O entrevistado de hoje é um velho amigo. Ele é mais um legítimo membro honorário da milenar confraria dos Bengalas Boys Club... (Rsss...). Sempre foi um bom companheiro, amigo leal e um tremendo boa praça.
Ele veio para a capital paulista em busca de um sonho: tornar-se um profissional do desenho e das HQs.
Porém, o destino as vezes traça caminhos inesperados.
Além de fazer HQs, ele também acabou
enveredando pelos caminhos da publicidade e
paralelamente continuou a fazer
os seus amados quadrinhos.
Conviveu com o mestre das HQs de combate,
os seus amados quadrinhos.
Conviveu com o mestre das HQs de combate,
Ignácio Justo, e com um dos maiores mitos do setor editorial brasileiro: Oscar Kern, o primeiro
brasileiro a transformar os fanzines num produto graficamente apresentável. Portanto, esse
entrevistado, sem dúvida, tem
muita história para contar.
Confira a entrevista concedida a mim
pelo guerreiro dos pampas...
AILTON ELIAS,
O AUTOR DE
O AUTOR DE
BRIGADA DAS SELVAS E
JOÃO DURÃO E EX-PARCEIRO
DE CRISTIANO KERN!
JOÃO DURÃO E EX-PARCEIRO
DE CRISTIANO KERN!
Brigada - da editora Júpiter II. Uma bela capa |
batalhador como você, mestre... Preparado? Vamos lá...
Nome completo. Dia, mês, cidade e estado onde você nasceu?
Elias: Meu nome: AILTON ELIAS GONÇALVES.
Nasci no dia 22/09, na cidade
de Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul.
Tony: Um gaúcho de verdade, tchê! Tri-legal! Quais eram seus
heróis prediletos na infância, Elias?
Elias: Meus heróis foram, acredito, os mesmos
que os de muita gente que liam os antigos gibis,
como: Flash Gordon, Capitão Marvel e família... aliás,
o que não entendo é por que continuam condenados
por plágio do Superman, até hoje nos EUA, Tony?
Também curtia muito o Spirit, Allan "Rocky"Lane,
Tony: Isto é interessante, apesar de termos certa diferença
de idade, eu e você lemos quase todos os mesmos gibis.
Isto prova que durante um década, no mínimo, não
houve renovação... eram sempre os mesmos.
Isto é interessante. Quanto o processo, a briga judicial
entre Capitão Marvel e Superman, por plágio, essa treta
já acabou há muito tempo... hoje, ambos os
personagens pertencem a DC Comics. O arranca rabo, se
não me engano, ocorreu nos anos 30 ou 40.
Mas, particularmente, sempre achei
essa briga sem fundamento.
essa briga sem fundamento.
Plágio? Só por que ambos tem super poderes?
Isto, pra mim, jamais fez sentido. Deve ter sido
pura jogada de marketing, na época. Sabe como são
esses editores judeus... bem, mas, vamos em frente...
Como e quando surgiu a paixão pelos desenhos e as
Histórias em Quadrinhos?
Elias: A paixão pelos desenhos e as HQs surgiu ao
Histórias em Quadrinhos?
Brigada das Selvas - Um clássico de Ailton Elias - Em Busca de Fawcet - HQ inédita |
Elias: A paixão pelos desenhos e as HQs surgiu ao
ler os citados gibis. Ao sentir que
eu poderia desenhá-los,
eu poderia desenhá-los,
também, imitando-os, comecei a produzir minhas
próprias HQs, e vendia os cadernos para os
coleguinhas da escola, conseguindo assim
um bom dinheiro para assistir as matinês
aos domingos. O personagem vítima –
que eu desenhava sempre - era o The Lone
Ranger, aquele tal de Zorro e seu
Tony: A tradução literal do nome desse antigo justiceiro
do Oeste é O Patrulheiro Solitário, mas no Brasil ele
virou Zorro. O único Zorro (Raposa, em espanhol), de
verdade, é aquele de capa e espada. But, let’s go, my old
bengala-friend... Oscar Kern, ao publicar seu fanzine,
mais bem-acabo que se tem notícia -na década de 80 -,
se tornou um dos grandes nomes das HQs nacionais...
quando e como você o conheceu?
Elias: Conheci o meu saudoso amigo
e parceiro e roterista,
e parceiro e roterista,
Oscar Kern, dias depois que comprei o primeiro
exemplar de HISTORIETA, que foi lançado em
bancas de revistas, quando eu ainda
residia em Porto Alegre.
Oscar Cristiano Kern, pioneiro em fazer um zine de qualidade no Brasil |
Tony: O personagem "O Homem Justo", foi criado pelo Kern
(Roteiros), e você fez os desenhos, OK? Esta foi a
primeira HQ que você publicou na vida? Quantas histórias
voces fizeram d o Homem Justo?
Alguma alusão ao mestre Ignácio Justo? (Rsss...)
Elias: Bem...decidi fazer o " Homem Justo" após eu
ler o ótimo roteiro que o Kern levou na minha
casa e após receber a minha carta-contato.
Junto com o contrato e a história do Homem
Justo ele levou o roteiro: a "História dos
Quadrinhos", que o desenhei também,
simultaneamente. Estas foram minhas
primeiras publicações... só que elas saíram
num fanzine.Quanto ao título do personagem,
não tem nada a ver com o mestre
Tony: Bem... você não me disse quantas histórias fizeram,
mas, tudo bem... vamos em frente... Você começou
num fanzine, mas era um zine chique, bem produzido,
que se diferenciava dos demais existentes pelo país.
Isto foi tri-legal, tchê! No Sul do país, além do Kern,
você chegou a ter alguma experiência com editoras
ou histórias em quadrinhos, antes de vir para São Paulo?
Elias: Quadrinhos no Sul, fora a Cetpa do Brizola,
somente o Kern e o Altair Gelatti, em Caxias
do Sul, tentavam fazerem
quadrinhos independentes.
quadrinhos independentes.
O Altair Gelatti produzia suas revistas que
eram pagas com publicidades que saia nos
rodapés das páginas. Ele tinha uma
revista famosa chamada "ALBATROZ", com
personagens diversos. As revistas dele
eram distribuídas gratuitamente
nos balcões das lojas dos anunciantes.
Na verdade, só publiquei profissionalmente
em São Paulo, anos depois.
Tony: Altair Gelatti, aposto que muita gente no país
jamais ouviu falar deste grande batalhador e
empreendedor ferrenho, Elias. Nem eu. Olha que
informação bacana você está passando. O país é imenso e,
em geral, naquela época em que ninguém nem sonhava
com computadores, muitas realizações locais acabavam
por morrer ali mesmo, na sua região, sem que os
habitantes dos demais estados da Nação tomasse
conhecimento. É incrível que até hoje iniciativas
no Sul, como as de Arthur Filho e o Fábio - da Ink
Blood Comics, que lançou recentemente uma
edição comemorativa de Chet, famoso cowboy
criado pelos irmãos Wilde e Watson Portella -,
continuam acontecendo.
A gauchada se amarra mesmo
em gibis, principalmente, de western.
Qual era a tiragem da famosa Historieta e como
este primeiro fanzine-chique era
comercializado, distribuido?
Esse zine foi um sucesso na época.
em geral, naquela época em que ninguém nem sonhava
com computadores, muitas realizações locais acabavam
por morrer ali mesmo, na sua região, sem que os
habitantes dos demais estados da Nação tomasse
conhecimento. É incrível que até hoje iniciativas
no Sul, como as de Arthur Filho e o Fábio - da Ink
Blood Comics, que lançou recentemente uma
edição comemorativa de Chet, famoso cowboy
criado pelos irmãos Wilde e Watson Portella -,
continuam acontecendo.
Chet - Edição comemorativa de 30 anos - Ink Blood Comics |
em gibis, principalmente, de western.
Qual era a tiragem da famosa Historieta e como
este primeiro fanzine-chique era
comercializado, distribuido?
Esse zine foi um sucesso na época.
Elias: HISTORIETA tinha uma tiragem entre 500 a
800 exemplares. Esses exemplares eram
colados e grampedos na mão. O próprio KERN é
que fazia tudo sózinho.
Muitas vezes eu fui ajudá-lo.
Naquela época as HQs eram coqueluche.
800 exemplares. Esses exemplares eram
colados e grampedos na mão. O próprio KERN é
que fazia tudo sózinho.
Muitas vezes eu fui ajudá-lo.
Naquela época as HQs eram coqueluche.
Tony: Hmmm... então a coisa era artesanal, mesmo...
interessante. Também fiquei sabendo que o Kern foi
um grande roteirista, inclusive que ele trabalhou para
a editora Abril, - na década de 70, após o Renato
Canini ler uma história dele, da Brigada das Selvas,
e pediu para ele tentasse fazer um roteiro de humor-.
Para a Abril ele escrevia alguns personagens Disney,
pelo que me consta. Você sabe algo a respeito da
trajetória dele, nesta etapa? Em que ano ele começou a
colaborar com a Abril ou quando e por que ele parou?
interessante. Também fiquei sabendo que o Kern foi
um grande roteirista, inclusive que ele trabalhou para
a editora Abril, - na década de 70, após o Renato
Canini ler uma história dele, da Brigada das Selvas,
e pediu para ele tentasse fazer um roteiro de humor-.
Para a Abril ele escrevia alguns personagens Disney,
pelo que me consta. Você sabe algo a respeito da
trajetória dele, nesta etapa? Em que ano ele começou a
colaborar com a Abril ou quando e por que ele parou?
Elias: Sim, Tony! O Kern roteirizou personagens
para a editora ABRIL e até criou um personagem
para a família Disney. Mas, não me recordo o nome.
Depois cansou da Abril, que somente aprovava
3 roteiros de cada 15 episódios que
eram apresentados.
para a editora ABRIL e até criou um personagem
para a família Disney. Mas, não me recordo o nome.
Depois cansou da Abril, que somente aprovava
3 roteiros de cada 15 episódios que
eram apresentados.
Kern escreveu HQs para os personagens Disney, no Brasil |
Tony: Fala pra gente sobre a sua experiência de ter trabalhado
ao lado do genial e empreendedor Oscar Kern. Ele era um
cara nacionalista, de verdade? Qual era o pensamento
dele sobre as HQs nacionais e importadas?
Quais foram os ídolos dele das HQs?
cara nacionalista, de verdade? Qual era o pensamento
dele sobre as HQs nacionais e importadas?
Quais foram os ídolos dele das HQs?
KERN - o guerreiro dos pampas |
Elias: O genial Oscar Kern era um empreendedor
nato e um grande incentivador. Na época que iniciou
o seu fanzine de ouro ele era diretor-regional
do INPS. Quando eu o visitava no agência que
ficava no quarto andar de um edifício na "A".
Borges de Medeiros...assim que sua secretária
me convidava para entrar em sua sala, ele
avisa que não queria ser interrompido.
Tony: - Incrível, isto... ele era diretor-regional do INPS...
caramba! É difícil entender como as HQs fascinam gente
dos mais variados níveis sociais, né? Pelo visto,
o homem era mesmo tarado pelas HQs. Elias, quando
foi que você decidiu vir para São Paulo,
em busca de novas oportunidades?
Elias: Quando cansei de ser contínuo bancário
e outros babados e me livrei dos bancos.
Decidi imigrar para Sampa, com a grana
da indenização no bolso, pois
queria viver de desenhos.
Brigada das Selvas - Lançada pela editora Júpiter 2, do intrépido editor José Salles. |
Tony: Gostei do espírito aventureiro, do cara que
corre em busca dos seus sonhos, do guerreiro,
do batalhador... Eu, você, e muita gente, passou
pelo famoso e lendário "Barraco do Justo".
Você, o Pedro Mauro e o Salatiel de Holanda, também
passaram por lá, antes de mim . Ou seja, a geração
de voces antecedeu a nossa nova turma.
Pergunto: Como foi que você conheceu o Justo
e como foi conviver com ele, nosso grande
mestre e ás da aviação tupiniquim? (Rsss...)
Elias: A "Turma de Barraco"
era o título carinhoso
era o título carinhoso
que o mestre Justo dava pra gente.
Quando eu entrei para a "turma",
na galera artística estava:
Quando eu entrei para a "turma",
na galera artística estava:
Pedro Mauro Moreno, Salatiel de Holanda,
Aparecido Cocolete, Natanael Fuentes,
Edgar de Souza, e outros, que já estavam
se transferindo para as grandes agencias
de publicidades, após estagiarem com
o mestre, porque a famosa editora
Outubro estava fechando suas portas.
O saudoso Gedeone Malagola, foi quem
meteu a "boca-no-trambone", quando
em certa tarde chuvosa descobriu no
pateo da ex-editora uma montanha de
originais nossos que estavam lá jogados e
molhados e prontos para irem parar no lixo.
Todos correram lá na esperança de salvar
alguma coisa, mas não houve tempo.
Tony: Bela turma, hein? Só fera... quer dizer que o prof. Gedeone
é que alertou a turma? Puta sacanagem, porque não
devolveram os originais pros autores, né? Editora Outubro,
foi uma grande casa editorial... Diga-me, quantos anos
você tinha naquele época?
Elias: Eu estava me aproximando dos 28 aninhos...
Tony: E, quantos anos tinha o Salata (Salatiel de Holanda)?
Elias: O Salatiel, acho que estava com uns 21 anos.
Tony: O Pedro Mauro?
Elias: O Pedro... o Pedro Mauro estava
com 19 anos, eu acho.
com 19 anos, eu acho.
Tony: Só dava moleque (Rsss...). Os lendários
Minami Keizi e
Carlos da Cunha, quando você os
Minami Keizi e
Carlos da Cunha, quando você os
conheceu estavam com que idade?
Elias: Minami Keizi e Carlos Cunha, acho que
eles tinham uns trintões.
Tony: O nosso velho amigo e boa praça Aparecido Cocolete?
Elias: O Aparecido Cocolete, uns 20 anos.
Tony: Cocolete, gente finíssima... ele é o autor de
Viúva Negra, um título que, pelo meu estúdio negociamos
com as Evictor Editora, na década de 80. Vamos falar sobre
o jornal de sangue: Notícia Populares. Este era o nome
de um dos recordistas de vendas da imprensa Folha
da Manhã, do grupo Folha... você chegou a fazer
tiras pra este famoso jornal que foi extinto, correto?
Quando foi que começou a publicá-las e por que parou?
Qual era o nome da série?
Elias: Uns 15 dias antes de descobrir o Minami
e o Justo, descobri o Jornal Notícias Populares,
que naquela época era cheio de tirinhas
de aventuras, na página de passatempos.
Foi aí que bolei o título JOÃO DURÃO, e fiz
uma HQ, que durava várias tiras.
Optei pelo título
"João Durão em Um Caso Simples".
A idéia era fazer uma série, mas, parei
porque a "Escola do Ignácio Justo” estava
ensinando o curso básico de anatomia
humana que era fundamental para o
desenhos das figuras que eu queria
continuar desenhando e aperfeiçoando.
Esse “curso” era ministrados em
períodos sem trégua, lembra-se?
Tony - E como... o mestre era linha dura, acho que por
ser um ex-militar da aeronáutica o teacher tratava
a turma como se fossemos cadetes... (Rsss...).
O homem mais parecia um sargentão,
daqueles bem durões, num quartel.
Elias: É... Foi durante este “curso” que eu
conheci um caraque se tornou um grande
amigo que vivia acompanhado de um jovem
chamado Wanderlei Felipe. Esse meu novo
amigo tinha um "andar-balançado", que
incomodava o mestre Justo.
O mestre Justo também era invocado, por este
O mestre Justo também era invocado, por este
meu amigo preferir desenhar com o lápis de
ponta grossa. Lembro-me que o mestre insistia
ponta grossa. Lembro-me que o mestre insistia
para que o rebelde desenhasse com uma
lapiseira tipo " ponta-de-agulha".
Lembra-se desse aluno rebelde?
Ele se chama Tony Fernandes. Eu logo pensei:
Está aí o tipo ideal para o meu JOÃO DURÃO,
com topete e tudo caído na testa,
conforme a moda na época.
O Homem Justo, por Kern e Elias - Material publicado em HISTORIETA, nos anos 80. |
Tony: Caceta... você lembrou bem... eu adorava
provocar o mestre. Achava ele gente boa, mas aquele
tipo mandão, meio sargentão, me incomodava,
também... daí eu adorava cutucar o bicho com vara curta.
E o pior é que o pessoal da minha época era manso,
ninguém chiava, pareciam vaquinha de presépio,
balançavam a cabeça à tudo o que o mestre mandava.
Sabe como é, eu era jovem, revoltado e invocado.
Então, aquilo – desenhar com gravite grosso-
era uma forma de desafiá-lo, digamos.
Tive brigas homéricas com ele, coitado.
Lembra-se? Mas, o homem é gente boa.
Tive brigas homéricas com ele, coitado.
Lembra-se? Mas, o homem é gente boa.
Nunca cobrou nada para ensinar
a galera e se conseguimos
a galera e se conseguimos
alguma coisa na vida foi graças a ele que nos mostrou
um caminho. Sou muito grato ao velho e bom
mestre, que me aturava... (Rsss...). Muito bem
lembrado isso, mestre... Quanto ao meu gingado
para andar... não sei da onde eu tirei aquilo.
Acho que eu era maloqueiro mesmo... (Rsss...).
Fazer o quê? Nasci na Lapa, em S. Paulo, mas fui
criado na periferia, na Freguesia do Ó, o bairro mais
antigo da cidade. Sobre o João Durão, agora que você
falou me lembrei que uma vez você me disse que
havia se inspirado em mim para criá-lo, mas confesso
que nem lembrava mais disso. Faz tanto tempo.
Mas, olha, mestre, é uma honra ter servido
de fonte de inspiração. Valeu, Brigadão... (Rsss...).
Olha eu aí numa HQ, quando era jovem, é mole?
Parece que o meu destino, mesmo, eram os
quadrinhos, de uma forma ou de outra (Rsss...).
O detetive João Durão e Maria Banto, foram outros
personagens criados, por você, como já citou.
Antes de saber que você tinha se inspirado na
minha pessoa rebelde e balançante eu pensava que
você tinha se inspirado em Modesty Blase, juro.
Elias: Nunca me passou pela cabeça me
inspirar em Modesty Blase. Me inspirei em você,
como disse... quanto a companheira do herói,
MARIA BANTO, só bolei ela quando desenvolvi
a origem do personagem... nessa altura eu já
trabalhava na agência Alcântara Machado (ALMAP).
Só consegui entrar nela graças a vaga do
Cocolete, que se transferiu
para a MacCan-Ericson.
para a MacCan-Ericson.
Mas nessa altura do campeonato algo
aconteceu comigo que até hoje não consegui
entender, pois apesar de eu entrar para
trabalhar para a agência queria continuar a
publicar minhas tirinhas de jornais, que
estavam saindo. Mas, de repente, os caras do
jornal resolveram tirar todas as tiras de
aventuras do Notícias Populares. E isto também
aconteceu com os outros diários,
da época. Por quê?
Tony 19: Em 73 colaborei com a Folhinha de S. Paulo e
no mesmo ano também fiz freela pro Notícias Populares.
Fiquei muito amigo do Ibraim Hammadam, que anos
depois convidei para comandar a equipe do jornal
que eu dirigia para a editora Noblet, chamado: Polícia Magazine.
Pelo que soube, na época, os jornais pararam com as
tiras de aventuras porque alegavam que os leitores
não gostavam de HQs de continuação. Sairam as séries
de aventuras e aumentaram as
tiras cômicas, de piadas curtas.
tiras cômicas, de piadas curtas.
Se você analisar bem, eles tinham razão.
Naquela época nem gibi de continuação vendia no país.
Lembro-me que uma editora carioca lançou a revista
Tintim, que tinha uma porrada de personagens europeus,
tudo de continuação.
HQs européias, de continuação, não vendiam bem, antigamente, no Brasil |
A revista foi pro saco, em dois tempos. Foi uma pena.
É gozado, porque hoje a nova geração parece curtir HQs de
continuação, como: Tex e os mangás, que trazem
histórias intermináveis. Mas, naquela época jurássica
todo mudo odiava revistas e tiras que continuavam
eternamente, pelo menos, aqui no Brasil. Será que a nova
geração mudou em virtude das novelas da Globo?
Mas, de volta as questões... Além de ser um mestre das HQs
você também fez história fazendo manchas publicitárias-
storyboards -, para as grandes agências. Quando foi que
você procurou e entrou para a famosa Almap?
Poderosa agência paulista, dona de contas importantes.
Elias: Sim. Trilhei o caminho das agências também.
Você sabe, storyboards, na verdade, são uma
espécie de história em quadrinhos sintetizados
que as agências de publicidade utilizam para
apresentar um filme de comercial de TV para o cliente.
Os storyboards são feitos
na base das manchas-, ou seja meras sugestões
visuais que causam um bom efeito
psicológico no cliente. Acabei me especializando
nessa técnica. Como eu disse, entrei na ALMAP
por causa da vaga deixada pelo amigo
Cocolete, pois era não nada fácil consegui
entrar numa empresa daquele porte.
Aquela agência, para mim, também
foi uma grande "escola". Tinha um grande
volume de trabalho e eu fui obrigado a
trabalhar rapidamente. Outros colegas
ilustradores me apelidaram de "fábrica",
devido ao ritmo louco que eu imprimia
para executar os trabalhos. Quem já trabalhou
na área sabe como é isso... é uma loucura...
Tony : Cansei de “rachar madrugada”
nas agência, bengala-friend...
nas agência, bengala-friend...
fazendo freelas, que eram tudo pra ontem.
A coisa dá dinheiro, ou melhor, dava... hoje os preços deles
também caíram muito. Mas, cheguei a pegar uma época
em que eles endeusavam a gente, pagavam bem e
davam um tratamento vip para nós, os ilustradores.
Eu, o Salatiel e o Adãozinho, uma vez nos tornamos
sócios de um estúdio, na avenida Jabaquara.
Fazíamos o atendimento tipo S.O.S agências.
Você sabe como funciona isto, quando o pessoal
interno falhava, pisava na bola nos prazos,
ou estava assoberbado, o
"abacaxi" vinha pra gente descascá-lo. E a coisa era
sempre pra ontem... doideira pura. Ganhávamos
uma nota preta nesta época, mas vivíamos que
nem zumbis, devido aos prazos doidos. Mas, voltando a
falar de você... naquela época, tchê, você praticamente
abandonou os quadrinhos... estava
decepcionado com o ramo, Elias?
Elias: Não. O que eu não tinha era tempo de
produzir quadrinhos, pois estava aprendendo,
me adaptando a uma técnica diferente da
linguagem das HQs. Ou seja, etsva me
adaptando a fazer desenhos na
base do famoso "traço solto".
Elias: Fiquei 8 anos na ALMAP.
Após o expediente eu também ajudava nas
campanhas atrasadas das outras grandes
agências, como a J.W. Tompson, por exemplo, etc.
Tony - Em 1983 eu tinha aberto a minha primeira editora
(ETF Comunicação Comercial), lá na avenida Jabaquara,
lembra? Você, se não me engano, estava trabalhando
numa agência. De repente, você apareceu por lá e me
mostrou Brigada das Selvas, OK? De onde surgiu a idéia de
fazer essa valorosa patrulha que defende a flora e
a fauna da Amazônia? E porque decidiu
apresentá-la para mim?
Sou fã desta série até hoje... (Rsss...)
Elias:Tudo começou ainda em Porto Alegre...
o saudoso OSCAR KERN, me pediu uma nova
criação. Foi aí que me lembrei da briosa
"Brigada Militar do Rio Grande do Sul", a polícia
militar gaúcha...e a BRIGADA DAS SELVAS, para
operar na nossa AMAZÔNIA, que até hoje me
seduz, deveria, na minha concepção, seguir
a doutrina, vamos dizer assim, da Brigada Militar
do Sul do país. Acho nossa selva fascinante.
temos um "mundo verde" ainda quase
que totalmente inexplorado, ou desenvolvido.
Em certos aspectos ali, no Norte do país, está
um mundo selvagem e moderno, ao mesmo
tempo. Acredito que ainda nesse século,
nossa imensa reserva florestal ainda vai
dar muito o que falar mundialmente.
Brigada das Selvas em Historieta |
Tony : Captei vossos “sinais de fumaça”, bengala friend...
em síntese, o Kern também tem “culpa no cartório”, por
você ter criado a Brigada. Legal. Quanto a nossa Amazônia,
acho que ela há mito tempo está dando o que falar e a única
reserva natural que ainda restou neste nosso planetão
velho de guerra, que por mais que tentamos
destruir se recicla. É fantástica a Mãe-Natureza.
Mas, vamos deixar o papo ecológico para depois...
Nesta mesma época, foi através do meu estúdio,
da minha empresa, que você conseguiu vender
sua Brigada. Ela foi publicada, pela primeira vez,
pela Evictor Editora - que também foi a primeira a
lançar a revista Fantastic Man, no formato magazine,
assim como a sua brigada. A capa daquela edição você
encomendou pro Pedro Mauro, uma fera das agências e
que adorava desenhar westerns, né?
Aonde foi parar o Pedrinho? Tem notícias dele?
Elias: Sim, Tony. Graças a você a Evictor Editora
acabou sendo a primeira editora a lançar uma
grande tiragem da minha Brigada das Selvas,
que saiu em todas as bancas do país.
Eu precisava fazer uma bela capa e daí
comecei a pensar... quem poderia fazer a capa?
Por gostar da BRIGADA, o então famoso
Pedro Mauro, o bamba das agências, me pediu
para ilustrar a capa.
Achei a ideia genial, sempre adorei o trabalho dele.
Ele pegou bem o "espírito" da obra. Onde ele
anda, atualmente? Eu não sei...
só sei que o Pedrinho ficou muitos anos
radicado nos Estados Unidos, trabalhando
para agências de lá.
Tony : Sua profissão real, aquela pela qual
você se aposentou, é?
você se aposentou, é?
Elias: A minha aposentadoria foi precoce.
Porque antes de eu entrar para o exército eu
já tinha minha carteira assinada, por temporadas
longas. Eu já havia trabalhado em diversos
bancos, como ofice-boy.
Tony 25: Também fui Office-boy… (Rsss...).
Naquele tempo não existia motoboy. Caramba, somos
jurássicos mesmo... Ficamos anos sem nos ver ou se falar...
há uns 4 anos atrás reatamos contato e daí você me
disse que estava aposentado, morando no Sul. Ou seja.
O bom filho à casa torna, é isso? Em que cidade
você está morando, atual mente?
Elias: Após minha aposentadoria deixei a fervura
da querida SAMPA e decidi me esconder
na bela Cidade de Cruz Alta, onde nasceu
o famoso e genial Érico Veríssimo.
Jamais o perdoei por ele ter matado em
seu romance "O Tempo e o Vento" o bom
Capitão Rodrigo. Se tivesse mantido vivo
esse personagem ele seria hoje considerado
como o nosso Kit Carson, dos Pampas.
Tony : “Kit Carson dos Pampas”? Genial... (Rssss...).
Vi uma nova edição da Brigada lançada recentemente
pela editora Júpiter 2, do nosso amigo e guerreiro Salles...
Aquelas HQs são inéditas? Pelo visto, após se
aposentar você decidiu continuar a fazer
quadrinhos, estou certo?
Elias: As HQs que sairam na Edição Especial
da Brigada das Selvas, pela Editora Júpiter 2, posso
considerá-las inéditas, porque jamais atingiram
o grande público.Uma delas já saíu na Historieta,
um fanzine de tiragem pequena.
Também considero inédita uma HQ da Brigada
que saiu com o roteiro do nosso querido
Emir Ribeiro, com o título: "Os Jesuítas" que,
na verdade, eram um grupo de mercenários
transvestidos de padres, que foram
exterminados pela turma da Brigada.
O número desta revista lançada pela editora
do Salles foi parar na Inglaterra, acredita?
do Salles foi parar na Inglaterra, acredita?
Nem sei como, mas os leitores de lá me
criticaram pela violência contra
os falsos religiosos.
HISTORIETA - Um zine que revolucionou época, onde os fanzines, em geral, eram mal-feitos, mal-impressos |
Tony : Acredito... não sei se lhe falei, mas... quando a
Evictor lançou a primeira edição oficial da Brigada a
editora recebeu uma carta da França elogiando o material.
Parece mentira, mas foi real. Daí dá pra gente sentir como
os europeus adoram tudo o que diz respeito a nossa
Amazônia e nós, que nascemos aqui não damos a
mínima para ela. Bandos de turistas gringos vêm
ao país, anualmente, só pra ver de perto esta maravilha
rara enquanto muitos brasileiros morrem sem nunca
ter ido até lá. Até o Bonelli – criador do Tex -, adorava
a nossa selva. Adorava tanto que acabou criando Mister No,
um piloto americano que vive suas aventuras em
nossa rica floresta. Ultimamente temos nos falado
bastante via e-mail e outro dia você me mandou
uma nova HQ do João Durão e Maria Banto.
Quer dizer, eu acho que é nova, sei lá... Gostei da evolução
do material. Aquele material, que eu nunca
tinha visto, é inédito ou já foi publicado?
Elias: João Durão & Maria Bânto,
em " O Caso de Célia",
em " O Caso de Célia",
que te enviei, foi um colírio para os olhos do
mestre Justo. Pois está nela tudo que ele
me orientou para fazer um bom quadrinho.
Aquela HQ saiu somente na Historieta, do Kern.
Depois, saiu o episódio " A Filha de Caím ",
que eu havia feito para o Jornal Notícias
Populares, dias antes de cancelarem as
tiras de aventuras. Ficou engavetada esse
tempo todo. Pra mim ela é inédita.
Tony: Segundo o sábio mestre Gedeone, precisamos
criar continuamente novos personagens, sempre.
Pois, ainda segundo o saudoso mestre, uma hora a
gente acaba acertando. Ele dizia que os americanos
fizeram isto e que muitos personagens gringos,
que não agradavam o público,
acabaram desaparecendo.
acabaram desaparecendo.
O que você acha desta teoria “gedeônica”? (Rsss...).
Elias: Certa oportunidade tive a honra de jantar
na casa do saudoso GEDEONME MALAGOLA
(ex-delegado de polícia), na oportunidade
ele também me orientou,que não era bom
permanecer trabalhando sempre nos mesmos
personagens criados e, sim, procurar criar
sempre novos. Porém, o curioso, é que ele
mesmo não foi além do "Raio Negro" e o
o Lobisomem – ambos numa versão nacional -,
fora isto fez uma porrada de HQs de ficção, infantil e
até terror. Convivi muito com ele, você sabe, ele
não saia dos meus estúdios e editoras. Conheci personagens
dele que eu jamais imaginei que ele os tivesse criado.
É pena que na época jamais pensei em entrevistá-los.
O homem sabia muito. Aprendi muito com ele.
Diga-me, tchê... Um sonho?
Elias: Ter, finalmente, uma Editora, nacionalista,
forte, que se dedique de corpo e alma às HQs
eu brasileiras e que possa oferecer oportunidade
aos artistas e novidades ao mundo.
E que edite produtos de primeira linha.
E que sigam, também, o exemplo das
novelas da Rede Globo, que se tornaram
sucessos internacionalmente, devido a
alta qualidade. Outro bom exemplo é a
japonesada e seus famosos mangás, que
tomaram conta do mundo... eles brigaram
muito e conseguiram chegar lá...
Tony: “Uma editora nacionalista, forte, que só invista
em HQs de autores nossos? Hoje, isto é utopia, my dear
bengala-friend... convencer esses editores atuais a
fazer um lançamento nacional, não é fácil. Veja, não é
impossível... mas, também não é fácil.
As grandes e fortes, como você disse, só pensam e
m lançar personagens que estão na mídia televisiva.
Pode acreditar. Convencê-los é barra... ainda mais
com este mercado capengando e esses abobrinhas
colocando downloads FREE na WEB, só para aparecer.
Fico puto com isso... já dei bronca, mas os caras são
tapados e não enxergam que estão fodendo ainda
mais um mercado que está balançando... idiotas e Coca-Cola
a gente encontra em qualquer
parte do mundo, já disse alguém...
parte do mundo, já disse alguém...
Um detalhe importante sobre os mangás:
Os japas só ganharam notoriedade internacionalmente
quando os eles, cheios dos dólares, começaram a
comprar a maioria dos estúdios cinematográficos
de Hollywood, tá lembrado disso? Daí começaram a
produzir feito pastel seriados do tipo “B”, como:
Changerman, Jaspion e outros bichos, até empestearem
os nossos lares. Depois do sucesso na TV de Cavaleiros
do Zodíaco, na sequência, veio o grande BUM
editorial de mangás. A Conrad, por exemplo, faturou
alto na época, com: Pokémon, Digimon e outras
tranqueiras. Hoje, até a venda dos mangás caíram bastante.
Mas, eles – os mangás – tem um público jovem fiel,
basta ver as feiras de HQs que acontecem anualmente
pelo país. Particularmente, só gostei de Vagabond.
Encheram nossas bancas de títulos de mangás e
super-heróis gringos. Deixa pra lá... já estamos
velhos mesmo. Quem vai sifú é esta nova geração,
do jeito que a coisa vai... Cite 5 grandes
filmes, na sua opinião?
Elias: Como tenho um pouco de conhecimento
da técnica cinematográfica, cito os filmes:
" E O Vento Levou...", " Ben-Hur",
"Os Dez Mandamentos",
"Titanic" " Rápida e Mortal", "E Assim Caminha
a Humanidade", "Avatar", etc... A lista seria imensa.
Pois ainda tem os cinemas: Italiano, Francês
e Alemão. Me pediu 5 e eu lhe indiquei seis.
Tony: Tá maravilhoso... fo além da minha expectativa...
Livros e autores?
Elias: Livros? Os clássicos de aventuras, como:
" Vinte Mil Léguas Submarinas", " O Tempo e o Vento",
" Os Três Mosqueteiros", " O Prisioneiro da
Máscara de Ferro", e outros... Autores:
Alexandre Dumas, Victor Hugo, Erico Veríssimo,
Paulo Coelho, etc...
Tony: Paulo Coelho? Muita gente desce o sarrafo nele.
Mas, cheguei a ler alguns livros dele e gostei.
O cara é "cabeça", escreve bem... caso contrário, não
faria sucesso no exterior. Pra mim ele equivale
a um Herman Hess, do passado. Estilo de música preferido?
Elias: Rocky, Sambas, pois em geral eles sempre
mostram uma boa história em suas letras -,
tango e as clássicas...
Tony: Somos da geração rock and roll, com certeza...
Projetos para o futuro?
Elias: Uma renovação dentro da Brigada das Selvas,
que tenho em curso.
Tony: Alguma frustração?
Elias: Sim! Porque tenho consciência de que muitos
bons autores "tupiniquins" do passado se
foram com seus sonhos incompletos...
Tony: Já ouviu dizer que tudo tem que morrer para renascer?
Ou que, um ideal nunca morre? Partindo da premissa
espírita de que a inteligência prece a matéria, somos
todos imortais. Sempre vai surgir um doido com as
nossas mesmas idéias malucas... acredito piamente nisso.
Parece que um dos seus filhos está aí firme, arrebentando
nas agências de publicidade paulistas. Isto é fato?
Puxou pro pai?
Elias: Tenho um filho aí em São Paulo, que é sócio
de uma Gráfica e Editora Didática, e que também
passou por grandes agências de publicidade
como letrista e arte-finalista profissional.
Hoje é um mestre em computação gráfica,
mas não é desenhista como eu, de HQs.
Ele me letreirou uma HQ da Brigada, com roteiro
do Emir Ribeiro, com o título de "EPADU'.
Tony: Em toda família tem que pintar um cara cabeça...
esse não nasceu com o nankim nas veias... foi mais esperto
do que nós... (Rsss...). Ailton Elias por Ailton Elias?
Elias: Ailton Elias, como artista, gostaria de ter
nascido na Europa ou nos EUA...ou até mesmo
na Argentina, onde o apoio aos quadrinhistas
é bem maior e tem uma ótima escola.
Por outro lado, também estou feliz em
nascer no nosso BRASIL, onde
a HQB nunca morre...
porque sempre, de repente, ela aparece
renascendo das cinzas, é incrível.
Por que será que a Natureza está sempre
trazendo ao mundo novas safras de
artistas de quadrinhos, que hoje anda
tirando o sono dos artista ianques?
Tony 37: Esta sua resposta ficou dúbia, esquisita...
você disse que gostaria de ter nascido em outro
país, onde gente como a gente, tem maior apoio;
mas ao mesmo tempo afirmou adorar ter nascido
num país onde as HQs nunca morrem... capengam,
mas não morrem... ficou difícil entender
seu ponto de vista... (Rsss...).
Mas, vamos continuar “tocando a boaida”. Afinal, estamos
chegando ao fim... (Rsss..). Putz...
“Afinal, chegando ao fim”... Hmmm... isto ficou
redundante a beça... (Rsss...). Como diria um grande
filósofo de boteco “Nobody is perfect...”
Elias: Também achei... (Rsss...)
Tony: Grande, amigo e mestre Elias, só me resta
agradecer aa você por este importante e esclarecedor
depoimento. Também quero me desculpar pelas
brincadeiras que faço... faço isto para quebrar o
gelo e para não deixar nosso papo enfadonho.
Grato, por sua especial atenção e muito
obrigado! Sucessão, procê!
Elias: É sempre um grande prazer ter essa
oportunidade, pois creio que uma entrevista como
esta podem esclarecer algumas dúvidas,
que por ventura possam ter nossos novos valores
emergentes das HQs brasileiras.
Minhas saudações aos leitores do
gênero e aos colegas batalhadores.
NOTA DO ENTREVISTADOR:
Trabalhou como roteirista das
revistas Disney, para a
editora Abril, na década de 70.
revistas Disney, para a
editora Abril, na década de 70.
Magnifico meu amigo Elias. Estou feliz por esta trajetória. Gosto muito de sua arte. Parabéns amigo.
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