UMA NOVA FORMA DE LANÇAR
PUBLICAÇÕES, PELO SISTEMA
ALTERNATIVO!
PUBLICAÇÕES, PELO SISTEMA
ALTERNATIVO!
Tony
Fernandes é um quadrinista experiente. Começou nos anos 70 junto
com Wanderley Felipe, na Minami e Cunha Editores, e não parou mais.
Criou muitos personagens, fundou uma editora, a Phenix, e continuou a
produzir revistas, atuando em publicidade, criando manuais e cursos
sobre desenho, através dos Estúdios Pégasus ao longo dos anos.
Sua
mais nova ação no mercado editorial é uma coleção de revistas de
passatempos produzidas para uma nova empresa: a J. Jota Editora,
criada pelo distribuidor José Jaime. A nova editora tem
juridicamente o nome de: Editora e Distribuidora J. Jota Ltda, que
está localizada na tradicional avenida Casper Líbero, ao lado da
Estação da Luz, na cidade de São Paulo (Centro velho). A região
concentra muitas lojas e distribuidoras de revistas e itens para
jornaleiros , pois há alguns anos atrás neste perímetro urbano
haviam lojas das grandes distribuidoras (Chinaglia e Dinap), e os
jornaleiros quando iam pegar seus repartes de madrugada também
acabavam visitando essas que eram chamadas de: “distribuidoras
alternativas”.
Essas pequenas distribuidoras sempre trabalharam com
encalhes das grandes editoras vendendo os gibis e revistas a preços
mais baratos. Além de venderem no varejo também vendem no atacado,
para outros distribuidores de outras cidades e estados. José Jaime é
um dos mais tradicionais comerciantes da região, tem mais de vinte e
cinco anos de mercado. E, de repente, resolveu dar um passo a mais e
fundar a Editora J. Jota, contando com Tony Fernandes e a equipe
Pégasus. A nova casa editorial imprimiu dez títulos diferentes com
uma tiragem de dez mil exemplares, cada.
O
padrão das revistas mantém o formato tradicional para revistas de
atividades infantis, formato: 20,5 x 27, 5 cms, capa em cores, miolo
em preto e branco, com 16 páginas, lombada canoa com um grampo, com
o preço de capa de R$ 2,90. Apesar do preço de capa, a revista é
vendida a R$ 1 real no varejo e mais barata no atacado. A
distribuição foi feita de forma rápida, em grandes quantidades e,
apesar de ser impressa em papel de baixa qualidade (papel jornal), as
edições logo se esgotaram. Com esta jogada, o jornaleiro compra
várias revistas diferentes para expor e vende pelo preço de capa.
Assim, o distribuidor e o editor conseguem ganhar um capital de giro
rápido e obtém algum lucro, quase instantâneo, para produzir
outros títulos. O curioso é que para baratear mais as edições
todas as revistas têm o mesmo código de barra.
Todos
os títulos lançados têm estampa na capa o # 1.
Os
títulos lançados são: Fantastic Man, Zé Sebinho, Pinte, Recorte e
Brinque, Clubinho dos Heróis, Desenhos de Mangá, Tempo para
Recreio, Tempo de Brincar, Divas e Princesas, Buana Savana e a Turma
da Selva e Mundo das Cores.
Com
traços infantis, as revistas têm passatempos como Colorir, Jogo dos
Erros, Labirinto e outros jogos. As novidades ficam por conta da
revista Zé Sebinho, que conta a história para ler e pintar de um
garoto que não gostava de tomar banho; Pinte, Recorte e Brinque, que
trás personagens criados por Tony, para pintar e montar, e Fantastic
Man, que apresenta sua família, a esposa Ápia, e os filhos:
Fantastic Júnior, Fantastic Baby e Ápinha.
Para
Tony Fernandes, o resultado foi interessante: recebeu por toda
produção, apresenta sua arte e criatividade, e pode retomar seus
personagens consagrados como: Fantastic Man e Buana (Capitão) Savana
e ainda apresenta novos protagonistas, como: Zé Sebinho, a Patrulha
Mirim e o Clube dos Heróis. Também foi anunciada mais uma revista
chamada Reino Infantil, mas não foi impressa, ainda.
Não
se sabe se as revistas vão ter novos números, mas a forma de editar
e de distribuir é muito interessante, ela e pode ser uma alternativa
tanto para os artistas como para os editores, que atualmente vivem um
grande drama para distribuírem suas publicações pela única
distribuidora oficial do país, chamada Trilog, do Grupo Abril.
Por:
Worney Almeida de Souza (WAZ)
Matéria
publicada no fanzine QI # 124.
Seção:
Mantendo Contato (Espaço de Palpitologia do Worney).
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