segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

CLUBE DE COWBOYS NA CAPITAL PAULISTA!

No passado, no cinema e na TV, heróis do Oeste viviam fantásticas, movimentadas e inesquecíveis aventuras que deixavam extasiados jovens de todo o mundo. Nos cinemas as filas eram imensas para assistir essas películas em preto e branco que faziam a cabeça de adolescentes e adultos.




Não demorou muito para que Roy Rogers, o cowboy cantor, Hopalong Cassidy, Tim Holt, Cisco Kid, Buck Jones e outros ícones da telona se transformassem em campeões de vendas das revistas em quadrinhos. Até as gloriosas Marvel e a DC Comics lançaram muitos títulos de HQs desse gênero. A partir dos anos 60, esses valentes personagens começaram a desaparecer de cena ante o surgimento de uma verdadeira legião de super-heróis que acabaram dominando o mercado cinematográfico e editorial.

 Nos últimos anos, poucos editores ousaram lançar títulos desse gênero relegando ao esquecimento seus saudosos e antigos leitores. Publicações como Jonah Hex, Apache e o clássico Tex, da Bonelli Comics, são os últimos produtos editorias que ousaram representar esta época dourada das HQs de faroeste nas bancas do país.

Mas, quem pensa que o século XXI pertence somente aos fãs de super-seres e mangás está equivocado. Ainda existem muitos nostálgicos por aí, que curtem Tex. A seguir, conheça um clube tipicamente retro e que agrega pessoas que adoram as coisas do velho Oeste. Saiba mai sobre os...
COWBOYS DO ASFALTO!
O CLUBE DOS AMIGOS 
DO WESTERN!

Avenida Paulista - Em plena maior cidade da América do Sul
existe um clube de cowboys


Desde 1977, um grupo de pessoas aficcionadas por histórias em quadrinhos, filmes e pelas coisas do velho Oeste selvagem se reúnem na cidade de São Paulo, para rever antigos filmes, seriados e, obviamente, compartilhar com aqueles que tem a mesma afinidade gibis antigos e trocar idéias e souvenirs daquela época remota. O curioso é que a maioria dos participantes desta verdadeira confraria comparecem aos eventos caracterizados de cowboys e cowgirls, com: botas, chapelões, lenços no pescoço, rifles, etc. Também aparecem nessas reuniões pessoas usando os tradicionais sombreros mexicanos, com roupas típicas.
Essas efemérides animadíssimas são comandadas pelo conhecido professor Diamantino da Silva, que tem 87 anos. Ele é um apaixonado pelo tema: Oeste. Ele é um estudioso de HQs, colecionador, e autor de livros sobre Quadrinhos e seus autores. Diamantino ostenta no peito a estrela de xerife, é super respeitado por todos, pois foi graças a ele que surgiu o já famoso Clube Amigos do Western.
Diamantino, o xerife do Clube

Filmes clássicos são exibidos
Apesar do clima festivo, nessas reuniões não ocorrem as tradicionais arruaças que costumávamos ver nos velhos filmes de bang-bang nas cenas de saloons, como: disparos de tiros a riveria, bêbados encrenqueiros, dançarinas de cabaré ou aquelas típicas trocas de sopapos num quebra-quebra generalizado, que quase destruiam o ambiente, pois aqueles que se reúnem nesse curioso clube são, em geral, senhores e senhoras respeitáveis, de idade avançada – em sua grande maioria -, e não faltam as tradicionais e charmosas cowgirls, também trajando roupas no elegante estilo country.


SESSÕES DE CINEMA RETRO

Todos os sábados, sessões de cinema acontecem na sede do clube, que fica na rua Santa Cruz, 1584, na vila Gumercindo, zona sul de São Paulo, fone: (11) 5063-3145. O curioso é que os sócios e convidados, em geral, comparecem trajando roupas parecidas com os mocinhos dos filmes que são exibidos.
Assim, esta sessão de cinema retro apresenta os cowboys armados na tela e na animada platéia, porém os tiros só acontecem nas películas.
O INCRÍVEL DÉDY EDSON

Ele tem 67 anos e é incansável, super ativo. Participa dos eventos há muito tempo. Ele é um conhecido colecionador de gibis, vidrado em filmes e revistas em quadrinhos sobre o velho o Oeste e um expert quando o assunto é The Phantom (o Fantasma), antigo personagem do universo das HQs criado pelo genial escriba americano Lee Falk. 

Os bailes countries são organizados pelo eclético e incansável Dédy, que também é professor de dança. Ele selecionado os interessados em participar – homens e mulheres -, que comparecem ao ensaio – um dia antes da festa. Com paciência oriental Dédy Edson ensino os passos corretos para os dançarinos, que também se apresentaram caracterizados com trajes tipicamente da época do velho Oeste selvagem.


Nos bailes típicos do Oeste Dédy , geralmente, dança com sua animada irmã Elizabeth Gomes, que se pudesse seria a atriz Jane Powell - que tanto admira - , estrela da comédia musical Sete Noivas Para Sete Irmãos.
O som do banjo vem de um CD e toma conta do ambiente. Já algum tempo, ele procura por músicos que possam colaborar para animar essas reuniões. Os interessados devem entrar em contato através do fone: (11) 5063-3145, ou se dirigir pessoalmente ao clube, de preferência aos sábados, visto que durante a semana esses maravilhosos cowboys tupiniquins estão muito ocupados em nas diversas atividades que cada um deles exerce.

As reuniões do Clube Amigos do Western é um verdadeiro baile a fantasia, com muito charme, descontração e alegria. É nele que antigos amigos se encontram, colocam as conversas em dia, discutem produções cinematográficas, relembram os grandes astros e estrelas dos filmes antigos, levam exemplares raros de gibis do gênero e, de repente, esquecem as agruras do dia a dia, num clima típico de Nashville – templo da música country americana - em plena selva de concreto - que é a capital paulista.

COMO TUDO COMEÇOU...
A exatamente 16 anos atrás, Diamantino Silva, que sempre teve alguns amigos que também eram vidradas nas coisas do velho oeste, teve a idéia de fundar a entidade. Inicialmente as reuniões eram realizadas numa sala no Cine Clube Bandeirantes, no bairro da Aclimação. Na medida em que os associados iam surgindo o espaço físico ficou pequeno. Era preciso ampliar o clube, organizar a coisa.


Algum tempo depois, uma pequena casa de fundos teve suas paredes derrubadas para dar lugar a nova sede. Cadeiras antigas, compradas de um cinema que havia fechado foram adquiridas e foram levadas para equipar a sala de exibição de filmes. Quem conhece o local afirma que adoram bater papo numa pequena área onde fazem pipocas e cafés antes de iniciar as tão esperadas sessões cinematográficas.

Fora do conjunto há uma ótima área livre onde se realizam os famosos bailes e exibições de danças countries. Vira e mexe é possível encontrar nessa verdadeira confraria do faroeste escribas e desenhistas de HQs, convidados ou que acabaram descobrindo o clube através de um amigo que foi, aprovou e recomendou.
ROY ROGERS, TEX, E UMA LEGIÃO DE

HERÓIS DO FAROESTE





Há quem curta apenas as películas antigas do gênero. Outros, se deliciam com os filmes antigos e com o fantástico acervo de gibis dos colecionadores Dédy Nelson e Diamantino. Essas edições antigas de quadrinhos tem como protagonistas lendários cowboys, como: Roy Rogers, Cisco Kid, Cavaleiro Negro, Búfalo Bill, Tim Holt, Rocky Lane e o ranger mais querido do Brasil: Tex (da Bonelli Comics), e que já há alguns anos tem diversos títulos lançados pela Mythos editora.
Como atualmente é raro vermos nas bancas de jornais revistas em quadrinhos de faroeste – parece que os editores se esqueceram de seus antigos leitores -, e apenas Tex continua firme, resistindo heróicamente e gloriosamente - há mais de 50 anos - num espaço que foi dominado quase que completo, desde a década de 60, por super-heróis e mangás, rever estas raridades impressas do passado desses eternos heróis do western, que marcaram época e nossas infâncias, é um verdadeiro paraíso.
O querido cowboy e bengala brother Dédy Edson, me convidou – ao nos encontrarmos por acaso no centro da cidade – para participar da última festa realizada na sede do clube, que estava comemorando 36 anos. Tentei me programar, mas devido a problemas de ordem familiar acabei perdendo a oportunidade de conhecer e participar dessa efeméride.
Mas, brevemente farei uma visita à essa interessante entidade, já prometi ao Dédy, que gentilmente me passou o e-mail do professor Diamantino – que vi uma única vez, quando este visitou a sede da extinta editora Noblet – onde eu trabalhava-, quando fazia um levantamento sobre autores de HQs para realizar um de seus livros sobre a nona arte.
Na década de 90, o amigo e grande autor de HQs Paulo Hamaski, me falou sobre um clube que ele freqüentava onde se reunião apenas pessoas interessadas em falar, comentar, ler e assistir filmes sobre o velho Oeste.

Nunca mais ouvi falar sobre o tal clube e confesso que fiquei surpreso, quando ao encontrar Dédy – que eu não via há anos -, ele disse que participava ativamente e que o Clube dos Amigos do Western ainda existia.
Sugiro que o bengala brother, colecionador, fotógrafo, escritor, e Tex maníaco, 
Gegê Carsan - que costuma comparecer a eventos promovidos pela Mythos caracterizado de Tex - faça uma visita a este clube sui generis. Segundo os que freqüentam essas reuniões, vale a pena.
No que se refere a parte musical, Bira Dantas, o mago dos caricaturistas do país, que também é um exímio gaitista, poderia programar um dia para visitar o clube e promover um showzaço de músicas countries. Bira, cadê você!? Anotou o fone do clube, brotherzão? Gege, você também não pode faltar na festa!
Gegê e Bira, quando aparecerem por lá me avisem com antecendência, quero registrar o fato em fotos.
NEY FOGUETE
É de se estranhar que em meio ao belo acervo de gibis de faroeste o visitante acabe encontrando algumas edições de Ney Foguete, um herói espacial que foi criado por Diamantino, ex-professor de desenho e artes gráficas da Fundação Alvares Penteado (FAAP). Segundo os amigos, Diamantino sempre foi ativo e eclético. Criou personagens, fez e publicou HQs e livros sobre a arte seqüencial e seus autores.
Aos sábados, Diamantino Silva apresenta o programa Mocinhos e Bandidos pela TV Geração Z (www.tvgeracaoz.com.br). Ele diz que faz com prazer o programa da TV on line, mas encontrar os cowboys no clube semanalmente é sua grande paixão.
NOVIDADES
Além dos filmes exibidos com freqüência na sala de exibição do clube, de vez em quando, a grande novidade para os associados são os esporádicos shows musicais que já há algum tempo vem acontecendo. Esses shows são realizados por músicos desconhecidos que se exibem no centro da cidade. Muitos são bolivianos ou nordestinos, que se apresentam vestidos com roupas típicas.
O clube está bombando! Só está faltando os cavalos! Ri-ri-ri...”- afirmou Diamantino, bem humorado.
O FANTASMA, DE LEE FALK

Também destoando dos gibis expostos aos associados do clube é possível encontrar no acervo de Dédy Edson o Fantasma, criação Mor do escritor Lee Falk. “Sou o maior colecionador e pesquisador do Fantasma no país.”, assegurou Dédy, que criou um fanzine com a história da dinastia dos 21 Fantasmas.
Apesar do Clube reunir semanalmente gente fissurada em faroeste, muitos desses freqüentadores também são fãs do Fantasma.”, afirma Dédy. “Os gibis do meu acervo, sobre o personagem de Lee Falk, que também criou o mágico Mandrake, são muito procurados.
Quando Dédy mencionou esse velho herói mascarado das HQs, me lembrei do meu tempo de infância... a Rio Gráfica e Editora (atual Globo) foi a primeira – que eu me lembre – a lançar gibis em cores. E advinha qual foi o primeiro personagem a ser editado em cores no Brasil? A resposta você já deve ter deduzido: O Fantasma.
Recordo que eu gastava boa parte da minha mesada com revistas de quadrinhos e que um dos meus heróis favoritos era este herói misterioso que morava numa caverna estranha na selva de Bengala. O incrível é que as primeiras edições do Fantasma, em cores, simplesmente evaporavam das bancas, caso você não a comprasse até o meio-dia.
O Fantasma, na época, era mais popular que qualquer outro super-herói Marvel. Acho que mais conhecido que o Fantasma de Lee Falk, só o Superman gozava de tamanha popularidade.
Eu tinha uma coleção incrível deste carismático personagem, inclusive, os pocket books lançados no Brasil dos clássicos, lançados pela editora Saber, desenhados por Ray Moore.
DÉDY E SUA HEMEROTECA
Nem só de filmes sobre o velho Oeste vive o homem. Dédy afirmou que tem mais de 5 mil DVDs de filmes antigos, com temas bem diversificados. Se você quiser saber mais, consulte: hemerotecadotatuape.blogspot.com.br. Ali você vai ficar por dentro do imenso acervo de Dédy e vai poder, também, adquirir filmes e gibis raros.
MISTER JACK
Dédy Edson, exímio dançarino, afirma que aprendeu a arte da dança graças a seu pai, Mister Jack, que imitava All Jolson, que fez o primeiro filme de Hollywood falado, em 1927, chamado O Cantor de Jazz.
Ele é um entusiasta da arte de dançar, participou de shows, de filmes e se tornou professor de dança de salão.

JOHN WAYNE, O REI DOS COWBOYS
(1907\1979)

É impossível comentar sobre os velhos filmes cujos temas eram o velho Oeste, sem citar o incrível trabalho de John Wayne - ator, autor, e produtor do clássico Nos Tempos das Diligências, de 1939. No clube, enquanto não começa a exibição dos filmes, os convidados e freqüentadores se deliciam falando e relembrando as películas estreladas por este ator marcante que se tornou sinônimo dos bons filmes de western.
Muitos grandes atores personificaram na tela heróis do faroeste, mas Wayne, sem dúvida, foi o maior e o melhor de todos. Não é a toa que este grande ator foi escolhido para ser o patrono do Clube dos Amigos do Western do Brasil.
O xerife Diamantino e Dédy Edson estão sempre de plantão, prontos para receber novos membros para incrementar ainda mais esta verdadeira confraria dos amantes do bang-bag. Se você é fã de Tex e outros cowboys do passado, participe. Filie-se ainda hoje. O que você está esperando?
Por Tony Fernandes

Estúdios Pégasus – Uma Divisão da Pégasus Publicações Ltda – 
São Paulo – Brasil – Divulgação – Todos os Direitos Reservados.



terça-feira, 26 de novembro de 2013

MESTRE ZALLA,UM ARGENTINO QUE FEZ HISTÓRIA NAS HQs DO BRASIL!


Nas décadas de 60 e 70, o Brasil viveu uma de suas 
épocas mais prolíficas de publicações de histórias 
em quadrinhos, tanto nacionais, quanto estrangeiras.
 Nesse período, a EBAL (Editora Brasil-América), de 
Aldolfo Aizen, e a Rio Gráfica-Editora (atual Globo) 
dominavam este gênero de publicações, lançando 
gibis interessantes de séries de TVs e sucesso
 cinematográficos, que faziam a cabeça da garotada.




 A EBAL publicava Os 3 Patetas, The Monkees, Jerry Lewis, 
Gunsmoke, Reis do Faroeste, Roy Rogers, 
, Cheyenne, The Lone Ranger (Zorro, no Brasil), fora uma 
gama de títulos de seres poderosos como
 Liga da Justiça, Turma Titã, Batman, Superman, 
Flash, Mulher – Maravilha, Capitão América, 
Homem de Ferro, Hulk, Thor, Namor, 





Tarzan, Korak, GaviãoNegro, Flash, Superboy, O Agente 
da U.N.C.L.E, Epopéia Tri, Flash Gordon e Príncipe Valente 
(em álbuns luxuosos), etc.


Edições EBAL






Por outro lado, a Rio-Gráfica Editora - principal concorrente –
 publicava: Flecha Ligeira, O Fantasma, Mandrake, 
Popeye, Rocky Lane, Don Chicote, Cavaleiro Negro,
 Nick Holmes, Brucutu, Flash Gordon, Príncipe Valente, 
Águia Negra, Robin Wood, Riquinho, Brotoeja, Bolota, 
Fix e Fox, Recruta Zero, Ferdinando, etc. 



Enquanto isto, a editora O Cruzeiro, publicava:
 Gasparzinho – o Fantasminha Camarada -, Brazinha, Luíza – 
a bruxinha -, 
Os Flintstones, Pepe Legal, Don Pixote,
 Zé Colméia, Combate, etc. Paralelamente, editora Abril, 
de Victor Civita, editava 
revistas quinzenais do Pato Donald, Zé Carioca, e 
mensais como o Almanaque Tio Patinhas 
(Uncle Scrooge) e Mickey Mouse. 




A saudosa editora Vecchi – de Lotário Vecchi - lançava 
Tex, Ken Park e, posteriormente Chet, do grande escriba 
brasileiro Wilde Portella. 
A Vecchi também publicou a revista Spektro – um 
almanaque de histórias de terror -, comandado 
pelo genial Otta – eterno editor da revista Mad,no Brasil. 
Spektro teve muito sucesso devido aos seus
 incríveis colaboradores.

Empolgados, com a publicação de tantos títulos 
estrangeiros bem sucedidos, alguns editores de
 menor porte, nacionais, timidamente surgiram 
com alguns títulos de terror e de guerra – inicialmente
 o material era importado -, depois para suprir a demanda 
e a escassez do material americano – em virtude do 
severo código de ética imposto pelos próprios 
editores daquele país -, começaram a convocar 
roteirista e desenhistas brasileiros para dar 
continuidade àquelas séries que faziam sucesso. 
Personagens, como Fantasma, 
Mandrake, Recruta Zero, etc,
 passaram a ser produzidos no país. 


Editora O Cruzeiro
Os Flintstones, e os personagens Disney também passaram a ser produzidos no país, devido ao estrondoso sucesso.
O mercado estava superaquecido. Foi nesta época propícia que um argentino decidiu vir para o Brasil, para fazer história no setor editorial nacional. Seu nome era...
RODOLFO ZALLA, O GRANDE MESTRE
DAS HQs NO BRASIL!

Zalla e eu, no último HQMix - SESC Pompéia
Ele nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, 
em 1931. Zalla, desde a tenra infância tinha inclinação
 para arte.Sua carreira teve início oficialmente quando este 
passou a colaborar para as revistas Poncho 
Negro e Patoruzito – publicações muito populares
 no país de los hermanos. Em 1963, aquele que 
se destacaria como um dos mais produtivos
 autores de HQs, decidiu vir para o Brasil. 
O grande mestre Rodolfo Zalla fez parte 
de um time de profissionais privilegiados 
que viveram numa época em que novos 
títulos de quadrinhos eram lançados quase 
que mensalmente e, portanto, 
as melhores casas do ramo viviam à 
procura de bons roteiristas e desenhistas. 
 Zalla foi contemporâneo de gente que fez 
muito pelas HQs nacionais. 

Muitos desses profissionais acabaram se destacando, 
como: Júlio Shimamoto, Jayme Cortez, Miguel Penteado, 
Getúlio Delphin, Rubens Cordeiro, Flávio Colin, 
 Luís Saidemberg, Primaggio Mantovi, Flávio 
Colin, Paulo Hamasaki, Walmir, Osvaldo Talo, 
Eugênio Colonnese, Paulo Fukue, Edmundo 
Rodrigues, Gedeone Malagola,
 Rubens Cordeiro, Luchetti, Ignácio Justo, 
Nico Rosso, Edmundo Rodigues, Wilson Fernandes, 
José Lanzelotti, Minami Keizi,
 Saidenberg, Igayara, 
Jorge Kato, Fernando Ikoma, Carlos da Cunha, 
Reynaldo de Oliveira, Queiroz, e outras feras 
do traço e da escrita.
Toda esta gente de peso viveu numa época
 excitante e gloriosa das HQs brasileiras, 
onde não faltava trabalho.

EDITORAS NACIONALISTAS

Se atualmente é raro vermos um título genuinamente 
criado no Brasil em nossas bancas – com exceção 
da Turma da Mônica, um
 grande sucesso editorial -, entre os anos 60 
e 70 a situação era 
bem diferente, onde os quadrinhos Made in Brazil 
disputavam leitores 
pau a pau com os títulos estrangeiros.
Casas editoriais como a Taika 
(ex-editoras Continental e Outubro), 
GEP (Gráfica e Editora Penteado), Edrel e Jotaesse,
 tinham gestores visionários como José Siedekerskis 
(Zelão), Manoel Cassoli (Manelão), Minami Keizi, 
Heli Lacerda e Miguel Penteado. 

Minami Keizi

Esses editores ousados tinham
 espíritos nacionalistas e decidiram investir nos autores nacionais, lançando uma gama de títulos dos mais diversos gêneros, como: 
terror, aventura, faroeste, super-heróis, histórias 
de guerra, cômicas, piadas, etc.





UM JOVEM COLECIONADOR

Naqueles anos dourados dos quadrinhos eu era apenas um jovem colecionador de revistas editadas no país e na América. Eu gastava uma grana preta comprando revistas em quadrinhos de diversos gêneros, tinha um acervo incrível, principalmente, de títulos estrangeiros. Aos poucos, fui adquirindo gibis italianos, dinamarqueses, franceses, belgas, ingleses e até indianos. Muitas vezes adquiria revistas repetidas para trocar com outros colecionadores, principalmente as importadas da Charlton Comics, King Features, Harvey, Archie, Gold Key, DC e Marvel, que valiam mais. Eu trocava uma importada por 3 editadas no Brasil. Com isso, o acervo ia aumentando cada vez mais. Meu pai achava um absurdo eu colecionar “tanto papel”, como ele se referia as minhas adoradas revistas.

AUTORES NACIONAIS



Inicialmente, comecei a notar que alguns desenhistas e roteiristas tupiniquins passaram a assinar capas de séries como: Cavaleiro Negro, Fantasma, Mandrake, Águia Negra e Recruta Zero. Achei incrível aquilo, pois não sabia que se produzia quadrinhos no Brasil. Depois passei a descobrir títulos genuinamente feito por brasileiros, como: Capitão 7, Jet Jackson, Jerônimo, Targo, Pabeyma, Super Heros, Juvêncio, Capitão Atlas, Tupãzinho, Fikom, A Múmia, 
O Lobisomem, Mylar, Mirza, Drácula, etc.
Meu pai ficou p... da vida quando descobriu que eu comprava gibis de terror e me proibiu de comprá-los. Às escondidas continuei a comprar aquelas revistinhas bacanas, assim como os catecismos (revistinhas pornôs desenhadas por Carlos Zéfiro), e até a revista Playboy. Este material censurado por meu progenitor, obviamente, eu escondia cuidadosamente no meu quarto, em baixo da cama, em cima do guarda roupa, etc. Quando meu velho as descobria, rasgava tudo. Aquilo me deixava revoltado. Mas, não desistia e voltava a comprá-las.
Nesta época jurássica, eu vivia enchendo os meus cadernos escolares com rabiscos de super-heróis, como Nacional Kid e Capitão 7, e por isso sempre era repreendido por meus país e professores.

EVOLUINDO...

Em folhas de papel sulfite eu comecei a fazer minhas primeiras revistinhas rústicas e artesanais. O primeiro super-herói que criei foi um tal de Super Atômico. Desenhava suas HQs, de ambos os lados do sulfite – não imaginava que um original só tinha desenho de um lado do papel e que estes eram produzidos grandes. 
Essas minhas “revistas de HQs” eram feitas
 com caneta esferográfica e pintava aqueles 
traços toscos com guache, só para mostrar para os outros colegas
 que também adoravam quadrinhos.

Nesta época, comecei a fazer cursos de desenho e publicidade e começava a sonhar em fazer um trabalho mais profissional a nankim, um dia. Ousei entrar num concurso sobre a História do Brasil, em quadrinhos, promovido pela EBAL e me dei mal, não tinha a menor chance de ser um dos classificados. Porém, fiquei feliz da vida ao ver meu nome publicado nas revistas daquela casa editorial na relação daqueles que tinham participado. Era preciso estudar mais,
 perseverar, caso eu quisesse um dia 
ver meu material publicado. 
Assim, passei a desenhar horas a fio na 
esperança de evoluir meus traços.

Continuei estudando arte por correspondência, enquanto passava por diversos empregos, como: Office boy, caixa de banco, etc. Funções banais para quem tinha começada a ganhar os primeiros trocados fazendo carretos nas feiras livres e vendendo gibis e sorvetes em caixas de isopor pelas ruas ensolaradas. Muitas vezes, não agüentando o calorzão, sentava embaixo de uma árvore e acaba chupando todos os sorvetes que eram para ser vendidos. Lá vinha bronca, toda vez que meu pai tinha que pagar pelos picolés que eu devorava. Sempre procurei minha independência financeira, mas aquelas atividades não me satisfaziam. Desejava trabalhar na área de comunicação e os quadrinhos, na época, era um grande veículo de comunicação de massa. Estava decidido: desejava me tornar um profissional do mundo editorial ou publicitário. Minha mãe, uma ex-professora primária me incentivava, mas meu pai torcia o nariz para minha opção profissional.

DESCOBRINDO RODOLFO ZALLA

DVD Produzido por Baraldi

Meus ídolos – desenhistas preferidos -, desta fase, eram: Edmundo Rodrigues, Ignácio Justo, Nico Rosso, Queiroz, Walmir, Getúlio Delphin, Minami Keizi, Paulo Fukue, Fernando Ikoma, Carlos Zéfiro, Benício – que detonava fazendo as maravilhosas capas de ZZ7, FBI, Brigitte Monfort e outros títulos de Pocket Book, que eu também lia e colecionava, da editora carioca Monterrey -, e Péricles, autor do Amigo da Onça.

Naiara por: Nico Rosso
A editora paulistana chamada Saber, dos irmãos Fittipaldi, lançava os clássicos da King Features no formato pocket book, com grande sucesso. Assim, HQs antigas e clássicas de Brick Bradford, Príncipe Valente, Flash Gordon, Fantasma, Mandrake, etc, foram republicadas. Além desses clássicos americanos, esta casa editorial também lançou O Praça Atrapalhado, um sátira sobre o exército, a La Recruta Zero – de Mort Walker, criada pelo autor brasileiro chamado Edú. “Mais um brasileiro na parada?”, pensei. “Então, é possível viver fazendo quadrinhos”, deduzi, e estava disposto a bater de porta em porta das editoras locais.
Comecei a fazer uma HQ de terror em parceria com Wanderley Felipe, um garoto maluco tanto quanto eu, que também adorava rabiscar HQs e que morava no mesmo bairro (Freguesia do Ó). Ao bater na porta da Minami e Cunha Editores fomos encaminhados para a casa de Ignácio Justo, um aviador da força aérea reformado que se notabilizara fazendo HQs de guerra. Na época, Justo estava desenhando uma série chamada “A Múmia”, escrita pelo professor Gedeone Malagola. No lendário “Barraco do Justo”, o mestre ensinava um bando de garotos que tinham a pretensão de um dia se tornar profissional. O mestre ensinava a todos, num verdadeiro regime militar, sem cobrar nada de ninguém. Muita gente boa passou por lá. Aprendia técnicas e anatomia com o mestre, enquanto minha coleção de gibis crescia cada vez mais.
A primeira vez que comprei uma revista com desenhos do mestre Rodolfo Zalla foi Targo, se não me engano. Depois, O Escorpião – serie que inicialmente era desenhada pelo bengala brother Wilson Fernandes, que anos depois conheci pessoalmente. Depois descobri muitas HQs de terror, de guerra e faroeste, feitas pelo mestre Zalla.
Ele tinha um traço diferente que me agradou muito e as pedras dos cenários que o mestre desenhava ele usava a técnica de um pano embebido em nanquim para marcar as rochas. Isto o diferenciava dos demais artistas, assim como seu traço estiloso.
Os primeiros dos meus ídolos que conheci pessoalmente 
foi Minami Keizi, Carlos da Cunha, Ignácio Justo, Edmundo Rodrigues, Nico Rosso, Kazuíco, Paulo Hamasaki, Kimil e Paulo Fukue, anos 70, 
através da Minami e Cunha Editores.
Tempos depois, quando eu era funcionário da Noblet (anos 70), tive o prazer de conhecer pessoalmente outros feras, como: Shimamoto, 
Jorge Kato, Fred Jorge, Jayme Cortez, Reynaldo de Oliveira, 
Alvaro Moya, Gilberto Freyre, Ataíde Braz e o cartunista Pace.
Nos anos 80, conheci Paulo Paiva, Otta, Roberto Kussomoto e Neide, Watson Portela, Spacca, Franco de Rosa, Vorney, Bilau, Beto, Jotacê (Jotah), Wilson Borges (Carioca), Primaggio, Igayara,
 Wilson Fernandes, Mauricio de Sousa, Rofolfo Zalla, Manuel 
Cassoli, Colonnese e Moacir Torres.
Conhecia e admirava o traço desse verdadeiro time 
de titãs das HQs, mas a arte de Zalla me impressionou, 
principalmente, 
as que ele fazia para as histórias de terror.

ESTÚDIO D-ARTE


De repente, uma série de revistas criadas
 e desenvolvidas no Brasil passaram a trazer
 a assinatura de um tal “Estúdio D-Arte”, criado 
por Zalla, em parceria com outros argentinos
 geniais: Colonnese,Oswaldo Talo, passaram 
a produzir aos quilos para diversas casas 
editoriais paulistanas. Suas histórias eram
 objetivas, seus traços eram limpos, e 
sabiam usar como ninguém a técnica de claro\escuro.
 Em pouco tempo esse trio parada dura de 
argentinos mostraram aos brasileiros como 
se produzia quadrinhos em larga escala, com 
certa qualidade. Vale a pena frisar que o 
grande problema dos autores nacionais –
 até hoje -, principalmente aqueles que fazem 
tudo sozinho -, é a ínfima produção. 
Os argentinos passaram a trabalhar em equipe, como
 os americanos, e com isso produziam aos quilos.




Segundo Zalla declarou na entrevista contida no DVD 
“Ao Mestre Com Carinho”, idealizado, produzido 
e lançado pelo cartunista mais rock and roll do país, 
Marcio Baraldi, e que acabou abocanhando, 
merecidamente, o troféu HQMix deste ano, os 
originais feitos pelo Estúdio D-Arte eram pequenos,
 pois só assim podiam atender a crescente demanda. 
Esses três paladinos argentinos produziram 
diversos gêneros de HQs.
Numa época em que não havia computadores 
pessoais ou programas de computação gráfica,
 esses hermanos fizeram milagres, produzindo
 na raça. Logicamente, nem tudo era perfeito,
 porém se analisarmos o conjunto da 
obra, eles foram geniais.


Baraldi e Zalla
PRÓS E CONTRAS
Basta rever algumas dessas antigas edições produzidas 
por este estúdio que ficou famoso, para perceber que 
a coisa era feita na pauleira, mesmo e que mantinham
 certo padrão de qualidade.
Em alguns quadros ainda é possível ver um balão
 saindo de um olho ou de um nariz em close-up. 
Este tipo de apelação era muito criticada 
por alguns profissionais brasileiros da área 
que diziam: “Assim, até a gente produz aos quilos.”
Os quadrinhos nacionais sempre foram mal 
remunerados, especialmente, se for comparado 
aos preços pagos pelas editoras de livros e 
agências de publicidade – que compram ilustrações.



 O único jeito de se ganhar um dinheiro razoável 
para se levar uma vida decente é produzindo
 em massa, visto que a confecção de uma 
boa HQ dá um trabalhão danado.
 E esses los hermanos fizeram a coisa 
certa, com algumas 
apelações, obviamente, mas com muita criatividade.


HERÓI NACIONAL QUE
CAUSOU POLÊMICA


Como a revista do Fantasma, de Lee Falk, vendia 
muito naquela época, o editor pediu ao desenhista 
Wilson Fernandes que criasse uma série chamada
 O Escorpião, similar ao The Phantom. 




O desenhista seguiu à risca as determinações 
do editor e assim o personagem também foi 
ambientado na selva, tal qual o personagem
 americano, e tinha uma mascara e uniforme
 que pouco diferenciava do herói gringo. 
De imediato, representantes da King Features 
Syndicate, no Brasil, pressionaram o editor, 
ameaçando processar a empresa
 e os autores por plágio.




Foi a partir da quarta edição que Rodolfo Zalla assumiu 
o comando da série e com extrema destreza criou 
um novo visual para O Escorpião, abrandando
 assim a fúria daqueles que detinham os direitos
 do personagem criado na América, no país.










TEMPO DE DITADURA MILITAR

Na década de 70, o chamado “Milagre brasileiro” 
estava em processo. O lema era: “Brasil, ame-o, ou deixe-o!” 
Os militares mandavam e desmandavam no Brasil. 
Pessoas que eram contra o regime ditatorial eram 
perseguidas, torturadas, deportadas e até mortas. 
Essa pressão militar
 exacerbada também acabou atingindo todos 
os setores artísticos do país e, como não podia 
deixar de ser, a repressão também chegou às 
editoras, através da censura prévia implantada em Brasília. 
Esses sensores eram que decidiam o que o povo
 podia ler, assistir ou ouvir. 
Um absurdo. Os órgãos de imprensa que 
ousavam publicar algo contra o regime –
 mesmo que fosse nas entrelinhas – eram 
rechaçados. O grande desenhista e bengala
 brother Paulo Fukue (desenhista das séries 
Pabeyma e Super Heros) –
 no tempo da Edrel – sofreu na pele a perseguição 
mplantada pelo regime militar. 


Pabeyma por: Paulo Fukue
Tanto, que após um certo sumiço do mercado, 
decidiu arrumar um bom emprego na editora Abril,
 e omitir suas convicções políticas\sociais. 
Na Abril ele permaneceu por anos a fio no comando de 
revistas didáticas dirigidas ao público infantil.
Publicações de terror, de guerra, e que
 traziam mulheres sensuais também foram fechadas.

LIVROS DIDÁTICOS

Rodolfo Zalla e seus parceiros, de repente, 
ficaram sem trabalho. Zalla, sem possibilidade 
de fazer quadrinhos de terror – sua grande paixão -, 
foi obrigado a migrar para o mercado de livros didáticos.
 Nele, passou a quadrinizar histórias da humanidade e até mesmo a história do descobrimento do Brasil.
Lembro-me bem que, no meu tempo de estudante, 
meus livros de colégio – didáticos da editora Ática -
 eram ricamente ilustrados por Zalla e Colonnese. 
Fiquei surpreso ao ver aqueles autores de
 HQs fazendo aquilo tipo de trabalho, que 
deixavam nossos livros mais atrativos.

ESPÍRITO EMPREENDEDOR




Década de 80 – Nesta época deixei a editora Noblet para abrir meu primeiro estúdio de arte e criação no bairro da Praça da Árvore. 
E, também foi neste período que transformei meu estúdio em minha primeira editora, após colaborar com as editoras:
 Evictor, Tálamus, Nova Sampa, Noblet, Acti-Vita, Imprima, 
e agências de publicidade.
Nesta mesma década, Zalla se mostrou um grande
 empreendedor. Com o apoio de Paulo, editora... 
o grande mestre argentino fundou a editora D-Arte. 
Por ela, lançou as revistas de HQs Johnny Pecos (western), 
Calafrio e Mestres do Terror. Johnny
 Pecos teve vida curta, mas as duas séries de
 terror foram publicadas por mais de 10 anos. 
O material era distribuído pela DINAP 
(Distribuidora Nacional de Publicações), do Grupo Abril.



 

Vendia muito bem em cidades do interior. 
É incrível como o brasileiro sempre apreciou este tipo de histórias.
Basta fazermos uma análise dos diversos títulos do gênero lançados no país – nos últimos anos, quer sejam eles nacionais ou importados - e poderemos constatar que as publicações que mais duraram na praça foram as que abordavam esses temas sinistros, para adultos, com exceção de Vampirella – lançada pela Noblet, nos anos 80.

ZORRO, PELA EDITORA ABRIL

Arte de Todolfo Zalla



Se na América o genial Alex Toth, que fez escola, se notabilizou por desenhar as HQs de Zorro, criada pelo jornalista... e adquirida pelos estúdios de Walt Disney, no Brasil as aventuras do justiceiro mascarado de capa e espada foram desenhadas magistralmente por Rodolfo Zalla, na década de 80. Mesmo ilustrando livros didáticos o intrépido portenho, paralelamente, fez um trabalho de suma importância, tanto quanto o de Toth. Nele, Zalla demonstrou toda a sua paixão pelos quadrinhos, caprichando ainda mais.





Arte Alex Toth

Capa da edição americana, pela Gold Key
 


Zorro - Por Rodolfo Zalla

UM INCANSÁVEL GUERREIRO

Atualmente, o grande mestre latino dos 
quadrinhos brasileiros está na casa dos 80 
anos de idade, mas continua super ativo. 
Continua desenhando diariamente HQs e
 nem pensa em se aposentar. Sua arte está cada vez
 mais elaborada, mais evoluída, como cabe a um 
verdadeiro e incansável mestre. Rodolfo Zalla
 continua lúcido, perspicaz e bem humorado 
e tem lançado edições alternativas e 
primorosas de HQs de terror sofisticadas 
que podem ser adquiridas na Comix e pela Internet.

TROFÉU HQMIX

Marcio Baraldi, Mauricio e Zalla

HQ de terror, especialidade do mestre

Este ano, quando soube que Zalla e Baraldi tinham 
sido contemplados com o Troféu HQMIX, o Oscar 
das HQs nacionais, pela realização do DVD
 “Ao Mestre com Carinho”, idealizado e realizado 
por Marcio Baraldi, não resisti e decidi ir até o
 SESC Pompéia para rever velhos amigos 
e, principalmente, Zalla e Baraldi.



Foi uma grande efeméride que reuniu a nata dos 
quadrinhos brasileiros, como: Mauricio de 
Sousa, Franco de Rosa, Bira Dantas, Fernando 
Gonsales, Angeli, e outras feras. A apresentação,
 como sempre, foi do apresentador da Rede Globo 
de Televisão Serginho Groisman (Altas Horas), 
com a participação do apresentador da 
TV Bandeirantes, Danilo Gentili, que confessou 
que um dia sonhou em ser um cartunista.
Reencontrar Zalla e Baraldi, entre a multidão, é 
sempre muito prazeroso. E, para a minha surpresa,
 Baraldi que estava colhendo diversos depoimentos 
sobre o mestre Zalla, com sua equipe de reportagem, 
me deu a honra de entrevistar este 
grande e querido bengala 
mestre argentino, que já se tornou brasileiro.

Dias depois, recebi um DVD pelo correio, enviado 
por Baraldi e confesso que não esperava encontrar
 aquela entrevista que fiz com Zalla no link depoimentos.
 Este foi um presente e tanto, emocionante. Baraldão,
 seu pentelho, muito obrigado, por me dar este privilégio.
Se você ainda não assistiu ao DVD “Ao Mestre 
com Carinho”, não sabe o que está perdendo. 
Ele pode ser adquirido na loja virtual www.comix.com.br 
e pelo e-mail: marciobaraldi@gmail.com
Vale a pena conferir.


Quantos aos depoimentos - segundo Baraldi -, 
está presente apenas num DVD que ele fez
 especialmente para os amigos.
Grande mestre e querido bengala brother Rodolfo Zalla, 
você é um exemplo vivo de garra, competência
 e perseverança. Que sua história e conquistas 
sirvam de inspiração para esta nova geração que 
está aí, ávida, por fazer quadrinhos e que fazem... 
e que sonham um dia se destacar neste incerto 
e instável mercado que tanto adoramos. 
Como se diz por aí: Só sofre críticas quem tem 
a ousadia de por a cara a tapa, quem tem a 
coragem de fazer, de realizar. Afinal, é i
mpossível agradar gregos e troianos. 
Só posso chegar à seguinte conclusão: 
O mundo é dos loucos, como nós, como eu, 
como você, grande
Mestre Zalla!




Viva todos os malucos belezas da vida, como 
dizia Raul Seixas! E, que Deus o mantenha ainda
 por muitos anos com este espírito jovem, como 
cabe a um verdadeiro bengala brother, mestre!
Por Tony Fernandes





Texto: Rubens Cordeiro - Arte: Zalla
Realização Estúdios Pégasus –
 Uma Divisão de Arte e Criação
Da Pégasus Publicações Ltda – São Paulo – Brasil
Copyright 2013\Tony Fernandes
Todos os Direitos Reservados




OBS: As imagens contidas nesta matéria são de cunho
 meramente ilustrativos e pertencem a seus 
autores ou representantes legais.