domingo, 6 de fevereiro de 2011

EXPOSIÇÃO DE HQs NO MASP (MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO)


MASP FAZ EXPOSIÇÃO 

DE AUTORES DE 
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 
NACIONAIS!

MASP - O mais importante museu de arte da América Latina
O título dessa matéria pode parecer piada, mas não é.
Você sabia que um dia o MASP 
(Museu de Arte de São Paulo) abriu suas 
portas para mostrar ao público uma exposição 
de Histórias em Quadrinhos, pela 
primeira vez, no século passado?
Saiba como este fato inusitado um dia 
aconteceu de verdade, a seguir...

UM CONTO SURREALISTA?

Século passado. Década de 80. 
Eu tinha um estúdio de arte e criação – 
coisa rara naquelas eras jurássicas -, 
que atendia editores, agências e empresas 
na avenida Jabaquara, em São Paulo,
chamado ETF (Estúdio Tony Fernandes) 
Comunicação Comercial Ltda. 
Final de tarde. Estávamos quase 
encerrando o expediente. O telefone tocou. 
A voz do outro lado da linha disse:

“Tony, você e sua equipe tem 
muito material, produzem bastante! 
Avise o pessoal que vai ter uma
 exposição de HQs no MASP!”
No MASP!?” – indaguei incrédulo. – 
"E desde quando, o MASP dá espaço pra 
moleques que fazem HQs?” – quis saber.

“Desde que a ABRADEMI convidou 
Osamu Tezuka, o “Rei dos Mangás”, 
para vir ao Brasil e propôs uma 
exposição de HQs... nela os 
autores brasileiros também vão 
poder expor suas pranchas!”

Ozamu Tezuka!? Rei do mangá!? 
Nunca eu tinha ouvido falar desse 
cara e nem sabia que no Japão existia 
um “Rei do Mangá”. Quem era, 
afinal, aquele tal de Ozamu?

Hoje em dia, os mangás estão aí 
empesteando literalmente nossas bancas, 
os animês orientais também povoam 
diversos canais de TV, mas naquela  
época remota pouca gente no Brasil
 sabia o que era mangá – a não ser 
alguns descendentes de japoneses -, 
e muito menos quem era esse
 tal japa chamado Tezuka.

Atualmente, muitos produtores de histórias 
em quadrinhos nacionais reclamam 
da falta de espaço para publicar suas 
artes, suas revistas, e pensam que 
os mangás surgiram assim de repente, 
de uma hora para a outra,
 numa avalanche de sucesso.
Ledo engano. A implantação dos mangás,
 no Brasil e no mundo, foi lenta e gradativa. 
Os japoneses também ralaram 
muito para tornar seus produtos 
populares no Ocidente, visto que 
até então os comics americanos
 dominavam o mundo. 
Ninguém conquista nada fácil na vida. 
Mas, se eles conseguiram isto é bom sinal, 
significa que um dia, nos os autores
 brasileiros, também 
poderemos chegar lá.

Breve resumo

 Nos ano 60, os orientais tiveram a primazia 
de lançar o primeiro seriado de
super-herói na TV brasileira: Nacional Kid, 
que fez a cabeça da garotada, 
numa época em que para nós brasileiros 
Superman só existia nos 
gibis da EBAL (Editora Brasil América).

Nacional Kid era o grande herói da garotada



Ultraman e a família Ultra é até hoje um 
dos maiores sucessos no Japão
A série televisiva do homem de aço, apesar 
de estar sendo exibida há anos na América -, 
 só apareceu nas telinhas do 
país a partir da década de 70,
quando foi inaugurada a TV Bandeirantes, 
de São Paulo. 
E com ele também vieram os Super-Heróis Shell –
 nome dado aos 
heróis da Marvel Comics, na época-, 
e Ultraman, um novo seriado 
Made in Japan, que também levou 
a molecada ao delírio.

Edição número zero da revista Capitão Z 
vendida nos postos Shell
Em nossas bancas vimos apenas a pioneira 
iniciativa da editora Edrel – 
nos anos 60-, que sob o comando  dos saudosos
 Minami Keizi e do genial
  desenhista e artista plástico Cláudio Seto, 
de lançar alguns autores
nacionais - descedentes de japoneses-, 
 fazendo HQs no estilo mangá.
Porém, mangás legítimos jamais 
tinha sido publicado no país.

Voltando a tal história do MASP...

Confesso que, a princípio, foi difícil acreditar. 
Mas, o bengala friend, grande escriba 
de HQs, e velho amigo, Ataíde Braz, 
que era muito ligado a tal ABRADEMI,
 que eu mal conhecia, na semana 
seguinte voltou a ligar e perguntou:

“Já selecionaram as pranchas? 
Elas precisam ser mandadas para 
serem preparadas pra exposição!”

Então, curioso, perguntei: 
“O que é ABRADEMI?”

“ABRADEMI é uma entidade
que se originou da união de estudiosos 
em Cultura Japonesa e desenhistas 
profissionais do Brasil e que tem o 
apoio da Fundação Japão 
(Assessoria cultural do 
Consulado Geral do Japão). 
Ela é comandada pelo Noryuki.” – Explicou.

Confesso que não entendi a coisa direito... 
continuava sem saber o que era de  fato 
ABRADEMI, quais eram seus objetivos 
ou realizações em prol dos quadrinhos 
ou dos desenhistas nacionais, e 
também não sabia quem era Noryuki. 
Por que a tal Assessoria do Consulado 
Geral do Japão, ia apoiar 
garotos tarados por HQs e realizar
 uma exposição no MASP?

"O Ataide deve estar bêbado..." – 
pensei, e em seguida
voltei a indagar:
“E quem é esse tal de não-sei-o-que Tezuka, 
o “Rei dos Mangás”?

“Cara, ele é simplesmente o Disney japonês! 
Seus gibis e filmes animados são um sucesso! 
Ele começou a coisa, revolucionou 
o mercado do país do Sol nascente e 
é um Deus pra eles” -, explicou, 
pacientemente o amigo, mais uma vez.

"Cacete, então o cidadão é importante..." 
– pensei. "O que tínhamos a perder? Nada."
Então respondi prontamente...    
“Pode deixar, vou selecionar já, já, 
o material! Qual é o prazo pra 
entregar as pranchas?”

 Era quase inacreditável, porém aquilo 
estava acontecendo de verdade.
 Quando comuniquei a notícia 
pro meu pessoal eles 
também demoraram para acreditar. 
Aquilo parecia um sonho. 
Nós éramos um bando de 
moleques malucos, uns 
desenhistas bundões, uns
 garotos ávidos pra fazer
revistas e HQs
Ou seja, éramos uns autores de merda.
Era incrível aceitar a idéia de 
que íamos, mesmo, expor
no maior e mais importante museu 
de arte da América Latina. 
Mesmo assim, aquilo ainda
 parecia surreal de mais.

O outro bengala brother, 
o intrépido guerreiro, 
Franco de Rosa, que também estava 
ligado na época aos 
organizadores do evento também
 me telefonou, dizendo:
“Tony, Ozamu Tezuka vai expor 
suas artes de mangás e desenhos 
animados (animes), numa 
noite memorável. 
Contamos com a participação
 de vocês! Sério!”

Passamos o dia selecionando as melhores 
pranchas, afinal, aquela seria uma boa 
oportunidade de expor nossos trabalhos. 
No dia seguinte, mandamos as páginas 
enormes de cada um dos meus 
colaboradores para a tal de ABRADEMI.


Véspera do Grande Evento
 
23 de setembro de 1984. 
Aquela era a noite da véspera que antecedia 
o grande evento, acho que 
nem dormimos direito, tamanha era a ansiedade. 
Os jornais estavam anunciando 
o grande evento, a TV, em que até 
o Mauricio de Sousa ia participar. 
Todos nós já estávamos começando a adorar 
a tal de ABRADEMI
Eu e meus colabores ainda 
estávamos meio abobalhados em 
saber que o grande público, 
no dia seguinte, ia poder 
ver as pranchas de 
Fantasticman e Fantasma Negro
 expostas no MASP
Aquela idéia era incrível!



Fantasma Negro foi lançado pela primeira vez pela ed. Tálamus


Fantasticman saiu pela primeira vez pela ed. Evictor
Relembrando...

Convém lembrar que... em 1983, numa época 
em que ninguém acreditava 
que o mangá um dia poderia fazer sucesso 
fora do Japão, um grupo de 
idealistas brasileiros decidiu trabalhar 
e fundar a ABRADEMI, uma 
instituição para divulgar e estimular 
a produção de mangás no país, num 
ato pioneiro em toda a América Latina, digno
 de louvor. Aquela foi um decisão acertada, 
importante e de extrema coragem.

Com certeza a nova geração deve estar 
se perguntando:
O QUE SIGNIFICA ABRADEMI? 
 Quem foi Ozamu Tezuka?
Quem foi ou é Noryuki, etc?

Como diria Jack, o estripador, vamos por partes...
Primeiro conheça...

A verdadeira origem 
dos mangás!

"Mangá Nokamisamá", este é o 
nome pelo qual
as HQs japonesas são conhecidas
em todo o mundo.

Segundo os estudiosos, os mangás surgiram 
no Japão durante o período Nara com a aparição 
dos primeiros rolos de 
pintura japoneses, os chamados  ''emakimono''.
Eles associavam pinturas e textos que
 juntos contavam sempre uma história 
na medida em que eles eram desenrolados. 
O primeiro desses ''emakimono'', 
o ''Ingá Kyô'', é a cópia de uma obra
 chinesa e separa nitidamente
 o texto da pintura. 

A partir da metade do século XII , 

surgiram os primeiros 
''emakimonos'' em estilo japonês, do qual o
 ''Genji monogatari emaki'' é o representante 
mais antigo conservado, e o mais 
famoso é o ''Chojugiga'', atribuído ao 
bonzo Kakuyu Toba (1035-1140). 
O ''Chojugiga'' está guardado no 
templo de Kozangi em Kyoto
Nesses últimos surgem, diversas 
vezes, textos explicativos após longas
 cenas de pintura.
Essa prevalência da imagem 
seqüencial assegura sozinha a 
narração, e hoje esta é uma 
das características mais 
importantes dos mangás.

Durante o chamado período Edo , 
em que os rolos foram substituídos por livros, 
as estampas eram inicialmente destinadas 
à ilustração de romances 
e poesias, mas rapidamente surgiram 
também livros ''para ver'' em 
oposição aos livros ''para ler'', antes 
do nascimento da estampa 
independente com uma única ilustração:
 o '' ukiyo-e '' no século XVI.
Os entendidos, também afirmam 
que foi Katsushika Hokusai 
(1760-1849), o precursor da estampa 
de paisagens, que, ao  nomear 
suas célebres caricaturas  publicadas 
de 1814 a 1834 em Nagoya , criou
 a palavra mangá — significando 
"desenhos irresponsáveis" — 
que pode ser escrita, 
em língua japonesa , das seguintes formas:
*Kanji - 漫画
*Hiragana
- ??
*Romaj - Manga

Das antigas estampas
 aos quadrinhos

Os mangás não tinham, no entanto, sua atual 
forma — de revista de histórias em quadrinhos —, 
os gibis de mangás surgiram apenas no início
 do século XX, sob influência 
das revistas comerciais
 ocidentais, principalmente dos Estados
Unidos. Tanto é que essas primeiras revistas 
editadas no Oriente chegaram
 a ficar conhecidas como ''Ponchi-e'' 
(abreviação de ''Punch-picture''),
 como a famosa revista britânica, que tinha o
 nome de Punch Magazine(Revista Punch). 


Os jornais japoneses traziam humor e sátiras 
sociais e políticas em curtas tiras de um ou 
quatro quadros.
Diversas séries comparáveis
 as de além mar surgiram 
nos jornais japoneses: Norakuro Joutouhei  
(Primeiro Soldado Norakuro), era uma série 
antimilitarista de Tagawa Suiho, 
e Boken Dankichi, (As aventuras de Dankichi), 
de Shimada Keizo, eram  as mais populares 
até a metade dos anos quarenta quando 
toda a imprensa foi submetida à 
censura do governo, assim 
como todas as atividades 
culturais e artísticas do país do 
Sol nascente. 
Entretanto, o governo japonês não
hesitou em utilizar os quadrinhos para 
fins de propaganda de guerra.

 Os mangás no 

período pós-guerra

 O Japão estava sob ocupação americana após a 

Segunda Grande Guerra Mundial

Os mangakas, desenhistas de mangás, sofreram uma 

grande influência das histórias em quadrinhos 

ocidentais da época, traduzidas pelos soldados 

ianques difundidas em grande quantidade 

na imprensa japonesa cotidiana.

Tezuka e suas criações

 O GENIAL 

OSAMU TEZUKA

 Foi assim que um artista até então desconhecido,

 influenciado por Walt Disney, Osamu Tezuka, 

revolucionou esta forma de expressão e deu 

vida ao chamado mangá moderno. 

Ele adotou as características faciais dos 

personagens Disney onde olhos, boca, 

sobrancelhas e nariz são desenhados de maneira 

exagerada para aumentar a expressividade dos 

personagens, o que tornou sua prolífica 

produção possível e comercialmente viável. 

Foi Osamu Tezuca que introduziu movimentos 

nas histórias em quadrinho japonesas, através 

de efeitos gráficos, como linhas que dão a idéia 

de velocidade e onomatopéias, 

que se integravam com a arte, destacando todas 

as ações que comportassem movimento, e 

as alternâncias dos planos e de enquadramentos 

como estes eram usados no cinema americano. 

Foi do cinema também que ele retirou a maneira de

contar uma história, na qual pequenos capítulos, 

como filmes, formam um arco maior.

Além disso, Osamu Tezuka fez os diálogos fluírem 

de cima da direita, para baixo à esquerda do quadro, 

para que as pessoas pudessem ler os quadrinhos

de forma mais rápida.

Astro Boy fez um tremendo sucesso nos mangas e na TV

 Osamu Tezuka criou também a primeira 

série de animação para a televisão japonesa, 

em 1963, a partir de uma de suas obras das HQs 

já consagradas:

 Tetsuwan Atom (Astro Boy), que foi 

um grande sucesso. 

Assim, a passar os desenhos 

do papel para a TV tornou-se comum e o aspecto 

comercial do mangá ganhou maior amplitude. 

Graças a TV o autor pôde explorar o 

merchandising, através de brinquedos 

e de diversos produtos. 

Mas Tezuka não se contentou com isso. 

Sua criatividade o levou a explorar diferentes 

gêneros — na época, os mangás, em sua 

grande maioria, eram apenas destinados

 ao público infantil.

 

 Assim, o genial artista nipônico que tinha uma 

boa visão de mercado, de imediato decidiu criar

 outros personagens 

de mangás para adultos nos anos 60 onde podia

 abordar assuntos mais sérios e criar roteiros

mais complexos.  Tezuka também foi o mentor de um 

número importante de ''mangakas'', comoFujilo

Fujio, (dupla criadora de Doraemon ), Akatsuka 

Fujio e Shotaro Ishinomori.
  Assim, surgiu uma forte indústria de mangás 

no Japão, que cresceu de forma vertiginosa 

graças aos seus inúmeros leitores apresentando 

personagens de diversos 

gêneros para atender aos diversos tipos leitores.

Uma edição de mangás representa hoje mais de um 

terço da tiragem e mais de um quarto dos rendimentos 

do mercado editorial japonês. 

Os mangás tornaram-se um verdadeiro fenômeno

 de vendas e alcançaram todas as classes sociais 

e todas as gerações graças ao seu preço baixo e

 a diversificação de seus temas. 

De fato, os mangás modernos hoje são

como um espelho social, abordam todos os 

temas  imagináveis:

a vida escolar, a do trabalhador, os esportes, 

o amor, a guerra, o medo, séries tiradas da 

literatura japonesa e 

chinesa, a economia, as finanças, 

a história do Japão, a culinária e até manuais tipo 

"Como Fazer", revelando assim que também 

possui funções pedagógicas.

 Os diversos estilos de mangá

Na mentalidade japonesa, ao contrário da 
mentalidade ocidental, as histórias em 
quadrinhos são consideradas como uma leitura
 comum de uma faixa 
etária bem mais abrangente do que a 
infanto-juvenil. 
A sociedade japonesa é ávida por leitura e em toda 
parte vê-se desde adultos até crianças lendo 
revistas ou gibis. Portanto, o público consumidor 
é imenso. Há vários mangás 
com tiragens na casa dos milhões e em vários 
estilos para agradar os mais variados gostos.

Por isso, os mangás são comumente 

classificados de acordo com seu público alvo.
 Mangás para meninos - o que não quer dizer 
que garotas não possam lê-los são chamados 
de ''shonen"  (garoto jovem, adolescente, 
em japonês) e tratam normalmente de histórias 
de luta, amizade e aventura. Mangás para 
meninas são chamados de ''shoujo"'' 
(garota jovem em japonês) 
e um tema comum são as histórias de amor 
(também existem garotos que lêem shojo, pois 
existem HQs de  shojos com bastante ação e 
lutas, que agradam ambos os sexos). Além 
desses, existe o '' gekigá '', que é uma corrente
mais realista de mangás 
voltada ao público adulto (não é neces-
sariamente pornográfico) e ainda há os 
gêneros ''seinen'', para homens jovens, 
e ''josei'', para mulheres. Os estilosos 
personagens de mangás  têm características 
típicas semelhantes, como: olhos grandes, 
expressões caricatas,exceto em alguns 
casos específicos 
onde a HQ é destinada para adultos. 
Existem também os mangás pornográficos, 
como o ''hentai''e o ''yuri'', que abordam 
a temática 
sexual entre duas mulheres e o " yaoi" 
(ou ''Boys Love'') que trata da relação 
sexual entre dois homens.

  O formato mangá

Tal como acontece com a maioria 
dos livros japoneses, a ordem de leitura de 
um mangá é a inversa da Ocidental. 
A capa de um mangá corresponde 
a quarta capa de uma edição 
Ocidental. Ou seja, a capa do 
livro tem a lombada à sua direita 
(correspondendo tal à contra capa no ocidente),
sendo a leitura das páginas feita 
da direita para a esquerda.

Alguns mangás publicados fora do Japão,
 destinados ao um público ocidental 
apresentam, no entanto, a configuração
 habitual nestes países. 
Além disso, são feitos em preto-e-branco — contando 
esporadicamente com algumas páginas coloridas 
no seu início ou miolo — e em papel reciclado, 
que torna o produto barato e 
acessível a qualquer pessoa.

Os mangás são publicados no Japão 

originalmente em revistas antológicas. 
Essas revistas com cerca de 800
 páginas são publicadas 
semanalmente, quinzenalmente, 
mensalmente, bimestralmente 
ou trimestralmente. 
Ao invés de trazerem em seu miolo 
apenas uma história, 
elas trazem capítulos de várias séries diferentes. 
Cada capítulo normalmente tem 
entre 20 e 40 páginas. 
Assim que atingem um número de páginas 
em torno de 160 a 200, é publicado 
um volume, chamado ''tankohon'' 
ou ''tankobon'', no formato livro de bolso, 
que, aí sim, só contém histórias daquela mesma série. 
Esses volumes são vendidos 
em diversos países. Dependendo do 
sucesso alcançado por uma 
série, ela pode ser reeditada em formato 
''bunkoubon'' ou ''bunkouban'' (完全版
(mais compacto com maior número de páginas) 
''wideban'' (ワイド版) (melhor papel e formato 
um pouco maior que o de bolso). 

Uma das revistas mais famosas no Japão

 é a Shonen Jump (ed.Shuesisha)Nela foram 
publicados clássicos como: 
Dragon Ball, Saint Seiya (Cavaleiros do Zodíaco), 
Yu Yu Hakusho  e continua publicando sucessos 
como Naruto, One Piece, Bleach 
e Death Note.  Há também outras revistas bem 
cotadas pelo público japonês como 
a Champion Red (ed. Akita Shoten), que publicou 
Saint Seiya Episode G 
( Cavaleiros do Zodíaco Episódio G ),
 a Shonen Sunday (ed. Shogakukan), que 
publica InuYasha, e Afternoon (ed. Kodansha)
Entre outras, podem-se citar também a
 Nakayoshi(ed. Kodansha), revista de Shoujo 
famosa que publicou entre outros 
títulos mundialmente famosos Bishoujo 
Senshi Sailor Moon e Sakura Card Captors,
  e a Hana Yume (Hakusensha) que 
publica Hana Kimi e Fruits Basket.
Há também os fanzines e '' d?jin|d?jinshis ''
 que são revistas feitas 
por autores independentes sem nenhum 
vínculo com grandes empresas. 
Algumas dessas revistas criam histórias
 inéditas e originais utilizando 
os personagens de outra ou podem 
dar continuidade a alguma série famosa. 
Esse tipo de produto pode ser 
encontrado normalmente em 
eventos de cultura japonesa e na Internet. 
A Comiket (abreviação de ''Comic'' ''market''), 
é uma das maiores feiras de quadrinhos do 
mundo com mais de 400 mil visitantes 
em três dias que ocorre anualmente no Japão. 
Ela é dedicada ao ''d?jinshi''.

A história do mangá no Ocidente, 
após a Segunda Grande Gerra

Com o término da Segunda Grande Guerra Mundial, os 
imigrantes japoneses, que viviam fora de sua Pátria 
sofriam muito, pois  eram perseguidos e monitorados 
o tempo todo pelas autoridades locais. 
Os primeiros japoneses que começaram 
a se fixar em terras brasileiras vieram para cá em 1908. 
Por aqui se sentiram seguros mas só conseguiram 
respirar aliviados quando o Japão perdeu a guerra.
Durante o período do sangrento conflito, 
a simples reunião de um grupo de japoneses 
levantava suspeita e era veementemente
proibida, assim como também eram proibidos 
os livros e jornais em idioma japonês, nos chamados 
países aliados, que o Brasil também 
fazia parte. As escolas de idioma japonês, na época, 
também foram fechadas. 
Havia 294 escolas fundadas por japoneses só no Estado 
de São Paulo. Todas fecharam.
Centenas de residências de orientais foram revistadas a 
fim de se apreender material designado como “subversivo”, 
ou seja, qualquer coisa que tivesse o idioma japonês, desde 
cadernos a livros para crianças e até aparelhos de rádio.
Assim, os orientais que viviam no Brasil e nos demais 
países aliados viviam isolados do mundo, sem ter acesso aos 
meios de comunicação. 
A notícia da rendição japonesa, ocorrida em agosto de 1945 
demorou a chegar ao conhecimento desses imigrantes, 
principalmente nos locais mais afastados. A maioria deles 
residiam e trabalhavam no campo. 
Muitos conflitos armados foram 
desencadeados por grupos
indignados que não aceitavam de forma 
alguma a derrota do Japão. 
Mas, gradativamente, a situação foi se normalizando.
As escolas começaram a surgir outra
 vez e os jornais em idioma 
japonês começaram a circular novamente.
De repente, os japoneses se deram 
conta de que jamais poderiam
retornar ao seu país de origem, que estava 
completamente arrasado. 
Até então, todas as famílias acalentavam 
o sonho de retornar com 
uma mala cheia de dinheiro ao Japão. 
Por isso, havia grande preocupação em proporcionar
 estudo do idioma japonês a seus
filhos, para que estes pudessem
 continuar os estudos e residir 
um dia no belo país do Sol nascente.
Essa conscientização de que voltar à um
 país arrasado, ou enviar seus filhos, fez o 
pensamento deles mudar. Assim, muitas famílias de
origem oriental começaram a adquirir terras no país, 
não mais para uso temporário, e, sim, para
 fixar residência. Também passaram 
a se preocupar em mandar seus
 filhos para as cidades grandes, 
para as escolas brasileiras. 
Desejavam que seus rebentos continuassem
seus estudos no Brasil.
A partir de 1949 reiniciaram as viagens de 
navio ao Japão, mas a relação diplomática entre 
os dois países só foi restabelecida 
em 28 de abril de 1952.

Livraria tipica de revistas orientais, da época
Nessa época, os imigrantes e seus descendentes 
se comunicavam em japonês e liam livros
 e revistas trazidas do Japão. 

Algumas empresas se especializaram em 
trazer do Japão os livros, as revistas, os discos e 
materiais para a prática de esportes como 
o beisebol e o kendô. 
Caso da Taiyodo (Casa Sol) e da famosa 
Casa Ono. Quando as revistas de mangá 
começaram a circular no Japão, do pós-guerra, 
imediatamente elas foram importadas para
o Brasil. Convém lembrar que a revista 
Shonen Club, da editora Kodansha, começou a
 circular em 1914, antes da
 Segunda Grande Guerra. Nessa época, entretanto, 
boa parte desta revista era formada por contos e
 histórias ilustradas para crianças e jovens. 
Os mangás (HQs) entraram mais tarde em suas páginas, 
principalmente depois da  Guerra, 
seguindo o estilo criado
por Osamu Tezuka, considerado o Deus do mangá.

Descendentes japoneses, no Brasil, 
após a década de 50

A facilidade de leitura dessas publicações oriundas do
 Oriente fez com que os mangás fossem plenamente 
aceitos pela coletividade nipo-brasileira. 
As revistas de mangás destinadas a crianças
vinham com o “furigana”- letras em “kaná” miudinhas ao
lado do “kanji”-, para facilitar a leitura do ideograma. 
Assim, não era preciso ser um expert da 
escrita oriental para se ler um mangá.
 Porém, muitos professores e pais não 
gostavam que as crianças lessem os mangás. 
Acreditavam que estas seriam prejudicadas no
aprendizado do idioma correto.
Os mangás se tornaram mais atraentes a
 partir das décadas de 60 e 70, com o surgimento
 das revistas semanais com histórias em continuação. 
Muitos títulos antigos, tradicionais, ainda
circulavam, mensalmente, porém reformulados 
e recheados de mangás.  
Porém, os títulos que mais vendiam eram os 
títulos semanais. Circulavam nessa época 
as seguintes publicações que traziam mangás: 
Shonen Club, Shonen Magazine, Margareth,
Shojo Friend, Shonen Jump, 
Shonen King, Ribon, Shonen 
Sunday, Shonen, Bouken-ou, Shonen 
Gahou, Bokura, Boys Life, Shougaku 
Ichinen, ninen, sannen, etc.
Naquela época era comum os pais 
comprarem mangás para seus filhos.
Os adultos achavam que a leitura 
deles permitia o aprendizado
agradável do idioma japonês.
Esses descendentes de segunda ou 
terceira geração de orientais
já estudavam normalmente em escolas 
públicas brasileiras e estavam 
perdendo a cada dia o contato com as 
raízes e o idioma do país de seus avos.
Como não havia mangás traduzidos para 
o português, na época, a maioria desses leitores
 sabiam falar e ler o japonês, mesmo que 
fosse só através do “hiragana”,
 a forma mais simplificada.
No final da década de 50 começaram 
a surgir os primeiros desenhistas 
de quadrinhos, muitos deles influenciados 
pelo chamado estilo mangá. 
Apesar da influência inicial, logo 
perceberam que não havia espaço para esse 
tipo de traço no Brasil e tiveram que se 
aprimorar num estilo mais 
próximo da linha americana. 
Talvez, segundo especialistas,
este tenha sido o caso de Julio 
Shimamoto e Minami Keizi.
 Shimamoto atuou muito tempo como 
diretor de arte em publicidade, 
mas sempre que podia fazia quadrinhos, 
sua grande paixão. Minami, autor 
de “Tupãzinho”, fundou a lendária editora 
Edrel na década de 60 e foi responsável pelo 
lançamento dos primeiros gibis no estilo 
mangá desenhados no Brasil. 
Vários artistas nikkeis - descendentes 
de japoneses-, foram lançados pela Edrel, como:
Cláudio Seto (autor de "O Samurai"), Paulo 
e Roberto Fukue, Fernando Ikoma, Kimil Shimizu,
Kazuiko, entre outros.

Paulo Fukue: 
Um autor que foi 
vítima da 
ditadura militar

Houve uma  época no Brasil em que 
os militares mandavam e desmandavam no país. 
Não havia voto popular. Saia um militar
da presidência, entrava outro. Não havia 
liberdade de expressão ou de imprensa. 
Quem decidisse ousar falar mal do 
governo era considerado “terrorista”,
 “comunista”, “esquerdista” 
e acabava sofrendo perseguições 
dos órgãos oficiais repressores do 
governo, que vigiavam 
todas as atividades artísticas, 
na expectativa de captar algum 
foco “subversivo”. 
Assim que localizado os “conspiradores” 
sofriam perseguições, ameaças e 
como conseqüência: 
torturantes interrogatórios. 
Muita gente desapareceu e foi assassinada 
por esse duro regime.
Paulo Fukue, criativo representante 
da colônia japonesa, mas que 
havia optado pelo estilo americano 
de fazer HQs, autor de Pabeyma - 
o primeiro herói cósmico nacional-,
Super-Heros e de tantos outros títulos, 
acabou tendo problemas com a chamada 
censura-prévia e acabou sendo 
perseguido e torturado, 
na época, assim como muitos músicos
 e compositores da MPB, como: Geraldo Vandré, 
Gilberto Gil, Chico Buarque e outros.
Traumatizado, com aquilo que teve 
que passar nas mãos dos militares,  Paulo Fuke
 procurou a Ed. Abril e durante anos 
fez parte do quadro de funcionários 
daquela poderosa casa editorial.
Nunca mais publicou uma HQ de sua autoria.
Com o fechamento da Edrel, em 
meados da década de 70, parte 
desses excelentes profissionais de HQs 
foram parar nos Estúdios Disney – 
editora Abril-, para a Maurício de Sousa 
Produções e para as agências 
de publicidade. Afinal, os japoneses 
e seus descendentes sempre 
foram apaixonados por arte em geral.

SAIBA QUEM FOI CLÁUDIO SETO,
 O MANGÁ-KÁ


Uma prancha de "O Samurai", de Cládio Seto
Cláudio Shuji Seto Takeguma 
foi um artista completo. 
Nasceu na cidade de Guaiçara, no interior de São 
Paulo, em 1944. 
Passou sua infância e adolescência no Japão, 
recebendo treinamentos num templo zen budista. 
Depois, foi presidente do seinekai de Guaiçara. 
Estudou muito e se elegeu vereador em 1969 e foi 
presidente da Câmara Municipal daquele município.
Ainda na década de 60, começou a 

publicar história em quadrinhos 
na editora Edrel de São Paulo, e ficou
 famoso pela grande produção, 
e por introduzir o mangá no Brasil.
 "Maria Erótica", "O Samurai" 
e "Ninja, o Samurai Mágico" estão entre 
as suas grandes criações 
da época. Chegou a produzir, dirigir e estrelar
 fotonovelas para a editora.
Cláudio Seto, como era chamado, foi mestre

 e representante oficial da seita 
Zenchi na América do Sul.
 Ele próprio, um artista múltiplo, 
dedicou-se à cultura do Bonsai, 
Haiku, Shodô, Kendô, 
Kyudô e Kadô, além de pintar quadros a óleo 
bastante requisitados no Paraná. 
Escreveu livros sobre a imigração 
japonesa no Paraná. 

Participou como ator de dois filmes de 
curta-metragem e diversos comerciais, 
dentre estes, um para o Bamerindus. 
Fora isso, colaborou com artigos sobre 
cultura e lendas japonesas nos jornais: 
Nippo-Brasil, Paraná Shimbun, O Estado do Paraná, 
Tribuna e Planeta Zen. Foi também um ativo promotor 
cultural da coletividade em Curitiba. 
Além disso, era funcionário
 da Secretaria da Cultura.

Foi homenageado no Sesc Pompéia, 
recebendo o Troféu HQ Mix, pela criação do 
personagem Samurai (título de sua revista), cuja 
imagem foi reproduzida no próprio troféu 
daquele ano, pelo artista Olyntho Tahara. 
No final da década de 70, já residindo em Curitiba,
foi editor da Grafipar, que se notabilizou
 por publicar 100% de quadrinhos nacionais, sendo
 responsável por lançar diversos autores novos 
em suas páginas, inclusive ele próprio desenhando 
no estilo hibrido: ou seja, meio mangá,
 meio estilo ocidental.
Cláudio Seto também foi conselheiro da ABRADEMI 
(Associação Brasileira de Desenhistas 
de Mangá e Ilustrações), na época de sua fundação 
em 1984, e depois foi presidente 
da unidade Paraná da ABRADEMI.
 

O No final da década de 70, já residindo em 
Curitiba, foi editor da Grafipar, que se notabilizou 
por publicar 100% de quadrinhos nacionais, sendo
 responsável por lançar diversos autores novos
em suas páginas, inclusive ele próprio 
desenhando no estilo híbrido. 
Ou seja, meio mangá, meio estilo ocidental. 
 O saudoso veterano e criativo desenhista e 
bengala brother Cláudio Seto, que amava o 
Brasil, que tanto contribuiu com o mundo 
das HQs, e que também introduziu o estilo 
mangá nas revistas na editora Edrel na década 
de 60, faleceu no dia 15/11/2008, às 10h30,
em Curitiba. Seu corpo foi velado na Praça 
Japão e enterrado no Cemitério Nova Orleans.
Sua morte representou uma grande 
perda para as HQs Made in Brazil.

De repente, o estilo mangá
desapareceu das nossas bancas

A Edrel faliu e como conseqüência os mangás também 
sumiram da praça. 
Por um longo período eles ficariam sumidos dos 
pontos de venda.
Aproveitando uma brecha da censura do governo 
do regime militar, surgiu a editora Grafipar de Curitiba, 
liderada por Cláudio Seto e 
seu auxiliar Ataide Braz. Esta nova casa editorial 
passou a editar revistas em quadrinhos
 com um leve tempêro erótico. 

Na época não havia vídeos e revistas pornôs ou com 
mulheres nuas. Elas eram proibidas,
 o que explica o relativo sucesso dos lançamentos 
que se seguiram, da citada editora. 
A revista Eros, que mais 
tarde passou a se chamar Quadrinhos Eróticos,  
um sucesso de vendas. 
Também surgiram outros títulos como: 
Neuros e Fargo e uma gama de outros produtos 
de terror, ficção-científica, etc.
Com a abertura política – cancelamento da 
censura-prévia - até então toda publicação, 
antes de ser publicada devia ter seu “boneco” 
aprovado pelos censores em Brasília -, as publicações 
anteriormente proibidas começaram a circular, e
 o erotismo leve desenhado, os chamados “Quadrinhos 
Eróticos” transformaram-se em
“Quadrinhos pornôs”. Inicialmente, com muito 
sucesso, mas depois as vendas foram despencando. 
 Os produtos da Grafipar aos poucos acabaram 
perdendo espaço em banca e em menos de 
uma década acabaram desaparecendo, 
com o fechamento da empresa, causando 
muito desemprego.
 Apesar do breve período de existência 
desta editora e de ela não ter
resgatado o esquecido 
estilo mangá, o grande mérito 
da Grafipar foi propiciar o 
surgimento de novos desenhistas 
e o retorno de alguns veteranos brasileiros 
e de ascendência 
oriental que haviam abandonado a atividade.

Surge o jovem NORIYUKI

Em 1979, Francisco Noriyuki Sato, era um 
estudante de publicidade da Universidade de São Paulo. 
Editava um pequeno jornal chamado
“Jornal Nissei” para a Modern Japan, empresa que 
promovia bailes para a comunidade nikkei no
 salão da Casa de Portugal, 
na avenida Liberdade, em São Paulo. 
Além desse veículo, Noriyuki era colaborador 
do jornal São Paulo Shimbun – tradicional 
órgão de imprensa dirigido à colônia japonesa -, 
e atuava também como roteirista de 
quadrinhos da Grafipar.
Como era de costume, em seu trabalho para 
o Jornal Nissei, fazer pesquisas sobre eventos 
organizados pela comunidade nipo-brasileira 
em São Paulo, mais uma vez lá estava ele 
empenhado em descobrir novos eventos. 
Foi numa dessas muitas visitas feitas ao Bunkyo 
(Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa)
 no bairro da Liberdade, em São Paulo, que ele
 constatou que lá não havia nenhuma atividade 
para o público mais jovem, excetuando um 
curso de pintura para crianças que era ministrado 
durante as férias de janeiro. E como 
o seu pequeno jornal tinha 
como foco o público jovem, 
era importante que houvessem 
eventos para esse público leitor.

Membros da ABRADEMI
Assim, Noriyuki resolveu procurar o secretário geral da
entidade para perguntar se ele não pretendia organizar
atividades para jovens.
O economista Hiroshi Banno, secretário geral do Bunkyo, 
na época, atendeu-o e pediu uma sugestão do que poderia 
ser realizado na entidade. Noriyuki explicou que poderia
ser organizada uma exposição de mangás (HQs).
 Banno ficou na dúvida, pois tinha
 receio de não conseguir reunir
os trabalhos de vários artistas para 
um evento desse tipo. 
Foi então que Noriyuki se comprometeu a arrumar 
os desenhistas e levá-los numa nova reunião.
Foi nessa reunião que participaram os 
desenhistas e os ex-desenhistas
da Disney, como: Paulo Fukue, Michio 
Yamashita, Jorge Kato,
Roberto Higa, Sergio Hamasaki (que convidou 
a maioria dos desenhistas
da Disney) e Kimil Shimizu, além de 
outros da Grafipar, como o 
Roberto Kussumoto e Ataíde Braz
 (roteirista), e a professora 
do departamento de editoração da USP, 
Sonia Luyten.
Convencido, pelos participantes, sobre 
a possibilidade de viabilizar a tal exposição, Hiroshi
 Banno imediatamente constituiu uma
comissão de quadrinhos e ilustrações, 
da qual, Banno, representando a entidade, 
se tornou presidente, e Francisco 
Noriyuki Sato ficou sendo
 o vice-presidente.
A primeira exposição foi marcada 
para fevereiro de 1980, 
juntamente com a exposição dos alunos do 
curso de pintura de férias do Bunkyo, 
cujos professores eram os reconhecidos
 artistas plásticos: 
Ken-Ichi Hirota e Kenichi Kaneko (também ator).
Com o apoio da mídia a exposição foi um 
sucesso, conseguindo atrair um bom público
 infanto-juvenil, que normalmente não 
costumava freqüentar a entidade.
Noriyuki sempre foi idealista. 
Acreditou, sempre,  que era preciso 
organizar exposições para que o
 pessoal da área das HQs pudessem se reunir, pois
 nessas ocasiões poderiam surgir boas e novas idéias.
Para Grafipar, que ficava em Curitiba,
 os roteiristas como Noriyuki enviavam os textos
 pelo correio para o editor Cláudio Seto.
Este reenviava aquele texto para os 
desenhistas mais apropriados para aquele 
determinado tema de HQ. Assim, roteiristas e
desenhistas passaram a trabalhar em junto, 
mas muito deles jamais se conheceram.

Quadreca, da USP
(Universidade de São paulo)

Noriyuki havia participado da revista Quadreca da USP, 
editada pela professora Sonia Luyten, mas não a conhecia. 
Foi na Exposição de Quadrinhos realizada no Sesc Interlagos
em janeiro de 1978 que ele a conheceu. 
Aliás, naquele evento acabou conhecendo um novo
 time de jovens das HQs, como: 
Jal, Franco de Rosa, Ataíde Braz, Roberto Kussumoto
 e uma grande turma que fazia fanzines de HQs 
em diversas faculdades.
Em 1981 e 1982 foram realizadas novas exposições
 no Bunkyo e isto propiciou a 
descoberta de novos talentos. 
Mas, o principal, era que os participantes, que 
tinham afinidades, acabavam encontrando 
velhos amigos e fazendo novas e sólidas amizades. 
Nessas novas exposições surgiram também 
muitos amadores que desenhavam no estilo mangá, 
mas que nunca haviam tido oportunidade de
 expor ou apresentar seus trabalhos.

Evento típico do Bunkio
Em 1983. Uma nova exposição foi marcada 
para o mês de julho e esta desta feita seria
 independente da tradicional exposição 
de pintura das crianças, pois se provou que 
o saguão do auditório principal não comportava 
essas duas exposições ao mesmo tempo. 
Alguns meses antes da data marcada, 
porém, a exposição foi desmarcada sem 
aviso prévio por parte do gerente da entidade, 
que alugou o espaço do evento para 
a empresa multinacional de origem nipônica Yakult. 
Ao ser questionado, pelos membros do grupo,
 do por que o tinha sido cancelado mesmo com 
um ano de antecedência, o gerente deu a seguinte 
resposta : “Vocês não pagam aluguel”.
Revoltados com o fato, uma vez que a
 exposição de quadrinhos era um evento oficial
 da própria entidade, e que não causava 
qualquer ônus para a entidade, pois os
 trabalhos eram trazidos, montados e expostos pela
 própria comissão organizadora, Noriyuki
e Naomy Kuroda, membros da comissão, 
foram falar com o presidente do Bunkyo, Masuichi
 Omi. Na época, Hiroshi 
Banno já não fazia mais parte daquela entidade 
e cabia ao Noriyuki resolver essas questões.

Surge a idéia de fundar
 a ABRADEMI,
a primeira associação 
de mangá
da América Latina

Exposição no Bunkio
Na reunião com Masuichi Omi em 
sua residência, a dupla ouviu palavras de
 consolo e de apoio à iniciativa. 
Mas, o presidente disse-lhes que não
 poderia fazer nada para 
resolver a questão das datas para a exposição. 
Ele não sabia explicar o que havia acontecido, 
porém, lembrou que ao locar o local para uma 
empresa a entidade tinha firmado 
um contrato e que este 
teria que ser respeitado. 

Assim, sugeriu que se fundasse uma
 associação, e que essa entidade assinasse um 
contrato com o Bunkyo, 
ficando as futuras exposições asseguradas numa 
determinada data.
Demonstrando sabedoria, Omi alegou que uma 
associação não deveria ficar apenas 
fazendo uma exposição por ano e disse também 
que esta deveria realizar 
palestras, cursos e outras atividades pertinentes
à área. Para que isso pudesse de fato ocorrer ele 
disponibilizou uma sala de reunião 
do Bunkyo em datas especificas 
que poderiam ser utilizadas.

Os remanescentes da antiga comissão de 
quadrinhos e ilustrações do Bunkyo adoraram 
a ideia e passaram a se reunir para fundar
 a ABRADEMI  (Associação Brasileira 
de Mangá e Ilustrações). 
Da primeira comissão de exposição 
restavam apenas: 
Roberto Higa, Michio Yamashita, Sonia Luyten, 
Roberto Kussumoto, Noriyuki Sato, Ataíde 
Braz e Nelson Yoshimura, 
sendo fortalecida por jovens que 
surgiram nas exposições, como: 
Naomy Kuroda e Nelson Kurokawa, entre outros.
Para ser concretizada esta nova entidade, 
entretanto, a coisa foi complicada. 
Na época, poucas pessoas conheciam
 o mangá e uma entidade cultural 
com um tema tão específico
 e exótico, não poderia ser levada a sério. 
Assim, foi sugerida uma “fusão” 
com a Associação dos Amigos de Mangá - 
um grupo informal da Escola de Comunicação
 e Artes da USP, idealizado pela 
professora Sonia Luyten, que se
propunha a estudar mangá na 
Universidade de São Paulo. 

Estes compunham um pequeno grupo, 
formado apenas por alguns alunos do curso 
de editoração, que resolveram fazer um estudo 
pioneiro sobre o mangá como tema dentro da 
atividade acadêmica, 
no momento em que a própria professora Sonia Luyten 
ainda não tinha nem se quer se especializado no assunto.
Desse grupo, além da professora Sônia, 
que já fazia parte da comissão que deu origem 
a ABRADEMI, também participou Sumire Misawa.
Oficialmente a ABRADEMI foi fundada no 
dia 3 de fevereiro de 1984, discutindo-se os 
objetivos da entidade e criando o seu 
nome, que foi sugerido pela Sonia. 
Entretanto, a primeira reunião
 importante com a divisão de cargos da ABRADEMI 
aconteceu no dia 1º de abril. 

O grupo se reuniu na biblioteca do Bunkyo, mas acabou 
sendo expulso por atrapalhar a 
concentração dos freqüentadores da biblioteca. 
A reunião teve que ser concluída no corredor do subsolo. 
Algumas pessoas novas que tinham 
ido para participar, quando viram a precariedade 
da nova entidade que estava surgindo, 
desistiram e nunca mais voltaram.

Mesmo ante as dificuldades que o grupo 
teve que enfrentar ao longo dos anos, jamais parou. 
A batalha prosseguiu e os membros remanescentes 
do grupo inicial jamais esmoreceram 
e continuaram em sua busca 
incessante pelo reconhecimento da entidade 
até conseguir conquistar os eu espaço.


                         Participaram da sua fundação da ABRADEMI, 

a professora e doutora Sonia Maria B. Luyten, 
 da Universidade de São Paulo, 
que fez o primeiro trabalho a nível de doutorado na área 
de mangá no mundo; a escritora especializada
 em lendas do Japão, Mitsuko Kawai; o desenhista 
de quadrinhos Roberto Kussumoto, atualmente
 residindo no Japão; e o jornalista 
Noriyuki Sato, especializado em cultura japonesa, 
autor do livro "História do Japão em Mangá".



No ano de sua fundação, a Abrademi, com o apoio da 
Fundação Japão (assessoria cultural do 
Consulado Geral do Japão), teve a 
oportunidade de realizar uma aula de mangá 
ao vivo com Osamu Tezuka, o Deus do Mangá; 
além de organizar uma exposição de quadrinhos 
no Museu de Arte São Paulo, onde foi exposto 
os desenhos de mangás e os 
animês do mestre Tezuka, além disso,
expuseram também na ocasião, suas pranchas, 
diversos autores brasileiros de HQs, inclusive eu.

GENTE DE FIBRA E VISIONÁRIA
SABIAM QUE UM DIA O MANGÁ IA
ACONTECER NO BRASIL E
NO MUNDO

Numa época distante (1983), em que ninguém 
quase conhecia os mangás ou acreditava 
nesse tipo de arte do Oriente pudesse emplacar
no país um grupo de idealistas 
decidiu criar a ABRADEMI.
Desde a sua fundação em 03/02/1984, muita 

coisa mudou, mas a ABRADEMI pode se orgulhar
 de ter sido a pioneira no Brasil em todos os
 aspectos,como: ela foi a primeira a 
 ministrar aulas de mangá do pais,
fez o primeiro fanzine de mangá, o primeiro 
concurso de cosplay, o primeiro evento de mangá 
e animê, a primeira exibição de animê, 
a primeira exposição, o primeiro Anime-kê, o 
primeiro AnimeDance, o primeiro concurso de 
mangá, o primeiro debate, etc. 
A lista de realizações é enorme!

Francisco Noriyuki Sato, ele foi presidente da 
ABRADEMI, de 1984 a 1986 e de 1988 a 1996.


Conheça 
outro grande feito 
da ABRADEMI
Sonia Luyten e os membros da 
ABRADEMI no Japão
Em 1986 a Abrademi representou 
o Brasil na Exposição Internacional de
 Mangá de Osaka, no Japão, montando 
uma mostra com os principais desenhistas 
de quadrinhos do Brasil. 
A professora Dra. Sonia Luyten representou a 
entidade brasileira, discursando 
 na abertura daquele evento.
A ABRADEMI jamais foi ligada a 

nenhuma editora, empresa, escola ou religião. 
 Mantendo sempre independente.
 Ao longo dos anos esta entidade vem 
realizando cursos de mangá, roteiro, 
ilustração, modelagem, animação e kirigami; 
exposições de mangá; participando de eventos de
cultura japonesa; atividades sociais em 
orfanatos e escolas; reuniões e debates. 

Promove anualmente um concurso internacional 
de mangá e uma convenção nacional de mangá 
e animê. A ABRADEMI também possui outra 
unidade regional na cidade do Rio de Janeiro,
além de São Paulo.




ABRADEMI, HOJE


Dupla brasileira vence o World Cuply 
Summit, em 2008, no Japão
  Hoje, a ABRADEMI realiza menos atividades do que 
no passado, mas continua ativa, sempre procurando elevar
 o mangá e o animê como verdadeiras manifestações de
 arte e cultura popular, e não apenas pelo lado comercial,
 como estamos vendo ultimamente.
A ABRADEMI fez e continua fazendo história.


Saiba quem foi o grande mestre
OZAMU TEZUKA

O Deus do Mangá
 Os jovens brasileiros de hoje talvez nunca ouviram 
falar do grande mestre dos mangás Ozamu Tezuka. 
Pois saibam que... aquilo que hoje 
conhecemos como mangá e animê não existiria, se não 
fosse ele, o maior dos criadores japoneses 
de quadrinhos e da animação.




O mestre Tezuca nasceu na cidade 
de Osaka em 1926, 
filho de uma família de classe média.
 Ainda na tenra idade revelou uma forte tendência para 
criar e desenhar HQs.
Foi fortemente influenciado pelas tiras cômicas que 
eram publicadas nos jornais da época
 e pelos desenhos animados de Walt Disney.
 Aos 13 anos começou a desenhar quadrinhos
 cômicos para seus colegas de escola. 
Sua adolescência foi marcada pela Segunda
 Grande Guerra Mundial.
Extremamente idealista, o jovem Tezuka 
entrou para a Faculdade de 
Medicina, aquilo foi uma forma pessoal 
dele compensar a dor da morte 
de amigos e colegas que morreram
 inutilmente nas batalhas daquela
guerra insana. Curar e salvar vidas
 estas eram formas dele agir
contra a violência vigente 
no mundo da época.

Mesmo antes de se formar, Tezuka já 
estava publicando suas Histórias em 
Quadrinhos nos jornais.
Com o fim da guerra e a derrota japonesa 
o Japão viveu tempos 
de pobreza e muitas dificuldades.
Nessa época, Tezuka resolveu se 
tornar, para valer, um desenhista profissional.
 Enfrentando a fome e a escassez de matérias
básicos para sobrevivência e até a falta de
material artístico, como a tinta nanquim e 
o papel. Mesmo assim, ele
começou a criar histórias cheias de
 humanidade, fantasia e
mensagens de otimismo.
Em 1946, ele criou seu primeiro "best-seller": 
Shin Takarajima (A Nova Ilha do Tesouro) - uma 
história em quadrinhos na forma 
de storyboard de desenho animado, 
misturando pela primeira vez 
elementos da linguagem cinematográfica 
aos quadrinhos, algo que se tornou a
 característica dos modernos  mangás.
Anos depois, Tezuka começaria a
 publicar as séries que marcaram gerações 
de crianças e jovens japoneses: 
Jungle Taitei (Kimba, o Leão Branco), em 1950;
Tetsuwan Atomu (Astro Boy), em 1952; 
Ribon No Kishi 
(A Princesa e o Cavaleiro), em 1953. 
O mestre Tezuka fez também personagens 
que eram magros e 
de olhos grandes e brilhantes num
 estilo que hoje ficou conhecido como shõjo mangá, 
como: Hi No Tori (O Fênix),
em 1967, e Black Jack, em 1973.

Em 1963, Tezuka finalmente realizou seu sonho 
de produzir animação em série no Japão, com 
a estreia na TV da versão em 
animê de Tetsuwan Atomu, realizada por sua 
própria produtora, a Mushi Productions. 
Em 1964, Tezuka se tornou o primeiro 
produtor de animê a exportar uma série para 
o exterior, quando Tetsuwan Atomu (Astro Boy) 
passou a ser exibida nos 
Estados Unidos.
Pioneiro em tudo que hoje chamamos de mangás e 
animês este criador incansável, 
Tezuka mal parava para comer 
para não desperdiçar tempo de trabalho. 
TEZUKA esteve no Brasil em setembro de 1984,
abrindo uma exposição organizada
 pela ABRADEMI no MASP e 
chegou a dar uma aula de mangá
 especialmente para 
os associados da ABRADEMI.
Trazido pela Fundação Japão, Tezuka 
orientou os diretores da 
ABRADEMI quanto aos rumos que a 
entidade deveria seguir, o
que foi feito à risca. Analisou também os 
trabalhos de profissionais e amadores.
P "Deus" do mangá” foi muito simpático com
 todos e procurou orientar os desenhistas, e 
apesar da sua vasta experiência e 
conhecimento de mangá e animê, jamais falou mal de
qualquer trabalho. Tezuka encantou-se com 
um personagem tipicamente nosso - 
o rústico cangaceiro.

Astro Boy foi um campeão de venda na formato HQs


  Entretanto, seus péssimos hábitos
 alimentares o levaram a adoecer pouco tempo 
depois, quando desenvolveu um 
câncer no estômago. 
Mesmo debilitado e hospitalizado, Tezuka continuou 
desenhando, até falecer em fevereiro de 1989. 
Milhares de pessoas compareceram
ao seu funeral em Tokyo e o Japão inteiro chorou sua perda.
Premiado e reconhecido internacionalmente, até hoje 
os japoneses e fãs de mangás e animês no mundo inteiro se 
referem a ele com o título de "Mangá no Kamisamá" 
(O Deus do Mangá).
Antes de Tezuka, os personagens de 
mangá não tinham olhos 
grandes e o animê não existia. Depois 
dele, a história cultural do
Japão mudou para sempre. Hoje, a
 obra de Tezuka permanece 
viva através de um museu e de sua produtora, 
dirigida por seu filho.


UMA NOITE MEMORÁVEL
NOSSAS HQS ESTAVAM
EXPOSTAS NO MASP

Aquela era a primeira vez que um 
profissional de mangá visitava o Brasil 
e não só isso, Osamu Tezuka 
era uma celebridade para a comunidade nipo-brasileira. 
Entre os membros da comuniddaeele era conhecido 
como  “O Deus do Mangá”.
A mídia deu um bom espaço para Tezuka, apesar
do mangá e ele serem ainda desconhecidos do 
grande público brasileiro. 
Mas Tezuka foi tratado como um grande artista,
 recebendo destaque nos noticiários 
nacionais. A comunidade também divulgou com 
ênfase a vinda dele. A ABRADEMI, cumprindo 
o seu papel, Também fez uma bela divulgação 
desse grande acontecimento 
utilizando-se de todos os seus meios.
No dia 29 de setembro de 1984, 


Noriyuki, o então  presidente da ABRADEMI 
e Erena Suganuma 
(diretora de patrimônio) foram
ao Aeroporto de Congonhas recebr o mestre. 
Kiyoshi Kadono e Jô Takahashi da 
Fundação Japão, patrocinadora 
de sua visita, estavam 
lá também. Todos procuravam no meio de tantos 
japoneses, que desembarcavam, o Tezuka, 
provavelmente um homem de óculos, de 
pequeno porte e cansado da longa viagem.
Qual não foi a surpresa ao vê-lo pessoalmente. 
Um homem alto e encorpado, aparentando 
grande disposição.
A Fundação Japão levou-o ao hotel e depois
 para as visitas programadas. A exposição 
de Osamu Tezuka 
havia sido aberta na noite do dia 27 de setembro 
de 1984, no Masp, com grande sucesso. 

Pela primeira vez estavam reunidos os 
trabalhos dos desenhistas brasileiros de HQ, 
como: Maurício de Sousa, 
Eugênio Colonnese, Jayme Cortez, Cláudio Seto, 
Edmundo Rodrigues, Paulo Fukue, Watson Portela,
Roberto Kussumoto,
Seabra, Shimamoto, Vilachã, Rodval Matias, Michio 
Yamashita, Jorge Kato, Ofeliano de Almeida, Gedeone
 Malagola, Mozart Couto, Rodolfo Zalla, Rubens 
Cordeiro, Roberto Fukue, Flávio Colin, 
Franco de Rosa, Drago, Kimil Shimizu, Paulo Paiva, 
Gustavo Machado, Novaes, Ely Barbosa, Beto, 
Bilau, Drago, Jonas Schiafino, 
Tony Fernandes, Jotacê (Jotah) e Eduardo Vetillo. 
Wilson Iguti participou com sua exposição de 
esculturas e modelos utilizados para fabricação 
de brinquedos licenciados de personagens de HQs.

Tezuka visitou a sua exposição e a da Abrademi no 
dia 30, um domingo. Nessa noite, foram registradas 
as presenças de Maurício de Sousa, Jayme Cortez, 
Wagner Augusto, Ely Barbosa, Zaé Jr,
Gedeone Malagola, Paulo Paiva, Rodolfo Zalla,
Tony Fernandes, César Ricardo Silva, Cocolete, 
Antonio Vieira, Jal, Worney, 
Alvimar, Eduardo Vetillo, Bin Kondo, Tomie Ohtake 
e Naumin Aizen, conforme documentos da época.
Todos queriam falar com o grande artista japonês.
Tezuka assistiu metade do filme “Piconzé” - 
o segundo longa metragem de 
animação feito no Brasil, de autoria do saudoso 
Yppe Nakashima-, e pediu para sair, pois queria ver 
os trabalhos expostos dos brasileiros.
Durante meia hora, Tezuka, acompanhado por 
Noriyuki Sato, olhou um por um dos trabalhos 
coletados pela Abrademi, teceu ligeiros 
comentários, e sempre quando foi apresentado 
a um profissional, conversou animadamente, 
comentando e até dando instruções 
para que aqueles trabalhos evoluíssem.
Diante dos originais de Jayme Cortez e de 
Julio Shimamoto, Tezuka parou e disse 
que aqueles eram grandes desenhistas.

O Coquetel

Aquele foi um coquetel muito concorrido porque 
todos queriam conhecê-lo, além da presença da TV Globo e
 dos maiores profissionais da imprensa brasileira, e dos 
habituais fotógrafos de fim de semana.
Houve exibição dos desenhos de Osamu Tezuka: 
Quadros de uma Exposição – Tenrankai no E (39 min),
 Contos de 1001 Noites – 
Senya Ichiya Monogatari (128 min), O Piralho Manda Chuva – 
Amefuri Kozo (23 min), Astro Boy - Tetsuwan Atomu (23 min), 
e O Pássaro de Fogo - Phenix 2772 (100 min),
nos dias 29 e 30/9, e 1º e 2/10.
Dentro de sua intensa programação, 
Tezuka ministrou uma 
palestra para a coletividade nipo-brasileira, na Sociedade 
Brasileira de Cultura Japonesa, uma palestra especial para 
os profissionais brasileiros no Hotel Caesar Park, e 
uma aula especial para os associados da Abrademi. 
Todas essas palestras foram 
gravadas por Marcos Mikio Oiwa 
e pelo bengala friend Worney de Almeida, e foram 
transcritas por Sumire
Misawa e Noriyuki Sato e publicadas 
no fanzine Quadrix nº 4 
(na edição da ABRADEMI, esse Quadrix é o nº 2).
Aula e palestra de Tezuka 

na ABRADEMI 


No dia da palestra na ABRADEMI
  A seguir conheça o resumo da transcrição 
da palestra feita pelo “Deus do mangá”...

"Nos 40 anos em que desenhei mangá, 
encontrei com muitos grupos como de vocês 
em Tokyo, New York, Los Angeles, San Francisco ou 
mesmo em Paris. Orientei muitos jovens
 e avaliei suas HQs. Estou contente em poder 
encontrá-los pela primeira vez aqui no Brasil,
mas como profissional vou avaliar seus 
trabalhos com muita severidade. 
Gostaria que não ficassem zangados
 com o que eu disser, ou que 
não se desanimem achando que não 
são capazes e desistam 
de fazer mangá. 
Pelo contrário, gostaria que participassem
ativamente da ABRADEMI.
 Bem, aceitem isso como uma 
observação de um velho.
Em Los Angeles, Paris ou Tokyo, o que
 digo a todos em primeiro 
lugar é que nunca imitem os profissionais.
 Explicando em poucas palavras, é notório que 
vocês são fanáticos por mangá, que
cresceram lendo mangá, e que por isso agora estão 
fazendo mangá. E já que cresceram lendo
 mangá de muitos autores,
quando gostam de um determinado 
autor acabam sem querer 
imitando seu traço.

NOTA DO ARTICULISTA :
Pelo discurso acima é possível notar como 
Tezuka estava mal-informado, 
equivocado. Achava que os mangás eram super
 popular no país. 
Enquanto que na verdade quase ninguém conhecia as 
HQs japonesas e o próprio Tezuka.
Mas, vamos continuar as palavras proferidas
 pelo mestre neste encontro...

“É verdade que eu gostava muito de Disney e, 
quando era criança, imitava os desenhos de 
Walt Disney, mas isso só quando estava 
no primário e no ginásio. No colegial, já estava me 
profissionalizando.
 Imitando os outros vocês não iram passar 
disso. Isso, porque ao ser comparado
 dirão, por exemplo, que:
” Ah, esse desenho parece com o do Maurício”, 
ou coisa parecida. 
Pior, quando perguntarem como é 
o seu desenho. Não convém ter que dizer que 
é parecido com o do Maurício.”

(Pausa...)

“Antes de ontem (30/9), na exposição, 
vi desenhos de muita gente, mas notei que
 principalmente os desenhos 
das mulheres pareciam 
muito com os das revistas de mangás 
femininos da atualidade. 
Aquele tipo de desenho não presta, 
de forma alguma. Se ficarem 
fazendo aquele tipo de desenho 
não vão se tornar mais hábeis 
do que isso. Estão fazendo ilustração por 
distração. Havia pelo menos 
um terço desse tipo de desenho. 
É claro que podem ler mangá, mas
o que deve aprender é a forma de elaborar
 o conteúdo, pois desenhistas 
profissionais, com experiência,
 sabem como ressaltar o que é 
essencial para contar uma boa 
história. A técnica do desenho
pode ser aprendida aos poucos e com
 o tempo vocês se tornaram hábeis.”

(Pausa...)

“As HQs americanas chamadas Underground 
Comics têm desenhos tão ruins que nem 
podemos ficar olhando. São feios, 
mas seus conteúdos – os textos - são 
extremamente engraçados 
e originais. Por isso acho que o mangá 
é constituído por 80% de 
idéia e 20% de desenho.”


NOTA : O sábio mestre do Oriente, na declaração acima, 
acabava de expor que o texto, o roteiro, sempre foi o forte, 
o mais importante, de uma HQ.

COM A PALAVRA, MESTRE TEZUKA...

“As moças que gostam de mangá feminino desenham
 sempre os rostos voltados para a esquerda.
 Isso porque desenham com a mão direita. 
Se fossem canhotas, os rostos seriam voltados 
para a direita. Isso acontece porque estão
 desenhando o que gosta por puro prazer.
 É bom desenhar por divertimento, mas isso não
passa de hobby. Este não é o caminho
 para se tornar desenhista
 de mangá."

O debate de Osamu Tezuka com os 
profissionais aconteceu no dia 1º de outubro, 
no Caesar Park Hotel. Participaram cerca de 50 
profissionais, entre eles: Jayme Cortez, 
Roberto Kussumoto, Louis 
Chilson, Walbercy Camargo, Ely Barbosa, 
Maurício de Sousa, 
Tony Fernandes e Tatiana Belinsky.
Passadas a correria da exposição e a 
visita de Osamu Tezuka, a ABRADEMI
promoveu um encontro com dois 
desenhistas japoneses que estiveram
de passagem no Brasil fazendo
 uma pesquisa para desenhar 
uma HQ passada na América do Sul.
Jun Ikemiyagi (roteirista) e Kenshin Shinzado
 (desenhista) se encontraram 
com os artistas nacionais na ABRADEMI 
no dia 8 de outubro de 1984.
Participaram Roberto Kussumoto, 
Wilson Iguti, Paulo Fukue, Michio
Yamashita, Kimil Shimizu, Mikio Oiwa,
 Valdir Gamboa, Worney 
Almeida, Emy Kawakami, Ricardo
 Komatsu e Francisco Noriyuki.
No acontecimento, falaram bastante
 sobre a remuneração do trabalho, 
criação da história, capa, associações
 de profissionais, etc. 
Foi uma reunião bastante informativa.

Nesse mesmo mês a Abrademi registrou 

o ingresso de 64 novos associados e anunciou 
para novembro daquele ano o curso 
Noções Básicas de Desenho dividido 
em três aulas dominicais. 
Verificou-se que, antes de ensinar o
 mangá propriamente dito, deveria 
ensinar as noções básicas de desenho.

Depois do “furacão” Osamu Tezuka que 

certamente deu uma grande luz
para o tema “mangá”, a preocupação da ABRADEMI foi: 
Como não deixar esfriar o assunto? E como a entidade iria 
sobreviver nos próximos anos?
Na verdade, naquela época o mangá não
 era publicado no Brasil, e nem havia exibições de 
animê nas TVs. A visita de Osamu Tezuka 
levou a mídia a se interessar pelo assunto, 
mas nem por isso os trabalhos de Ozamu Tezuk
a foram publicados no Brasil – isto só 
aconteceria no ano 2000-, e nem mesmo os 
seus animês foram exibidos na TV, lamentavelmente. 

 Os Mangás na América

 Quem ajudou a implantar o mangá nos Estados 

Unidos, sem dúvida, foi o genial escritor

e desenhista Frank Miller, um fã declarado dos 

comics orientais – autor de Ronin e Batman,

o Cavaleiro das Trevas – um clássico, que revolucionou 

as HQs americanas.

Isto aconteceu nos anos 90 quando surgiram as

famosas Graphic Novels, criadas pelo 

grande mestre Will Eisner, onde a proposta era

apresentar aos leitores um texto destinado aos

adultos, fato inédito até então na América. 

Frank Miller  também foi o responsável pela

divulgação e publicação da clássica e longa 

série japonesa, que também virou série 

de TV, Lobo Solitário, de Kazuo Koike e 

Gozeki Kojima. Lobo Solitário foi editado no 

Brasil pela primeira vez pela Cedibra e 

posteriormente pela editora Nova Sampa Diretriz.

    O grande “BOOM dos 

mangás no Brasil

O mercado editorial brasileiro precisava de novidade.
Em 1966  a série de desenho animado 
Os Cavaleiros do Zodíaco passou a 
ser exibido na TV brasileira alcançando 
altos índices de audiência. 
Na sequência vieram: Pokémon, 
Digmon e Dragon Ball.
Mas os mangás, de fato, só aconteceram 
em forma de HQs por volta do 
ano 2000, com o lançamento dos títulos 
Dragon Ball e Cavaleiros do 
Zodíaco pela editora Conrad
Devido ao sucesso de venda outros 
concorrentes também decidiram investir
 neste seguimento lucratico, 
como a editora JBC, e outras. Porém, essas 
publicações de origem oriental
não foram as primeiros a serem 
lançadas no território brasileiro. 

Alguns clássicos orientais foram publicados
 nos anos 80 e no começo dos anos 90 sem 
obter grande destaque ou êxito comercial, como: 
Lobo Solitário e Filhote\Lobo Solitário pela 
Editora Cedibra, Akira 
(um clássico das HQs nipônicas), pela
 Editora Globo, Crying Freeman, 
pela Editora Sampa e A Lenda de Kamui e Mai – 
A Garota Sensitiva pela Editora Abril. 
Porém, a publicação desses títulos acabaram sendo 
interrompidas pela metade – devido as 
baixas vendas -, deixando o público leitor 
brasileiro a ver navios. Assim, mais uma vez  os
mangás acabaram desaparecendo 
das nossas bancas.

A popularidade do estilo japonês de 

desenhar é marcante no Brasil, 
também pela grande quantidade de 
japoneses e descendentes 
residentes no país (temos uma das maiores
 colônias orientais do mundo).  
Alguns títulos nacionais no estilo mangá 
conseguiram obter relativo 
sucesso, como: Holy Avenger, Ethora, 
Combo Rangers e a antiga revista
de fanzines Tsunami. Atualmente o 
mercado brasileiro de Histórias em 
Quadrinhos tem muitas revistas 
feitas no estilo mangá. 
Mas, nem todos os títulos vendem bem 
e alguns até já foram fechados, 
largando seus leitores na mão.

Influência em outros países

Os mangás há muito tempo têm influenciado 
as HQs e as animações por todo o mundo.
 Até artistas americanos de quadrinhos como Frank
Miller e Scott McCloud , foram de 
alguma maneira influenciados pelos
mangás em algumas de suas obras.
Outros artistas como os americanos 

Brian Wood e Becky Cloonan
autor de Demo (quadrinhos), e o 
canadense O'Malley, autor de
Lost At Sea, também foram muito influenciados 
pelo estilo do mangá popular e têm recebido
muitos aplausos por parte da comunidade de
fãs desse gênero. Estes artistas têm fortes 
 influências a arte do Oriente
e alguns apresentam um estilo híbrido.
 Ou seja, meio ocidental e meio 
oriental. Isto tornam seus trabalhos
 mais interessantes.

O americano Paul Pope
trabalhou no Japão 

na editora Kodansha numa revista antológica 
chamada Afternoon. Antes disso ele tinha um projeto 
de uma antologia que seria mais tarde publicada 
nos Estados Unidos — a Heavy Liquid
O resultado deste trabalho demonstra fortemente a 
influência da cultura do mangá a nível internacional.

A França é um dos países que mais amam

 os mangás. Lá existe o "La nouvelle manga"
Esse é um movimento iniciado por Frédéric Boilet
através da combinação dos mangás 
maduros com o estilo tradicional
de quadrinhos Franco-Belgas.
Enquanto vários artistas japoneses se 
uniam ao projeto outros artistas franceses 
resolveram também abraçar a idéia.

Na Coréia do Sul , atualmente podemos 

observar um movimento em 
direção aos mangás muito forte. 
As produções de mangás coreanos,
conhecido como manhawa , têm atingido 
vários países do mundo. 
Um exemplo claro é o Brasil, onde já foram
 lançadas algumas obras coreanas de
 sucesso como Ragnarök e Chonchu.
Para o leitor comum fica difícil distinguir

 um mangá legítimo japonês de
um coreano, por exemplo, 
tamanha são as semelhanças.
Além de tudo isso, é bastante comum

 encontrarmos histórias em 
quadrinhos on-line de vários países 
em estilo mangá, e até ilustrações 
como as de publicidade.


MASP
(MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO)

P.M.Bardi e Assis Chateaubriand (à direita). 
Inauguração do MASP
Você sabia que...
MASP é o mais importante museu de arte 
ocidental do Hemisfério Sul?

Seu acervo foi tombado pelo Patrimônio 

Histórico e Artístico Nacional – IPHAN desde 1969, e
 possui atualmente cerca de 8.000 peças, dentre as 
quais destacam-se as pinturas ocidentais,
 principalmente italianas e francesas. 
Do século XIII aos dias de hoje, pode-se apreciar
 Rafael, Mantegna e Botticceli – 
da escola italiana – e Delacroix, Renoir, 
Monet, Cèzanne, Picasso, Modigliani, 
Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Matisse e Chagall – 
da chamada Escola de Paris.

Saiba que foi...

A rainha Elizabeth II e o príncipe Philip desembarcaram 
com sua comitiva em São Paulo, para participarem
 da inauguração da nova sede do 
Museu de Arte de São Paulo Assis 
Chateaubriand, o popular Masp. 

A construção do novo prédio, na Avenida Paulista, 
em terreno doado pela prefeitura, durou 12 anos. 
O local foi erguido para abrigar um 
dos maiores acervos da América Latina, com 
obras que abrangem desde a Antigüidade 
Clássica até a Arte Contemporânea.

Dentre as obras que chamaram a atenção 

da monarca inglesa estava o quadro Sala azul, 
de Trent Park, pintado pelo ex-primeiro ministro 
britânico Winston Churchill em 1934. 
O diretor do museu, Pietro Bardi, 
explicou que o quadro fora doado pelo 
próprio Churchill em um leilão 
beneficente, sendo arrematado por
 brasileiros e em seguida doado
para o Masp. No núcleo de Arte Européia, 
a rainha Elizabeth demorou-se diante das
 pinturas de Manet e Renoir.

As linhas arrojadas do edifício também 

impressionaram a comitiva britânica. 
Sua majestade elogiou a beleza arquitetônica e a 
simplicidade das linhas. 
O edifício foi projetado por Lina Bo Bardi 
em forma de caixa, sustentado por 
quatro pilares, com um vão 
livre de 74 metros e 8 metros de altura.

O Masp foi fundado em 1947 por Assis Chateaubriand, 

que criou e dirigiu a maior cadeia de 
imprensa do país, chamada Diários Assossiados,
 e que também foi embaixador do Brasil 
em Londres. Elizabeth homenageou a 
memória de Chateaubriand, morto naquele 
ano, a quem chamou de um grande
amigo da Inglaterra.

Visita da Rainha reforçou
 laços de amizade

A cerimônia de inauguração do museu fez

 parte da agenda do casal real durante a visita
 de 11 dias ao Brasil. A viagem começou por Recife (PE) 
no dia 1º de novembro e passou pela Bahia 
e por Brasília antes de chegar à capital paulista, 
seguindo posteriormente para o Rio de Janeiro,
onde permaneceu dois dias antes
 de voltar para a Inglaterra.

A iniciativa fez parte do programa inglês
de integração econômica com os países da América 
Latina. O objetivo da visita era fortalecer 
os laços de amizade e comerciais 
com o nosso país.

O Masp mantém atualmente pinacoteca, biblioteca, 

com mais de 30 mil volumes, fototeca, filmoteca,
 videoteca, curso de artes, dois auditórios destinados
à música, cinema e palestras, loja, oficinas e 
restaurante, além de um serviço 
educativo de apoio aos eventos culturais.

Possui atualmente cerca de 8.000 obras de arte,
 dentre as quais destacam-se as pinturas
ocidentais, principalmente italianas e francesas. 
Do século XIII aos dias de hoje, pode-se
 apreciar Rafael, Mantegna e 
Botticceli – da escola italiana – e Delacroix, 
Renoir, Monet, Cèzanne, Picasso, Modigliani, 
Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Matisse e Chagall – 
da chamada Escola de Paris.
Você não conhece o MASP? 
Não sabe o que está perdendo.

E dizer que um dia, eu, milagrosamente, expus 
Fantasticman, Fantasma Negro e outras pranchas 
de HQs nesse famoso museu ao lado de outros 
grandes autores nacionais, de fato, parece um sonho. 
Mas, aconteceu de verdade.


Livros editados pela Conrad que 
contam a vida do mestre

Eles podem ser encontrados nas 
melhores livrarias do país
Não perca!    



Por: Tony Fernandes

NOTA : A inspiração para escrever esta matéria 
só ocorreu depois que entrevistei o bengala 
friend Jotah – para um dos blogs -, pois durante 
seus depoimentos ele me lembrou que um dia
 havíamos expostos nossas HQs no MASP. 
Fato esse, que confesso, que já tinha
esquecido há séculos... (Rsss...). Valeu, Jotah!

Fontes de pesquisa: Wikipédia, ABRADEMI, JbOnline.

ABRADEMI - Associação Brasileira de Desenhistas
 de Mangá e Ilustrações
Rua Moraes de Barros, 379 - Campo Belo - 

CEP: 04614-001 - São Paulo - SP - Brasil
E-mail:
abrademi@abrademi.com
Abrademi no Rio de Janeiro: Allen Wajnberg (diretor) -

rio@abrademi.com


Leia a sensacional entrevista concedida 
pelo grande mestre e divulgador 
das HQs nacionais
AUGUSTO MINIGHITTI em...
http://tonyfernandespegasus.blogspot.com
 
Copyright 2011\Tony Fernandes\Estúdios Pégasus –
Uma divisão da Pégasus Publicações Ltda – SP\Brasil
Todos os Direitos Reservados

2 comentários:

  1. Ótima materia, Tony!
    Precisamos urgentemente colocar as HQs na agenda cultural brasileira! Afinal de contas, é nona arte e não 99º arte, rsrs!!
    Abraços, Wilson

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  2. É isso aí, Wilsão! Sem dúvida. A nova arte deve ter seu espaço tb.
    Há dois anos estou tentando armar uma nova exposição no MASP, mas a coisa é complicada e
    estamos na fila. Quem sabe uma hora sai... no MASP ou em outro local (Rsss...).
    Grato, pela visita, cowboy!
    Mano amplexo, pra vc!

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