesitou em utilizar os quadrinhos para
fins de propaganda de guerra.
Os mangás no
período pós-guerra
O Japão estava sob ocupação americana após a
Segunda Grande Guerra Mundial.
Os mangakas, desenhistas de mangás, sofreram uma
grande influência das histórias em quadrinhos
ocidentais da época, traduzidas pelos soldados
ianques e difundidas em grande quantidade
na imprensa japonesa cotidiana.
Tezuka e suas criações |
O GENIAL
OSAMU TEZUKA
Foi assim que um artista até então desconhecido,
influenciado por Walt Disney, Osamu Tezuka,
revolucionou esta forma de expressão e deu
vida ao chamado mangá moderno.
Ele adotou as características faciais dos
personagens Disney onde olhos, boca,
sobrancelhas e nariz são desenhados de maneira
exagerada para aumentar a expressividade dos
personagens, o que tornou sua prolífica
produção possível e comercialmente viável.
Foi Osamu Tezuca que introduziu movimentos
nas histórias em quadrinho japonesas, através
de efeitos gráficos, como linhas que dão a idéia
de velocidade e onomatopéias,
que se integravam com a arte, destacando todas
as ações que comportassem movimento, e
as alternâncias dos planos e de enquadramentos
como estes eram usados no cinema americano.
Foi do cinema também que ele retirou a maneira de
contar uma história, na qual pequenos capítulos,
como filmes, formam um arco maior.
Além disso, Osamu Tezuka fez os diálogos fluírem
de cima da direita, para baixo à esquerda do quadro,
para que as pessoas pudessem ler os quadrinhos
de forma mais rápida.
Astro Boy fez um tremendo sucesso nos mangas e na TV |
Osamu Tezuka criou também a primeira
série de animação para a televisão japonesa,
em 1963, a partir de uma de suas obras das HQs
já consagradas:
Tetsuwan Atom (Astro Boy), que foi
um grande sucesso.
Assim, a passar os desenhos
do papel para a TV tornou-se comum e o aspecto
comercial do mangá ganhou maior amplitude.
Graças a TV o autor pôde explorar o
merchandising, através de brinquedos
e de diversos produtos.
Mas Tezuka não se contentou com isso.
Sua criatividade o levou a explorar diferentes
gêneros — na época, os mangás, em sua
grande maioria, eram apenas destinados
ao público infantil.
Assim, o genial artista nipônico que tinha uma
boa visão de mercado, de imediato decidiu criar
outros personagens
de mangás para adultos nos anos 60 onde podia
abordar assuntos mais sérios e criar roteiros
mais complexos. Tezuka também foi o mentor de um
número importante de ''mangakas'', comoFujilo
Fujio, (dupla criadora de Doraemon ), Akatsuka
Fujio e Shotaro Ishinomori.
Assim, surgiu uma forte indústria de mangás
no Japão, que cresceu de forma vertiginosa
graças aos seus inúmeros leitores apresentando
personagens de diversos
gêneros para atender aos diversos tipos leitores.
Uma edição de mangás representa hoje mais de um
terço da tiragem e mais de um quarto dos rendimentos
do mercado editorial japonês.
Os mangás tornaram-se um verdadeiro fenômeno
de vendas e alcançaram todas as classes sociais
e todas as gerações graças ao seu preço baixo e
a diversificação de seus temas.
De fato, os mangás modernos hoje são
como um espelho social, abordam todos os
temas imagináveis:
a vida escolar, a do trabalhador, os esportes,
o amor, a guerra, o medo, séries tiradas da
literatura japonesa e
chinesa, a economia, as finanças,
a história do Japão, a culinária e até manuais tipo
"Como Fazer", revelando assim que também
possui funções pedagógicas.
Os diversos estilos de mangá
Na mentalidade japonesa, ao contrário da
mentalidade ocidental, as histórias em
quadrinhos são consideradas como uma leitura
comum de uma faixa
etária bem mais abrangente do que a
infanto-juvenil.
A sociedade japonesa é ávida por leitura e em toda
parte vê-se desde adultos até crianças lendo
revistas ou gibis. Portanto, o público consumidor
é imenso. Há vários mangás
com tiragens na casa dos milhões e em vários
estilos para agradar os mais variados gostos.
Por isso, os mangás são comumente
classificados de acordo com seu público alvo.
Mangás para meninos - o que não quer dizer
que garotas não possam lê-los são chamados
de ''shonen" (garoto jovem, adolescente,
em japonês) e tratam normalmente de histórias
de luta, amizade e aventura. Mangás para
meninas são chamados de ''shoujo"''
(garota jovem em japonês)
e um tema comum são as histórias de amor
(também existem garotos que lêem shojo, pois
existem HQs de shojos com bastante ação e
lutas, que agradam ambos os sexos). Além
desses, existe o '' gekigá '', que é uma corrente
mais realista de mangás
voltada ao público adulto (não é neces-
sariamente pornográfico) e ainda há os
gêneros ''seinen'', para homens jovens,
e ''josei'', para mulheres. Os estilosos
personagens de mangás têm características
típicas semelhantes, como: olhos grandes,
expressões caricatas,exceto em alguns
casos específicos
onde a HQ é destinada para adultos.
Existem também os mangás pornográficos,
como o ''hentai''e o ''yuri'', que abordam
a temática
sexual entre duas mulheres e o " yaoi"
(ou ''Boys Love'') que trata da relação
sexual entre dois homens.
mentalidade ocidental, as histórias em
quadrinhos são consideradas como uma leitura
comum de uma faixa
etária bem mais abrangente do que a
infanto-juvenil.
A sociedade japonesa é ávida por leitura e em toda
parte vê-se desde adultos até crianças lendo
revistas ou gibis. Portanto, o público consumidor
é imenso. Há vários mangás
com tiragens na casa dos milhões e em vários
estilos para agradar os mais variados gostos.
Por isso, os mangás são comumente
classificados de acordo com seu público alvo.
Mangás para meninos - o que não quer dizer
que garotas não possam lê-los são chamados
de ''shonen" (garoto jovem, adolescente,
em japonês) e tratam normalmente de histórias
de luta, amizade e aventura. Mangás para
meninas são chamados de ''shoujo"''
(garota jovem em japonês)
e um tema comum são as histórias de amor
(também existem garotos que lêem shojo, pois
existem HQs de shojos com bastante ação e
lutas, que agradam ambos os sexos). Além
desses, existe o '' gekigá '', que é uma corrente
mais realista de mangás
voltada ao público adulto (não é neces-
sariamente pornográfico) e ainda há os
gêneros ''seinen'', para homens jovens,
e ''josei'', para mulheres. Os estilosos
personagens de mangás têm características
típicas semelhantes, como: olhos grandes,
expressões caricatas,exceto em alguns
casos específicos
onde a HQ é destinada para adultos.
Existem também os mangás pornográficos,
como o ''hentai''e o ''yuri'', que abordam
a temática
sexual entre duas mulheres e o " yaoi"
(ou ''Boys Love'') que trata da relação
sexual entre dois homens.
O formato mangá
Tal como acontece com a maioria
dos livros japoneses, a ordem de leitura de
um mangá é a inversa da Ocidental.
A capa de um mangá corresponde
a quarta capa de uma edição
Ocidental. Ou seja, a capa do
livro tem a lombada à sua direita
(correspondendo tal à contra capa no ocidente),
sendo a leitura das páginas feita
da direita para a esquerda.
Alguns mangás publicados fora do Japão,
destinados ao um público ocidental
apresentam, no entanto, a configuração
habitual nestes países.
Além disso, são feitos em preto-e-branco — contando
esporadicamente com algumas páginas coloridas
no seu início ou miolo — e em papel reciclado,
que torna o produto barato e
acessível a qualquer pessoa.
Os mangás são publicados no Japão
originalmente em revistas antológicas.
Essas revistas com cerca de 800
páginas são publicadas
semanalmente, quinzenalmente,
mensalmente, bimestralmente
ou trimestralmente.
Ao invés de trazerem em seu miolo
apenas uma história,
elas trazem capítulos de várias séries diferentes.
Cada capítulo normalmente tem
entre 20 e 40 páginas.
Assim que atingem um número de páginas
em torno de 160 a 200, é publicado
um volume, chamado ''tankohon''
ou ''tankobon'', no formato livro de bolso,
que, aí sim, só contém histórias daquela mesma série.
Esses volumes são vendidos
em diversos países. Dependendo do
sucesso alcançado por uma
série, ela pode ser reeditada em formato
''bunkoubon'' ou ''bunkouban'' (完全版)
(mais compacto com maior número de páginas)
e ''wideban'' (ワイド版) (melhor papel e formato
um pouco maior que o de bolso).
Uma das revistas mais famosas no Japão
é a Shonen Jump (ed.Shuesisha). Nela foram
publicados clássicos como:
Dragon Ball, Saint Seiya (Cavaleiros do Zodíaco),
Yu Yu Hakusho e continua publicando sucessos
como Naruto, One Piece, Bleach
e Death Note. Há também outras revistas bem
cotadas pelo público japonês como
a Champion Red (ed. Akita Shoten), que publicou
Saint Seiya Episode G
( Cavaleiros do Zodíaco Episódio G ),
a Shonen Sunday (ed. Shogakukan), que
publica InuYasha, e Afternoon (ed. Kodansha).
Entre outras, podem-se citar também a
Nakayoshi(ed. Kodansha), revista de Shoujo
famosa que publicou entre outros
títulos mundialmente famosos Bishoujo
Senshi Sailor Moon e Sakura Card Captors,
dos livros japoneses, a ordem de leitura de
um mangá é a inversa da Ocidental.
A capa de um mangá corresponde
a quarta capa de uma edição
Ocidental. Ou seja, a capa do
livro tem a lombada à sua direita
(correspondendo tal à contra capa no ocidente),
sendo a leitura das páginas feita
da direita para a esquerda.
Alguns mangás publicados fora do Japão,
destinados ao um público ocidental
apresentam, no entanto, a configuração
habitual nestes países.
Além disso, são feitos em preto-e-branco — contando
esporadicamente com algumas páginas coloridas
no seu início ou miolo — e em papel reciclado,
que torna o produto barato e
acessível a qualquer pessoa.
Os mangás são publicados no Japão
originalmente em revistas antológicas.
Essas revistas com cerca de 800
páginas são publicadas
semanalmente, quinzenalmente,
mensalmente, bimestralmente
ou trimestralmente.
Ao invés de trazerem em seu miolo
apenas uma história,
elas trazem capítulos de várias séries diferentes.
Cada capítulo normalmente tem
entre 20 e 40 páginas.
Assim que atingem um número de páginas
em torno de 160 a 200, é publicado
um volume, chamado ''tankohon''
ou ''tankobon'', no formato livro de bolso,
que, aí sim, só contém histórias daquela mesma série.
Esses volumes são vendidos
em diversos países. Dependendo do
sucesso alcançado por uma
série, ela pode ser reeditada em formato
''bunkoubon'' ou ''bunkouban'' (完全版)
(mais compacto com maior número de páginas)
e ''wideban'' (ワイド版) (melhor papel e formato
um pouco maior que o de bolso).
Uma das revistas mais famosas no Japão
é a Shonen Jump (ed.Shuesisha). Nela foram
publicados clássicos como:
Dragon Ball, Saint Seiya (Cavaleiros do Zodíaco),
Yu Yu Hakusho e continua publicando sucessos
como Naruto, One Piece, Bleach
e Death Note. Há também outras revistas bem
cotadas pelo público japonês como
a Champion Red (ed. Akita Shoten), que publicou
Saint Seiya Episode G
( Cavaleiros do Zodíaco Episódio G ),
a Shonen Sunday (ed. Shogakukan), que
publica InuYasha, e Afternoon (ed. Kodansha).
Entre outras, podem-se citar também a
Nakayoshi(ed. Kodansha), revista de Shoujo
famosa que publicou entre outros
títulos mundialmente famosos Bishoujo
Senshi Sailor Moon e Sakura Card Captors,
e a Hana Yume (Hakusensha) que
publica Hana Kimi e Fruits Basket.
publica Hana Kimi e Fruits Basket.
Há também os fanzines e '' d�?jin|d�?jinshis ''
que são revistas feitas
por autores independentes sem nenhum
vínculo com grandes empresas.
Algumas dessas revistas criam histórias
inéditas e originais utilizando
os personagens de outra ou podem
dar continuidade a alguma série famosa.
Esse tipo de produto pode ser
encontrado normalmente em
eventos de cultura japonesa e na Internet.
A Comiket (abreviação de ''Comic'' ''market''),
é uma das maiores feiras de quadrinhos do
mundo com mais de 400 mil visitantes
em três dias que ocorre anualmente no Japão.
Ela é dedicada ao ''d�?jinshi''.
que são revistas feitas
por autores independentes sem nenhum
vínculo com grandes empresas.
Algumas dessas revistas criam histórias
inéditas e originais utilizando
os personagens de outra ou podem
dar continuidade a alguma série famosa.
Esse tipo de produto pode ser
encontrado normalmente em
eventos de cultura japonesa e na Internet.
A Comiket (abreviação de ''Comic'' ''market''),
é uma das maiores feiras de quadrinhos do
mundo com mais de 400 mil visitantes
em três dias que ocorre anualmente no Japão.
Ela é dedicada ao ''d�?jinshi''.
A história do mangá no Ocidente,
após a Segunda Grande Gerra
Com o término da Segunda Grande Guerra Mundial, os
imigrantes japoneses, que viviam fora de sua Pátria
sofriam muito, pois eram perseguidos e monitorados
o tempo todo pelas autoridades locais.
Os primeiros japoneses que começaram
a se fixar em terras brasileiras vieram para cá em 1908.
Por aqui se sentiram seguros mas só conseguiram
respirar aliviados quando o Japão perdeu a guerra.
imigrantes japoneses, que viviam fora de sua Pátria
sofriam muito, pois eram perseguidos e monitorados
o tempo todo pelas autoridades locais.
Os primeiros japoneses que começaram
a se fixar em terras brasileiras vieram para cá em 1908.
Por aqui se sentiram seguros mas só conseguiram
respirar aliviados quando o Japão perdeu a guerra.
Durante o período do sangrento conflito,
a simples reunião de um grupo de japoneses
levantava suspeita e era veementemente
proibida, assim como também eram proibidos
os livros e jornais em idioma japonês, nos chamados
países aliados, que o Brasil também
fazia parte. As escolas de idioma japonês, na época,
também foram fechadas.
Havia 294 escolas fundadas por japoneses só no Estado
de São Paulo. Todas fecharam.
a simples reunião de um grupo de japoneses
levantava suspeita e era veementemente
proibida, assim como também eram proibidos
os livros e jornais em idioma japonês, nos chamados
países aliados, que o Brasil também
fazia parte. As escolas de idioma japonês, na época,
também foram fechadas.
Havia 294 escolas fundadas por japoneses só no Estado
de São Paulo. Todas fecharam.
Centenas de residências de orientais foram revistadas a
fim de se apreender material designado como “subversivo”,
ou seja, qualquer coisa que tivesse o idioma japonês, desde
cadernos a livros para crianças e até aparelhos de rádio.
fim de se apreender material designado como “subversivo”,
ou seja, qualquer coisa que tivesse o idioma japonês, desde
cadernos a livros para crianças e até aparelhos de rádio.
Assim, os orientais que viviam no Brasil e nos demais
países aliados viviam isolados do mundo, sem ter acesso aos
meios de comunicação.
A notícia da rendição japonesa, ocorrida em agosto de 1945
demorou a chegar ao conhecimento desses imigrantes,
principalmente nos locais mais afastados. A maioria deles
residiam e trabalhavam no campo.
Muitos conflitos armados foram
desencadeados por grupos
indignados que não aceitavam de forma
alguma a derrota do Japão.
Mas, gradativamente, a situação foi se normalizando.
As escolas começaram a surgir outra
vez e os jornais em idioma
japonês começaram a circular novamente.
países aliados viviam isolados do mundo, sem ter acesso aos
meios de comunicação.
A notícia da rendição japonesa, ocorrida em agosto de 1945
demorou a chegar ao conhecimento desses imigrantes,
principalmente nos locais mais afastados. A maioria deles
residiam e trabalhavam no campo.
Muitos conflitos armados foram
desencadeados por grupos
indignados que não aceitavam de forma
alguma a derrota do Japão.
Mas, gradativamente, a situação foi se normalizando.
As escolas começaram a surgir outra
vez e os jornais em idioma
japonês começaram a circular novamente.
De repente, os japoneses se deram
conta de que jamais poderiam
retornar ao seu país de origem, que estava
completamente arrasado.
Até então, todas as famílias acalentavam
o sonho de retornar com
uma mala cheia de dinheiro ao Japão.
Por isso, havia grande preocupação em proporcionar
estudo do idioma japonês a seus
filhos, para que estes pudessem
continuar os estudos e residir
um dia no belo país do Sol nascente.
conta de que jamais poderiam
retornar ao seu país de origem, que estava
completamente arrasado.
Até então, todas as famílias acalentavam
o sonho de retornar com
uma mala cheia de dinheiro ao Japão.
Por isso, havia grande preocupação em proporcionar
estudo do idioma japonês a seus
filhos, para que estes pudessem
continuar os estudos e residir
um dia no belo país do Sol nascente.
Essa conscientização de que voltar à um
país arrasado, ou enviar seus filhos, fez o
pensamento deles mudar. Assim, muitas famílias de
origem oriental começaram a adquirir terras no país,
não mais para uso temporário, e, sim, para
fixar residência. Também passaram
a se preocupar em mandar seus
filhos para as cidades grandes,
para as escolas brasileiras.
Desejavam que seus rebentos continuassem
seus estudos no Brasil.
país arrasado, ou enviar seus filhos, fez o
pensamento deles mudar. Assim, muitas famílias de
origem oriental começaram a adquirir terras no país,
não mais para uso temporário, e, sim, para
fixar residência. Também passaram
a se preocupar em mandar seus
filhos para as cidades grandes,
para as escolas brasileiras.
Desejavam que seus rebentos continuassem
seus estudos no Brasil.
A partir de 1949 reiniciaram as viagens de
navio ao Japão, mas a relação diplomática entre
os dois países só foi restabelecida
em 28 de abril de 1952.
navio ao Japão, mas a relação diplomática entre
os dois países só foi restabelecida
em 28 de abril de 1952.
Livraria tipica de revistas orientais, da época |
Nessa época, os imigrantes e seus descendentes
se comunicavam em japonês e liam livros
e revistas trazidas do Japão.
Algumas empresas se especializaram em
trazer do Japão os livros, as revistas, os discos e
materiais para a prática de esportes como
o beisebol e o kendô.
Caso da Taiyodo (Casa Sol) e da famosa
Casa Ono. Quando as revistas de mangá
começaram a circular no Japão, do pós-guerra,
imediatamente elas foram importadas para
o Brasil. Convém lembrar que a revista
Shonen Club, da editora Kodansha, começou a
circular em 1914, antes da
Segunda Grande Guerra. Nessa época, entretanto,
boa parte desta revista era formada por contos e
histórias ilustradas para crianças e jovens.
Os mangás (HQs) entraram mais tarde em suas páginas,
principalmente depois da Guerra,
seguindo o estilo criado
por Osamu Tezuka, considerado o Deus do mangá.
se comunicavam em japonês e liam livros
e revistas trazidas do Japão.
Algumas empresas se especializaram em
trazer do Japão os livros, as revistas, os discos e
materiais para a prática de esportes como
o beisebol e o kendô.
Caso da Taiyodo (Casa Sol) e da famosa
Casa Ono. Quando as revistas de mangá
começaram a circular no Japão, do pós-guerra,
imediatamente elas foram importadas para
o Brasil. Convém lembrar que a revista
Shonen Club, da editora Kodansha, começou a
circular em 1914, antes da
Segunda Grande Guerra. Nessa época, entretanto,
boa parte desta revista era formada por contos e
histórias ilustradas para crianças e jovens.
Os mangás (HQs) entraram mais tarde em suas páginas,
principalmente depois da Guerra,
seguindo o estilo criado
por Osamu Tezuka, considerado o Deus do mangá.
Descendentes japoneses, no Brasil,
após a década de 50
após a década de 50
A facilidade de leitura dessas publicações oriundas do
Oriente fez com que os mangás fossem plenamente
aceitos pela coletividade nipo-brasileira.
As revistas de mangás destinadas a crianças
vinham com o “furigana”- letras em “kaná” miudinhas ao
lado do “kanji”-, para facilitar a leitura do ideograma.
Assim, não era preciso ser um expert da
escrita oriental para se ler um mangá.
Porém, muitos professores e pais não
gostavam que as crianças lessem os mangás.
Acreditavam que estas seriam prejudicadas no
aprendizado do idioma correto.
Oriente fez com que os mangás fossem plenamente
aceitos pela coletividade nipo-brasileira.
As revistas de mangás destinadas a crianças
vinham com o “furigana”- letras em “kaná” miudinhas ao
lado do “kanji”-, para facilitar a leitura do ideograma.
Assim, não era preciso ser um expert da
escrita oriental para se ler um mangá.
Porém, muitos professores e pais não
gostavam que as crianças lessem os mangás.
Acreditavam que estas seriam prejudicadas no
aprendizado do idioma correto.
Os mangás se tornaram mais atraentes a
partir das décadas de 60 e 70, com o surgimento
das revistas semanais com histórias em continuação.
Muitos títulos antigos, tradicionais, ainda
circulavam, mensalmente, porém reformulados
e recheados de mangás.
Porém, os títulos que mais vendiam eram os
títulos semanais. Circulavam nessa época
as seguintes publicações que traziam mangás:
Shonen Club, Shonen Magazine, Margareth,
Shojo Friend, Shonen Jump,
Shonen King, Ribon, Shonen
Sunday, Shonen, Bouken-ou, Shonen
Gahou, Bokura, Boys Life, Shougaku
Ichinen, ninen, sannen, etc.
partir das décadas de 60 e 70, com o surgimento
das revistas semanais com histórias em continuação.
Muitos títulos antigos, tradicionais, ainda
circulavam, mensalmente, porém reformulados
e recheados de mangás.
Porém, os títulos que mais vendiam eram os
títulos semanais. Circulavam nessa época
as seguintes publicações que traziam mangás:
Shonen Club, Shonen Magazine, Margareth,
Shojo Friend, Shonen Jump,
Shonen King, Ribon, Shonen
Sunday, Shonen, Bouken-ou, Shonen
Gahou, Bokura, Boys Life, Shougaku
Ichinen, ninen, sannen, etc.
Naquela época era comum os pais
comprarem mangás para seus filhos.
comprarem mangás para seus filhos.
Os adultos achavam que a leitura
deles permitia o aprendizado
deles permitia o aprendizado
agradável do idioma japonês.
Esses descendentes de segunda ou
terceira geração de orientais
já estudavam normalmente em escolas
públicas brasileiras e estavam
perdendo a cada dia o contato com as
raízes e o idioma do país de seus avos.
terceira geração de orientais
já estudavam normalmente em escolas
públicas brasileiras e estavam
perdendo a cada dia o contato com as
raízes e o idioma do país de seus avos.
Como não havia mangás traduzidos para
o português, na época, a maioria desses leitores
sabiam falar e ler o japonês, mesmo que
fosse só através do “hiragana”,
a forma mais simplificada.
o português, na época, a maioria desses leitores
sabiam falar e ler o japonês, mesmo que
fosse só através do “hiragana”,
a forma mais simplificada.
No final da década de 50 começaram
a surgir os primeiros desenhistas
de quadrinhos, muitos deles influenciados
pelo chamado estilo mangá.
Apesar da influência inicial, logo
perceberam que não havia espaço para esse
tipo de traço no Brasil e tiveram que se
aprimorar num estilo mais
próximo da linha americana.
Talvez, segundo especialistas,
este tenha sido o caso de Julio
Shimamoto e Minami Keizi.
a surgir os primeiros desenhistas
de quadrinhos, muitos deles influenciados
pelo chamado estilo mangá.
Apesar da influência inicial, logo
perceberam que não havia espaço para esse
tipo de traço no Brasil e tiveram que se
aprimorar num estilo mais
próximo da linha americana.
Talvez, segundo especialistas,
este tenha sido o caso de Julio
Shimamoto e Minami Keizi.
Shimamoto atuou muito tempo como
diretor de arte em publicidade,
mas sempre que podia fazia quadrinhos,
sua grande paixão. Minami, autor
de “Tupãzinho”, fundou a lendária editora
Edrel na década de 60 e foi responsável pelo
lançamento dos primeiros gibis no estilo
mangá desenhados no Brasil.
Vários artistas nikkeis - descendentes
de japoneses-, foram lançados pela Edrel, como:
Cláudio Seto (autor de "O Samurai"), Paulo
e Roberto Fukue, Fernando Ikoma, Kimil Shimizu,
diretor de arte em publicidade,
mas sempre que podia fazia quadrinhos,
sua grande paixão. Minami, autor
de “Tupãzinho”, fundou a lendária editora
Edrel na década de 60 e foi responsável pelo
lançamento dos primeiros gibis no estilo
mangá desenhados no Brasil.
Vários artistas nikkeis - descendentes
de japoneses-, foram lançados pela Edrel, como:
Cláudio Seto (autor de "O Samurai"), Paulo
e Roberto Fukue, Fernando Ikoma, Kimil Shimizu,
Kazuiko, entre outros.
Paulo Fukue:
Um autor que foi
vítima da
ditadura militar
ditadura militar
Houve uma época no Brasil em que
os militares mandavam e desmandavam no país.
Não havia voto popular. Saia um militar
da presidência, entrava outro. Não havia
liberdade de expressão ou de imprensa.
Quem decidisse ousar falar mal do
governo era considerado “terrorista”,
“comunista”, “esquerdista”
e acabava sofrendo perseguições
dos órgãos oficiais repressores do
governo, que vigiavam
todas as atividades artísticas,
na expectativa de captar algum
foco “subversivo”.
Assim que localizado os “conspiradores”
sofriam perseguições, ameaças e
como conseqüência:
torturantes interrogatórios.
Muita gente desapareceu e foi assassinada
por esse duro regime.
os militares mandavam e desmandavam no país.
Não havia voto popular. Saia um militar
da presidência, entrava outro. Não havia
liberdade de expressão ou de imprensa.
Quem decidisse ousar falar mal do
governo era considerado “terrorista”,
“comunista”, “esquerdista”
e acabava sofrendo perseguições
dos órgãos oficiais repressores do
governo, que vigiavam
todas as atividades artísticas,
na expectativa de captar algum
foco “subversivo”.
Assim que localizado os “conspiradores”
sofriam perseguições, ameaças e
como conseqüência:
torturantes interrogatórios.
Muita gente desapareceu e foi assassinada
por esse duro regime.
Paulo Fukue, criativo representante
da colônia japonesa, mas que
havia optado pelo estilo americano
de fazer HQs, autor de Pabeyma -
o primeiro herói cósmico nacional-,
Super-Heros e de tantos outros títulos,
acabou tendo problemas com a chamada
censura-prévia e acabou sendo
perseguido e torturado,
na época, assim como muitos músicos
e compositores da MPB, como: Geraldo Vandré,
Gilberto Gil, Chico Buarque e outros.
da colônia japonesa, mas que
havia optado pelo estilo americano
de fazer HQs, autor de Pabeyma -
o primeiro herói cósmico nacional-,
Super-Heros e de tantos outros títulos,
acabou tendo problemas com a chamada
censura-prévia e acabou sendo
perseguido e torturado,
na época, assim como muitos músicos
e compositores da MPB, como: Geraldo Vandré,
Gilberto Gil, Chico Buarque e outros.
Traumatizado, com aquilo que teve
que passar nas mãos dos militares, Paulo Fuke
procurou a Ed. Abril e durante anos
fez parte do quadro de funcionários
daquela poderosa casa editorial.
Nunca mais publicou uma HQ de sua autoria.
que passar nas mãos dos militares, Paulo Fuke
procurou a Ed. Abril e durante anos
fez parte do quadro de funcionários
daquela poderosa casa editorial.
Nunca mais publicou uma HQ de sua autoria.
Com o fechamento da Edrel, em
meados da década de 70, parte
desses excelentes profissionais de HQs
foram parar nos Estúdios Disney –
editora Abril-, para a Maurício de Sousa
Produções e para as agências
de publicidade. Afinal, os japoneses
e seus descendentes sempre
foram apaixonados por arte em geral.
meados da década de 70, parte
desses excelentes profissionais de HQs
foram parar nos Estúdios Disney –
editora Abril-, para a Maurício de Sousa
Produções e para as agências
de publicidade. Afinal, os japoneses
e seus descendentes sempre
foram apaixonados por arte em geral.
SAIBA QUEM FOI CLÁUDIO SETO,
O MANGÁ-KÁ
Uma prancha de "O Samurai", de Cládio Seto |
Cláudio Shuji Seto Takeguma
foi um artista completo.
foi um artista completo.
Nasceu na cidade de Guaiçara, no interior de São
Paulo, em 1944.
Passou sua infância e adolescência no Japão,
recebendo treinamentos num templo zen budista.
Depois, foi presidente do seinekai de Guaiçara.
Estudou muito e se elegeu vereador em 1969 e foi
presidente da Câmara Municipal daquele município.
Ainda na década de 60, começou a
publicar história em quadrinhos
na editora Edrel de São Paulo, e ficou
famoso pela grande produção,
e por introduzir o mangá no Brasil.
"Maria Erótica", "O Samurai"
e "Ninja, o Samurai Mágico" estão entre
as suas grandes criações
da época. Chegou a produzir, dirigir e estrelar
fotonovelas para a editora.
Cláudio Seto, como era chamado, foi mestre
e representante oficial da seita
Zenchi na América do Sul.
Ele próprio, um artista múltiplo,
dedicou-se à cultura do Bonsai,
Haiku, Shodô, Kendô,
Kyudô e Kadô, além de pintar quadros a óleo
bastante requisitados no Paraná.
Escreveu livros sobre a imigração
japonesa no Paraná.
Participou como ator de dois filmes de
curta-metragem e diversos comerciais,
dentre estes, um para o Bamerindus.
Fora isso, colaborou com artigos sobre
cultura e lendas japonesas nos jornais:
Nippo-Brasil, Paraná Shimbun, O Estado do Paraná,
Tribuna e Planeta Zen. Foi também um ativo promotor
cultural da coletividade em Curitiba.
Além disso, era funcionário
da Secretaria da Cultura.
Foi homenageado no Sesc Pompéia,
recebendo o Troféu HQ Mix, pela criação do
personagem Samurai (título de sua revista), cuja
imagem foi reproduzida no próprio troféu
daquele ano, pelo artista Olyntho Tahara.
No final da década de 70, já residindo em Curitiba,
foi editor da Grafipar, que se notabilizou
por publicar 100% de quadrinhos nacionais, sendo
responsável por lançar diversos autores novos
em suas páginas, inclusive ele próprio desenhando
no estilo hibrido: ou seja, meio mangá,
meio estilo ocidental.
recebendo treinamentos num templo zen budista.
Depois, foi presidente do seinekai de Guaiçara.
Estudou muito e se elegeu vereador em 1969 e foi
presidente da Câmara Municipal daquele município.
Ainda na década de 60, começou a
publicar história em quadrinhos
na editora Edrel de São Paulo, e ficou
famoso pela grande produção,
e por introduzir o mangá no Brasil.
"Maria Erótica", "O Samurai"
e "Ninja, o Samurai Mágico" estão entre
as suas grandes criações
da época. Chegou a produzir, dirigir e estrelar
fotonovelas para a editora.
Cláudio Seto, como era chamado, foi mestre
e representante oficial da seita
Zenchi na América do Sul.
Ele próprio, um artista múltiplo,
dedicou-se à cultura do Bonsai,
Haiku, Shodô, Kendô,
Kyudô e Kadô, além de pintar quadros a óleo
bastante requisitados no Paraná.
Escreveu livros sobre a imigração
japonesa no Paraná.
Participou como ator de dois filmes de
curta-metragem e diversos comerciais,
dentre estes, um para o Bamerindus.
Fora isso, colaborou com artigos sobre
cultura e lendas japonesas nos jornais:
Nippo-Brasil, Paraná Shimbun, O Estado do Paraná,
Tribuna e Planeta Zen. Foi também um ativo promotor
cultural da coletividade em Curitiba.
Além disso, era funcionário
da Secretaria da Cultura.
Foi homenageado no Sesc Pompéia,
recebendo o Troféu HQ Mix, pela criação do
personagem Samurai (título de sua revista), cuja
imagem foi reproduzida no próprio troféu
daquele ano, pelo artista Olyntho Tahara.
No final da década de 70, já residindo em Curitiba,
foi editor da Grafipar, que se notabilizou
por publicar 100% de quadrinhos nacionais, sendo
responsável por lançar diversos autores novos
em suas páginas, inclusive ele próprio desenhando
no estilo hibrido: ou seja, meio mangá,
meio estilo ocidental.
Cláudio Seto também foi conselheiro da ABRADEMI
(Associação Brasileira de Desenhistas
de Mangá e Ilustrações), na época de sua fundação
em 1984, e depois foi presidente
da unidade Paraná da ABRADEMI.
O No final da década de 70, já residindo em
Curitiba, foi editor da Grafipar, que se notabilizou
por publicar 100% de quadrinhos nacionais, sendo
responsável por lançar diversos autores novos
em suas páginas, inclusive ele próprio
desenhando no estilo híbrido.
Ou seja, meio mangá, meio estilo ocidental.
(Associação Brasileira de Desenhistas
de Mangá e Ilustrações), na época de sua fundação
em 1984, e depois foi presidente
da unidade Paraná da ABRADEMI.
O No final da década de 70, já residindo em
Curitiba, foi editor da Grafipar, que se notabilizou
por publicar 100% de quadrinhos nacionais, sendo
responsável por lançar diversos autores novos
em suas páginas, inclusive ele próprio
desenhando no estilo híbrido.
Ou seja, meio mangá, meio estilo ocidental.
O saudoso veterano e criativo desenhista e
bengala brother Cláudio Seto, que amava o
Brasil, que tanto contribuiu com o mundo
das HQs, e que também introduziu o estilo
mangá nas revistas na editora Edrel na década
de 60, faleceu no dia 15/11/2008, às 10h30,
em Curitiba. Seu corpo foi velado na Praça
Japão e enterrado no Cemitério Nova Orleans.
bengala brother Cláudio Seto, que amava o
Brasil, que tanto contribuiu com o mundo
das HQs, e que também introduziu o estilo
mangá nas revistas na editora Edrel na década
de 60, faleceu no dia 15/11/2008, às 10h30,
em Curitiba. Seu corpo foi velado na Praça
Japão e enterrado no Cemitério Nova Orleans.
Sua morte representou uma grande
perda para as HQs Made in Brazil.
perda para as HQs Made in Brazil.
De repente, o estilo mangá
desapareceu das nossas bancas
A Edrel faliu e como conseqüência os mangás também
sumiram da praça.
Por um longo período eles ficariam sumidos dos
pontos de venda.
sumiram da praça.
Por um longo período eles ficariam sumidos dos
pontos de venda.
Aproveitando uma brecha da censura do governo
do regime militar, surgiu a editora Grafipar de Curitiba,
liderada por Cláudio Seto e
seu auxiliar Ataide Braz. Esta nova casa editorial
passou a editar revistas em quadrinhos
com um leve tempêro erótico.
Na época não havia vídeos e revistas pornôs ou com
mulheres nuas. Elas eram proibidas,
o que explica o relativo sucesso dos lançamentos
que se seguiram, da citada editora.
A revista Eros, que mais
tarde passou a se chamar Quadrinhos Eróticos,
um sucesso de vendas.
Também surgiram outros títulos como:
Neuros e Fargo e uma gama de outros produtos
de terror, ficção-científica, etc.
Com a abertura política – cancelamento da
censura-prévia - até então toda publicação,
antes de ser publicada devia ter seu “boneco”
aprovado pelos censores em Brasília -, as publicações
anteriormente proibidas começaram a circular, e
o erotismo leve desenhado, os chamados “Quadrinhos
Eróticos” transformaram-se em
“Quadrinhos pornôs”. Inicialmente, com muito
sucesso, mas depois as vendas foram despencando.
Os produtos da Grafipar aos poucos acabaram
perdendo espaço em banca e em menos de
uma década acabaram desaparecendo,
com o fechamento da empresa, causando
muito desemprego.
do regime militar, surgiu a editora Grafipar de Curitiba,
liderada por Cláudio Seto e
seu auxiliar Ataide Braz. Esta nova casa editorial
passou a editar revistas em quadrinhos
com um leve tempêro erótico.
Na época não havia vídeos e revistas pornôs ou com
mulheres nuas. Elas eram proibidas,
o que explica o relativo sucesso dos lançamentos
que se seguiram, da citada editora.
A revista Eros, que mais
tarde passou a se chamar Quadrinhos Eróticos,
um sucesso de vendas.
Também surgiram outros títulos como:
Neuros e Fargo e uma gama de outros produtos
de terror, ficção-científica, etc.
Com a abertura política – cancelamento da
censura-prévia - até então toda publicação,
antes de ser publicada devia ter seu “boneco”
aprovado pelos censores em Brasília -, as publicações
anteriormente proibidas começaram a circular, e
o erotismo leve desenhado, os chamados “Quadrinhos
Eróticos” transformaram-se em
“Quadrinhos pornôs”. Inicialmente, com muito
sucesso, mas depois as vendas foram despencando.
Os produtos da Grafipar aos poucos acabaram
perdendo espaço em banca e em menos de
uma década acabaram desaparecendo,
com o fechamento da empresa, causando
muito desemprego.
Apesar do breve período de existência
desta editora e de ela não ter
resgatado o esquecido
estilo mangá, o grande mérito
da Grafipar foi propiciar o
surgimento de novos desenhistas
e o retorno de alguns veteranos brasileiros
e de ascendência
oriental que haviam abandonado a atividade.
desta editora e de ela não ter
resgatado o esquecido
estilo mangá, o grande mérito
da Grafipar foi propiciar o
surgimento de novos desenhistas
e o retorno de alguns veteranos brasileiros
e de ascendência
oriental que haviam abandonado a atividade.
Surge o jovem NORIYUKI
Em 1979, Francisco Noriyuki Sato, era um
estudante de publicidade da Universidade de São Paulo.
Editava um pequeno jornal chamado
“Jornal Nissei” para a Modern Japan, empresa que
promovia bailes para a comunidade nikkei no
salão da Casa de Portugal,
na avenida Liberdade, em São Paulo.
Além desse veículo, Noriyuki era colaborador
do jornal São Paulo Shimbun – tradicional
órgão de imprensa dirigido à colônia japonesa -,
e atuava também como roteirista de
quadrinhos da Grafipar.
promovia bailes para a comunidade nikkei no
salão da Casa de Portugal,
na avenida Liberdade, em São Paulo.
Além desse veículo, Noriyuki era colaborador
do jornal São Paulo Shimbun – tradicional
órgão de imprensa dirigido à colônia japonesa -,
e atuava também como roteirista de
quadrinhos da Grafipar.
Como era de costume, em seu trabalho para
o Jornal Nissei, fazer pesquisas sobre eventos
organizados pela comunidade nipo-brasileira
em São Paulo, mais uma vez lá estava ele
empenhado em descobrir novos eventos.
Foi numa dessas muitas visitas feitas ao Bunkyo
(Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa)
no bairro da Liberdade, em São Paulo, que ele
constatou que lá não havia nenhuma atividade
para o público mais jovem, excetuando um
curso de pintura para crianças que era ministrado
durante as férias de janeiro. E como
o seu pequeno jornal tinha
como foco o público jovem,
era importante que houvessem
eventos para esse público leitor.
o Jornal Nissei, fazer pesquisas sobre eventos
organizados pela comunidade nipo-brasileira
em São Paulo, mais uma vez lá estava ele
empenhado em descobrir novos eventos.
Foi numa dessas muitas visitas feitas ao Bunkyo
(Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa)
no bairro da Liberdade, em São Paulo, que ele
constatou que lá não havia nenhuma atividade
para o público mais jovem, excetuando um
curso de pintura para crianças que era ministrado
durante as férias de janeiro. E como
o seu pequeno jornal tinha
como foco o público jovem,
era importante que houvessem
eventos para esse público leitor.
Membros da ABRADEMI |
Assim, Noriyuki resolveu procurar o secretário geral da
entidade para perguntar se ele não pretendia organizar
atividades para jovens.
atividades para jovens.
O economista Hiroshi Banno, secretário geral do Bunkyo,
na época, atendeu-o e pediu uma sugestão do que poderia
ser realizado na entidade. Noriyuki explicou que poderia
ser organizada uma exposição de mangás (HQs).
na época, atendeu-o e pediu uma sugestão do que poderia
ser realizado na entidade. Noriyuki explicou que poderia
ser organizada uma exposição de mangás (HQs).
Banno ficou na dúvida, pois tinha
receio de não conseguir reunir
os trabalhos de vários artistas para
um evento desse tipo.
Foi então que Noriyuki se comprometeu a arrumar
os desenhistas e levá-los numa nova reunião.
receio de não conseguir reunir
os trabalhos de vários artistas para
um evento desse tipo.
Foi então que Noriyuki se comprometeu a arrumar
os desenhistas e levá-los numa nova reunião.
Foi nessa reunião que participaram os
desenhistas e os ex-desenhistas
da Disney, como: Paulo Fukue, Michio
Yamashita, Jorge Kato,
Roberto Higa, Sergio Hamasaki (que convidou
a maioria dos desenhistas
da Disney) e Kimil Shimizu, além de
outros da Grafipar, como o
Roberto Kussumoto e Ataíde Braz
(roteirista), e a professora
do departamento de editoração da USP,
Sonia Luyten.
desenhistas e os ex-desenhistas
da Disney, como: Paulo Fukue, Michio
Yamashita, Jorge Kato,
Roberto Higa, Sergio Hamasaki (que convidou
a maioria dos desenhistas
da Disney) e Kimil Shimizu, além de
outros da Grafipar, como o
Roberto Kussumoto e Ataíde Braz
(roteirista), e a professora
do departamento de editoração da USP,
Sonia Luyten.
Convencido, pelos participantes, sobre
a possibilidade de viabilizar a tal exposição, Hiroshi
Banno imediatamente constituiu uma
comissão de quadrinhos e ilustrações,
da qual, Banno, representando a entidade,
se tornou presidente, e Francisco
Noriyuki Sato ficou sendo
o vice-presidente.
a possibilidade de viabilizar a tal exposição, Hiroshi
Banno imediatamente constituiu uma
comissão de quadrinhos e ilustrações,
da qual, Banno, representando a entidade,
se tornou presidente, e Francisco
Noriyuki Sato ficou sendo
o vice-presidente.
A primeira exposição foi marcada
para fevereiro de 1980,
juntamente com a exposição dos alunos do
curso de pintura de férias do Bunkyo,
cujos professores eram os reconhecidos
artistas plásticos:
Ken-Ichi Hirota e Kenichi Kaneko (também ator).
para fevereiro de 1980,
juntamente com a exposição dos alunos do
curso de pintura de férias do Bunkyo,
cujos professores eram os reconhecidos
artistas plásticos:
Ken-Ichi Hirota e Kenichi Kaneko (também ator).
Com o apoio da mídia a exposição foi um
sucesso, conseguindo atrair um bom público
infanto-juvenil, que normalmente não
costumava freqüentar a entidade.
sucesso, conseguindo atrair um bom público
infanto-juvenil, que normalmente não
costumava freqüentar a entidade.
Noriyuki sempre foi idealista.
Acreditou, sempre, que era preciso
organizar exposições para que o
pessoal da área das HQs pudessem se reunir, pois
nessas ocasiões poderiam surgir boas e novas idéias.
Acreditou, sempre, que era preciso
organizar exposições para que o
pessoal da área das HQs pudessem se reunir, pois
nessas ocasiões poderiam surgir boas e novas idéias.
Para Grafipar, que ficava em Curitiba,
os roteiristas como Noriyuki enviavam os textos
pelo correio para o editor Cláudio Seto.
Este reenviava aquele texto para os
desenhistas mais apropriados para aquele
determinado tema de HQ. Assim, roteiristas e
desenhistas passaram a trabalhar em junto,
mas muito deles jamais se conheceram.
os roteiristas como Noriyuki enviavam os textos
pelo correio para o editor Cláudio Seto.
Este reenviava aquele texto para os
desenhistas mais apropriados para aquele
determinado tema de HQ. Assim, roteiristas e
desenhistas passaram a trabalhar em junto,
mas muito deles jamais se conheceram.
Quadreca, da USP
(Universidade de São paulo)
Noriyuki havia participado da revista Quadreca da USP,
editada pela professora Sonia Luyten, mas não a conhecia.
Foi na Exposição de Quadrinhos realizada no Sesc Interlagos
em janeiro de 1978 que ele a conheceu.
Aliás, naquele evento acabou conhecendo um novo
time de jovens das HQs, como:
Jal, Franco de Rosa, Ataíde Braz, Roberto Kussumoto
e uma grande turma que fazia fanzines de HQs
em diversas faculdades.
Foi na Exposição de Quadrinhos realizada no Sesc Interlagos
em janeiro de 1978 que ele a conheceu.
Aliás, naquele evento acabou conhecendo um novo
time de jovens das HQs, como:
Jal, Franco de Rosa, Ataíde Braz, Roberto Kussumoto
e uma grande turma que fazia fanzines de HQs
em diversas faculdades.
Em 1981 e 1982 foram realizadas novas exposições
no Bunkyo e isto propiciou a
descoberta de novos talentos.
Mas, o principal, era que os participantes, que
tinham afinidades, acabavam encontrando
velhos amigos e fazendo novas e sólidas amizades.
Nessas novas exposições surgiram também
muitos amadores que desenhavam no estilo mangá,
mas que nunca haviam tido oportunidade de
expor ou apresentar seus trabalhos.
no Bunkyo e isto propiciou a
descoberta de novos talentos.
Mas, o principal, era que os participantes, que
tinham afinidades, acabavam encontrando
velhos amigos e fazendo novas e sólidas amizades.
Nessas novas exposições surgiram também
muitos amadores que desenhavam no estilo mangá,
mas que nunca haviam tido oportunidade de
expor ou apresentar seus trabalhos.
Evento típico do Bunkio |
para o mês de julho e esta desta feita seria
independente da tradicional exposição
de pintura das crianças, pois se provou que
o saguão do auditório principal não comportava
essas duas exposições ao mesmo tempo.
Alguns meses antes da data marcada,
porém, a exposição foi desmarcada sem
aviso prévio por parte do gerente da entidade,
que alugou o espaço do evento para
a empresa multinacional de origem nipônica Yakult.
Ao ser questionado, pelos membros do grupo,
do por que o tinha sido cancelado mesmo com
um ano de antecedência, o gerente deu a seguinte
resposta : “Vocês não pagam aluguel”.
o saguão do auditório principal não comportava
essas duas exposições ao mesmo tempo.
Alguns meses antes da data marcada,
porém, a exposição foi desmarcada sem
aviso prévio por parte do gerente da entidade,
que alugou o espaço do evento para
a empresa multinacional de origem nipônica Yakult.
Ao ser questionado, pelos membros do grupo,
do por que o tinha sido cancelado mesmo com
um ano de antecedência, o gerente deu a seguinte
resposta : “Vocês não pagam aluguel”.
Revoltados com o fato, uma vez que a
exposição de quadrinhos era um evento oficial
da própria entidade, e que não causava
qualquer ônus para a entidade, pois os
trabalhos eram trazidos, montados e expostos pela
própria comissão organizadora, Noriyuki
e Naomy Kuroda, membros da comissão,
foram falar com o presidente do Bunkyo, Masuichi
Omi. Na época, Hiroshi
Banno já não fazia mais parte daquela entidade
e cabia ao Noriyuki resolver essas questões.
exposição de quadrinhos era um evento oficial
da própria entidade, e que não causava
qualquer ônus para a entidade, pois os
trabalhos eram trazidos, montados e expostos pela
própria comissão organizadora, Noriyuki
e Naomy Kuroda, membros da comissão,
foram falar com o presidente do Bunkyo, Masuichi
Omi. Na época, Hiroshi
Banno já não fazia mais parte daquela entidade
e cabia ao Noriyuki resolver essas questões.
Surge a idéia de fundar
a ABRADEMI,
a primeira associação
de mangá
de mangá
da América Latina
Exposição no Bunkio |
sua residência, a dupla ouviu palavras de
consolo e de apoio à iniciativa.
Mas, o presidente disse-lhes que não
poderia fazer nada para
resolver a questão das datas para a exposição.
Ele não sabia explicar o que havia acontecido,
porém, lembrou que ao locar o local para uma
empresa a entidade tinha firmado
um contrato e que este
teria que ser respeitado.
Assim, sugeriu que se fundasse uma
associação, e que essa entidade assinasse um
contrato com o Bunkyo,
ficando as futuras exposições asseguradas numa
determinada data.
Demonstrando sabedoria, Omi alegou que uma
associação não deveria ficar apenas
fazendo uma exposição por ano e disse também
que esta deveria realizar
palestras, cursos e outras atividades pertinentes
à área. Para que isso pudesse de fato ocorrer ele
disponibilizou uma sala de reunião
do Bunkyo em datas especificas
que poderiam ser utilizadas.
poderia fazer nada para
resolver a questão das datas para a exposição.
Ele não sabia explicar o que havia acontecido,
porém, lembrou que ao locar o local para uma
empresa a entidade tinha firmado
um contrato e que este
teria que ser respeitado.
Assim, sugeriu que se fundasse uma
associação, e que essa entidade assinasse um
contrato com o Bunkyo,
ficando as futuras exposições asseguradas numa
determinada data.
Demonstrando sabedoria, Omi alegou que uma
associação não deveria ficar apenas
fazendo uma exposição por ano e disse também
que esta deveria realizar
palestras, cursos e outras atividades pertinentes
à área. Para que isso pudesse de fato ocorrer ele
disponibilizou uma sala de reunião
do Bunkyo em datas especificas
que poderiam ser utilizadas.
Os remanescentes da antiga comissão de
quadrinhos e ilustrações do Bunkyo adoraram
a ideia e passaram a se reunir para fundar
a ABRADEMI (Associação Brasileira
de Mangá e Ilustrações).
Da primeira comissão de exposição
restavam apenas:
Roberto Higa, Michio Yamashita, Sonia Luyten,
Roberto Kussumoto, Noriyuki Sato, Ataíde
Braz e Nelson Yoshimura,
sendo fortalecida por jovens que
surgiram nas exposições, como:
Naomy Kuroda e Nelson Kurokawa, entre outros.
Para ser concretizada esta nova entidade,
entretanto, a coisa foi complicada.
Na época, poucas pessoas conheciam
o mangá e uma entidade cultural
com um tema tão específico
e exótico, não poderia ser levada a sério.
Assim, foi sugerida uma “fusão”
com a Associação dos Amigos de Mangá -
um grupo informal da Escola de Comunicação
e Artes da USP, idealizado pela
professora Sonia Luyten, que se
propunha a estudar mangá na
Universidade de São Paulo.
Estes compunham um pequeno grupo,
formado apenas por alguns alunos do curso
de editoração, que resolveram fazer um estudo
pioneiro sobre o mangá como tema dentro da
atividade acadêmica,
no momento em que a própria professora Sonia Luyten
ainda não tinha nem se quer se especializado no assunto.
entretanto, a coisa foi complicada.
Na época, poucas pessoas conheciam
o mangá e uma entidade cultural
com um tema tão específico
e exótico, não poderia ser levada a sério.
Assim, foi sugerida uma “fusão”
com a Associação dos Amigos de Mangá -
um grupo informal da Escola de Comunicação
e Artes da USP, idealizado pela
professora Sonia Luyten, que se
propunha a estudar mangá na
Universidade de São Paulo.
Estes compunham um pequeno grupo,
formado apenas por alguns alunos do curso
de editoração, que resolveram fazer um estudo
pioneiro sobre o mangá como tema dentro da
atividade acadêmica,
no momento em que a própria professora Sonia Luyten
ainda não tinha nem se quer se especializado no assunto.
Desse grupo, além da professora Sônia,
que já fazia parte da comissão que deu origem
a ABRADEMI, também participou Sumire Misawa.
que já fazia parte da comissão que deu origem
a ABRADEMI, também participou Sumire Misawa.
Oficialmente a ABRADEMI foi fundada no
dia 3 de fevereiro de 1984, discutindo-se os
objetivos da entidade e criando o seu
nome, que foi sugerido pela Sonia.
Entretanto, a primeira reunião
importante com a divisão de cargos da ABRADEMI
aconteceu no dia 1º de abril.
O grupo se reuniu na biblioteca do Bunkyo, mas acabou
sendo expulso por atrapalhar a
concentração dos freqüentadores da biblioteca.
A reunião teve que ser concluída no corredor do subsolo.
Algumas pessoas novas que tinham
ido para participar, quando viram a precariedade
da nova entidade que estava surgindo,
desistiram e nunca mais voltaram.
dia 3 de fevereiro de 1984, discutindo-se os
objetivos da entidade e criando o seu
nome, que foi sugerido pela Sonia.
Entretanto, a primeira reunião
importante com a divisão de cargos da ABRADEMI
aconteceu no dia 1º de abril.
O grupo se reuniu na biblioteca do Bunkyo, mas acabou
sendo expulso por atrapalhar a
concentração dos freqüentadores da biblioteca.
A reunião teve que ser concluída no corredor do subsolo.
Algumas pessoas novas que tinham
ido para participar, quando viram a precariedade
da nova entidade que estava surgindo,
desistiram e nunca mais voltaram.
Mesmo ante as dificuldades que o grupo
teve que enfrentar ao longo dos anos, jamais parou.
A batalha prosseguiu e os membros remanescentes
do grupo inicial jamais esmoreceram
e continuaram em sua busca
incessante pelo reconhecimento da entidade
até conseguir conquistar os eu espaço.
Participaram da sua fundação da ABRADEMI,
a professora e doutora Sonia Maria B. Luyten,
da Universidade de São Paulo,
que fez o primeiro trabalho a nível de doutorado na área
de mangá no mundo; a escritora especializada
em lendas do Japão, Mitsuko Kawai; o desenhista
de quadrinhos Roberto Kussumoto, atualmente
residindo no Japão; e o jornalista
Noriyuki Sato, especializado em cultura japonesa,
autor do livro "História do Japão em Mangá".
No ano de sua fundação, a Abrademi, com o apoio da
Fundação Japão (assessoria cultural do
Consulado Geral do Japão), teve a
oportunidade de realizar uma aula de mangá
ao vivo com Osamu Tezuka, o Deus do Mangá;
além de organizar uma exposição de quadrinhos
no Museu de Arte São Paulo, onde foi exposto
os desenhos de mangás e os
animês do mestre Tezuka, além disso,
expuseram também na ocasião, suas pranchas,
diversos autores brasileiros de HQs, inclusive eu.
GENTE DE FIBRA E VISIONÁRIA
SABIAM QUE UM DIA O MANGÁ IA
ACONTECER NO BRASIL E
NO MUNDO
|
Numa época distante (1983), em que ninguém
quase conhecia os mangás ou acreditava
nesse tipo de arte do Oriente pudesse emplacar
no país um grupo de idealistas
decidiu criar a ABRADEMI.
Desde a sua fundação em 03/02/1984, muita
coisa mudou, mas a ABRADEMI pode se orgulhar
de ter sido a pioneira no Brasil em todos os
aspectos,como: ela foi a primeira a
ministrar aulas de mangá do pais,
fez o primeiro fanzine de mangá, o primeiro
concurso de cosplay, o primeiro evento de mangá
e animê, a primeira exibição de animê,
a primeira exposição, o primeiro Anime-kê, o
primeiro AnimeDance, o primeiro concurso de
mangá, o primeiro debate, etc.
A lista de realizações é enorme!
quase conhecia os mangás ou acreditava
nesse tipo de arte do Oriente pudesse emplacar
no país um grupo de idealistas
decidiu criar a ABRADEMI.
Desde a sua fundação em 03/02/1984, muita
coisa mudou, mas a ABRADEMI pode se orgulhar
de ter sido a pioneira no Brasil em todos os
aspectos,como: ela foi a primeira a
ministrar aulas de mangá do pais,
fez o primeiro fanzine de mangá, o primeiro
concurso de cosplay, o primeiro evento de mangá
e animê, a primeira exibição de animê,
a primeira exposição, o primeiro Anime-kê, o
primeiro AnimeDance, o primeiro concurso de
mangá, o primeiro debate, etc.
A lista de realizações é enorme!
Francisco Noriyuki Sato, ele foi presidente da
ABRADEMI, de 1984 a 1986 e de 1988 a 1996.
ABRADEMI, de 1984 a 1986 e de 1988 a 1996.
Conheça
Dupla brasileira vence o World Cuply Summit, em 2008, no Japão |
Hoje, a ABRADEMI realiza menos atividades do que
no passado, mas continua ativa, sempre procurando elevar
o mangá e o animê como verdadeiras manifestações de
arte e cultura popular, e não apenas pelo lado comercial,
como estamos vendo ultimamente.
A ABRADEMI fez e continua fazendo história.
Saiba quem foi o grande mestre
o mangá e o animê como verdadeiras manifestações de
arte e cultura popular, e não apenas pelo lado comercial,
como estamos vendo ultimamente.
A ABRADEMI fez e continua fazendo história.
Saiba quem foi o grande mestre
OZAMU TEZUKA
O Deus do Mangá |
Os jovens brasileiros de hoje talvez nunca ouviram
falar do grande mestre dos mangás Ozamu Tezuka.
Pois saibam que... aquilo que hoje
conhecemos como mangá e animê não existiria, se não
fosse ele, o maior dos criadores japoneses
falar do grande mestre dos mangás Ozamu Tezuka.
Pois saibam que... aquilo que hoje
conhecemos como mangá e animê não existiria, se não
fosse ele, o maior dos criadores japoneses
O mestre Tezuca nasceu na cidade
de Osaka em 1926,
filho de uma família de classe média.
Ainda na tenra idade revelou uma forte tendência para
criar e desenhar HQs.
de Osaka em 1926,
filho de uma família de classe média.
Ainda na tenra idade revelou uma forte tendência para
criar e desenhar HQs.
Foi fortemente influenciado pelas tiras cômicas que
eram publicadas nos jornais da época
e pelos desenhos animados de Walt Disney.
Aos 13 anos começou a desenhar quadrinhos
cômicos para seus colegas de escola.
Sua adolescência foi marcada pela Segunda
Grande Guerra Mundial.
eram publicadas nos jornais da época
e pelos desenhos animados de Walt Disney.
Aos 13 anos começou a desenhar quadrinhos
cômicos para seus colegas de escola.
Sua adolescência foi marcada pela Segunda
Grande Guerra Mundial.
Extremamente idealista, o jovem Tezuka
entrou para a Faculdade de
Medicina, aquilo foi uma forma pessoal
dele compensar a dor da morte
de amigos e colegas que morreram
inutilmente nas batalhas daquela
guerra insana. Curar e salvar vidas
estas eram formas dele agir
contra a violência vigente
no mundo da época.
entrou para a Faculdade de
Medicina, aquilo foi uma forma pessoal
dele compensar a dor da morte
de amigos e colegas que morreram
inutilmente nas batalhas daquela
guerra insana. Curar e salvar vidas
estas eram formas dele agir
contra a violência vigente
no mundo da época.
Mesmo antes de se formar, Tezuka já
estava publicando suas Histórias em
Quadrinhos nos jornais.
estava publicando suas Histórias em
Quadrinhos nos jornais.
Com o fim da guerra e a derrota japonesa
o Japão viveu tempos
de pobreza e muitas dificuldades.
Nessa época, Tezuka resolveu se
tornar, para valer, um desenhista profissional.
Enfrentando a fome e a escassez de matérias
básicos para sobrevivência e até a falta de
material artístico, como a tinta nanquim e
o papel. Mesmo assim, ele
começou a criar histórias cheias de
humanidade, fantasia e
mensagens de otimismo.
o Japão viveu tempos
de pobreza e muitas dificuldades.
Nessa época, Tezuka resolveu se
tornar, para valer, um desenhista profissional.
Enfrentando a fome e a escassez de matérias
básicos para sobrevivência e até a falta de
material artístico, como a tinta nanquim e
o papel. Mesmo assim, ele
começou a criar histórias cheias de
humanidade, fantasia e
mensagens de otimismo.
Em 1946, ele criou seu primeiro "best-seller":
Shin Takarajima (A Nova Ilha do Tesouro) - uma
história em quadrinhos na forma
de storyboard de desenho animado,
misturando pela primeira vez
elementos da linguagem cinematográfica
aos quadrinhos, algo que se tornou a
característica dos modernos mangás.
Shin Takarajima (A Nova Ilha do Tesouro) - uma
história em quadrinhos na forma
de storyboard de desenho animado,
misturando pela primeira vez
elementos da linguagem cinematográfica
aos quadrinhos, algo que se tornou a
característica dos modernos mangás.
Anos depois, Tezuka começaria a
publicar as séries que marcaram gerações
de crianças e jovens japoneses:
Jungle Taitei (Kimba, o Leão Branco), em 1950;
Tetsuwan Atomu (Astro Boy), em 1952;
Ribon No Kishi
(A Princesa e o Cavaleiro), em 1953.
O mestre Tezuka fez também personagens
que eram magros e
de olhos grandes e brilhantes num
estilo que hoje ficou conhecido como shõjo mangá,
como: Hi No Tori (O Fênix),
publicar as séries que marcaram gerações
de crianças e jovens japoneses:
Jungle Taitei (Kimba, o Leão Branco), em 1950;
Tetsuwan Atomu (Astro Boy), em 1952;
Ribon No Kishi
(A Princesa e o Cavaleiro), em 1953.
O mestre Tezuka fez também personagens
que eram magros e
de olhos grandes e brilhantes num
estilo que hoje ficou conhecido como shõjo mangá,
como: Hi No Tori (O Fênix),
em 1967, e Black Jack, em 1973.
Em 1963, Tezuka finalmente realizou seu sonho
de produzir animação em série no Japão, com
a estreia na TV da versão em
animê de Tetsuwan Atomu, realizada por sua
própria produtora, a Mushi Productions.
Em 1964, Tezuka se tornou o primeiro
produtor de animê a exportar uma série para
o exterior, quando Tetsuwan Atomu (Astro Boy)
passou a ser exibida nos
Estados Unidos.
de produzir animação em série no Japão, com
a estreia na TV da versão em
animê de Tetsuwan Atomu, realizada por sua
própria produtora, a Mushi Productions.
Em 1964, Tezuka se tornou o primeiro
produtor de animê a exportar uma série para
o exterior, quando Tetsuwan Atomu (Astro Boy)
passou a ser exibida nos
Estados Unidos.
Pioneiro em tudo que hoje chamamos de mangás e
animês este criador incansável,
Tezuka mal parava para comer
para não desperdiçar tempo de trabalho.
TEZUKA esteve no Brasil em setembro de 1984,
abrindo uma exposição organizada
pela ABRADEMI no MASP e
chegou a dar uma aula de mangá
especialmente para
os associados da ABRADEMI.
animês este criador incansável,
Tezuka mal parava para comer
para não desperdiçar tempo de trabalho.
TEZUKA esteve no Brasil em setembro de 1984,
abrindo uma exposição organizada
pela ABRADEMI no MASP e
chegou a dar uma aula de mangá
especialmente para
os associados da ABRADEMI.
Trazido pela Fundação Japão, Tezuka
orientou os diretores da
ABRADEMI quanto aos rumos que a
entidade deveria seguir, o
que foi feito à risca. Analisou também os
trabalhos de profissionais e amadores.
orientou os diretores da
ABRADEMI quanto aos rumos que a
entidade deveria seguir, o
que foi feito à risca. Analisou também os
trabalhos de profissionais e amadores.
P "Deus" do mangá” foi muito simpático com
todos e procurou orientar os desenhistas, e
apesar da sua vasta experiência e
conhecimento de mangá e animê, jamais falou mal de
qualquer trabalho. Tezuka encantou-se com
um personagem tipicamente nosso -
o rústico cangaceiro.
todos e procurou orientar os desenhistas, e
apesar da sua vasta experiência e
conhecimento de mangá e animê, jamais falou mal de
qualquer trabalho. Tezuka encantou-se com
um personagem tipicamente nosso -
o rústico cangaceiro.
Astro Boy foi um campeão de venda na formato HQs |
Entretanto, seus péssimos hábitos
alimentares o levaram a adoecer pouco tempo
depois, quando desenvolveu um
câncer no estômago.
Mesmo debilitado e hospitalizado, Tezuka continuou
desenhando, até falecer em fevereiro de 1989.
Milhares de pessoas compareceram
ao seu funeral em Tokyo e o Japão inteiro chorou sua perda.
Premiado e reconhecido internacionalmente, até hoje
os japoneses e fãs de mangás e animês no mundo inteiro se
referem a ele com o título de "Mangá no Kamisamá"
(O Deus do Mangá).
Antes de Tezuka, os personagens de
mangá não tinham olhos
grandes e o animê não existia. Depois
dele, a história cultural do
Japão mudou para sempre. Hoje, a
obra de Tezuka permanece
viva através de um museu e de sua produtora,
mangá não tinham olhos
grandes e o animê não existia. Depois
dele, a história cultural do
Japão mudou para sempre. Hoje, a
obra de Tezuka permanece
viva através de um museu e de sua produtora,
dirigida por seu filho.
UMA NOITE MEMORÁVEL
NOSSAS HQS ESTAVAM
EXPOSTAS NO MASP
Aquela era a primeira vez que um
profissional de mangá visitava o Brasil
e não só isso, Osamu Tezuka
era uma celebridade para a comunidade nipo-brasileira.
Entre os membros da comuniddaeele era conhecido
como “O Deus do Mangá”.
e não só isso, Osamu Tezuka
era uma celebridade para a comunidade nipo-brasileira.
Entre os membros da comuniddaeele era conhecido
como “O Deus do Mangá”.
A mídia deu um bom espaço para Tezuka, apesar
do mangá e ele serem ainda desconhecidos do
grande público brasileiro.
Mas Tezuka foi tratado como um grande artista,
recebendo destaque nos noticiários
nacionais. A comunidade também divulgou com
ênfase a vinda dele. A ABRADEMI, cumprindo
o seu papel, Também fez uma bela divulgação
desse grande acontecimento
utilizando-se de todos os seus meios.
do mangá e ele serem ainda desconhecidos do
grande público brasileiro.
Mas Tezuka foi tratado como um grande artista,
recebendo destaque nos noticiários
nacionais. A comunidade também divulgou com
ênfase a vinda dele. A ABRADEMI, cumprindo
o seu papel, Também fez uma bela divulgação
desse grande acontecimento
utilizando-se de todos os seus meios.
No dia 29 de setembro de 1984,
Noriyuki, o então presidente da ABRADEMI
e Erena Suganuma
(diretora de patrimônio) foram
ao Aeroporto de Congonhas recebr o mestre.
Kiyoshi Kadono e Jô Takahashi da
Fundação Japão, patrocinadora
de sua visita, estavam
lá também. Todos procuravam no meio de tantos
japoneses, que desembarcavam, o Tezuka,
provavelmente um homem de óculos, de
pequeno porte e cansado da longa viagem.
Qual não foi a surpresa ao vê-lo pessoalmente.
Um homem alto e encorpado, aparentando
grande disposição.
Noriyuki, o então presidente da ABRADEMI
e Erena Suganuma
(diretora de patrimônio) foram
ao Aeroporto de Congonhas recebr o mestre.
Kiyoshi Kadono e Jô Takahashi da
Fundação Japão, patrocinadora
de sua visita, estavam
lá também. Todos procuravam no meio de tantos
japoneses, que desembarcavam, o Tezuka,
provavelmente um homem de óculos, de
pequeno porte e cansado da longa viagem.
Qual não foi a surpresa ao vê-lo pessoalmente.
Um homem alto e encorpado, aparentando
grande disposição.
A Fundação Japão levou-o ao hotel e depois
para as visitas programadas. A exposição
de Osamu Tezuka
havia sido aberta na noite do dia 27 de setembro
de 1984, no Masp, com grande sucesso.
Pela primeira vez estavam reunidos os
trabalhos dos desenhistas brasileiros de HQ,
como: Maurício de Sousa,
Eugênio Colonnese, Jayme Cortez, Cláudio Seto,
Edmundo Rodrigues, Paulo Fukue, Watson Portela,
Roberto Kussumoto,
Seabra, Shimamoto, Vilachã, Rodval Matias, Michio
Yamashita, Jorge Kato, Ofeliano de Almeida, Gedeone
Malagola, Mozart Couto, Rodolfo Zalla, Rubens
Cordeiro, Roberto Fukue, Flávio Colin,
Franco de Rosa, Drago, Kimil Shimizu, Paulo Paiva,
Gustavo Machado, Novaes, Ely Barbosa, Beto,
Bilau, Drago, Jonas Schiafino,
Tony Fernandes, Jotacê (Jotah) e Eduardo Vetillo.
Wilson Iguti participou com sua exposição de
esculturas e modelos utilizados para fabricação
de brinquedos licenciados de personagens de HQs.
para as visitas programadas. A exposição
de Osamu Tezuka
havia sido aberta na noite do dia 27 de setembro
de 1984, no Masp, com grande sucesso.
Pela primeira vez estavam reunidos os
trabalhos dos desenhistas brasileiros de HQ,
como: Maurício de Sousa,
Eugênio Colonnese, Jayme Cortez, Cláudio Seto,
Edmundo Rodrigues, Paulo Fukue, Watson Portela,
Roberto Kussumoto,
Seabra, Shimamoto, Vilachã, Rodval Matias, Michio
Yamashita, Jorge Kato, Ofeliano de Almeida, Gedeone
Malagola, Mozart Couto, Rodolfo Zalla, Rubens
Cordeiro, Roberto Fukue, Flávio Colin,
Franco de Rosa, Drago, Kimil Shimizu, Paulo Paiva,
Gustavo Machado, Novaes, Ely Barbosa, Beto,
Bilau, Drago, Jonas Schiafino,
Tony Fernandes, Jotacê (Jotah) e Eduardo Vetillo.
Wilson Iguti participou com sua exposição de
esculturas e modelos utilizados para fabricação
de brinquedos licenciados de personagens de HQs.
Tezuka visitou a sua exposição e a da Abrademi no
dia 30, um domingo. Nessa noite, foram registradas
as presenças de Maurício de Sousa, Jayme Cortez,
Wagner Augusto, Ely Barbosa, Zaé Jr,
Gedeone Malagola, Paulo Paiva, Rodolfo Zalla,
Tony Fernandes, César Ricardo Silva, Cocolete,
Antonio Vieira, Jal, Worney,
Alvimar, Eduardo Vetillo, Bin Kondo, Tomie Ohtake
e Naumin Aizen, conforme documentos da época.
dia 30, um domingo. Nessa noite, foram registradas
as presenças de Maurício de Sousa, Jayme Cortez,
Wagner Augusto, Ely Barbosa, Zaé Jr,
Gedeone Malagola, Paulo Paiva, Rodolfo Zalla,
Tony Fernandes, César Ricardo Silva, Cocolete,
Antonio Vieira, Jal, Worney,
Alvimar, Eduardo Vetillo, Bin Kondo, Tomie Ohtake
e Naumin Aizen, conforme documentos da época.
Todos queriam falar com o grande artista japonês.
Tezuka assistiu metade do filme “Piconzé” -
o segundo longa metragem de
animação feito no Brasil, de autoria do saudoso
Yppe Nakashima-, e pediu para sair, pois queria ver
os trabalhos expostos dos brasileiros.
Tezuka assistiu metade do filme “Piconzé” -
o segundo longa metragem de
animação feito no Brasil, de autoria do saudoso
Yppe Nakashima-, e pediu para sair, pois queria ver
os trabalhos expostos dos brasileiros.
Durante meia hora, Tezuka, acompanhado por
Noriyuki Sato, olhou um por um dos trabalhos
coletados pela Abrademi, teceu ligeiros
comentários, e sempre quando foi apresentado
a um profissional, conversou animadamente,
comentando e até dando instruções
para que aqueles trabalhos evoluíssem.
Noriyuki Sato, olhou um por um dos trabalhos
coletados pela Abrademi, teceu ligeiros
comentários, e sempre quando foi apresentado
a um profissional, conversou animadamente,
comentando e até dando instruções
para que aqueles trabalhos evoluíssem.
Diante dos originais de Jayme Cortez e de
Julio Shimamoto, Tezuka parou e disse
que aqueles eram grandes desenhistas.
Julio Shimamoto, Tezuka parou e disse
que aqueles eram grandes desenhistas.
O Coquetel
Aquele foi um coquetel muito concorrido porque
todos queriam conhecê-lo, além da presença da TV Globo e
dos maiores profissionais da imprensa brasileira, e dos
habituais fotógrafos de fim de semana.
todos queriam conhecê-lo, além da presença da TV Globo e
dos maiores profissionais da imprensa brasileira, e dos
habituais fotógrafos de fim de semana.
Houve exibição dos desenhos de Osamu Tezuka:
Quadros de uma Exposição – Tenrankai no E (39 min),
Contos de 1001 Noites –
Senya Ichiya Monogatari (128 min), O Piralho Manda Chuva –
Amefuri Kozo (23 min), Astro Boy - Tetsuwan Atomu (23 min),
e O Pássaro de Fogo - Phenix 2772 (100 min),
nos dias 29 e 30/9, e 1º e 2/10.
Quadros de uma Exposição – Tenrankai no E (39 min),
Contos de 1001 Noites –
Senya Ichiya Monogatari (128 min), O Piralho Manda Chuva –
Amefuri Kozo (23 min), Astro Boy - Tetsuwan Atomu (23 min),
e O Pássaro de Fogo - Phenix 2772 (100 min),
nos dias 29 e 30/9, e 1º e 2/10.
Dentro de sua intensa programação,
Tezuka ministrou uma
palestra para a coletividade nipo-brasileira, na Sociedade
Brasileira de Cultura Japonesa, uma palestra especial para
os profissionais brasileiros no Hotel Caesar Park, e
uma aula especial para os associados da Abrademi.
Todas essas palestras foram
gravadas por Marcos Mikio Oiwa
e pelo bengala friend Worney de Almeida, e foram
transcritas por Sumire
Misawa e Noriyuki Sato e publicadas
no fanzine Quadrix nº 4
(na edição da ABRADEMI, esse Quadrix é o nº 2).
Aula e palestra de Tezuka
na ABRADEMI
Tezuka ministrou uma
palestra para a coletividade nipo-brasileira, na Sociedade
Brasileira de Cultura Japonesa, uma palestra especial para
os profissionais brasileiros no Hotel Caesar Park, e
uma aula especial para os associados da Abrademi.
Todas essas palestras foram
gravadas por Marcos Mikio Oiwa
e pelo bengala friend Worney de Almeida, e foram
transcritas por Sumire
Misawa e Noriyuki Sato e publicadas
no fanzine Quadrix nº 4
(na edição da ABRADEMI, esse Quadrix é o nº 2).
Aula e palestra de Tezuka
na ABRADEMI
No dia da palestra na ABRADEMI |
A seguir conheça o resumo da transcrição
da palestra feita pelo “Deus do mangá”...
da palestra feita pelo “Deus do mangá”...
"Nos 40 anos em que desenhei mangá,
encontrei com muitos grupos como de vocês
em Tokyo, New York, Los Angeles, San Francisco ou
mesmo em Paris. Orientei muitos jovens
e avaliei suas HQs. Estou contente em poder
encontrá-los pela primeira vez aqui no Brasil,
mas como profissional vou avaliar seus
trabalhos com muita severidade.
Gostaria que não ficassem zangados
com o que eu disser, ou que
não se desanimem achando que não
são capazes e desistam
de fazer mangá.
Pelo contrário, gostaria que participassem
ativamente da ABRADEMI.
Bem, aceitem isso como uma
observação de um velho.
em Tokyo, New York, Los Angeles, San Francisco ou
mesmo em Paris. Orientei muitos jovens
e avaliei suas HQs. Estou contente em poder
encontrá-los pela primeira vez aqui no Brasil,
mas como profissional vou avaliar seus
trabalhos com muita severidade.
Gostaria que não ficassem zangados
com o que eu disser, ou que
não se desanimem achando que não
são capazes e desistam
de fazer mangá.
Pelo contrário, gostaria que participassem
ativamente da ABRADEMI.
Bem, aceitem isso como uma
observação de um velho.
Em Los Angeles, Paris ou Tokyo, o que
digo a todos em primeiro
lugar é que nunca imitem os profissionais.
Explicando em poucas palavras, é notório que
vocês são fanáticos por mangá, que
cresceram lendo mangá, e que por isso agora estão
fazendo mangá. E já que cresceram lendo
mangá de muitos autores,
quando gostam de um determinado
autor acabam sem querer
imitando seu traço.
digo a todos em primeiro
lugar é que nunca imitem os profissionais.
Explicando em poucas palavras, é notório que
vocês são fanáticos por mangá, que
cresceram lendo mangá, e que por isso agora estão
fazendo mangá. E já que cresceram lendo
mangá de muitos autores,
quando gostam de um determinado
autor acabam sem querer
imitando seu traço.
NOTA DO ARTICULISTA :
Pelo discurso acima é possível notar como
Tezuka estava mal-informado,
Tezuka estava mal-informado,
equivocado. Achava que os mangás eram super
popular no país.
Enquanto que na verdade quase ninguém conhecia as
HQs japonesas e o próprio Tezuka.
popular no país.
Enquanto que na verdade quase ninguém conhecia as
HQs japonesas e o próprio Tezuka.
Mas, vamos continuar as palavras proferidas
pelo mestre neste encontro...
pelo mestre neste encontro...
“É verdade que eu gostava muito de Disney e,
quando era criança, imitava os desenhos de
Walt Disney, mas isso só quando estava
no primário e no ginásio. No colegial, já estava me
profissionalizando.
Imitando os outros vocês não iram passar
disso. Isso, porque ao ser comparado
dirão, por exemplo, que:
” Ah, esse desenho parece com o do Maurício”,
ou coisa parecida.
Pior, quando perguntarem como é
o seu desenho. Não convém ter que dizer que
é parecido com o do Maurício.”
(Pausa...)
Imitando os outros vocês não iram passar
disso. Isso, porque ao ser comparado
dirão, por exemplo, que:
” Ah, esse desenho parece com o do Maurício”,
ou coisa parecida.
Pior, quando perguntarem como é
o seu desenho. Não convém ter que dizer que
é parecido com o do Maurício.”
(Pausa...)
“Antes de ontem (30/9), na exposição,
vi desenhos de muita gente, mas notei que
principalmente os desenhos
das mulheres pareciam
muito com os das revistas de mangás
femininos da atualidade.
Aquele tipo de desenho não presta,
de forma alguma. Se ficarem
fazendo aquele tipo de desenho
não vão se tornar mais hábeis
do que isso. Estão fazendo ilustração por
distração. Havia pelo menos
um terço desse tipo de desenho.
É claro que podem ler mangá, mas
o que deve aprender é a forma de elaborar
o conteúdo, pois desenhistas
profissionais, com experiência,
sabem como ressaltar o que é
essencial para contar uma boa
história. A técnica do desenho
pode ser aprendida aos poucos e com
o tempo vocês se tornaram hábeis.”
vi desenhos de muita gente, mas notei que
principalmente os desenhos
das mulheres pareciam
muito com os das revistas de mangás
femininos da atualidade.
Aquele tipo de desenho não presta,
de forma alguma. Se ficarem
fazendo aquele tipo de desenho
não vão se tornar mais hábeis
do que isso. Estão fazendo ilustração por
distração. Havia pelo menos
um terço desse tipo de desenho.
É claro que podem ler mangá, mas
o que deve aprender é a forma de elaborar
o conteúdo, pois desenhistas
profissionais, com experiência,
sabem como ressaltar o que é
essencial para contar uma boa
história. A técnica do desenho
pode ser aprendida aos poucos e com
o tempo vocês se tornaram hábeis.”
(Pausa...)
“As HQs americanas chamadas Underground
Comics têm desenhos tão ruins que nem
podemos ficar olhando. São feios,
mas seus conteúdos – os textos - são
extremamente engraçados
e originais. Por isso acho que o mangá
é constituído por 80% de
idéia e 20% de desenho.”
Comics têm desenhos tão ruins que nem
podemos ficar olhando. São feios,
mas seus conteúdos – os textos - são
extremamente engraçados
e originais. Por isso acho que o mangá
é constituído por 80% de
idéia e 20% de desenho.”
NOTA : O sábio mestre do Oriente, na declaração acima,
acabava de expor que o texto, o roteiro, sempre foi o forte,
o mais importante, de uma HQ.
o mais importante, de uma HQ.
COM A PALAVRA, MESTRE TEZUKA...
“As moças que gostam de mangá feminino desenham
sempre os rostos voltados para a esquerda.
Isso porque desenham com a mão direita.
Se fossem canhotas, os rostos seriam voltados
para a direita. Isso acontece porque estão
desenhando o que gosta por puro prazer.
É bom desenhar por divertimento, mas isso não
passa de hobby. Este não é o caminho
para se tornar desenhista
de mangá."
O debate de Osamu Tezuka com os
profissionais aconteceu no dia 1º de outubro,
no Caesar Park Hotel. Participaram cerca de 50
profissionais, entre eles: Jayme Cortez,
Roberto Kussumoto, Louis
Chilson, Walbercy Camargo, Ely Barbosa,
Maurício de Sousa,
Tony Fernandes e Tatiana Belinsky.
profissionais aconteceu no dia 1º de outubro,
no Caesar Park Hotel. Participaram cerca de 50
profissionais, entre eles: Jayme Cortez,
Roberto Kussumoto, Louis
Chilson, Walbercy Camargo, Ely Barbosa,
Maurício de Sousa,
Tony Fernandes e Tatiana Belinsky.
Passadas a correria da exposição e a
visita de Osamu Tezuka, a ABRADEMI
promoveu um encontro com dois
desenhistas japoneses que estiveram
de passagem no Brasil fazendo
uma pesquisa para desenhar
uma HQ passada na América do Sul.
visita de Osamu Tezuka, a ABRADEMI
promoveu um encontro com dois
desenhistas japoneses que estiveram
de passagem no Brasil fazendo
uma pesquisa para desenhar
uma HQ passada na América do Sul.
Jun Ikemiyagi (roteirista) e Kenshin Shinzado
(desenhista) se encontraram
com os artistas nacionais na ABRADEMI
no dia 8 de outubro de 1984.
Participaram Roberto Kussumoto,
Wilson Iguti, Paulo Fukue, Michio
Yamashita, Kimil Shimizu, Mikio Oiwa,
Valdir Gamboa, Worney
Almeida, Emy Kawakami, Ricardo
Komatsu e Francisco Noriyuki.
(desenhista) se encontraram
com os artistas nacionais na ABRADEMI
no dia 8 de outubro de 1984.
Participaram Roberto Kussumoto,
Wilson Iguti, Paulo Fukue, Michio
Yamashita, Kimil Shimizu, Mikio Oiwa,
Valdir Gamboa, Worney
Almeida, Emy Kawakami, Ricardo
Komatsu e Francisco Noriyuki.
No acontecimento, falaram bastante
sobre a remuneração do trabalho,
criação da história, capa, associações
de profissionais, etc.
Foi uma reunião bastante informativa.
Nesse mesmo mês a Abrademi registrou
o ingresso de 64 novos associados e anunciou
para novembro daquele ano o curso
Noções Básicas de Desenho dividido
em três aulas dominicais.
Verificou-se que, antes de ensinar o
mangá propriamente dito, deveria
ensinar as noções básicas de desenho.
Depois do “furacão” Osamu Tezuka que
certamente deu uma grande luz
para o tema “mangá”, a preocupação da ABRADEMI foi:
Como não deixar esfriar o assunto? E como a entidade iria
sobreviver nos próximos anos?
sobre a remuneração do trabalho,
criação da história, capa, associações
de profissionais, etc.
Foi uma reunião bastante informativa.
Nesse mesmo mês a Abrademi registrou
o ingresso de 64 novos associados e anunciou
para novembro daquele ano o curso
Noções Básicas de Desenho dividido
em três aulas dominicais.
Verificou-se que, antes de ensinar o
mangá propriamente dito, deveria
ensinar as noções básicas de desenho.
Depois do “furacão” Osamu Tezuka que
certamente deu uma grande luz
para o tema “mangá”, a preocupação da ABRADEMI foi:
Como não deixar esfriar o assunto? E como a entidade iria
sobreviver nos próximos anos?
Na verdade, naquela época o mangá não
era publicado no Brasil, e nem havia exibições de
animê nas TVs. A visita de Osamu Tezuka
levou a mídia a se interessar pelo assunto,
mas nem por isso os trabalhos de Ozamu Tezuk
a foram publicados no Brasil – isto só
aconteceria no ano 2000-, e nem mesmo os
seus animês foram exibidos na TV, lamentavelmente.
era publicado no Brasil, e nem havia exibições de
animê nas TVs. A visita de Osamu Tezuka
levou a mídia a se interessar pelo assunto,
mas nem por isso os trabalhos de Ozamu Tezuk
a foram publicados no Brasil – isto só
aconteceria no ano 2000-, e nem mesmo os
seus animês foram exibidos na TV, lamentavelmente.
Os Mangás na América
Quem ajudou a implantar o mangá nos Estados
Unidos, sem dúvida, foi o genial escritor
e desenhista Frank Miller, um fã declarado dos
comics orientais – autor de Ronin e Batman,
o Cavaleiro das Trevas – um clássico, que revolucionou
as HQs americanas.
Isto aconteceu nos anos 90 quando surgiram as
famosas Graphic Novels, criadas pelo
grande mestre Will Eisner, onde a proposta era
apresentar aos leitores um texto destinado aos
adultos, fato inédito até então na América.
Frank Miller também foi o responsável pela
divulgação e publicação da clássica e longa
série japonesa, que também virou série
de TV, Lobo Solitário, de Kazuo Koike e
Gozeki Kojima. Lobo Solitário foi editado no
Brasil pela primeira vez pela Cedibra e
posteriormente pela editora Nova Sampa Diretriz.
O grande “BOOM dos
mangás no Brasil
O mercado editorial brasileiro precisava de novidade.
Em 1966 a série de desenho animado
Os Cavaleiros do Zodíaco passou a
Os Cavaleiros do Zodíaco passou a
ser exibido na TV brasileira alcançando
altos índices de audiência.
Na sequência vieram: Pokémon,
Digmon e Dragon Ball.
altos índices de audiência.
Na sequência vieram: Pokémon,
Digmon e Dragon Ball.
Mas os mangás, de fato, só aconteceram
em forma de HQs por volta do
ano 2000, com o lançamento dos títulos
Dragon Ball e Cavaleiros do
Zodíaco pela editora Conrad .
Devido ao sucesso de venda outros
concorrentes também decidiram investir
neste seguimento lucratico,
como a editora JBC, e outras. Porém, essas
publicações de origem oriental
não foram as primeiros a serem
lançadas no território brasileiro.
Alguns clássicos orientais foram publicados
nos anos 80 e no começo dos anos 90 sem
obter grande destaque ou êxito comercial, como:
Lobo Solitário e Filhote\Lobo Solitário pela
Editora Cedibra, Akira
(um clássico das HQs nipônicas), pela
Editora Globo, Crying Freeman,
pela Editora Sampa e A Lenda de Kamui e Mai –
A Garota Sensitiva pela Editora Abril.
Porém, a publicação desses títulos acabaram sendo
interrompidas pela metade – devido as
baixas vendas -, deixando o público leitor
brasileiro a ver navios. Assim, mais uma vez os
mangás acabaram desaparecendo
das nossas bancas.
A popularidade do estilo japonês de
desenhar é marcante no Brasil,
também pela grande quantidade de
japoneses e descendentes
residentes no país (temos uma das maiores
colônias orientais do mundo).
em forma de HQs por volta do
ano 2000, com o lançamento dos títulos
Dragon Ball e Cavaleiros do
Zodíaco pela editora Conrad .
Devido ao sucesso de venda outros
concorrentes também decidiram investir
neste seguimento lucratico,
como a editora JBC, e outras. Porém, essas
publicações de origem oriental
não foram as primeiros a serem
lançadas no território brasileiro.
Alguns clássicos orientais foram publicados
nos anos 80 e no começo dos anos 90 sem
obter grande destaque ou êxito comercial, como:
Lobo Solitário e Filhote\Lobo Solitário pela
Editora Cedibra, Akira
(um clássico das HQs nipônicas), pela
Editora Globo, Crying Freeman,
pela Editora Sampa e A Lenda de Kamui e Mai –
A Garota Sensitiva pela Editora Abril.
Porém, a publicação desses títulos acabaram sendo
interrompidas pela metade – devido as
baixas vendas -, deixando o público leitor
brasileiro a ver navios. Assim, mais uma vez os
mangás acabaram desaparecendo
das nossas bancas.
A popularidade do estilo japonês de
desenhar é marcante no Brasil,
também pela grande quantidade de
japoneses e descendentes
residentes no país (temos uma das maiores
colônias orientais do mundo).
Alguns títulos nacionais no estilo mangá
conseguiram obter relativo
sucesso, como: Holy Avenger, Ethora,
Combo Rangers e a antiga revista
de fanzines Tsunami. Atualmente o
mercado brasileiro de Histórias em
Quadrinhos tem muitas revistas
feitas no estilo mangá.
Mas, nem todos os títulos vendem bem
e alguns até já foram fechados,
largando seus leitores na mão.
conseguiram obter relativo
sucesso, como: Holy Avenger, Ethora,
Combo Rangers e a antiga revista
de fanzines Tsunami. Atualmente o
mercado brasileiro de Histórias em
Quadrinhos tem muitas revistas
feitas no estilo mangá.
Mas, nem todos os títulos vendem bem
e alguns até já foram fechados,
largando seus leitores na mão.
Influência em outros países
Os mangás há muito tempo têm influenciado
as HQs e as animações por todo o mundo.
Até artistas americanos de quadrinhos como Frank
Os mangás há muito tempo têm influenciado
as HQs e as animações por todo o mundo.
Até artistas americanos de quadrinhos como Frank
Miller e Scott McCloud , foram de
alguma maneira influenciados pelos
mangás em algumas de suas obras.
Outros artistas como os americanos
Brian Wood e Becky Cloonan,
autor de Demo (quadrinhos), e o
canadense O'Malley, autor de
Lost At Sea, também foram muito influenciados
pelo estilo do mangá popular e têm recebido
muitos aplausos por parte da comunidade de
fãs desse gênero. Estes artistas têm fortes
influências a arte do Oriente
e alguns apresentam um estilo híbrido.
Ou seja, meio ocidental e meio
oriental. Isto tornam seus trabalhos
mais interessantes.
O americano Paul Pope trabalhou no Japão
na editora Kodansha numa revista antológica
chamada Afternoon. Antes disso ele tinha um projeto
de uma antologia que seria mais tarde publicada
nos Estados Unidos — a Heavy Liquid.
O resultado deste trabalho demonstra fortemente a
influência da cultura do mangá a nível internacional.
A França é um dos países que mais amam
os mangás. Lá existe o "La nouvelle manga".
Esse é um movimento iniciado por Frédéric Boilet
através da combinação dos mangás
maduros com o estilo tradicional
de quadrinhos Franco-Belgas.
Enquanto vários artistas japoneses se
uniam ao projeto outros artistas franceses
resolveram também abraçar a idéia.
Na Coréia do Sul , atualmente podemos
observar um movimento em
direção aos mangás muito forte.
As produções de mangás coreanos,
conhecido como manhawa , têm atingido
vários países do mundo.
Um exemplo claro é o Brasil, onde já foram
lançadas algumas obras coreanas de
sucesso como Ragnarök e Chonchu.
Para o leitor comum fica difícil distinguir
um mangá legítimo japonês de
um coreano, por exemplo,
tamanha são as semelhanças.
Além de tudo isso, é bastante comum
encontrarmos histórias em
quadrinhos on-line de vários países
em estilo mangá, e até ilustrações
como as de publicidade.
alguma maneira influenciados pelos
mangás em algumas de suas obras.
Outros artistas como os americanos
Brian Wood e Becky Cloonan,
autor de Demo (quadrinhos), e o
canadense O'Malley, autor de
Lost At Sea, também foram muito influenciados
pelo estilo do mangá popular e têm recebido
muitos aplausos por parte da comunidade de
fãs desse gênero. Estes artistas têm fortes
influências a arte do Oriente
e alguns apresentam um estilo híbrido.
Ou seja, meio ocidental e meio
oriental. Isto tornam seus trabalhos
mais interessantes.
O americano Paul Pope trabalhou no Japão
na editora Kodansha numa revista antológica
chamada Afternoon. Antes disso ele tinha um projeto
de uma antologia que seria mais tarde publicada
nos Estados Unidos — a Heavy Liquid.
O resultado deste trabalho demonstra fortemente a
influência da cultura do mangá a nível internacional.
A França é um dos países que mais amam
os mangás. Lá existe o "La nouvelle manga".
Esse é um movimento iniciado por Frédéric Boilet
através da combinação dos mangás
maduros com o estilo tradicional
de quadrinhos Franco-Belgas.
Enquanto vários artistas japoneses se
uniam ao projeto outros artistas franceses
resolveram também abraçar a idéia.
Na Coréia do Sul , atualmente podemos
observar um movimento em
direção aos mangás muito forte.
As produções de mangás coreanos,
conhecido como manhawa , têm atingido
vários países do mundo.
Um exemplo claro é o Brasil, onde já foram
lançadas algumas obras coreanas de
sucesso como Ragnarök e Chonchu.
Para o leitor comum fica difícil distinguir
um mangá legítimo japonês de
um coreano, por exemplo,
tamanha são as semelhanças.
Além de tudo isso, é bastante comum
encontrarmos histórias em
quadrinhos on-line de vários países
em estilo mangá, e até ilustrações
como as de publicidade.
MASP
Você sabia que...
MASP é o mais importante museu de arte
ocidental do Hemisfério Sul?
Seu acervo foi tombado pelo Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN desde 1969, e
possui atualmente cerca de 8.000 peças, dentre as
quais destacam-se as pinturas ocidentais,
principalmente italianas e francesas.
Do século XIII aos dias de hoje, pode-se apreciar
Rafael, Mantegna e Botticceli –
da escola italiana – e Delacroix, Renoir,
Monet, Cèzanne, Picasso, Modigliani,
Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Matisse e Chagall –
da chamada Escola de Paris.
ocidental do Hemisfério Sul?
Seu acervo foi tombado pelo Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN desde 1969, e
possui atualmente cerca de 8.000 peças, dentre as
quais destacam-se as pinturas ocidentais,
principalmente italianas e francesas.
Do século XIII aos dias de hoje, pode-se apreciar
Rafael, Mantegna e Botticceli –
da escola italiana – e Delacroix, Renoir,
Monet, Cèzanne, Picasso, Modigliani,
Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Matisse e Chagall –
da chamada Escola de Paris.
Saiba que foi...
A rainha Elizabeth II e o príncipe Philip desembarcaram
com sua comitiva em São Paulo, para participarem
da inauguração da nova sede do
Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand, o popular Masp.
A construção do novo prédio, na Avenida Paulista,
em terreno doado pela prefeitura, durou 12 anos.
O local foi erguido para abrigar um
dos maiores acervos da América Latina, com
obras que abrangem desde a Antigüidade
Clássica até a Arte Contemporânea.
Dentre as obras que chamaram a atenção
da monarca inglesa estava o quadro Sala azul,
de Trent Park, pintado pelo ex-primeiro ministro
britânico Winston Churchill em 1934.
O diretor do museu, Pietro Bardi,
explicou que o quadro fora doado pelo
próprio Churchill em um leilão
beneficente, sendo arrematado por
brasileiros e em seguida doado
para o Masp. No núcleo de Arte Européia,
a rainha Elizabeth demorou-se diante das
pinturas de Manet e Renoir.
As linhas arrojadas do edifício também
impressionaram a comitiva britânica.
Sua majestade elogiou a beleza arquitetônica e a
simplicidade das linhas.
O edifício foi projetado por Lina Bo Bardi
em forma de caixa, sustentado por
quatro pilares, com um vão
livre de 74 metros e 8 metros de altura.
O Masp foi fundado em 1947 por Assis Chateaubriand,
que criou e dirigiu a maior cadeia de
imprensa do país, chamada Diários Assossiados,
e que também foi embaixador do Brasil
em Londres. Elizabeth homenageou a
memória de Chateaubriand, morto naquele
ano, a quem chamou de um grande
amigo da Inglaterra.
Chateaubriand, o popular Masp.
A construção do novo prédio, na Avenida Paulista,
em terreno doado pela prefeitura, durou 12 anos.
O local foi erguido para abrigar um
dos maiores acervos da América Latina, com
obras que abrangem desde a Antigüidade
Clássica até a Arte Contemporânea.
Dentre as obras que chamaram a atenção
da monarca inglesa estava o quadro Sala azul,
de Trent Park, pintado pelo ex-primeiro ministro
britânico Winston Churchill em 1934.
O diretor do museu, Pietro Bardi,
explicou que o quadro fora doado pelo
próprio Churchill em um leilão
beneficente, sendo arrematado por
brasileiros e em seguida doado
para o Masp. No núcleo de Arte Européia,
a rainha Elizabeth demorou-se diante das
pinturas de Manet e Renoir.
As linhas arrojadas do edifício também
impressionaram a comitiva britânica.
Sua majestade elogiou a beleza arquitetônica e a
simplicidade das linhas.
O edifício foi projetado por Lina Bo Bardi
em forma de caixa, sustentado por
quatro pilares, com um vão
livre de 74 metros e 8 metros de altura.
O Masp foi fundado em 1947 por Assis Chateaubriand,
que criou e dirigiu a maior cadeia de
imprensa do país, chamada Diários Assossiados,
e que também foi embaixador do Brasil
em Londres. Elizabeth homenageou a
memória de Chateaubriand, morto naquele
ano, a quem chamou de um grande
amigo da Inglaterra.
Visita da Rainha reforçou
laços de amizade
A cerimônia de inauguração do museu fez
parte da agenda do casal real durante a visita
de 11 dias ao Brasil. A viagem começou por Recife (PE)
no dia 1º de novembro e passou pela Bahia
e por Brasília antes de chegar à capital paulista,
seguindo posteriormente para o Rio de Janeiro,
onde permaneceu dois dias antes
de voltar para a Inglaterra.
A iniciativa fez parte do programa inglês
de integração econômica com os países da América
Latina. O objetivo da visita era fortalecer
os laços de amizade e comerciais
com o nosso país.
O Masp mantém atualmente pinacoteca, biblioteca,
com mais de 30 mil volumes, fototeca, filmoteca,
videoteca, curso de artes, dois auditórios destinados
à música, cinema e palestras, loja, oficinas e
restaurante, além de um serviço
educativo de apoio aos eventos culturais.
Possui atualmente cerca de 8.000 obras de arte,
dentre as quais destacam-se as pinturas
ocidentais, principalmente italianas e francesas.
Do século XIII aos dias de hoje, pode-se
apreciar Rafael, Mantegna e
Botticceli – da escola italiana – e Delacroix,
Renoir, Monet, Cèzanne, Picasso, Modigliani,
Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Matisse e Chagall –
da chamada Escola de Paris.
dentre as quais destacam-se as pinturas
ocidentais, principalmente italianas e francesas.
Do século XIII aos dias de hoje, pode-se
apreciar Rafael, Mantegna e
Botticceli – da escola italiana – e Delacroix,
Renoir, Monet, Cèzanne, Picasso, Modigliani,
Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Matisse e Chagall –
da chamada Escola de Paris.
Você não conhece o MASP?
Não sabe o que está perdendo.
Não sabe o que está perdendo.
E dizer que um dia, eu, milagrosamente, expus
Fantasticman, Fantasma Negro e outras pranchas
de HQs nesse famoso museu ao lado de outros
grandes autores nacionais, de fato, parece um sonho.
Mas, aconteceu de verdade.
Fantasticman, Fantasma Negro e outras pranchas
de HQs nesse famoso museu ao lado de outros
grandes autores nacionais, de fato, parece um sonho.
Mas, aconteceu de verdade.
Livros editados pela Conrad que contam a vida do mestre |
NOTA : A inspiração para escrever esta matéria
só ocorreu depois que entrevistei o bengala
friend Jotah – para um dos blogs -, pois durante
seus depoimentos ele me lembrou que um dia
havíamos expostos nossas HQs no MASP.
Fato esse, que confesso, que já tinha
esquecido há séculos... (Rsss...). Valeu, Jotah!
só ocorreu depois que entrevistei o bengala
friend Jotah – para um dos blogs -, pois durante
seus depoimentos ele me lembrou que um dia
havíamos expostos nossas HQs no MASP.
Fato esse, que confesso, que já tinha
esquecido há séculos... (Rsss...). Valeu, Jotah!
Fontes de pesquisa: Wikipédia, ABRADEMI, JbOnline.
ABRADEMI - Associação Brasileira de Desenhistas
de Mangá e Ilustrações
Rua Moraes de Barros, 379 - Campo Belo -
CEP: 04614-001 - São Paulo - SP - Brasil
E-mail: abrademi@abrademi.com
Abrademi no Rio de Janeiro: Allen Wajnberg (diretor) -
rio@abrademi.com
de Mangá e Ilustrações
Rua Moraes de Barros, 379 - Campo Belo -
CEP: 04614-001 - São Paulo - SP - Brasil
E-mail: abrademi@abrademi.com
Abrademi no Rio de Janeiro: Allen Wajnberg (diretor) -
rio@abrademi.com
Leia a sensacional entrevista concedida
pelo grande mestre e divulgador
das HQs nacionais
pelo grande mestre e divulgador
das HQs nacionais
Copyright 2011\Tony Fernandes\Estúdios Pégasus –
Uma divisão da Pégasus Publicações Ltda – SP\Brasil
Todos os Direitos Reservados
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Ótima materia, Tony!
ResponderExcluirPrecisamos urgentemente colocar as HQs na agenda cultural brasileira! Afinal de contas, é nona arte e não 99º arte, rsrs!!
Abraços, Wilson
É isso aí, Wilsão! Sem dúvida. A nova arte deve ter seu espaço tb.
ResponderExcluirHá dois anos estou tentando armar uma nova exposição no MASP, mas a coisa é complicada e
estamos na fila. Quem sabe uma hora sai... no MASP ou em outro local (Rsss...).
Grato, pela visita, cowboy!
Mano amplexo, pra vc!