RELEMBRANDO A DÉCADA DE 60
Os anos 60, no Brasil, podem ser considerados como a fase de ouro das revistas de HQs no país. Além de diversos títulos importados lançados pelas editoras O Cruzeiro, EBAL, Abril e Rio Gráfica, surgiram nas bancas de jornais uma série de títulos lançados por editores, principalmente da cidade de São Paulo, feitos por autores nacionais. Dentre estes, haviam títulos de quadrinhos de guerra, super-heróis, aventuras, eróticos e, principalmente de terror. Nomes como Nico Rosso, Edmundo Rodrigues, Ignácio Justo, Jayme Cortez, Queiroz, Gedeone Malagola, Wilson Fernandes, Paulo Hamasaki, Fabiano, R.F. Luchetti, Marcos Maldonado, Flávio Colin, Shimamoto, Walmir, Cláudio Seto, Fernando Ikoma e outros, se destacavam numa centena de títulos que circulavam mensalmente.
Foi nessa época efervescente das revistas em quadrinhos que eu, um adolescente ávido por HQs, descobri a arte de alguns novos mestres do traço, que passaram a lançar vários títulos simultaneamente por diversas casas editoriais. Dentre estes um me chamou atenção pelo seu belo traço a pincel e por suas mulheres belas e deliciosas.
A matéria a seguir é uma homenagem póstuma a este grande mestre das HQs e das ilustrações, que apesar de ter nascido na Itália e ter vivido na Argentina, muito contribuiu para o quadrinho brasileiro. Seu nome?
MESTRE EUGÊNIO COLONNESE,
O REI DAS MULHERES SENSUAIS!
Ele nasceu em Fuscaldo, uma província de Consenza, no sul da Itália. Sua família passou pelo Brasil e pelo Uruguai , quando ele tinha dois anos de idade. No Uruguai, com seus pais, permaneceu por cerca de três anos, até que eles decidiram se estabelecer definitivamente em Buenos Aires, capital da Argentina.
Desde pequeno Colonnese mostrava que tinha talento para desenhar. Em 1948, ganhou um concurso de historietas (HQs) realizado pelo Clube Social de La Boca. Tal fato, fez com que o jovem fosse contratado para trabalhar com exclusividade para a famosa editora Columba, em 1949, onde começou a colaborar na lendária publicação chamada El Tony, uma revista especializada em quadrinhos que teve a duração mais longa na América Latina. Inicialmente esta publicação era semanal.
Ao longo de sua produtiva carreira, Colonnese também fez trabalhos para as seguintes publicações: Rayo Rojo, Frontera, Intervalo, Fantasia e Hora Cero. Frontera e Hora Cero eram edições cujo proprietário era Hector Oesterheld, um dos nomes mais relevantes dos quadrinhos argentinos. Na década de 50, os quadrinhos naquele país tiveram o ápice de suas vendas, quando justamente Colonnese decidira enveredar pela profissão que se mostrava promissora. Eugênio Colonnese teve como companheiros de trabalho um time da pesada. Trabalhou ao lado de grandes mestres do traço, como o uruguaio Breccia, Del Castillo - de origem chilena -, do italiano Hugo Pratt , do brasileiro João Mottini, José Salinas, Solano Lopez, e outros mestres dos quadrinhos e das ilustrações.
Colonnese desenhou para inúmeras séries de HQs. Fez os seguintes personagens: Paco Almiral, Rock Dalmon, Black Hood e Valter Bravo. Também desenhou Ernie Pike, série que ficou famosa e cujos roteiros eram de Osterheld, prolífico roteirista.
MESTRE EM TRÊS PAÍSES
Graças a seu potencial artístico, com o tempo, Colonnese se tornou conhecido como um grande mestre das HQs e das ilustrações em três países: Argentina, Brasil e Inglaterra. Colaborou com a famosa editora britânica chamada Fleetway , para a revista Tide War, uma publicação especializada em histórias de guerra. Um de seus trabalhos feitos para aquela casa publicadora britânica sobre batalhas navais acabou sendo premiado, porém como a editora mandou tirar a assinatura do desenhista desta HQ, ele, chateado, acabou deixando aquela empresa editorial.
O BRASIL
Em 1957, Colonnese veio de férias para o Brasil, para visitar a mãe que era brasileira. Aqui contatou o argentino Rodolfo Zalla, que já estava a algum tempo no país produzindo HQs para as editoras paulistas. Zalla, após apreciar os trabalhos de Colonnese o apresentou para o genial Jayme Cortez , que ficou impressionado com as artes apresentadas por ele. Por sua vez, Cortez o apresentou para o saudoso editor Adolfo Aizen, da editora EBAL, que na época lançava uma gama de títulos, principalmente importados. Assim, de imediato, Colonnese passou a colaborar com aquela editora carioca, onde passou a desenhar HQs didáticas-históricas.
Seu traço dinâmico e marcante ilustraram alguns clássicos da literatura, em forma de quadrinhos, como: Navio Negreiro - baseado num clássico de Castro Alves -, A Libertação dos Escravos, em 1965. Retornou ao país em 1964, onde fez:A Proclamação da República, A Fantástica Aventura - sobre a travessia aérea do Atlântico realizada por Sacadura Cabral e Gago Coutinho, em 1922 -, e muitos outros títulos.
Na Argentina, o mercado editorial definhava, encolhia. O trabalho passou a ser escasso. Em 1964, empolgado com as experiências que tivera no mercado brasileiro de publicações, mudou-se para o Brasil,onde passou a desenhar HQs de terror, aventuras e westerns, para editoras da cidade de São Paulo.
Quando o famoso código de ética, uma espécie de autocensura promovida pelos próprios editores americanos passou a controlar as publicações, muitos editores que editavam quadrinhos com violência e sexo foram prejudicados, principalmente aqueles que publicavam histórias de terror.
Os primeiros títulos de HQs de terror publicados neste país eram importados da América, e obtiveram um ótimo resultado de vendas. Quando o material americano deste gênero começou a faltar os editores tupiniquins decidiram continuar as séries bem sucedidas e criar novos títulos contratando autores nacionais.
SURGE O ESTÚDIO D-ARTE
Os editores paulistas, em geral, viviam reclamando pela ínfima produção dos autores nacionais, visto que estes preferiam produzir individualmente, ao contrário dos estúdios da América que trabalhavam de forma organizada e profissionalmente, em equipe, podendo atender assim diversas casas publicadoras.
Ao perceberem o problema dos editores que ansiavam em lançar novos títulos Made in Brazil, Zalla e Colonnese decidiram se unir e implantar em solo tupiniquim um sistema profissional de produção de HQs, aos moldes americanos, onde uma HQ era produzida em equipe. Para tal feito, montaram o lendário Estúdio D-Arte, empresa que chegou a produzir cerca de vinte publicações mensalmente e simultaneamente para diversas editoras paulistas. Para manter esta verdadeira “fabrica de quadrinhos” em franca atividade para atender a demanda, Zalla e Colonnese contavam com diversos colaboradores - desenhistas e roteiristas-, como: Oswaldo Talo, Reinaldo de Oliveira, José Delbó e outras feras. Muita gente de talento que começou com eles como assistente de arte acabou se profissionalizando no ramo, com o tempo.
O lendário Estúdio D-Arte produziu HQs aos quilos, entre 1965 e 1970. Seus artistas criaram inúmeras séries e personagens dos mais diversos temas, como: guerra, terror, ficção científica, westerns, super-heróis, espionagem, aventura, romance, suspense, etc.
DÉCADA DE 60 – SURGE MIRZA!
Naquela época, Drácula e outros títulos de HQs de terror faziam muito sucesso, vendiam bem. A concorrência neste gênero de publicação ficou acirrada. Novos títulos surgiam a cada dia. Era preciso renovar, criar algo diferente, pois a maioria dos vampiros da época eram machos, inclusive das HQs produzidas pelos americanos. “Por que jamais pensaram numa vampi? Numa fêmea fatal?”, questionou um editor, para um dos seus funcionários.
A ideia era inovadora e tinha chance de fazer sucesso.
“Mas, quem poderia desenhar uma vampira bela e sensual? “, indagou o editor José Sidekerkis.
“Eugênio Colonnese!” – disse alguém – “Jamais vi alguém desenhar mulheres tão belas e gostosas quanto aquele artísta!”
Isto motivou o editor a convocar, de imediato, Colonnese, que já ficara famoso ao desenhar coadjuvantes femininas belas, de cintura fina e quadris largos em HQs de guerra, terror e séries de super-heróis, como Mylar e O Gato. A ideia era criar uma revista de terror diferente, cuja protagonista deveria ser uma mulher vampiro, literalmente, deliciosa e encantadora. O artista aceitou o desafio e vampiro, que povou a imaginação e fez a cabeça de muita gente, na época. A maioria dos leitores simplesmente babavam pelas belas formas daquela mulher vampiro.
Como contraponto Colonnese criou também para a revista O Vampiro - publicação em que Mirza passou a ser a estrela principal -, outro personagem, O Morto do Pântano, um corcunda esquisito e terrível, que habitava uma região pantanosa de um país fictício, que vivia decepando a cabeça das pessoas com um machado enorme.
Entretanto, inicialmente Mirza não era uma vampi como Drácula e Nosferatu, que sugavam sangue das vítimas. Ela era uma misteriosa dama da alta sociedade européia, que morava no Brasil um país tropical -, e que jamais se transformava em morcego. Ao contrário, ela os comandava. Durante sua transmutação virava uma criatura horripilante, medonha. Uma espécie de humanóide de épocas remotas, primitivas. Uma fera incontrolável. Mirza, surgiu no auge das HQs de terror no país, que durante duas décadas infestaram as bancas de jornais, aterrorizando e deliciando os leitores apreciadores do gênero.
Aliás, no passado, o terror sempre agradou os leitores nacionais. Basta observarmos o sucesso que a editora Vecchi veio fazer décadas depois com a revista Spektro, comandada por Otacílio de Assunção Barros – editor e cartunista que ficou famoso por ser, durante anos, responsável pelas edições da revista Mad no Brasil.
Os roteiros da série Mirza eram simples. Em geral, seguiam a mesma linha e os clichês explorados pelos filmes de baixos orçamentos, classificados pela crítica como classe “B”, marca registrada da famosa produtora inglesa chamada Hammer Films, que durante um bom tempo faturou alto com essas pobres produções.
MIRZA versus MORTO DO PÂNTANO
UM CROSSOVER NACIONAL
Este foi um crossover sensacional e aconteceu numa época em que esta palavra nem era conhecida no Brasil. Numa dessas edições de terror Colonnese fez com que a deliciosa Mirza tivesse que enfrentar o temível e impiedoso Morto do Pântano, com seu machado enorme, super afiado e ameaçador.
Por mais de 40 anos este gênio do traço colaborou com diversas casas editoriais. Um dos seus últimos trabalhos foi feito para a revista Wizmania, uma HQ comemorativa com Mirza, a mulher vampiro.
DÉCADA DE 70
Nesta década, em pleno regime militar, veio a chamada crise do papel, que afetou sensivelmente todo o mercado editorial mundial, inclusive o brasileiro. O papel se tornou raro e passou a ser vendido a peso de ouro. As gráficas que não conseguiam comprar papel foram obrigadas a dispensar funcionários e muitas acabaram fechando suas portas. De repente, o mercado editorial brasileiro foi reduzido bruscamente em cerca de 80% de suas publicações mensais. Foi justamente nesta fase difícil de mercado que eu decidi entrar para o oscilante ramo editorial. Lembro-me que ao visitar a editora Graúna, de Reynaldo de Oliveira – editor de Golden Guitar, o Homem Fera, etc -, deparei com seu parque gráfico completamente inerte. “É a crise de papel, Tony. Fui obrigado a dispensar os funcionários.” – explicou Reynaldo, lamentando-se.
DÉCADA DE 80
Antes do final da década de 70 a situação do papel já estava normalizada. No início dos anos 80, novos parques gráficos surgiram e aqueles que sobreviveram a tal crise se animaram, assim como os editores. Porém, as publicações escritas e desenhadas no país eram poucas.
Ciente de que as HQs de terror sempre foram bem aceitas pelos leitores nacionais, Rodolfo Zalla lançou pela editora D-Arte Johnny Pecos – uma HQ de western -, e Mestres do Terror, em formato magazine, que reeditava antigas HQs feitas por Zalla e Colonese do tempo do estúdio D-Arte. A edição de farwest teve breve duração, mas Mestres do Terror fez sucesso e, timidamente, começou a abrir espaço para colaboradores, profissionais de arte e criação, como: Salatiel de Holanda, Mozart Couto e outras feras.
Outras editoras de menor porte começaram a lançar produtos nacionais, como a editora Tálamus, Evictor, E.T.F Comunicação e Nova Sampa Diretriz, que lançou Drácula, um clássico de Ataíde Braz e Neide Harue.
De repente, o mercado que tinha encolhido para os profissionais de HQs começou a se expandir, e ficou ainda melhor quando o desenhista Cláudio Seto – ex-Edrel -, assumiu o cargo de editor pela Grafipar – editora de Curitiba –, e começou a lançar séries de quadrinhos eróticos, destinadas ao público adulto. Isto ocorreu quando foi extinta a censura prévia imposta pelo regime militar que ditava as normas e decidia o que o povo poderia ler e assistir ou não. Os editores foram convocados a Brasília, capital Federal, para assinarem um termo de responsabilidade. Doravante éramos, todos, responsáveis por aquilo que publicaríamos e, como tais, responderíamos por elas.
Foi nessa época que o quadrinho erótico brasileiro ganhou força e as revistas destinadas ao público masculino exibiam as primeiras fotos com mulheres mostrando seu sexo. A revista Ele e Ela, da Bloch Editores, foi a primeira a lançar cenas de nu frontal. Aquela edição evaporou das bancas. Empolgados, timidamente os editores de menor porte se aventuraram a seguir o mesmo caminho.
Porém, os jornaleiros na ânsia de vender mais expunham descaradamente as páginas abertas que continham essas fotos ao ginecológicas lado de publicações femininas e infantis. Tal ato impensado resultou em busca e apreensões. Nesta época eu trabalhava com a editora Noblet onde fazia as revistas Hot Girls e Contos Excitantes e acabamos sofrendo na pele a repressão policial. O editor Joseph Abourbih, Paulo Hamasaki, Fausto kataoka e eu fomos conduzidos para um distrito policial por termos ousado publicar a seguinte chamada de capa: “Aprenda tudo sobre masturbação!”. A Noblet foi processada por este abuso e tivemos que comparecer ao fórum de São Paulo.
Tudo isso porque supostamente a filha de um juiz ao ver nosso cartaz de banca indagou: “Pai, o que é masturbação?”, segundo informaram os policiais que visitaram a editora e que nos conduziram para dar depoimentos. Na verdade, a revista Hot Girls publicava fotos de nu frontal, seguindo a linha da revista Peteca – estrondoso sucesso da Grafipar. Porém, a chamada de capa que causou polêmica e muita dor de cabeça pertencia a uma matéria elucidativa que abordava o tema masturbação. Na verdade, esta era uma forma de intimidar os editores e arrancar dinheiro deles.
Porém, isto é outra história que fica para outra vez.
VOLTANDO A FALAR DE COLONESE...
Uma das marcas registradas do mestre Colonnese sempre foi suas mulheres que figuravam secundária em suas HQs que sempre despertavam a atenção dos editores e leitores devido as suas belezas e sensualidades.
Por mais de 40 anos este gênio do traço colaborou com diversas casas editoriais. Um dos seus últimos trabalhos foi feito para a revista Wizmania – uma HQ comemorativa com Mirza, a mulher vampiro.
ANOS 90 - COLONNESE
NA BONELLI COMICS
MYTHOS EDITORA
Esta consagrada casa editorial nacional, graças ao editor Franco de Rosa, lançou em 2008 uma edição especial espetacular comemorativa pelos 40 anos da criação de Mirza, a mulher vampiro, obra máxima de Eugênio Colonnese, que marcou época e conquistou inúmeros fãs.
Na ocasião, foi lançada uma edição luxuosa com capa cartonada, em cores, com orelhas. O miolo foi impresso em preto e branco, em papel couchê, apresentando duas histórias inéditas: O castelo do Terror e Assunto Entre Vampiros, ambas escritas pelo desenhista e escritor Osvaldo Talo e desenhadas por Colonnese. Estas HQs foram desenhadas originalmente para serem publicadas na revista Mestres do Terror. Porém, como este título saiu de circulação em 1990, as duas histórias permaneceram inéditas.
Vale a pena conferir a última edição da sensual Mirza.
EM 2012
Conheci ao longo dos anos muitos artistas que eu admirava, entretanto jamais tive o prazer de conhecer Eugênio Colonnese, um dos meus grandes ídolos dos quadrinhos.
Porém, em 2012, o destino tinha me reservado uma grata surpresa. Neste ano fui chamado pela Gráfica e Editora Bentivegna – uma das mais longivas casas editoriais brasileiras, que está no mercado desde 1922 - para elaborar um livro para a série Clássicos do Esoterismo Milenar – Dicionário Místico de Nomes e Significados, exercendo meu velho dom de escriba. Esta edição, que foi distribuída em bancas pela DINAP (do Grupo Abril) tinha 132 págs e capa em papel couchê 180 gramas.
Após apresentar os textos ao editor Fábio Bentivegna, que foram aprovados, começamos a discutir sobre possíveis ilustrações. Para minha surpresa ele me disse que tinha comprado os direitos de algumas ilustrações do mestre Colonnese.
Assim, fui contemplado com um CD-Rom com diversas ilustrações maravilhosas de um dos meus grandes ídolos do passado, Colonnese. Muitas dessas ilustrações acabamos inserindo no referido livro que eu e minha equipe fizemos para a Bentivegna. Outras, inéditas, guardamos com amor e carinho. Veja algumas delas a seguir...
O Brasil é um país de sorte. Ele é um verdadeiro celeiro de gente talentosa, principalmente no que tange as artes. Basta ver o exemplo de Joe Bennet , Mike Deodato e outros brasileiros que trabalham há anos para as grandes editoras americanas. Tal fato, na certa, se deve a missigenação dos diversos povos que migraram para este país, que sempre recebeu todos de braços abertos. Por isso, o setor editorial brasileiro cresceu muito ao longo dos anos graças, principalmente, da imensa contribuição da colônia italiana e seus filhos. Eugênio Colonnese, o mestre das mulheres sensuais, é outro grande exemplo disso.
Descanse em paz, nobre guerreiro.
Por Tony Fernandes
Estúdios Pégasus – Uma Divisão de Arte e Criação da
Pégasus Publicações Ltda – S. P. – São Paulo – Brasil
Todos os Direitos Reservados
OBS: As ilustrações contidas nesta matéria são de cunho meramente ilustrativas e seus direitos pertencem aos seus autores ou representantes legais.
Os anos 60, no Brasil, podem ser considerados como a fase de ouro das revistas de HQs no país. Além de diversos títulos importados lançados pelas editoras O Cruzeiro, EBAL, Abril e Rio Gráfica, surgiram nas bancas de jornais uma série de títulos lançados por editores, principalmente da cidade de São Paulo, feitos por autores nacionais. Dentre estes, haviam títulos de quadrinhos de guerra, super-heróis, aventuras, eróticos e, principalmente de terror. Nomes como Nico Rosso, Edmundo Rodrigues, Ignácio Justo, Jayme Cortez, Queiroz, Gedeone Malagola, Wilson Fernandes, Paulo Hamasaki, Fabiano, R.F. Luchetti, Marcos Maldonado, Flávio Colin, Shimamoto, Walmir, Cláudio Seto, Fernando Ikoma e outros, se destacavam numa centena de títulos que circulavam mensalmente.
Foi nessa época efervescente das revistas em quadrinhos que eu, um adolescente ávido por HQs, descobri a arte de alguns novos mestres do traço, que passaram a lançar vários títulos simultaneamente por diversas casas editoriais. Dentre estes um me chamou atenção pelo seu belo traço a pincel e por suas mulheres belas e deliciosas.
A matéria a seguir é uma homenagem póstuma a este grande mestre das HQs e das ilustrações, que apesar de ter nascido na Itália e ter vivido na Argentina, muito contribuiu para o quadrinho brasileiro. Seu nome?
MESTRE EUGÊNIO COLONNESE,
O REI DAS MULHERES SENSUAIS!
(1929
- 2008)
Ele nasceu em Fuscaldo, uma província de Consenza, no sul da Itália. Sua família passou pelo Brasil e pelo Uruguai , quando ele tinha dois anos de idade. No Uruguai, com seus pais, permaneceu por cerca de três anos, até que eles decidiram se estabelecer definitivamente em Buenos Aires, capital da Argentina.
Desde pequeno Colonnese mostrava que tinha talento para desenhar. Em 1948, ganhou um concurso de historietas (HQs) realizado pelo Clube Social de La Boca. Tal fato, fez com que o jovem fosse contratado para trabalhar com exclusividade para a famosa editora Columba, em 1949, onde começou a colaborar na lendária publicação chamada El Tony, uma revista especializada em quadrinhos que teve a duração mais longa na América Latina. Inicialmente esta publicação era semanal.
Ao longo de sua produtiva carreira, Colonnese também fez trabalhos para as seguintes publicações: Rayo Rojo, Frontera, Intervalo, Fantasia e Hora Cero. Frontera e Hora Cero eram edições cujo proprietário era Hector Oesterheld, um dos nomes mais relevantes dos quadrinhos argentinos. Na década de 50, os quadrinhos naquele país tiveram o ápice de suas vendas, quando justamente Colonnese decidira enveredar pela profissão que se mostrava promissora. Eugênio Colonnese teve como companheiros de trabalho um time da pesada. Trabalhou ao lado de grandes mestres do traço, como o uruguaio Breccia, Del Castillo - de origem chilena -, do italiano Hugo Pratt , do brasileiro João Mottini, José Salinas, Solano Lopez, e outros mestres dos quadrinhos e das ilustrações.
Colonnese desenhou para inúmeras séries de HQs. Fez os seguintes personagens: Paco Almiral, Rock Dalmon, Black Hood e Valter Bravo. Também desenhou Ernie Pike, série que ficou famosa e cujos roteiros eram de Osterheld, prolífico roteirista.
MESTRE EM TRÊS PAÍSES
Graças a seu potencial artístico, com o tempo, Colonnese se tornou conhecido como um grande mestre das HQs e das ilustrações em três países: Argentina, Brasil e Inglaterra. Colaborou com a famosa editora britânica chamada Fleetway , para a revista Tide War, uma publicação especializada em histórias de guerra. Um de seus trabalhos feitos para aquela casa publicadora britânica sobre batalhas navais acabou sendo premiado, porém como a editora mandou tirar a assinatura do desenhista desta HQ, ele, chateado, acabou deixando aquela empresa editorial.
O BRASIL
Em 1957, Colonnese veio de férias para o Brasil, para visitar a mãe que era brasileira. Aqui contatou o argentino Rodolfo Zalla, que já estava a algum tempo no país produzindo HQs para as editoras paulistas. Zalla, após apreciar os trabalhos de Colonnese o apresentou para o genial Jayme Cortez , que ficou impressionado com as artes apresentadas por ele. Por sua vez, Cortez o apresentou para o saudoso editor Adolfo Aizen, da editora EBAL, que na época lançava uma gama de títulos, principalmente importados. Assim, de imediato, Colonnese passou a colaborar com aquela editora carioca, onde passou a desenhar HQs didáticas-históricas.
Seu traço dinâmico e marcante ilustraram alguns clássicos da literatura, em forma de quadrinhos, como: Navio Negreiro - baseado num clássico de Castro Alves -, A Libertação dos Escravos, em 1965. Retornou ao país em 1964, onde fez:A Proclamação da República, A Fantástica Aventura - sobre a travessia aérea do Atlântico realizada por Sacadura Cabral e Gago Coutinho, em 1922 -, e muitos outros títulos.
Na Argentina, o mercado editorial definhava, encolhia. O trabalho passou a ser escasso. Em 1964, empolgado com as experiências que tivera no mercado brasileiro de publicações, mudou-se para o Brasil,onde passou a desenhar HQs de terror, aventuras e westerns, para editoras da cidade de São Paulo.
Superargo |
Quando o famoso código de ética, uma espécie de autocensura promovida pelos próprios editores americanos passou a controlar as publicações, muitos editores que editavam quadrinhos com violência e sexo foram prejudicados, principalmente aqueles que publicavam histórias de terror.
Os primeiros títulos de HQs de terror publicados neste país eram importados da América, e obtiveram um ótimo resultado de vendas. Quando o material americano deste gênero começou a faltar os editores tupiniquins decidiram continuar as séries bem sucedidas e criar novos títulos contratando autores nacionais.
SURGE O ESTÚDIO D-ARTE
Os editores paulistas, em geral, viviam reclamando pela ínfima produção dos autores nacionais, visto que estes preferiam produzir individualmente, ao contrário dos estúdios da América que trabalhavam de forma organizada e profissionalmente, em equipe, podendo atender assim diversas casas publicadoras.
Ao perceberem o problema dos editores que ansiavam em lançar novos títulos Made in Brazil, Zalla e Colonnese decidiram se unir e implantar em solo tupiniquim um sistema profissional de produção de HQs, aos moldes americanos, onde uma HQ era produzida em equipe. Para tal feito, montaram o lendário Estúdio D-Arte, empresa que chegou a produzir cerca de vinte publicações mensalmente e simultaneamente para diversas editoras paulistas. Para manter esta verdadeira “fabrica de quadrinhos” em franca atividade para atender a demanda, Zalla e Colonnese contavam com diversos colaboradores - desenhistas e roteiristas-, como: Oswaldo Talo, Reinaldo de Oliveira, José Delbó e outras feras. Muita gente de talento que começou com eles como assistente de arte acabou se profissionalizando no ramo, com o tempo.
Osvaldo Talo e Alvaro Moya |
O lendário Estúdio D-Arte produziu HQs aos quilos, entre 1965 e 1970. Seus artistas criaram inúmeras séries e personagens dos mais diversos temas, como: guerra, terror, ficção científica, westerns, super-heróis, espionagem, aventura, romance, suspense, etc.
DÉCADA DE 60 – SURGE MIRZA!
Naquela época, Drácula e outros títulos de HQs de terror faziam muito sucesso, vendiam bem. A concorrência neste gênero de publicação ficou acirrada. Novos títulos surgiam a cada dia. Era preciso renovar, criar algo diferente, pois a maioria dos vampiros da época eram machos, inclusive das HQs produzidas pelos americanos. “Por que jamais pensaram numa vampi? Numa fêmea fatal?”, questionou um editor, para um dos seus funcionários.
A ideia era inovadora e tinha chance de fazer sucesso.
“Mas, quem poderia desenhar uma vampira bela e sensual? “, indagou o editor José Sidekerkis.
“Eugênio Colonnese!” – disse alguém – “Jamais vi alguém desenhar mulheres tão belas e gostosas quanto aquele artísta!”
Isto motivou o editor a convocar, de imediato, Colonnese, que já ficara famoso ao desenhar coadjuvantes femininas belas, de cintura fina e quadris largos em HQs de guerra, terror e séries de super-heróis, como Mylar e O Gato. A ideia era criar uma revista de terror diferente, cuja protagonista deveria ser uma mulher vampiro, literalmente, deliciosa e encantadora. O artista aceitou o desafio e vampiro, que povou a imaginação e fez a cabeça de muita gente, na época. A maioria dos leitores simplesmente babavam pelas belas formas daquela mulher vampiro.
Como contraponto Colonnese criou também para a revista O Vampiro - publicação em que Mirza passou a ser a estrela principal -, outro personagem, O Morto do Pântano, um corcunda esquisito e terrível, que habitava uma região pantanosa de um país fictício, que vivia decepando a cabeça das pessoas com um machado enorme.
Entretanto, inicialmente Mirza não era uma vampi como Drácula e Nosferatu, que sugavam sangue das vítimas. Ela era uma misteriosa dama da alta sociedade européia, que morava no Brasil um país tropical -, e que jamais se transformava em morcego. Ao contrário, ela os comandava. Durante sua transmutação virava uma criatura horripilante, medonha. Uma espécie de humanóide de épocas remotas, primitivas. Uma fera incontrolável. Mirza, surgiu no auge das HQs de terror no país, que durante duas décadas infestaram as bancas de jornais, aterrorizando e deliciando os leitores apreciadores do gênero.
Aliás, no passado, o terror sempre agradou os leitores nacionais. Basta observarmos o sucesso que a editora Vecchi veio fazer décadas depois com a revista Spektro, comandada por Otacílio de Assunção Barros – editor e cartunista que ficou famoso por ser, durante anos, responsável pelas edições da revista Mad no Brasil.
Os roteiros da série Mirza eram simples. Em geral, seguiam a mesma linha e os clichês explorados pelos filmes de baixos orçamentos, classificados pela crítica como classe “B”, marca registrada da famosa produtora inglesa chamada Hammer Films, que durante um bom tempo faturou alto com essas pobres produções.
MIRZA versus MORTO DO PÂNTANO
UM CROSSOVER NACIONAL
Este foi um crossover sensacional e aconteceu numa época em que esta palavra nem era conhecida no Brasil. Numa dessas edições de terror Colonnese fez com que a deliciosa Mirza tivesse que enfrentar o temível e impiedoso Morto do Pântano, com seu machado enorme, super afiado e ameaçador.
Por mais de 40 anos este gênio do traço colaborou com diversas casas editoriais. Um dos seus últimos trabalhos foi feito para a revista Wizmania, uma HQ comemorativa com Mirza, a mulher vampiro.
Mestre Kim - Bloch Editores, anos 70 |
DÉCADA DE 70
Nesta década, em pleno regime militar, veio a chamada crise do papel, que afetou sensivelmente todo o mercado editorial mundial, inclusive o brasileiro. O papel se tornou raro e passou a ser vendido a peso de ouro. As gráficas que não conseguiam comprar papel foram obrigadas a dispensar funcionários e muitas acabaram fechando suas portas. De repente, o mercado editorial brasileiro foi reduzido bruscamente em cerca de 80% de suas publicações mensais. Foi justamente nesta fase difícil de mercado que eu decidi entrar para o oscilante ramo editorial. Lembro-me que ao visitar a editora Graúna, de Reynaldo de Oliveira – editor de Golden Guitar, o Homem Fera, etc -, deparei com seu parque gráfico completamente inerte. “É a crise de papel, Tony. Fui obrigado a dispensar os funcionários.” – explicou Reynaldo, lamentando-se.
Ainda na
década de 1970, passou a ilustrar livros didáticos para a editora
Ática, que passou a utilizar as Histórias em Quadrinhos como
linguagem de ensino. Colonnese acabou assumindo a direção de uma
das divisões artísticas da Ática em 1979, permanecendo no cargo
até 1999.
DÉCADA DE 80
Antes do final da década de 70 a situação do papel já estava normalizada. No início dos anos 80, novos parques gráficos surgiram e aqueles que sobreviveram a tal crise se animaram, assim como os editores. Porém, as publicações escritas e desenhadas no país eram poucas.
Ciente de que as HQs de terror sempre foram bem aceitas pelos leitores nacionais, Rodolfo Zalla lançou pela editora D-Arte Johnny Pecos – uma HQ de western -, e Mestres do Terror, em formato magazine, que reeditava antigas HQs feitas por Zalla e Colonese do tempo do estúdio D-Arte. A edição de farwest teve breve duração, mas Mestres do Terror fez sucesso e, timidamente, começou a abrir espaço para colaboradores, profissionais de arte e criação, como: Salatiel de Holanda, Mozart Couto e outras feras.
Outras editoras de menor porte começaram a lançar produtos nacionais, como a editora Tálamus, Evictor, E.T.F Comunicação e Nova Sampa Diretriz, que lançou Drácula, um clássico de Ataíde Braz e Neide Harue.
De repente, o mercado que tinha encolhido para os profissionais de HQs começou a se expandir, e ficou ainda melhor quando o desenhista Cláudio Seto – ex-Edrel -, assumiu o cargo de editor pela Grafipar – editora de Curitiba –, e começou a lançar séries de quadrinhos eróticos, destinadas ao público adulto. Isto ocorreu quando foi extinta a censura prévia imposta pelo regime militar que ditava as normas e decidia o que o povo poderia ler e assistir ou não. Os editores foram convocados a Brasília, capital Federal, para assinarem um termo de responsabilidade. Doravante éramos, todos, responsáveis por aquilo que publicaríamos e, como tais, responderíamos por elas.
Foi nessa época que o quadrinho erótico brasileiro ganhou força e as revistas destinadas ao público masculino exibiam as primeiras fotos com mulheres mostrando seu sexo. A revista Ele e Ela, da Bloch Editores, foi a primeira a lançar cenas de nu frontal. Aquela edição evaporou das bancas. Empolgados, timidamente os editores de menor porte se aventuraram a seguir o mesmo caminho.
Porém, os jornaleiros na ânsia de vender mais expunham descaradamente as páginas abertas que continham essas fotos ao ginecológicas lado de publicações femininas e infantis. Tal ato impensado resultou em busca e apreensões. Nesta época eu trabalhava com a editora Noblet onde fazia as revistas Hot Girls e Contos Excitantes e acabamos sofrendo na pele a repressão policial. O editor Joseph Abourbih, Paulo Hamasaki, Fausto kataoka e eu fomos conduzidos para um distrito policial por termos ousado publicar a seguinte chamada de capa: “Aprenda tudo sobre masturbação!”. A Noblet foi processada por este abuso e tivemos que comparecer ao fórum de São Paulo.
Tudo isso porque supostamente a filha de um juiz ao ver nosso cartaz de banca indagou: “Pai, o que é masturbação?”, segundo informaram os policiais que visitaram a editora e que nos conduziram para dar depoimentos. Na verdade, a revista Hot Girls publicava fotos de nu frontal, seguindo a linha da revista Peteca – estrondoso sucesso da Grafipar. Porém, a chamada de capa que causou polêmica e muita dor de cabeça pertencia a uma matéria elucidativa que abordava o tema masturbação. Na verdade, esta era uma forma de intimidar os editores e arrancar dinheiro deles.
Porém, isto é outra história que fica para outra vez.
VOLTANDO A FALAR DE COLONESE...
Uma das marcas registradas do mestre Colonnese sempre foi suas mulheres que figuravam secundária em suas HQs que sempre despertavam a atenção dos editores e leitores devido as suas belezas e sensualidades.
HQs eróticas para a revista Sexyman - Editora Noblet - anos 90 |
Por mais de 40 anos este gênio do traço colaborou com diversas casas editoriais. Um dos seus últimos trabalhos foi feito para a revista Wizmania – uma HQ comemorativa com Mirza, a mulher vampiro.
ANOS 90 - COLONNESE
NA BONELLI COMICS
Zeca Willer exibe as edições de Mister No, feitas por Colonnese |
Eugênio
Colonnese, o quadrinhista italiano radicado há mais de quarenta anos
no Brasil, foi um dos poucos no país a colaborar desenhando Hqs
para a Sergio Bonelli Editore, a mesma empresa que lança Tex.
O
traço de Eugênio Colonese teve presença em Mister No 362
(julho/2005) e 363 (agosto/2005), na reta final de Mister No, antes
do cancelamento da série na Itália. Porém, o que poucos sabem é
que esta aventura de Mister No, embora tenha sido publicada no Brasil
em 2005, foi desenhada por Colonnese nos anos 90. Depois disso, o
mestre ainda fez Martin Mystere, também para a Bonelli Comics.
MYTHOS EDITORA
Esta consagrada casa editorial nacional, graças ao editor Franco de Rosa, lançou em 2008 uma edição especial espetacular comemorativa pelos 40 anos da criação de Mirza, a mulher vampiro, obra máxima de Eugênio Colonnese, que marcou época e conquistou inúmeros fãs.
Na ocasião, foi lançada uma edição luxuosa com capa cartonada, em cores, com orelhas. O miolo foi impresso em preto e branco, em papel couchê, apresentando duas histórias inéditas: O castelo do Terror e Assunto Entre Vampiros, ambas escritas pelo desenhista e escritor Osvaldo Talo e desenhadas por Colonnese. Estas HQs foram desenhadas originalmente para serem publicadas na revista Mestres do Terror. Porém, como este título saiu de circulação em 1990, as duas histórias permaneceram inéditas.
Vale a pena conferir a última edição da sensual Mirza.
EM 2012
Conheci ao longo dos anos muitos artistas que eu admirava, entretanto jamais tive o prazer de conhecer Eugênio Colonnese, um dos meus grandes ídolos dos quadrinhos.
Porém, em 2012, o destino tinha me reservado uma grata surpresa. Neste ano fui chamado pela Gráfica e Editora Bentivegna – uma das mais longivas casas editoriais brasileiras, que está no mercado desde 1922 - para elaborar um livro para a série Clássicos do Esoterismo Milenar – Dicionário Místico de Nomes e Significados, exercendo meu velho dom de escriba. Esta edição, que foi distribuída em bancas pela DINAP (do Grupo Abril) tinha 132 págs e capa em papel couchê 180 gramas.
Após apresentar os textos ao editor Fábio Bentivegna, que foram aprovados, começamos a discutir sobre possíveis ilustrações. Para minha surpresa ele me disse que tinha comprado os direitos de algumas ilustrações do mestre Colonnese.
Assim, fui contemplado com um CD-Rom com diversas ilustrações maravilhosas de um dos meus grandes ídolos do passado, Colonnese. Muitas dessas ilustrações acabamos inserindo no referido livro que eu e minha equipe fizemos para a Bentivegna. Outras, inéditas, guardamos com amor e carinho. Veja algumas delas a seguir...
O Brasil é um país de sorte. Ele é um verdadeiro celeiro de gente talentosa, principalmente no que tange as artes. Basta ver o exemplo de Joe Bennet , Mike Deodato e outros brasileiros que trabalham há anos para as grandes editoras americanas. Tal fato, na certa, se deve a missigenação dos diversos povos que migraram para este país, que sempre recebeu todos de braços abertos. Por isso, o setor editorial brasileiro cresceu muito ao longo dos anos graças, principalmente, da imensa contribuição da colônia italiana e seus filhos. Eugênio Colonnese, o mestre das mulheres sensuais, é outro grande exemplo disso.
Descanse em paz, nobre guerreiro.
Por Tony Fernandes
Estúdios Pégasus – Uma Divisão de Arte e Criação da
Pégasus Publicações Ltda – S. P. – São Paulo – Brasil
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OBS: As ilustrações contidas nesta matéria são de cunho meramente ilustrativas e seus direitos pertencem aos seus autores ou representantes legais.
Não tem como não emocionar com uma matéria tão boa
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