Homenagem Póstuma a um dos grandes mestres do quadrinho italiano:
Sérgio Toppi!
(Matéria Especial)
A Itália sempre se destacou no
cenário mundial das Histórias
em Quadrinhos...
como o celeiro de grandes mestres da arte seqüencial, como: Hugo Pratt,
Giovanni Ticci, Dino Bataglia, Giolitti, Breccia e outras feras.
Há quem afirme
que o trabalho dos europeus, em geral, são
muito mais artísticos, mais
acadêmicos do que o dos americanos,
que durante séculos se dedicaram ao
segmento quase
exclusivo dos super-heróis - revistas dirigidas ao público
infanto-juvenil.
Coube aos europeus inovar a linguagem da arte sequêncial, pois
foram eles os
primeiros a abordar temas adultos em revistas de
peso como Metal Hurlant e
outros títulos, que revolucionaram
época e que foram reverenciados até mesmo
pelos americanos.
Metal Hurlant, que trazia uma time de primeira linha de autores
europeus,
como Moebius (Jean Giraud) e outros bambas do
traço passou a ser publicada na
América com o título de
Heavy Metal e obteve um grande sucesso.
Em geral, os artistas europeus
sempre foram muito mais ecléticos
no que se refere a abordar temas em álbuns
luxuosos
dedicados ao público adulto.
Sergio Toppi, um dos grandes mestres italianos dos fumettis.
Faleceu em
Milão, no dia 21 de agosto, de 2012, aos 79 anos, vítima
de câncer. Foi um
artista celebrado mundialmente, durante sua prolífica
carreira de mais de 50
anos. Foi contemplado com diversos prêmios –
justo reconhecimento- e para
sempre será considerado pela
crítica como um dos grandes nomes dos quadrinhos
mundiais.
Durante sua gloriosa carreira profissional, colaborou com
algumas das mais importantes revistas de Quadrinhos
publicadas na Europa,
como: Sgt. Kirk, Linus, Alter Alter, Il Giornalino,
Il Mago, Corto Maltese,
L'Eternauta, Comic Art e Ken Parker
Magazine. Apesar de sua vasta
produção, infelizmente, poucas
obras desse artista genial foram lançadas no
Brasil.
MINI
BIOGRAFIA
Sergio Toppi, nasceu em Milão, no dia 11 de outubro de 1932.
Estudou durante
dois anos na Escola de Arte do Castelo, mas um
dia decidiu abandonar
o curso e foi para o Liceu Clássico.
Começou sua carreira no ano de 1953, fazendo ilustrações
para a famosa Enciclopedia dei Ragazzi. Na década de 1950,
fez diversas
ilustrações para a UTET (Unione Tipografico
-Editrice
Torinese) e para a conceituada editora Mondadori.
Devido a sua versatilidade, em 1956, Toppi fez algumas artes
para a revista Topolino (Mickey, no Brasil). Ainda no
mesmo ano,
trabalhou para o estúdio Pagot, fazendo
curtas
-metragens de animação para agências de publicidade,
veiculados no
programa Caroselli Televisivi, da RAI
(Rádio e Televisão Italiana).
Certa feita, ele confessou que foi influenciado no começo
de sua carreira pelas
edições de quadrinhos publicadas no
final da década de 1940, na revista Asso de
Picche
(Ás de Espadas), que trazia as artes geniais de
Dino Battaglia e Hugo Pratt.
Ingressou no mundo dos quadrinhos em 1960, ao publicar
Il mago Zurli, publicada na famosa
revista chamada
Corriere dei Piccoli. Essa sua primeira HQ
publicada foi feita
em parceria com o roteirista Carlo Triberti.
Segundo aqueles que conviveram com Toppi, este foi um período
difícil de sua
vida, que ele não gostava de relembrar.
1966. Toppi passou a desenhar La Vera Storia di Pietro Micca,
publicação que teve inicio em 1957, no
popular Corriere
dei Piccoli -, série de HQs criada e desenvolvida pelo
escriba
Mino Milani, com quem Toppi colaborou por diversas vezes.
A
ASCENÇÃO DE UM GRANDE MESTRE
Corria o ano de 1974, quando Toppi foi contratado, pelo também
genial Sergio
Bonelli (criador de inúmeros personagens e HQs
e o criador de Tex, a mais
antiga sértie de western dos quadrinhos),
para desenhar a série: Herman
Lehmann - L'indiano Bianco.
Foi na execução desse trabalho, que Sergio Toppi decidiu reinventar
seu traço e
assim criou um estilo marcante.
Este seu novo estilo gráfico se solidificou ainda mais
quando publicou no
semanário Il Messaggero dei Ragazzi,
cujo
editor, Giovanni Colasanti, lhe deu a oportunidade
de trabalhar com total
liberdade.
Entre os anos de 1975 e 1976, desenhou várias HQs curtas
para diversas
revistas e jornais, incluindo as séries: Sgt.
Kirk
e Il Giornalino. Em 1975, este fantástico desenhista faturou o
cobiçado troféu Yellow
Kid, o mais importante do mundo,
na época -, durante o 11º
Festival Internacional de
Quadrinhos de Lucca, na Itália.
Colaborou com a série Un Uomo,
Un'avventura, uma série clássica
da editora Cepim
(que mais tarde passou a se chamar Sergio
Bonelli Editore). Essa parceria com a Cepim começou
em 1976,
com o álbum L'Uomo del Nilo.
Também nesse período começou a colaborar com as revistas
Alter Alter - na qual, dois anos mais
tarde, desenharia a
HQ Sharaz-De) e Linus.
Assim, seu estilo marcante começou a influenciar muitos o
utros artistas pelo
mundo afora.
No ano de 1977, desenhou, L'Uomo del
Messico. E em 1978:
L'uomo
delle Paludi.
No Brasil, a lendária e extinta editora Ebal, de Adolfo
Aizen,
publicou seis edições da série Um Homem, Uma aventura,
para a alegria dos colecionadores e
aficcionados da arte
seqüencial. O Homem do Nilo foi lançado no Brasil
em 1978, e reeditado em 1987.
Entre 1978 e 1980, Sergio Toppi desenhou vários
episódios das séries História da França em Quadrinhos e
A
Descoberta do Mundo, obras lançadas pela editora
Larousse,
em território françês. Estranhamente, essas publicações
jamais
foram publicadas na Itália.
Em 1982, o incrível mestre, desenhou a história de Marilyn
Monroe, em quadrinhos, que foi publicada no
formato Bédésoup.
Ainda na década de 80, colaborou fazendo HQs para
as revistas: l'Eternauta, Corto Maltese, Comic Art e Magic
Boy.
Apesar de ter seus trabalhos reverenciados pela crítica e
pelos leitores de
todo o mundo, Sergio Toppi, até então,
não havia criado um personagem próprio.
Isto só ocorreu em 1984, quando ele
decidiu criar seu
único personagem de toda a sua brilhante carreira, chamado:
o
Colecionador (Il colezzionista), que saiu como álbuns
publicados na série denominada:
I Protagonisti di Orient Express.
O Colecionador foi publicado em três álbuns, Il Calumet di
Pietra Rossa, em 1984; L'obelisco della terra di Punt, em 1985;
e La Lacrima di Timur Leng, em 1986. Todos foram lançados
pela Edizioni L'isola Trovata,
com sucesso.
Em 1992, Toppi foi contemplado com mais dois importantes prêmios:
Caran D'ache - no Festival de Lucca-, e com o A.N.A.F.I.
O homem do traço estiloso e da quadrinização arrojada, voltou
a colaborar
com a editora de Sergio Bonelli, em 1995,desenhando
histórias para a revista Ken Parker, Martin Mystère
e Júlia.
Também chegou a ilustrar duas aventuras de Nick Raider:
Senza Respiro, em 1997; e Tracce di Sangue,
em 2001, que se
tornaram verdadeiros clássicos.
Em 1997, o polivalente mestre Sergio Toppi passou a colaborar
com a editora
francesa Mosquito, que passou a republicar
praticamente todos os seus trabalhos. Como: Sharaz-De 1 e 2,
Le Joyau Mongol,
L'Obélisque Abyssin, Le Sceptre de
Muiredeagh, Le Calumet de Pierre Rouge, Le
Collier de
Padmasumbawa, Le trésor de Cibola, Myetzko, Warramunga,
La légende
de Potosi, Ile Pacifique, Dossier Kokombo,
Black and Tans, Toppi, Une Monographie,
Bab El Alham -
1932, Pirates, David et Goliath, Blues, Tanka, Soudards &
Belle Garces, Um Peu plus à L’Ouest,
e muito mais).
Outros grandes mestres italianos dos quadrinhos, como:
Dino Batagglia, Ivo
Milazzo e Atillio Micheluzzi, também foram
editados pela Mosquito.
Em 2001, a editora canadense Fides publicou Karol Wojtyla -
Le Pape du Troisième Millénaire
(Karol Wojtya, O Papa do
Terceiro
Milênio), cujo roteiro foi
escrito por Tony Pagot.
Em 2003, o mestre Toppi, sempre solicitado e reverenciado -
devido ao seu
estilo marcante-, participou em 2002 de uma
homenagem ao compositor clássico
Vivaldi.
O sensacional evento foi realizado na magnífica cidade
de Veneza, na Itália. Na ocasião,
Sergio Toppi esteve ao
lado de outros grandes artistas, como: Maurizio
Ribichini,
Lorenzo Sartori, Giancarlo Alessandrini e Alarico Gattia.
A ARTE
DO MESTRE NA MARVEL
Em 2006, colaborou fazendo capas para a minisérie 1602 –
Novo Mundo, da
Marvel Comics, que tinha os argumentos
do talentoso Neil Gaiman, roteiro de
Greg Pak e que
foi ilustrada pelos desenhistas brasileiros: Greg
Tocchini e
Edde Wagner.
Em 2009, no Festival Internacional de Quadrinhos de Bolonha,
realizado na Itália, foi exposta uma fantástica exposição sobre
a obra sui
generis de Sergio Toppi.
Esse genial mestre italiano, influenciou centenas de artistas
por todo o
mundo, dentre eles, nomes consagrados, como:
Frank Miller, Sean Gordon Murphy,
Walt Simonson,
Bill Sienkiewicz, Simone Bianchi, Ashley Wood, José
Aloísio de
Castro e outras feras do traço.
Infelizmente, o mundo das HQs perdeu mais um dos
grandes mestres deste incrível
segmento artístico,
de revistas em quadrinhos, que no século passado
se tornou
um dos maiores veículos de comunicação de massa.
Porém, Sergio Toppi deixou um
legado irrefutável, inquestionável,
que elevou ainda mais o conceito da arte
seqüencial.
Toppi, um dos grandes desenhistas italianos faleceu em
Milão, na
manhã de 21 de agosto, de aos 79 anos, vítima
de câncer. Toppi foi e ainda é um
artista celebrado mundialmente,
com uma carreira prolífica que durou mais de 50
anos.
Faturou diversos prêmios e para sempre será lembrado
como um dos grandes mestres
dos
quadrinhos de todos os tempos.
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Fantástica matéria de homenagem a um dos maiores Mestres da Nona Arte, muito completa e detalhada contando toda a trajectória e História de Sergio Toppi. Parabéns Mestre Tony.
ResponderExcluirObviamente que a indiquei no blogue do Tex através do seu comentário para que os leitores do blogue do Tex possam tomar conhecimento desta sua grandiosa matéria de homenagem.
Um grande abraço desde Portugal.
Grato, por sua visita e por seu comentário, grande guerreiro. Também li sua matéria publicada em seu blog, para registrar essa grande perda q representou a "partida" de um dos grandes mestres dos quadrinhos italianos e adorei. Também estou recomendando q visitem o blog do Tex, o mais completo sobre nosso querido ranger. Tenha um ótimo final de semana.
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