
Local apropriado para a troca de informações entre os saudosistas e apreciadores das boas coisas dos anos 60 e 70, como: filmes, músicas (de todos os gêneros), gibis de bang-bang, antigos seriados de TV, dados sobre o velho Oeste, entrevista com os bambas das HQs nacionais e internacionais, matérias, reportagens! Fique por dentro das novidades do mundo editorial!
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
CLUBE DE COWBOYS NA CAPITAL PAULISTA!
No
passado, no cinema e na TV, heróis do Oeste viviam fantásticas,
movimentadas e inesquecíveis aventuras que deixavam extasiados
jovens de todo o mundo. Nos cinemas as filas eram imensas para
assistir essas películas em preto e branco que faziam a cabeça de
adolescentes e adultos.
Não demorou muito para que Roy Rogers, o
cowboy cantor, Hopalong Cassidy, Tim Holt, Cisco Kid, Buck Jones e outros ícones
da telona se transformassem em campeões de vendas das revistas em
quadrinhos. Até as gloriosas Marvel e a DC Comics lançaram muitos
títulos de HQs desse gênero. A partir dos anos 60, esses valentes
personagens começaram a desaparecer de cena ante o surgimento de uma
verdadeira legião de super-heróis que acabaram dominando o mercado
cinematográfico e editorial.
Nos últimos anos, poucos editores
ousaram lançar títulos desse gênero relegando ao esquecimento seus
saudosos e antigos leitores. Publicações como Jonah Hex, Apache e o
clássico Tex, da Bonelli Comics, são os últimos produtos editorias
que ousaram representar esta época dourada das HQs de faroeste nas
bancas do país.
Mas,
quem pensa que o século XXI pertence somente aos fãs de super-seres
e mangás está equivocado. Ainda existem muitos nostálgicos por aí,
que curtem Tex. A seguir, conheça um clube tipicamente retro e que
agrega pessoas que adoram as coisas do velho Oeste. Saiba mai sobre
os...
COWBOYS
DO ASFALTO!
O
CLUBE DOS AMIGOS
Desde
1977, um grupo de pessoas aficcionadas por histórias em quadrinhos,
filmes e pelas coisas do velho Oeste selvagem se reúnem na cidade de
São Paulo, para rever antigos filmes, seriados e, obviamente,
compartilhar com aqueles que tem a mesma afinidade gibis antigos e
trocar idéias e souvenirs daquela época remota. O curioso é que a
maioria dos participantes desta verdadeira confraria comparecem aos
eventos caracterizados de cowboys e cowgirls, com: botas, chapelões,
lenços no pescoço, rifles, etc. Também aparecem nessas reuniões
pessoas usando os tradicionais sombreros mexicanos, com roupas
típicas.
Essas
efemérides animadíssimas são comandadas pelo conhecido professor
Diamantino da Silva, que tem 87 anos. Ele é um apaixonado pelo tema:
Oeste. Ele é um estudioso de HQs, colecionador, e autor de livros
sobre Quadrinhos e seus autores. Diamantino ostenta no peito a
estrela de xerife, é super respeitado por todos, pois foi graças a
ele que surgiu o já famoso Clube Amigos do Western.
![]() |
Diamantino, o xerife do Clube |
![]() |
Filmes clássicos são exibidos |
Apesar
do clima festivo, nessas reuniões não ocorrem as tradicionais
arruaças que costumávamos ver nos velhos filmes de bang-bang nas
cenas de saloons, como: disparos de tiros a riveria, bêbados
encrenqueiros, dançarinas de cabaré ou aquelas típicas trocas de
sopapos num quebra-quebra generalizado, que quase destruiam o
ambiente, pois aqueles que se reúnem nesse curioso clube são, em
geral, senhores e senhoras respeitáveis, de idade avançada – em
sua grande maioria -, e não faltam as tradicionais e charmosas
cowgirls, também trajando roupas no elegante estilo country.
SESSÕES
DE CINEMA RETRO
Todos
os sábados, sessões de cinema acontecem na sede do clube, que fica
na rua Santa Cruz, 1584, na vila Gumercindo, zona sul de São Paulo,
fone: (11) 5063-3145. O curioso é que os sócios e convidados, em
geral, comparecem trajando roupas parecidas com os mocinhos dos
filmes que são exibidos.
Assim,
esta sessão de cinema retro apresenta os cowboys armados na tela e
na animada platéia, porém os tiros só acontecem nas películas.
O
INCRÍVEL DÉDY EDSON

Ele
tem 67 anos e é incansável, super ativo. Participa dos eventos há
muito tempo. Ele é um conhecido colecionador de gibis, vidrado em
filmes e revistas em quadrinhos sobre o velho o Oeste e um expert
quando o assunto é The Phantom (o Fantasma), antigo personagem do
universo das HQs criado pelo genial escriba americano Lee Falk.
Os
bailes countries são organizados pelo eclético e incansável Dédy,
que também é professor de dança. Ele selecionado os interessados
em participar – homens e mulheres -, que comparecem ao ensaio –
um dia antes da festa. Com paciência oriental Dédy Edson ensino os
passos corretos para os dançarinos, que também se apresentaram
caracterizados com trajes tipicamente da época do velho Oeste
selvagem.
Nos
bailes típicos do Oeste Dédy , geralmente, dança com sua
animada irmã Elizabeth Gomes, que se pudesse seria a atriz Jane
Powell - que tanto admira - , estrela da comédia musical Sete Noivas
Para Sete Irmãos.
O
som do banjo vem de um CD e toma conta do ambiente. Já algum tempo,
ele procura por músicos que possam colaborar para animar essas
reuniões. Os interessados devem entrar em contato através do fone:
(11) 5063-3145, ou se dirigir pessoalmente ao clube, de preferência
aos sábados, visto que durante a semana esses maravilhosos cowboys
tupiniquins estão muito ocupados em nas diversas atividades que cada
um deles exerce.

As
reuniões do Clube Amigos do Western é um verdadeiro baile a
fantasia, com muito charme, descontração e alegria. É nele que
antigos amigos se encontram, colocam as conversas em dia, discutem
produções cinematográficas, relembram os grandes astros e estrelas
dos filmes antigos, levam exemplares raros de gibis do gênero e, de
repente, esquecem as agruras do dia a dia, num clima típico de
Nashville – templo da música country americana - em plena selva de
concreto - que é a capital paulista.

COMO
TUDO COMEÇOU...
A
exatamente 16 anos atrás, Diamantino Silva, que sempre teve alguns
amigos que também eram vidradas nas coisas do velho oeste, teve a
idéia de fundar a entidade. Inicialmente as reuniões eram
realizadas numa sala no Cine Clube Bandeirantes, no bairro da
Aclimação. Na medida em que os associados iam surgindo o espaço
físico ficou pequeno. Era preciso ampliar o clube, organizar a
coisa.
Algum
tempo depois, uma pequena casa de fundos teve suas paredes derrubadas
para dar lugar a nova sede. Cadeiras antigas, compradas de um cinema
que havia fechado foram adquiridas e foram levadas para equipar a
sala de exibição de filmes. Quem conhece o local afirma que adoram
bater papo numa pequena área onde fazem pipocas e cafés antes de
iniciar as tão esperadas sessões cinematográficas.
Fora
do conjunto há uma ótima área livre onde se realizam os famosos
bailes e exibições de danças countries. Vira
e mexe é possível encontrar nessa verdadeira confraria do faroeste
escribas e desenhistas de HQs, convidados ou que acabaram descobrindo
o clube através de um amigo que foi, aprovou e recomendou.
ROY
ROGERS, TEX, E UMA LEGIÃO DE

Há
quem curta apenas as películas antigas do gênero. Outros, se
deliciam com os filmes antigos e com o fantástico acervo de gibis
dos colecionadores Dédy Nelson e Diamantino. Essas edições
antigas de quadrinhos tem como protagonistas lendários cowboys,
como: Roy Rogers, Cisco Kid, Cavaleiro Negro, Búfalo Bill, Tim Holt,
Rocky Lane e o ranger mais querido do Brasil: Tex (da Bonelli
Comics), e que já há alguns anos tem diversos títulos lançados
pela Mythos editora.
Como
atualmente é raro vermos nas bancas de jornais revistas em
quadrinhos de faroeste – parece que os editores se esqueceram de
seus antigos leitores -, e apenas Tex continua firme, resistindo
heróicamente e gloriosamente - há mais de 50 anos - num espaço que
foi dominado quase que completo, desde a década de 60, por
super-heróis e mangás, rever estas raridades impressas do passado
desses eternos heróis do western, que marcaram época e nossas
infâncias, é um verdadeiro paraíso.
O
querido cowboy e bengala brother Dédy Edson, me convidou – ao nos
encontrarmos por acaso no centro da cidade – para participar da
última festa realizada na sede do clube, que estava comemorando 36
anos. Tentei me programar, mas devido a problemas de ordem familiar
acabei perdendo a oportunidade de conhecer e participar dessa
efeméride.
Mas,
brevemente farei uma visita à essa interessante entidade, já
prometi ao Dédy, que gentilmente me passou o e-mail do professor
Diamantino – que vi uma única vez, quando este visitou a sede da
extinta editora Noblet – onde eu trabalhava-, quando fazia um
levantamento sobre autores de HQs para realizar um de seus livros
sobre a nona arte.
Na
década de 90, o amigo e grande autor de HQs Paulo Hamaski, me falou
sobre um clube que ele freqüentava onde se reunião apenas pessoas
interessadas em falar, comentar, ler e assistir filmes sobre o velho
Oeste.

Nunca
mais ouvi falar sobre o tal clube e confesso que fiquei surpreso,
quando ao encontrar Dédy – que eu não via há anos -, ele disse
que participava ativamente e que o Clube dos Amigos do Western ainda
existia.
Sugiro
que o bengala brother, colecionador, fotógrafo, escritor, e Tex
maníaco,
Gegê Carsan - que costuma comparecer a eventos promovidos
pela Mythos caracterizado de Tex - faça uma visita a este clube sui
generis. Segundo os que freqüentam essas reuniões, vale a pena.
No
que se refere a parte musical, Bira Dantas, o mago dos caricaturistas
do país, que também é um exímio gaitista, poderia programar um
dia para visitar o clube e promover um showzaço de músicas
countries. Bira, cadê você!? Anotou o fone do clube, brotherzão?
Gege, você também não pode faltar na festa!
Gegê
e Bira, quando aparecerem por lá me avisem com antecendência, quero
registrar o fato em fotos.
NEY
FOGUETE
É
de se estranhar que em meio ao belo acervo de gibis de faroeste o
visitante acabe encontrando algumas edições de Ney Foguete, um
herói espacial que foi criado por Diamantino, ex-professor de
desenho e artes gráficas da Fundação Alvares Penteado (FAAP).
Segundo os amigos, Diamantino sempre foi ativo e eclético. Criou
personagens, fez e publicou HQs e livros sobre a arte seqüencial e
seus autores.
Aos
sábados, Diamantino Silva apresenta o programa Mocinhos e Bandidos
pela TV Geração Z (www.tvgeracaoz.com.br).
Ele diz que faz com prazer o programa da TV on line, mas encontrar os
cowboys no clube semanalmente é sua grande paixão.
NOVIDADES
Além
dos filmes exibidos com freqüência na sala de exibição do clube,
de vez em quando, a grande novidade para os associados são os
esporádicos shows musicais que já há algum tempo vem acontecendo.
Esses shows são realizados por músicos desconhecidos que se exibem
no centro da cidade. Muitos são bolivianos ou nordestinos, que se
apresentam vestidos com roupas típicas.
“O
clube está bombando! Só está faltando os cavalos! Ri-ri-ri...”-
afirmou Diamantino, bem humorado.
O
FANTASMA, DE LEE FALK

Também
destoando dos gibis expostos aos associados do clube é possível
encontrar no acervo de Dédy Edson o Fantasma, criação Mor do
escritor Lee Falk. “Sou o maior colecionador e pesquisador do
Fantasma no país.”, assegurou Dédy, que criou um fanzine com a
história da dinastia dos 21 Fantasmas.
“Apesar
do Clube reunir semanalmente gente fissurada em faroeste, muitos
desses freqüentadores também são fãs do Fantasma.”, afirma
Dédy. “Os gibis do meu acervo, sobre o personagem de Lee Falk, que
também criou o mágico Mandrake, são muito procurados.
Quando
Dédy mencionou esse velho herói mascarado das HQs, me lembrei do
meu tempo de infância... a Rio Gráfica e Editora (atual Globo) foi
a primeira – que eu me lembre – a lançar gibis em cores. E
advinha qual foi o primeiro personagem a ser editado em cores no
Brasil? A resposta você já deve ter deduzido: O Fantasma.
Recordo
que eu gastava boa parte da minha mesada com revistas de quadrinhos e
que um dos meus heróis favoritos era este herói misterioso que
morava numa caverna estranha na selva de Bengala. O incrível é que
as primeiras edições do Fantasma, em cores, simplesmente evaporavam
das bancas, caso você não a comprasse até o meio-dia.
O
Fantasma, na época, era mais popular que qualquer outro super-herói
Marvel. Acho que mais conhecido que o Fantasma de Lee Falk, só o
Superman gozava de tamanha popularidade.
Eu
tinha uma coleção incrível deste carismático personagem,
inclusive, os pocket books lançados no Brasil dos clássicos,
lançados pela editora Saber, desenhados por Ray Moore.
DÉDY
E SUA HEMEROTECA
Nem
só de filmes sobre o velho Oeste vive o homem. Dédy afirmou que tem
mais de 5 mil DVDs de filmes antigos, com temas bem diversificados.
Se você quiser saber mais, consulte:
hemerotecadotatuape.blogspot.com.br. Ali você vai ficar por dentro
do imenso acervo de Dédy e vai poder, também, adquirir filmes e
gibis raros.
MISTER
JACK
Dédy
Edson, exímio dançarino, afirma que aprendeu a arte da dança
graças a seu pai, Mister Jack, que imitava All Jolson, que fez o
primeiro filme de Hollywood falado, em 1927, chamado O Cantor de
Jazz.
Ele é um entusiasta da arte de dançar, participou de shows, de filmes e
se tornou professor de dança de salão.
JOHN
WAYNE, O REI DOS COWBOYS
(1907\1979)

É
impossível comentar sobre os velhos filmes cujos temas eram o velho
Oeste, sem citar o incrível trabalho de John Wayne - ator, autor, e
produtor do clássico Nos Tempos das Diligências, de 1939. No clube,
enquanto não começa a exibição dos filmes, os convidados e
freqüentadores se deliciam falando e relembrando as películas
estreladas por este ator marcante que se tornou sinônimo dos bons
filmes de western.
Muitos
grandes atores personificaram na tela heróis do faroeste, mas Wayne,
sem dúvida, foi o maior e o melhor de todos. Não é a toa que este
grande ator foi escolhido para ser o patrono do Clube dos Amigos do
Western do Brasil.

O
xerife Diamantino e Dédy Edson estão sempre de plantão, prontos
para receber novos membros para incrementar ainda mais esta
verdadeira confraria dos amantes do bang-bag. Se você é fã de Tex
e outros cowboys do passado, participe. Filie-se ainda hoje. O que
você está esperando?
Por
Tony Fernandes
Estúdios Pégasus – Uma Divisão da Pégasus Publicações Ltda –
São
Paulo – Brasil – Divulgação – Todos os Direitos Reservados.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
MESTRE ZALLA,UM ARGENTINO QUE FEZ HISTÓRIA NAS HQs DO BRASIL!
Nas décadas de 60 e 70, o Brasil viveu uma de suas
épocas mais prolíficas de publicações de histórias
em quadrinhos, tanto nacionais, quanto estrangeiras.
Nesse período, a EBAL (Editora Brasil-América), de
Aldolfo Aizen, e a Rio Gráfica-Editora (atual Globo)
dominavam este gênero de publicações, lançando
gibis interessantes de séries de TVs e sucesso
cinematográficos, que faziam a cabeça da garotada.
A EBAL publicava Os 3 Patetas, The Monkees, Jerry Lewis,
Gunsmoke, Reis do Faroeste, Roy Rogers,
, Cheyenne, The Lone Ranger (Zorro, no Brasil), fora uma
gama de títulos de seres poderosos como
Liga da Justiça, Turma Titã, Batman, Superman,
Flash, Mulher – Maravilha, Capitão América,
Homem de Ferro, Hulk, Thor, Namor,

Tarzan, Korak, GaviãoNegro, Flash, Superboy, O Agente
da U.N.C.L.E, Epopéia Tri, Flash Gordon e Príncipe Valente
(em álbuns luxuosos), etc.
![]() |
Edições EBAL |
Por outro lado, a Rio-Gráfica Editora - principal concorrente –
publicava: Flecha Ligeira, O Fantasma, Mandrake,
Popeye, Rocky Lane, Don Chicote, Cavaleiro Negro,
Nick Holmes, Brucutu, Flash Gordon, Príncipe Valente,
Águia Negra, Robin Wood, Riquinho, Brotoeja, Bolota,
Fix e Fox, Recruta Zero, Ferdinando, etc.
Enquanto isto, a editora O Cruzeiro, publicava:
Gasparzinho – o Fantasminha Camarada -, Brazinha, Luíza –
a bruxinha -,
Os Flintstones, Pepe Legal, Don Pixote,
Zé Colméia, Combate, etc. Paralelamente, editora Abril,
de Victor Civita, editava
revistas quinzenais do Pato Donald, Zé Carioca, e
mensais como o Almanaque Tio Patinhas
(Uncle Scrooge) e Mickey Mouse.
A saudosa editora Vecchi – de Lotário Vecchi - lançava
Tex, Ken Park e, posteriormente Chet, do grande escriba
brasileiro Wilde Portella.
A Vecchi também publicou a revista Spektro – um
almanaque de histórias de terror -, comandado
pelo genial Otta – eterno editor da revista Mad,no Brasil.
Spektro teve muito sucesso devido aos seus
incríveis colaboradores.
Empolgados,
com a publicação de tantos títulos
estrangeiros bem sucedidos, alguns editores de
menor porte, nacionais, timidamente surgiram
com alguns títulos de terror e de guerra – inicialmente
o material era importado -, depois para suprir a demanda
e a escassez do material americano – em virtude do
severo código de ética imposto pelos próprios
editores daquele país -, começaram a convocar
roteirista e desenhistas brasileiros para dar
continuidade àquelas séries que faziam sucesso.
Personagens, como Fantasma,
Mandrake, Recruta Zero, etc,
passaram a ser produzidos no país.
Os Flintstones, e os
personagens Disney também passaram a ser produzidos no país, devido
ao estrondoso sucesso.
estrangeiros bem sucedidos, alguns editores de
menor porte, nacionais, timidamente surgiram
com alguns títulos de terror e de guerra – inicialmente
o material era importado -, depois para suprir a demanda
e a escassez do material americano – em virtude do
severo código de ética imposto pelos próprios
editores daquele país -, começaram a convocar
roteirista e desenhistas brasileiros para dar
continuidade àquelas séries que faziam sucesso.
Personagens, como Fantasma,
Mandrake, Recruta Zero, etc,
passaram a ser produzidos no país.
![]() |
Editora O Cruzeiro |
O
mercado estava superaquecido. Foi nesta época propícia que um
argentino decidiu vir para o Brasil, para fazer história no setor
editorial nacional. Seu nome era...
RODOLFO
ZALLA, O GRANDE MESTRE
DAS
HQs NO BRASIL!
Ele
nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina,
em 1931. Zalla, desde a
tenra infância tinha inclinação
para arte.Sua carreira teve início oficialmente quando este
para arte.Sua carreira teve início oficialmente quando este
passou a colaborar
para as revistas Poncho
Negro e Patoruzito – publicações muito populares
no país de los hermanos. Em 1963, aquele que
se destacaria como um dos mais produtivos
autores de HQs, decidiu vir para o Brasil.
O grande mestre Rodolfo Zalla fez parte
de um time de profissionais privilegiados
que viveram numa época em que novos
títulos de quadrinhos eram lançados quase
que mensalmente e, portanto,
as melhores casas do ramo viviam à
procura de bons roteiristas e desenhistas.
Zalla foi contemporâneo de gente que fez
muito pelas HQs nacionais.
Muitos desses profissionais acabaram se destacando,
como: Júlio Shimamoto, Jayme Cortez, Miguel Penteado,
Getúlio Delphin, Rubens Cordeiro, Flávio Colin,
Luís Saidemberg, Primaggio Mantovi, Flávio
Colin, Paulo Hamasaki, Walmir, Osvaldo Talo,
Eugênio Colonnese, Paulo Fukue, Edmundo
Rodrigues, Gedeone Malagola,
Rubens Cordeiro, Luchetti, Ignácio Justo,
Nico Rosso, Edmundo Rodigues, Wilson Fernandes,
José Lanzelotti, Minami Keizi,
Saidenberg, Igayara,
Jorge Kato, Fernando Ikoma, Carlos da Cunha,
Reynaldo de Oliveira, Queiroz, e outras feras
do traço e da escrita.
Negro e Patoruzito – publicações muito populares
no país de los hermanos. Em 1963, aquele que
se destacaria como um dos mais produtivos
autores de HQs, decidiu vir para o Brasil.
O grande mestre Rodolfo Zalla fez parte
de um time de profissionais privilegiados
que viveram numa época em que novos
títulos de quadrinhos eram lançados quase
que mensalmente e, portanto,
as melhores casas do ramo viviam à
procura de bons roteiristas e desenhistas.
Zalla foi contemporâneo de gente que fez
muito pelas HQs nacionais.
Muitos desses profissionais acabaram se destacando,
como: Júlio Shimamoto, Jayme Cortez, Miguel Penteado,
Getúlio Delphin, Rubens Cordeiro, Flávio Colin,
Luís Saidemberg, Primaggio Mantovi, Flávio
Colin, Paulo Hamasaki, Walmir, Osvaldo Talo,
Eugênio Colonnese, Paulo Fukue, Edmundo
Rodrigues, Gedeone Malagola,
Rubens Cordeiro, Luchetti, Ignácio Justo,
Nico Rosso, Edmundo Rodigues, Wilson Fernandes,
José Lanzelotti, Minami Keizi,
Saidenberg, Igayara,
Jorge Kato, Fernando Ikoma, Carlos da Cunha,
Reynaldo de Oliveira, Queiroz, e outras feras
do traço e da escrita.
Toda
esta gente de peso viveu numa época
excitante e gloriosa das HQs brasileiras,
onde não faltava trabalho.
excitante e gloriosa das HQs brasileiras,
onde não faltava trabalho.
EDITORAS
NACIONALISTAS
Se atualmente é raro vermos um título genuinamente
criado no Brasil em nossas bancas – com exceção
da Turma da Mônica, um
Se atualmente é raro vermos um título genuinamente
criado no Brasil em nossas bancas – com exceção
da Turma da Mônica, um
grande
sucesso editorial -, entre os anos 60
e 70 a situação era
e 70 a situação era
bem
diferente, onde os quadrinhos Made in Brazil
disputavam leitores
disputavam leitores
pau
a pau com os títulos estrangeiros.
Casas
editoriais como a Taika
(ex-editoras Continental e Outubro),
GEP (Gráfica e Editora Penteado), Edrel e Jotaesse,
tinham gestores visionários como José Siedekerskis
(Zelão), Manoel Cassoli (Manelão), Minami Keizi,
Heli Lacerda e Miguel Penteado.
Esses editores ousados tinham
espíritos nacionalistas e decidiram investir nos autores nacionais, lançando uma gama de títulos dos mais diversos gêneros, como:
(ex-editoras Continental e Outubro),
GEP (Gráfica e Editora Penteado), Edrel e Jotaesse,
tinham gestores visionários como José Siedekerskis
(Zelão), Manoel Cassoli (Manelão), Minami Keizi,
Heli Lacerda e Miguel Penteado.
![]() |
Minami Keizi |
Esses editores ousados tinham
espíritos nacionalistas e decidiram investir nos autores nacionais, lançando uma gama de títulos dos mais diversos gêneros, como:
terror, aventura, faroeste, super-heróis,
histórias
de guerra, cômicas, piadas, etc.
Naqueles anos dourados dos quadrinhos eu era apenas um jovem colecionador de revistas editadas no país e na América. Eu gastava uma grana preta comprando revistas em quadrinhos de diversos gêneros, tinha um acervo incrível, principalmente, de títulos estrangeiros. Aos poucos, fui adquirindo gibis italianos, dinamarqueses, franceses, belgas, ingleses e até indianos. Muitas vezes adquiria revistas repetidas para trocar com outros colecionadores, principalmente as importadas da Charlton Comics, King Features, Harvey, Archie, Gold Key, DC e Marvel, que valiam mais. Eu trocava uma importada por 3 editadas no Brasil. Com isso, o acervo ia aumentando cada vez mais. Meu pai achava um absurdo eu colecionar “tanto papel”, como ele se referia as minhas adoradas revistas.
AUTORES
NACIONAIS
Inicialmente,
comecei a notar que alguns desenhistas e roteiristas tupiniquins
passaram a assinar capas de séries como: Cavaleiro Negro, Fantasma,
Mandrake, Águia Negra e Recruta Zero. Achei incrível aquilo, pois
não sabia que se produzia quadrinhos no Brasil. Depois passei a
descobrir títulos genuinamente feito por brasileiros, como: Capitão
7, Jet Jackson, Jerônimo, Targo, Pabeyma, Super Heros, Juvêncio,
Capitão Atlas, Tupãzinho, Fikom, A Múmia,
O Lobisomem, Mylar,
Mirza, Drácula, etc.
Meu
pai ficou p... da vida quando descobriu que eu comprava gibis de
terror e me proibiu de comprá-los. Às escondidas continuei a
comprar aquelas revistinhas bacanas, assim como os catecismos
(revistinhas pornôs desenhadas por Carlos Zéfiro), e até a revista
Playboy. Este material censurado por meu progenitor, obviamente, eu
escondia cuidadosamente no meu quarto, em baixo da cama, em cima do
guarda roupa, etc. Quando meu velho as descobria, rasgava tudo.
Aquilo me deixava revoltado. Mas, não desistia e voltava a
comprá-las.
Nesta
época jurássica, eu vivia enchendo os meus cadernos escolares com
rabiscos de super-heróis, como Nacional Kid e Capitão 7, e por isso
sempre era repreendido por meus país e professores.
EVOLUINDO...
Em
folhas de papel sulfite eu comecei a fazer minhas primeiras
revistinhas rústicas e artesanais. O primeiro super-herói que criei
foi um tal de Super Atômico. Desenhava suas HQs, de ambos os lados
do sulfite – não imaginava que um original só tinha desenho de um
lado do papel e que estes eram produzidos grandes.
Essas minhas
“revistas de HQs” eram feitas
com caneta esferográfica e pintava
aqueles
traços toscos com guache, só para mostrar para os outros
colegas
que também adoravam quadrinhos.
Nesta
época, comecei a fazer cursos de desenho e publicidade e começava a
sonhar em fazer um trabalho mais profissional a nankim, um dia. Ousei
entrar num concurso sobre a História do Brasil, em quadrinhos,
promovido pela EBAL e me dei mal, não tinha a menor chance de ser um
dos classificados. Porém, fiquei feliz da vida ao ver meu nome
publicado nas revistas daquela casa editorial na relação daqueles
que tinham participado. Era preciso estudar mais,
perseverar, caso eu
quisesse um dia
ver meu material publicado.
Assim, passei a desenhar
horas a fio na
esperança de evoluir meus traços.
Continuei
estudando arte por correspondência, enquanto passava por diversos
empregos, como: Office boy, caixa de banco, etc. Funções banais
para quem tinha começada a ganhar os primeiros trocados fazendo
carretos nas feiras livres e vendendo gibis e sorvetes em caixas de
isopor pelas ruas ensolaradas. Muitas vezes, não agüentando o
calorzão, sentava embaixo de uma árvore e acaba chupando todos os
sorvetes que eram para ser vendidos. Lá vinha bronca, toda vez que
meu pai tinha que pagar pelos picolés que eu devorava. Sempre
procurei minha independência financeira, mas aquelas atividades não
me satisfaziam. Desejava trabalhar na área de comunicação e os
quadrinhos, na época, era um grande veículo de comunicação de
massa. Estava decidido: desejava me tornar um profissional do mundo
editorial ou publicitário. Minha mãe, uma ex-professora primária
me incentivava, mas meu pai torcia o nariz para minha opção
profissional.
![]() |
Naiara por: Nico Rosso |
A
editora paulistana chamada Saber, dos irmãos Fittipaldi, lançava os
clássicos da King Features no formato pocket book, com grande
sucesso. Assim, HQs antigas e clássicas de Brick Bradford, Príncipe
Valente, Flash Gordon, Fantasma, Mandrake, etc, foram republicadas.
Além desses clássicos americanos, esta casa editorial também
lançou O Praça Atrapalhado, um sátira sobre o exército, a La
Recruta Zero – de Mort Walker, criada pelo autor brasileiro chamado
Edú. “Mais um brasileiro na parada?”, pensei. “Então, é
possível viver fazendo quadrinhos”, deduzi, e estava disposto a
bater de porta em porta das editoras locais.
Comecei
a fazer uma HQ de terror em parceria com Wanderley Felipe, um garoto
maluco tanto quanto eu, que também adorava rabiscar HQs e que morava
no mesmo bairro (Freguesia do Ó). Ao bater na porta da Minami e
Cunha Editores fomos encaminhados para a casa de Ignácio Justo, um
aviador da força aérea reformado que se notabilizara fazendo HQs de
guerra. Na época, Justo estava desenhando uma série chamada “A
Múmia”, escrita pelo professor Gedeone Malagola. No lendário
“Barraco do Justo”, o mestre ensinava um bando de garotos que
tinham a pretensão de um dia se tornar profissional. O mestre
ensinava a todos, num verdadeiro regime militar, sem cobrar nada de
ninguém. Muita gente boa passou por lá. Aprendia técnicas e
anatomia com o mestre, enquanto minha coleção de gibis crescia cada
vez mais.
A
primeira vez que comprei uma revista com desenhos do mestre Rodolfo
Zalla foi Targo, se não me engano. Depois, O Escorpião – serie
que inicialmente era desenhada pelo bengala brother Wilson
Fernandes, que anos depois conheci pessoalmente. Depois descobri
muitas HQs de terror, de guerra e faroeste, feitas pelo mestre Zalla.
Ele
tinha um traço diferente que me agradou muito e as pedras dos
cenários que o mestre desenhava ele usava a técnica de um pano
embebido em nanquim para marcar as rochas. Isto o diferenciava dos
demais artistas, assim como seu traço estiloso.
Os
primeiros dos meus ídolos que conheci pessoalmente
foi Minami Keizi, Carlos da Cunha, Ignácio Justo, Edmundo Rodrigues, Nico Rosso, Kazuíco, Paulo Hamasaki, Kimil e Paulo Fukue, anos 70,
através da Minami e Cunha Editores.
foi Minami Keizi, Carlos da Cunha, Ignácio Justo, Edmundo Rodrigues, Nico Rosso, Kazuíco, Paulo Hamasaki, Kimil e Paulo Fukue, anos 70,
através da Minami e Cunha Editores.
Tempos
depois, quando eu era funcionário da Noblet (anos 70), tive o prazer
de conhecer pessoalmente outros feras, como: Shimamoto,
Jorge Kato, Fred Jorge, Jayme Cortez, Reynaldo de Oliveira,
Alvaro Moya, Gilberto Freyre, Ataíde Braz e o cartunista Pace.
Jorge Kato, Fred Jorge, Jayme Cortez, Reynaldo de Oliveira,
Alvaro Moya, Gilberto Freyre, Ataíde Braz e o cartunista Pace.
Nos
anos 80, conheci Paulo Paiva, Otta, Roberto Kussomoto e Neide,
Watson Portela, Spacca, Franco de Rosa, Vorney, Bilau, Beto, Jotacê
(Jotah), Wilson Borges (Carioca), Primaggio, Igayara,
Wilson
Fernandes, Mauricio de Sousa, Rofolfo Zalla, Manuel
Cassoli,
Colonnese e Moacir Torres.
Conhecia
e admirava o traço desse verdadeiro time
de titãs das HQs, mas a
arte de Zalla me impressionou,
principalmente,
as que ele fazia para
as histórias de terror.
ESTÚDIO
D-ARTE
De repente, uma série de revistas criadas
e desenvolvidas no Brasil passaram a trazer
a assinatura de um tal “Estúdio D-Arte”, criado
por Zalla, em parceria com outros argentinos
geniais: Colonnese,Oswaldo Talo, passaram
a produzir aos quilos para diversas casas
editoriais paulistanas. Suas histórias eram
objetivas, seus traços eram limpos, e
sabiam usar como ninguém a técnica de claro\escuro.
Em pouco tempo esse trio parada dura de
argentinos mostraram aos brasileiros como
se produzia quadrinhos em larga escala, com
certa qualidade. Vale a pena frisar que o
grande problema dos autores nacionais –
até hoje -, principalmente aqueles que fazem
tudo sozinho -, é a ínfima produção.
Os argentinos passaram a trabalhar em equipe, como
os americanos, e com isso produziam aos quilos.
Segundo
Zalla declarou na entrevista contida no DVD
“Ao Mestre Com Carinho”, idealizado, produzido
e lançado pelo cartunista mais rock and roll do país,
Marcio Baraldi, e que acabou abocanhando,
merecidamente, o troféu HQMix deste ano, os
originais feitos pelo Estúdio D-Arte eram pequenos,
pois só assim podiam atender a crescente demanda.
Esses três paladinos argentinos produziram
diversos gêneros de HQs.
“Ao Mestre Com Carinho”, idealizado, produzido
e lançado pelo cartunista mais rock and roll do país,
Marcio Baraldi, e que acabou abocanhando,
merecidamente, o troféu HQMix deste ano, os
originais feitos pelo Estúdio D-Arte eram pequenos,
pois só assim podiam atender a crescente demanda.
Esses três paladinos argentinos produziram
diversos gêneros de HQs.
Numa
época em que não havia computadores
pessoais ou programas de computação gráfica,
esses hermanos fizeram milagres, produzindo
na raça. Logicamente, nem tudo era perfeito,
porém se analisarmos o conjunto da
obra, eles foram geniais.
pessoais ou programas de computação gráfica,
esses hermanos fizeram milagres, produzindo
na raça. Logicamente, nem tudo era perfeito,
porém se analisarmos o conjunto da
obra, eles foram geniais.
![]() |
Baraldi e Zalla |
PRÓS
E CONTRAS
Basta
rever algumas dessas antigas edições produzidas
por este estúdio
que ficou famoso, para perceber que
a coisa era feita na pauleira,
mesmo e que mantinham
certo padrão de qualidade.
Em
alguns quadros ainda é possível ver um balão
saindo de um olho ou
de um nariz em close-up.
Este tipo de apelação era muito criticada
por alguns profissionais brasileiros da área
que diziam: “Assim, até a gente produz aos quilos.”
por alguns profissionais brasileiros da área
que diziam: “Assim, até a gente produz aos quilos.”
Os
quadrinhos nacionais sempre foram mal
remunerados, especialmente, se for comparado
aos preços pagos pelas editoras de livros e
agências de publicidade – que compram ilustrações.

O único jeito de se ganhar um dinheiro razoável
para se levar uma vida decente é produzindo
em massa, visto que a confecção de uma
boa HQ dá um trabalhão danado.
remunerados, especialmente, se for comparado
aos preços pagos pelas editoras de livros e
agências de publicidade – que compram ilustrações.

O único jeito de se ganhar um dinheiro razoável
para se levar uma vida decente é produzindo
em massa, visto que a confecção de uma
boa HQ dá um trabalhão danado.
E esses los hermanos fizeram a coisa
certa, com algumas
certa, com algumas
apelações, obviamente, mas com muita criatividade.
CAUSOU
POLÊMICA
muito naquela época, o
editor pediu ao desenhista
Wilson Fernandes que criasse uma série chamada
O Escorpião, similar ao The Phantom.
Wilson Fernandes que criasse uma série chamada
O Escorpião, similar ao The Phantom.
O desenhista seguiu à
risca as determinações
do editor e assim o personagem também foi
ambientado na selva, tal qual o personagem
americano, e tinha uma mascara e uniforme
que pouco diferenciava do herói gringo.
De imediato, representantes da King Features
Syndicate, no Brasil, pressionaram o editor,
ameaçando processar a empresa
e os autores por plágio.
ambientado na selva, tal qual o personagem
americano, e tinha uma mascara e uniforme
que pouco diferenciava do herói gringo.
De imediato, representantes da King Features
Syndicate, no Brasil, pressionaram o editor,
ameaçando processar a empresa
e os autores por plágio.
Foi
a partir da quarta edição que Rodolfo Zalla assumiu
o comando da série e com extrema destreza criou
um novo visual para O Escorpião, abrandando
assim a fúria daqueles que detinham os direitos
do personagem criado na América, no país.
o comando da série e com extrema destreza criou
um novo visual para O Escorpião, abrandando
assim a fúria daqueles que detinham os direitos
do personagem criado na América, no país.
TEMPO
DE DITADURA MILITAR
Na
década de 70, o chamado “Milagre brasileiro”
estava em processo.
O lema era: “Brasil, ame-o, ou deixe-o!”
Os militares mandavam e
desmandavam no Brasil.
Pessoas que eram contra o regime ditatorial
eram
perseguidas, torturadas, deportadas e até mortas.
Essa pressão
militar
exacerbada também acabou atingindo todos
os setores
artísticos do país e, como não podia
deixar de ser, a repressão
também chegou às
editoras, através da censura prévia implantada
em Brasília.
Esses sensores eram que decidiam o que o povo
podia
ler, assistir ou ouvir.
Um absurdo. Os órgãos de imprensa que
ousavam publicar algo contra o regime –
mesmo que fosse nas entrelinhas – eram
rechaçados. O grande desenhista e bengala
brother Paulo Fukue (desenhista das séries
Pabeyma e Super Heros) –
no tempo da Edrel – sofreu na pele a perseguição
mplantada pelo regime militar.
Tanto, que após um certo sumiço do mercado,
decidiu arrumar um bom emprego na editora Abril,
e omitir suas convicções políticas\sociais.
Na Abril ele permaneceu por anos a fio no comando de
revistas didáticas dirigidas ao público infantil.
mesmo que fosse nas entrelinhas – eram
rechaçados. O grande desenhista e bengala
brother Paulo Fukue (desenhista das séries
Pabeyma e Super Heros) –
no tempo da Edrel – sofreu na pele a perseguição
mplantada pelo regime militar.
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Pabeyma por: Paulo Fukue |
decidiu arrumar um bom emprego na editora Abril,
e omitir suas convicções políticas\sociais.
Na Abril ele permaneceu por anos a fio no comando de
revistas didáticas dirigidas ao público infantil.
Publicações
de terror, de guerra, e que
traziam mulheres sensuais também foram fechadas.
traziam mulheres sensuais também foram fechadas.
LIVROS
DIDÁTICOS
Rodolfo
Zalla e seus parceiros, de repente,
ficaram sem trabalho. Zalla, sem possibilidade
de fazer quadrinhos de terror – sua grande paixão -,
foi obrigado a migrar para o mercado de livros didáticos.
Nele, passou a quadrinizar histórias da humanidade e até mesmo a história do descobrimento do Brasil.
ficaram sem trabalho. Zalla, sem possibilidade
de fazer quadrinhos de terror – sua grande paixão -,
foi obrigado a migrar para o mercado de livros didáticos.
Nele, passou a quadrinizar histórias da humanidade e até mesmo a história do descobrimento do Brasil.
Lembro-me
bem que, no meu tempo de estudante,
meus livros de colégio – didáticos da editora Ática -
eram ricamente ilustrados por Zalla e Colonnese.
Fiquei surpreso ao ver aqueles autores de
HQs fazendo aquilo tipo de trabalho, que
deixavam nossos livros mais atrativos.
meus livros de colégio – didáticos da editora Ática -
eram ricamente ilustrados por Zalla e Colonnese.
Fiquei surpreso ao ver aqueles autores de
HQs fazendo aquilo tipo de trabalho, que
deixavam nossos livros mais atrativos.
ESPÍRITO
EMPREENDEDOR
Década
de 80 – Nesta época deixei a editora Noblet para abrir meu
primeiro estúdio de arte e criação no bairro da Praça da Árvore.
E, também foi neste período que transformei meu estúdio em minha
primeira editora, após colaborar com as editoras:
Evictor, Tálamus,
Nova Sampa, Noblet, Acti-Vita, Imprima,
e agências de publicidade.
Nesta
mesma década, Zalla se mostrou um grande
empreendedor. Com o apoio
de Paulo, editora...
o grande mestre argentino fundou a editora
D-Arte.
Por ela, lançou as revistas de HQs Johnny Pecos (western),
Calafrio e Mestres do Terror. Johnny
Pecos teve vida curta, mas as
duas séries de
terror foram publicadas por mais de 10 anos.
O
material era distribuído pela DINAP
É incrível como o brasileiro sempre apreciou este tipo de
histórias.
Basta
fazermos uma análise dos diversos títulos do gênero lançados no
país – nos últimos anos, quer sejam eles nacionais ou importados
- e poderemos constatar que as publicações que mais duraram na
praça foram as que abordavam esses temas sinistros, para adultos,
com exceção de Vampirella – lançada pela Noblet, nos anos 80.
Se na América o genial Alex Toth, que fez escola, se notabilizou por desenhar as HQs de Zorro, criada pelo jornalista... e adquirida pelos estúdios de Walt Disney, no Brasil as aventuras do justiceiro mascarado de capa e espada foram desenhadas magistralmente por Rodolfo Zalla, na década de 80. Mesmo ilustrando livros didáticos o intrépido portenho, paralelamente, fez um trabalho de suma importância, tanto quanto o de Toth. Nele, Zalla demonstrou toda a sua paixão pelos quadrinhos, caprichando ainda mais.

![]() |
Arte Alex Toth |
![]() |
Capa da edição americana, pela Gold Key |
![]() |
Atualmente,
o grande mestre latino dos
quadrinhos brasileiros está na casa dos
80
anos de idade, mas continua super ativo.
Continua desenhando
diariamente HQs e
nem pensa em se aposentar. Sua arte está cada vez
mais elaborada, mais evoluída, como cabe a um
verdadeiro e
incansável mestre. Rodolfo Zalla
continua lúcido, perspicaz e bem
humorado
e tem lançado edições alternativas e
primorosas de HQs de
terror sofisticadas
que podem ser adquiridas na Comix e pela
Internet.
sido contemplados com o
Troféu HQMIX, o Oscar
das HQs nacionais, pela realização do DVD
“Ao Mestre com Carinho”, idealizado e realizado
por Marcio Baraldi, não resisti e decidi ir até o
SESC Pompéia para rever velhos amigos
e, principalmente, Zalla e Baraldi.
das HQs nacionais, pela realização do DVD
“Ao Mestre com Carinho”, idealizado e realizado
por Marcio Baraldi, não resisti e decidi ir até o
SESC Pompéia para rever velhos amigos
e, principalmente, Zalla e Baraldi.
Foi
uma grande efeméride que reuniu a nata dos
quadrinhos brasileiros, como: Mauricio de
Sousa, Franco de Rosa, Bira Dantas, Fernando
Gonsales, Angeli, e outras feras. A apresentação,
como sempre, foi do apresentador da Rede Globo
de Televisão Serginho Groisman (Altas Horas),
com a participação do apresentador da
TV Bandeirantes, Danilo Gentili, que confessou
que um dia sonhou em ser um cartunista.
quadrinhos brasileiros, como: Mauricio de
Sousa, Franco de Rosa, Bira Dantas, Fernando
Gonsales, Angeli, e outras feras. A apresentação,
como sempre, foi do apresentador da Rede Globo
de Televisão Serginho Groisman (Altas Horas),
com a participação do apresentador da
TV Bandeirantes, Danilo Gentili, que confessou
que um dia sonhou em ser um cartunista.
Reencontrar
Zalla e Baraldi, entre a multidão, é
sempre muito prazeroso. E,
para a minha surpresa,
Baraldi que estava colhendo diversos
depoimentos
sobre o mestre Zalla, com sua equipe de reportagem,
me
deu a honra de entrevistar este
grande e querido bengala
grande e querido bengala
mestre
argentino, que já se tornou brasileiro.
Dias
depois, recebi um DVD pelo correio, enviado
por Baraldi e confesso
que não esperava encontrar
aquela entrevista que fiz com Zalla no
link depoimentos.
Este foi um presente e tanto, emocionante.
Baraldão,
seu pentelho, muito obrigado, por me dar este privilégio.
Se
você ainda não assistiu ao DVD “Ao Mestre
com Carinho”, não
sabe o que está perdendo.
Ele pode ser adquirido na loja virtual
www.comix.com.br
Vale a pena conferir.
Quantos
aos depoimentos - segundo Baraldi -,
está presente apenas num DVD
que ele fez
especialmente para os amigos.
Grande
mestre e querido bengala brother Rodolfo Zalla,
você é um exemplo
vivo de garra, competência
e perseverança. Que sua história e
conquistas
sirvam de inspiração para esta nova geração que
está
aí, ávida, por fazer quadrinhos e que fazem...
e que sonham um dia
se destacar neste incerto
e instável mercado que tanto adoramos.
Como se diz por aí: Só sofre críticas quem tem
a ousadia de por a
cara a tapa, quem tem a
coragem de fazer, de realizar. Afinal, é
i
mpossível agradar gregos e troianos.
Só posso chegar à seguinte
conclusão:
O mundo é dos loucos, como nós, como eu,
como você,
grande
Viva
todos os malucos belezas da vida, como
dizia Raul Seixas! E, que Deus
o mantenha ainda
por muitos anos com este espírito jovem, como
cabe
a um verdadeiro bengala brother, mestre!
Por
Tony Fernandes
Realização
Estúdios Pégasus –
Uma Divisão de Arte e Criação
Da
Pégasus Publicações Ltda – São Paulo – Brasil
Copyright
2013\Tony Fernandes
Todos
os Direitos Reservados
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