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BATE PAPO
Um dos grandes sonhos da minha vida de entrevistador
virtual era poder realizar uma bate papo descontraído,
informal – para um dos meus talkies shows da WEB,
para um dos meus blogs -, com um dos grandes
nomes do quadrinho nacional, o querido guerreiro
e saudoso bengala mestre e brother Edmundo Rodrigues.
Cheguei até a trocar algumas palavras com ele através
do Facebook e do Orkut. Até tentamos armar essa
entrevista, meses antes do seu falecimento,
totalmente inesperado para mim.
Confesso que fiquei chocado quando soube que ele havia
desencarnado. Assim, como homenagem póstuma
decidi escrever uma matéria sobre este talentoso
artista que inspirou e ajudou muita gente, como eu, a
enveredar pelo setor editorial brasileiro e se tornar
um profissional. Essa matéria
especial foi, de fato, postada num dos meus blogs,
gerou bons comentários, ótima “audiência” e até
houve um “Anônimo” que se indignou com o artigo
alegando que eu tentava denegrir a imagem desse
inesquecível companheiro que hoje, com certeza,
descansa em paz num cantinho do céu reservado
aos grandes mestres das HQs.
Há cerca de um mês atrás, para meu espanto, tive
o prazer de receber um comentário sobre essa
matéria que fiz sobre o Edmundo, de seu irmão.
Me senti honrado com essa visita e com seus
comentários. Papo vai, papo vem, e o mano do
genial artista, que também é um grande mestre do
traço, e que trabalhou em parceria do seu falecido
irmão concordou em me dar a honra de entrevistá-lo.
Como diz um velho ditado: “Deus é grande”.
Só ele poderia me proporcionar tamanha dádiva,
um fato inusitado. A seguir, eu e você, webleitor,
vamos ter a honra de conhecer um pouco mais
sobre esse outro grande guerreiro
dos quadrinhos brasileiros. Para o deleite geral,
da nossa “população flutuante” nacional e internacional,
que é fã de uma boa história em quadrinhos e de
seus autores brilhantes, tenho a honra de entrevistar...
EDNO RODRIGUES, MAIS UM
GRANDE MESTRE DAS
HQs NACIONAIS!
Tony 1: Bem vindo a este nosso pequeno espaço virtual, Edno.
Fiquei feliz com o seu
contato e super honrado
em saber que você
estava disposto a conceder
essa entrevista que, sem
dúvida, vai ser esclarecedora.
Posso dar o “tiro de
largada”?
Está pronto para
o que der e vier, bengala brother?
EDNO:
Motores ligados... Foi dada a partida, brother!
Tony 2: Então respira fundo no
cockipt, que vou pisar fundo (Rsss...)...
O pessoal dos bastidores do mundo das
HQs
nacionais sabia que o Edmundo Rodrigues
tinha um
irmão artista, que colaborava com
ele – inclusive eu -,
mas acredito que muita gente,
principalmente os leitores, jamais
tiveram conhecimento que você
e o mano fizeram muitas HQs em
parceria.
EDNO:
Na verdade, Tony, as pessoas que
tiveram mais ligação
comigo, pois trabalhamos
juntos por um bom período, foram os
desenhistas:
Juarez Odilon (já falecido), Fernando De Lisboa,
Paulo Abreu (Pabreu, RGE), Getúlio Delphin, e
o mestre Gedeone
Malagola, que tive a honra
de conhecer, quando em 1968, já
estando na Marinha,
fui convidado por Edmundo para esboçar à
lápis a
história ¨O Anel de Lid ¨- Raio Negro
# 13, e ir
até São Paulo. Na casa de Malagola, fiquei
fascinado
com a quantidade de gibis antigos que
Tony
3: De fato, quando fui a Jundiaí – cidade do interior
de São
paulo - e vi o acervo que o professor Gedeone
tinha no porão,
fiquei pasmo. Só filé, só coisa rara.
Ele amava
as HQs. Por sorte, convivi bastante dom este
grande mestre
(ex-delegado), que frequentava
minhas editoras e estúdios.
Essa
parceria, entre você e o mano, ela começou na infância
ou
na adolescência? Em que ano? Quem influênciou quem?
E,
o que voces liam naquela época?
EDNO:
A parceria com meu irmão começou em 1954.
Ele estava
com 19 anos e eu com 15 anos. Nesse período,
Edmundo estava
apenas como colaborador da extinta
revista ¨O Tico-Tico¨ e
meu trabalho era inventar e
rabiscar no papel brinquedos para montar
que, depois,
ele desenhava e levava para serem publicados
Quem influenciou quem? Eu é
que não fui!
Fora nossas obrigações dos livros
de estudos,
nossas leituras eram as Histórias em Quadrinhos
e uma série de livros juvenis da Companhia Editora
Nacional
(Coleção Paratodos e Terramarear),
que tinha títulos como:
¨O Sheik¨, ¨Tarzan¨,
¨Raptado¨, e outros.
¨Raptado¨, e outros.
Tony
3: Ahhh, antes que eu me esqueça... é melhor
começarmos pelo começo, obviamente (Rsss...)...
Qual é o seu nome completo e em que dia mês,
ano e estado você nasceu? A paixão pela arte vem de família?
começarmos pelo começo, obviamente (Rsss...)...
Qual é o seu nome completo e em que dia mês,
ano e estado você nasceu? A paixão pela arte vem de família?
Edmundo e suas publicações - Homenagem feita por Bira Dantas |
EDNO:
Meu nome completo é: Edno José Botelho Rodrigues.
Eu sou de uma família do Estado do Pará. Nasci em Belém,
no dia 3 de Novembro de 1939, às 00:30 da manhã,
do signo de Escorpião.
Eu sou de uma família do Estado do Pará. Nasci em Belém,
no dia 3 de Novembro de 1939, às 00:30 da manhã,
do signo de Escorpião.
Vim
para o Rio de Janeiro com 5 meses e dois irmãos e
duas irmãs: Edmundo, 5 anos, Armando, 3 anos, Elyeth,
duas irmãs: Edmundo, 5 anos, Armando, 3 anos, Elyeth,
10
anos e Enildette, 8 anos. Minha mãe, ainda trouxe duas
crianças
do sexo masculino, que acabou de criar aqui no Rio.
Acredito que a
arte vem de família.
Meu
pai era um excelente alfaiate, confeccionando roupas
para
médicos renomados e senhoras da sociedade.
Minha
mãe, além de trabalhos artesanais, fazia e
montava bichos e bonecos de pano e de espuma
(muitos desses trabalhos o Edmundo utilizou,
para fazer alguns livros para a Editora Tecnoprint,
atual Ediouro, utilizando pseudônimo).
Minha irmã Enildette, fez parte de um grupo vocal
famoso, em 1949, onde a irmã do grande compositor
Herivelto Martins, fez parte, também.
montava bichos e bonecos de pano e de espuma
(muitos desses trabalhos o Edmundo utilizou,
para fazer alguns livros para a Editora Tecnoprint,
atual Ediouro, utilizando pseudônimo).
Minha irmã Enildette, fez parte de um grupo vocal
famoso, em 1949, onde a irmã do grande compositor
Herivelto Martins, fez parte, também.
Meu
irmão Armando, transportou da Cidade de Aço
(Volta
Redonda, no Rio de Janeiro) para Brasília, as
primeiras
estruturas de Aço da Torre de TV da Capital,
e
minha irmã Elyeth, tornou-se uma excelente Advogada.
Mano,
no meu modo de pensar, acho isso tudo uma arte.
Tony 4: Bota arte familiar nisso... ô
loco! Um alfaiate,
Ilustrações feitas com aquarela líquida. Por: Edno |
uma artesã, uma vocalista que
cantou com a irmã
de um dos nossos grandes compositores, um
irmão
que foi um dos responsáveis pela primeira torre
de TV
do Rio de Janeiro e uma irmã que se tornou doutora em
advocacia...
uau! Isto é que eu chamo de uma família
abençoada.
Agora, sim, podemos prosseguir
relaxados...
Dá pra relembrar qual foi a
primeira HQ ou trabalho
que você e o Edmundo fizeram e
conseguiram publicar?
Este trabalho inicial foi para que
empresa editorial?
Em que ano?
O estúdio em Copacabana - As duas janelas engradadas inferiores. |
não sou eu, e
sim, o meu irmão Edmundo Rodrigues.
Foi ele que com 12
anos,
iniciou sua
carreira nos quadrinhos, desenhando
uma charge política,
cujo texto era: ¨O Petróleo é Nosso!¨,
para o extinto jornal do Rio, ¨O Diário da Noite¨.
Depois, vieram os seus trabalhos para as revistas
¨O Tico-Tico¨,
¨Sesinho¨ (uma revista do Serviço
Social da
Indústria), ¨Vida Juvenil¨ (da Editora
Vida Doméstica,
RJ.)... até chegar a Rio Gráfica e
Editora (Globo).
Aí, brother, eu entro com toda a força.
Na
verdade, antes da RGE (Globo), eu fiz vários
trabalhos de
parceria com meu irmão, sobre temas
de ¨Curiosidades¨.
Mas o início de tudo mesmo, foi
Tony
5: OK... Qual era a idade de voces, na época?
EDNO:
Edmundo estava com 22 anos e eu, com 18 anos.
Tony 6: Quando essa parceria de voces
começou, voces
trabalhavam em casa fazendo freela para
as editoras, ou montaram
um estúdio de arte e criação,
logo de início?
EDNO:
Trabalhávamos em casa. Nesse período,
Edmundo, além
de estar acabando o CPOR
(Centro de Preparação de
Oficiais da Reserva),
estava produzindo e escrevendo (pouca gente
sabe
disso) fotonovelas para a extinta revista ¨Cinderela¨,
da RGE. Eu mesmo, cheguei a ser coadjuvante
de algumas histórias.
Com o sucesso estrondoso
de ¨Jerônimo¨, em seu
terceiro número (a revista,
no início seria bimestral,
mas com o sucesso
alcançado, passou a ser mensal), montamos
um
Estúdio de Desenho de frente para a avenida
Nossa Senhora
de Copacabana, no Rio,
nossa área de atividades.
Tony 7: Começaram na base do free
lance... Hmmm, no próprio
“barraco”... Fotonovelas? Então,
voces bancaram os
atores dessas fotonovelas...
Essa eu não sabia, juro.
O Edmundo sempre foi boa pinta,
lembro-me bem dele.
Também não sabia que as
primeiras duas edições
de Jerônimo – uma
espécie de cowboy nacional - foram
experimentais que, de
repente, deu certo. Isto é curioso.
Hmmm, um estúdio na
avenida Copacabana,
bengala brother? Nada mau. Maravilha...
Quem fazia os
desenhos a lápis e quem
artefinalizava?
Quem escrevia os roteiros?
Putz, isso tá pior do que
interrogatório policial (Rsss...)...
EDNO:
Nós fazíamos dois números do ¨Jerônimo¨
por mês, os trabalhos à lápis eram feitos por
mim e
artefinalizados pelo mano. As histórias escritas por
Moysés Weltman, vinham com os diálogos
datilografados
para a novelização no rádio,
que o Edmundo
pegava na RGE.
As
três primeiras histórias foram todas adaptadas
para os
quadrinhos por ele. A partir daí, ele passou
a utilizar os
serviços de minha irmã Elyeth, que
recebia o calhamaço
de folhas, adaptava e
resumia as histórias. O mano, então,
preparava
os diálogos para os quadrinhos, fazíamos os
esboços juntos que em seguida, recebia a sua arte-final.
Isso
foi até o número 63. Os três primeiros números
de ¨Jerônimo¨ , foram todos executados pelo mano:
Ele
foi o idealizador, letrista, adaptador e desenhista.
Aliás,
ele foi o letrista de todos os números de ¨Jerônimo¨.
Ele
era um excelente letrista.
Tony 8: Duas edições de
Jerônimo, por mês!? Cerca de
sessenta e quatro páginas.
Coisa de doidos.
.. E até a mana também entrou na
“dança”. Ótimo, afinal,
“A família que
trabalha unida fatura unida”, ao menos é o
que diz um antigo
preceito popular. O Edmundo
era bom em tudo mesmo.
O traço dos desenhos dele e as
letras que ele fazia
sempre foram marcantes. Prosseguindo: Outros
artistas
também colaboravam com voces?
EDNO:
Com o sucesso de ¨Jerônimo¨, as portas se abriram.
O
volume de trabalho aumentou tanto, que
contratamos um rapaz e uma
moça, iniciantes, e
Edmundo resolveu chamar alguns amigos do
ramo
para ajudar, como: Getúlio Delphin, Paulo Abreu
(Pabreu, da RGE), Juarez Odilon (falecido), e
Fernando De Lisboa. Os
trabalhos deles era
só do esboço das histórias
de ¨Jerônimo¨, pois era meu
irmão
quem finalizava e assinava todos os trabalhos.
Eu
gostava de ver o Getúlio desenhar.
Por
ele ter os dedos muito longos, quebrava os lápis ao meio,
e
desenhava com cotocos! Com essa equipe, eu e Edmundo
tivemos
a oportunidade de podermos fazer muitos
Tony
9: Getulião, meu grande e querido bengala brother.
Já
tomamos muitas cervejas geladas e vinhos, juntos,
em
bons restaurantes e botecos chinfrins (Rsss...).
O
fera é grande e bom no traço, no copo, e na estatura.
Nasceu
na Baixada Fluminense. Fez carreira nas
maiores agências de
publicidade, onde
atua até hoje. Gente finíssima.
atua até hoje. Gente finíssima.
Já
morou na Espanha e na França. Um exemplo de
guerreiro, um
baita brotherzão. Juarez Odilon, sou fã
desse grande e
saudoso artista que, não tive o
prazer de conhecer. Quanto ao
Abreu e o Lisboa
não os conheci. Mas, com certeza, eram todos
feras
no traço. Voces estavam com um time da pesada.
Vamos
nessa... Sei que você leu a matéria que
fiz sobre o seu
mano, após a morte dele, e que
também leu os
comentários de um certo “Anônimo”,
que se indignou
com o texto que criei. É mole?
De
imediato, pensei que o tal “Anônimo” era você, o
misterioso irmão
artista que poucos tiveram
o
privilégio de conhecer. Acontece que o sinistro e
referido cidadão
em questão (o “Anônimo”),
disse
possuir cartas e até um diário do mestre
Edmundo, onde
este registrava todos os
acontecimentos de sua vida profissional –
que
nem o capitão Kirk, da Enterprise. Parece que o
fulano
conviveu intimamente com o Ed – não tive
esta oportunidade,
infelizmente. Fomos bons amigos
e colegas de profissão. Isto
sim. Nos falávamos
muito por telefone, principalmente na
década de 90,
quando ele me convidou para voltar a colaborar
com a editora Bloch, para a revista Angélica, onde
passei a
fazer com meu ex-sócio Wanderley
Felipe duas séries
infantis.
Uma
chamada Os Tortugas e a outra, que não
me lembro o nome, era
de uma bruxinha. Na década de 8
0, seu mano tinha convidado o
Paulo Hamasaki e
eu para fazermos as séries: Os Trapalhões
e
Trapasuat, quando esses comediantes faziam um
tremendo sucesso na
TV, tamanho era sua grandeza
de espírito. Por sorte, o tal
“Anônimo” não era você, Edno.
O
cidadão, que covardemente nunca se identificou,
afirmou
que seu irmão era genioso – fato que eu desconheço.
Sempre
achei o Ed boa praça.
Você,
que cresceu e conviveu com ele, mais do que
ninguém pode
dizer: O Ed era, de fato, explosivo?
Ele rasgava a cueca,
Ele rasgava a cueca,
feito
o incrível Hulk, quando ficava irado? (Rsss...)...
Ele
era um profissional meticuloso, super exigente?
E eu peguei essa doença
dele. Não é uma boa.
Fazendo-se um trabalho bom e
bonito, já está
de bom tamanho. Desde que me entendi
como
gente, e até acabar nossa parceria, em 1962, nunca
vi
meu irmão se alterar com alguma coisa.
Ele e meu irmão
Armando, eram solteiros.
E o que eles eram mesmo, mano, é
muito ¨mulherengos¨.
Não podiam ver um rabo
de
saia (Risos...). Mas, com o tempo, isso passou.
Mas,
explosivo?, é ruim, heim!
Capa de Jerônimo. Um grande sucesso dos quadrinhos |
Acima, O Carrasco. Ao lado, outras artes do manos geniais |
Página de abertura de uma edição de Jerônimo, o herói do sertão |
Aliás, ser mulherengo não é defeito, é
qualidade (Rsss...).
Ainda mais quando se é jovem e se está
na ponta
do casco (Rsss...). Quero morrer “defeituoso”...
Por falar em Bloch, seu irmão fez
milagre nessa época.
Trabalhar com as verbas minguadas do
Adolfo Bloch não era tarefa fácil.
Adolfo Bloch não era tarefa fácil.
O Ed ressuscitou os super-heróis
da Marvel
, que estavam fálidos –
, que estavam fálidos –
estavam um bom tempo fora de circulação
nas bancas do nosso país.
nas bancas do nosso país.
E também abriu espaço
para diversos autores de
HQs nacionais, como: Toninho Lima,
Baldisseri, Homobomo,
Shima, Colin, Hamasaki, eu, e para o Ely
Barbosa e Cia
, que tinha colaboradores como: Bira, Mingo, Queirós
e outros bambas. É certo que para receber da Bloch era
preciso
ter uma paciência oriental.
Demoravam, mas pagavam.
Demoravam, mas pagavam.
Nobody
is perfect (Rsss...). Mas a verdade é que quando
o Ed
assumiu o comando dessa divisão de quadrinhos
dessa poderosa
editora carioca o mercado aqueceu e
muita gente passou a trabalhar
com aquilo
que mais gostava de fazer: HQs.
que mais gostava de fazer: HQs.
Eu era, na época,
assistente de arte da extinta editora
Noblet e nas horas vagas – ralava madrugadas a fio
na prancheta se empanturrando de café, sanduíches
e cigarros, afinal a família estava crescendo.
Fui obrigado a proibir minha mulher de lavar cuecas,
para evitar filhos (Rsss...). - colaborava com a Bloch, a
Noblet e nas horas vagas – ralava madrugadas a fio
na prancheta se empanturrando de café, sanduíches
e cigarros, afinal a família estava crescendo.
Fui obrigado a proibir minha mulher de lavar cuecas,
para evitar filhos (Rsss...). - colaborava com a Bloch, a
Grafipar e
outras casas editoriais menores. Foi nessa época,
entre minhas
idas e vindas ao Rio que voltei a ouvir falar
de você, Edno.
Corria uma lenda que, muitas daquelas HQs de
terror que eram publicadas pela Bloch
eram feitas por você, que
mantinha um estúdio a todo vapor.
Isto é verdade?
EDNO:
Quase, quase. O que aconteceu foi que o mano,
precisando de material
para publicar na Bloch, utilizou
muitas das histórias antigas
de terror, produzidas na
época do Estúdio, umas
inéditas e algumas publicadas
em outras editoras e as
reaproveitou. Inclusive, eu mesmo,
algumas vezes, vendi alguns
trabalhos nossos, da época do Estúdio,
para
contra-capas de revistas da Bloch Juvenil.
Drácula - Capa da época em que o Edmundo comandou a divisão de HQs da Block Editores |
Fantar - Um herói do reino abissal |
Tony 11: Agora tudo ficou claro. Você
e o mano fizeram
quadrinhos a beça, como: Jerônimo, o
herói do sertão –
que inicialmente era uma novela
radiofônica criada por
Moysés Weltman, que obteve muito
sucesso e que também
caiu no gosto popular no formato
quadrinhos. O gibi do
Jerônimo - como costumamos dizer -, foi
publicado pela
Rio Gráfica e Editora (atual Globo). Quantas
edições
desse famoso personagem – que teve
longevidade -,
voces fizeram? Dá pra relembrar? Como era o
processo
de criação? Quem escrevia os roteiros? Quanto
tempo
voces levavam para fechar cada edição?
Os
originais eram feitos no formato A-3?
EDNO:
Em parte esta resposta já foi dada na resposta 7.
Tony 12: Sério? Ando meio
pancada. Deve ser amnésia
dinossáurica, eu acho. Coisas da
idade (Rsss...).
Desculpe-me, “pisei no tomate”
(Rsss...)...
EDNO:
Complementando: Com a equipe formada, estávamos
entregando três
edições do ¨Jerônimo¨ por mês, e
aproveitando
o
tempo que sobrava, para colaborar com outras editoras.
Tony 13: Cacilda! O esquema era
pauleira. Prossiga...
EDNO:
Recordo-me, que nessa época da existência do Estúdio,
Moysés
Weltman nunca nos visitou, para ver como a revista
do
¨Jerônimo¨ era feita. Só tomava conhecimento
quando a
revista
chegava pronta na RGE, para ser impressa.
Tony 14: O autor não estava nem
aí? Nunca “chegou junto”?
Estranho, né? Eu o interrompi
estupidamente, bengala brother.
Mil perdões... continue...
EDNO:
No início, o formato era o A-3 (também, não
gostava).
Depois, passamos
para um formato próprio.
Um
pouco maior que o A-4 ( era, bem melhor).
Tony 15: Apesar de muitos artistas de
HQs afirmarem que no
formato A-4 é preciso desenhar
com uma lupa, ele faz render
a produção, é
óbvio... um pouco maior, acho que é o ideal –
até hoje não sei porque
fazíamos originais imensos (A-3).
Coisa de malucos... De volta ao bate
papo...
Com o cancelamento de Jerônimo,
que outros títulos
ou personagens voces também
criaram ou
desenvolveram nessa época super
produtiva?
EDNO:
No período do Estúdio, nasceu ¨Chico e Chica¨,
uma revista infantil editada pela extinta Revista
do Rádio. Esses personagens eram o ¨xodó¨ do mano,
que fazia o monopólio dos mesmos.
Era ele que fazia tudo sozinho: desenho à lápis,
escrevia as histórias, era o letrista e o arte-finalista.
Durou dois anos. No caminho, surgiu, também:
¨O Carrasco¨, um mocinho mascarado e que
nas suas horas de lazer, adorava pintar lindas mulheres.
Parece o mano (Risos...). Fizemos uma história do
mágico ¨Mandrake¨, em que ele enfrentava uns
alienígenas que queriam conquistar a terra,
bem como, algumas histórias do personagem ¨Reizinho¨,
de O. Soglow, para a RGE, histórias de terror
caipira de assombração, histórias essas, que
Edmundo colheu de minha mãe, que nos contava,
e que ouvira nos tempos em que viveu em
Marapanim, sua cidade natal, e histórias de faroeste.
uma revista infantil editada pela extinta Revista
do Rádio. Esses personagens eram o ¨xodó¨ do mano,
que fazia o monopólio dos mesmos.
Era ele que fazia tudo sozinho: desenho à lápis,
escrevia as histórias, era o letrista e o arte-finalista.
Durou dois anos. No caminho, surgiu, também:
¨O Carrasco¨, um mocinho mascarado e que
nas suas horas de lazer, adorava pintar lindas mulheres.
Parece o mano (Risos...). Fizemos uma história do
mágico ¨Mandrake¨, em que ele enfrentava uns
alienígenas que queriam conquistar a terra,
bem como, algumas histórias do personagem ¨Reizinho¨,
de O. Soglow, para a RGE, histórias de terror
caipira de assombração, histórias essas, que
Edmundo colheu de minha mãe, que nos contava,
e que ouvira nos tempos em que viveu em
Marapanim, sua cidade natal, e histórias de faroeste.
Tony
16: Chico e Chica? Interessante...
Seu mano era polivalente... sei disso. O Carrasco,
cheguei a comprar o gibi desse personagem.
Mandrake, do Lee Falk!? Reizinho!? Essas eu ia morrer
sem saber, juro. HQs de terror caipira, dessas eu
não me lembro. Você chegou a criar algum
personagem próprio, ou a escrever e
desenhar uma HQ de sua autoria?
Seu mano era polivalente... sei disso. O Carrasco,
cheguei a comprar o gibi desse personagem.
Mandrake, do Lee Falk!? Reizinho!? Essas eu ia morrer
sem saber, juro. HQs de terror caipira, dessas eu
não me lembro. Você chegou a criar algum
personagem próprio, ou a escrever e
desenhar uma HQ de sua autoria?
EDNO:
Bengala Brother, eu era o complemento
do Edmundo na época, no que se referia as
histórias em quadrinhos. Onde ele parava,
eu continuava. Eu era o pesquisador.
Procurava novidades, revistas novas, curiosidades,
era o sonhador da dupla. Para você ver como
o mano era, uma vez gostei de uma menina
lourinha de rabo-de-cavalo (tipo de cabelo
feminino muito usado na época), de nome
Eliana. Querendo fazer figura para conquistar
a menina, sugeri ao mano de se criar um herói
de quadrinhos, vivendo nas selvas amazônicas.
A mocinha iria passar as férias na Amazônia,
passando por vários perigos e sempre salva, por quem?
¨Arakén, O Justiceiro da Selva¨ ! Este nome foi tirado de um
personagem do livro ¨Iracema¨, de José de Alencar.
do Edmundo na época, no que se referia as
histórias em quadrinhos. Onde ele parava,
eu continuava. Eu era o pesquisador.
Procurava novidades, revistas novas, curiosidades,
era o sonhador da dupla. Para você ver como
o mano era, uma vez gostei de uma menina
lourinha de rabo-de-cavalo (tipo de cabelo
feminino muito usado na época), de nome
Eliana. Querendo fazer figura para conquistar
a menina, sugeri ao mano de se criar um herói
de quadrinhos, vivendo nas selvas amazônicas.
A mocinha iria passar as férias na Amazônia,
passando por vários perigos e sempre salva, por quem?
¨Arakén, O Justiceiro da Selva¨ ! Este nome foi tirado de um
personagem do livro ¨Iracema¨, de José de Alencar.
Esboço de Arakén, o justiceiro das selvas |
Página da revista Mundo das HQs editada pelo Edno. Em foco: Barney Baxter |
A
mocinha, lógico, seria loura, com rabo-de-cavalo.
Seu nome? Eliana! Não é que o mano concordou
com a ideia e escreveu várias histórias para o personagem.
O Estúdio estava em pleno vapor, e o trabalho foi
entregue ao Pedro Valente, um desenhista novo,
estreante, para fazer os esboços da história, e assim
nasceu ¨Arakén¨, com a cara do ator americano-
trapezista Burt Lancaster, de quem éramos fãs.
Foi publicado na revista
¨Valor¨, da Editora
Garimar, em 1959. Só saiu um número.
Tínhamos o segundo número pronto e o terceiro
estava pela metade. Tudo bem, não
conquistei a menina, mas ganhei
Seu nome? Eliana! Não é que o mano concordou
com a ideia e escreveu várias histórias para o personagem.
O Estúdio estava em pleno vapor, e o trabalho foi
entregue ao Pedro Valente, um desenhista novo,
estreante, para fazer os esboços da história, e assim
nasceu ¨Arakén¨, com a cara do ator americano-
trapezista Burt Lancaster, de quem éramos fãs.
Foi publicado na revista
¨Valor¨, da Editora
Garimar, em 1959. Só saiu um número.
Tínhamos o segundo número pronto e o terceiro
estava pela metade. Tudo bem, não
conquistei a menina, mas ganhei
uma
grande amiga (Risos...). Assim, era meu irmão.
Tony
17: Voces tinham uma bela sinergia, pelo visto (Rsss...).
Prosseguindo:
Quando eu era garoto – faz milênios,
sou
jurássico (Rsss...) - , lia e colecionava muitas HQs.
Colecionava
séries nacionais e importadas, de temas diversos,
como:
Terror, ficção, super-heróis, cômicos,
humor, western,
sacanagem, etc.
Colecionava Jerônimo, título que apresentava
uma
espécie de faroeste caboclo, rural, estrelada
pelo personagem principal, que dava
nome a série acompanhado pelo
pelo personagem principal, que dava
nome a série acompanhado pelo
impagável
Moleque Sací, um garoto de cor, atrapalhado
e
hilariante, que dava um sabor especial as histórias.
Foi
naquela época (anos 60), que passei a ser
fã do traço dinâmico do Edmundo Rodrigues.
Nem imaginava que ele tinha como fiel parceiro,
você, Edno. O trabalho de voces, ao meu
ver, tinha um “Q” de Gil kane.
fã do traço dinâmico do Edmundo Rodrigues.
Nem imaginava que ele tinha como fiel parceiro,
você, Edno. O trabalho de voces, ao meu
ver, tinha um “Q” de Gil kane.
Era
super dinâmico. Qual de voces era fã desse grande
mestre
dos comics da América?
EDNO:
Eu, também, sou jurássico (Risos...).
Você acertou em cheio, Bingo! Eu e o mano, sempre
fomos fãs dos desenhos de Gil Kane e Joe Kubert.
Talvez seja por isso, que alguns críticos de
quadrinhos achem alguma
semelhança com o estilo deles. Apesar dos trabalhos
de Kubert serem maravilhosos, acho eu, que os
desenhos de Edmundo sempre foram, desde o
início de sua carreira, mais no estilo de Kane:
Você acertou em cheio, Bingo! Eu e o mano, sempre
fomos fãs dos desenhos de Gil Kane e Joe Kubert.
Talvez seja por isso, que alguns críticos de
quadrinhos achem alguma
semelhança com o estilo deles. Apesar dos trabalhos
de Kubert serem maravilhosos, acho eu, que os
desenhos de Edmundo sempre foram, desde o
início de sua carreira, mais no estilo de Kane:
Tony 18: Eu sabia... valeu! Também
sempre admirei a
arte do Kubert (Sgto Rock), Gil kane, Steve Ditko
(Homem Aranha) e Kirby – grandes mestres das figuras
em ação. Parabéns, pelo bom gosto. Em que outros
grandes mestres dos quadrinhos
americanos voces se inspiravam?
(Homem Aranha) e Kirby – grandes mestres das figuras
em ação. Parabéns, pelo bom gosto. Em que outros
grandes mestres dos quadrinhos
americanos voces se inspiravam?
EDNO:
Edmundo tinha uma queda, também,
pelos trabalhos do grande Alex Raymond, criador
de ¨Agente Secreto X-9¨, ¨Nick Holmes¨ (Rip Kirby)
e o lendário ¨Flash Gordon¨. Chegou até a comprar,
através de uma revista americana, um livreto
que falava do Estúdio de Raymond e mostrava
seus desenhos. Eu e ele, tínhamos ainda outros,
para citar alguns: Roy Crane (Jim Gordon),
Frank Miller (Barney Baxter), Frank Robbins
(Johnny Hazard), Clarence Gray (Brick Bradford),
Will Eisner (Spirit), Harold Foster (Príncipe
Valente), Burne Hogarth (Tarzan)... mano, vou
parar por aqui. É muita gente boa que vem atrás!
pelos trabalhos do grande Alex Raymond, criador
de ¨Agente Secreto X-9¨, ¨Nick Holmes¨ (Rip Kirby)
e o lendário ¨Flash Gordon¨. Chegou até a comprar,
através de uma revista americana, um livreto
que falava do Estúdio de Raymond e mostrava
seus desenhos. Eu e ele, tínhamos ainda outros,
para citar alguns: Roy Crane (Jim Gordon),
Frank Miller (Barney Baxter), Frank Robbins
(Johnny Hazard), Clarence Gray (Brick Bradford),
Will Eisner (Spirit), Harold Foster (Príncipe
Valente), Burne Hogarth (Tarzan)... mano, vou
parar por aqui. É muita gente boa que vem atrás!
Vai
encher uma folha...
Tony
19: Raymond e seu Agente Secreto X-9, como
eu
adorava esta série. Tempo bom...
Só caras ruins de traço, né?
Tô brincando (Rsss...)... só feras, da chamada Era de
Ouro dos Quadrinhos. Também “pago pau”
pra esses caras. Foram grandes mestres...
Só caras ruins de traço, né?
Tô brincando (Rsss...)... só feras, da chamada Era de
Ouro dos Quadrinhos. Também “pago pau”
pra esses caras. Foram grandes mestres...
A
pergunta a seguir é fatal. Aposto que muita gente
deve estar se perguntando: Por que você nunca
assinava os trabalhos? Timidez? Insegurança?
Qual era o problema?
deve estar se perguntando: Por que você nunca
assinava os trabalhos? Timidez? Insegurança?
Qual era o problema?
Se
é que tinha algum (Rsss...)...
Timidez?...
não foi. Insegurança?... também, não.
Qual
foi o problema? Na
verdade, houve um pouco de
acomodação,
da minha parte.
O
mano era o artista da família, e nos quadrinhos
era o cabeça, o principal. Eu admirava o meu irmão e
era o cabeça, o principal. Eu admirava o meu irmão e
gostava
de ser o seu coadjuvante. No entanto, confesso:
pelo
talento do mano, o sucesso de ¨Jerônimo¨, do Estúdio
(produzindo
fotonovelas, distribuindo quadrinhos para
várias
editoras do Rio e de São Paulo, e com uma
excelente
equipe de desenhistas), me passou pela cabeça:
¨Temos
uma marca de sucesso: EDMUNDO RODRIGUES.
Porque
não montarmos uma Escola de
Desenho, nos moldes da Hollywood
Continental School¨ (que dizem que ele
Desenho, nos moldes da Hollywood
Continental School¨ (que dizem que ele
cursou
(Risos...), mas que na verdade, foi um curso
por
correspondência que vi numa revista americana
de
quadrinhos e que comprei, já pensando
na
futura Escola de Desenho. Meu irmão não
precisava fazer nenhum curso, os deuses já lhe
tinham dado o talento de mão beijada), e nos
moldes do Estúdio da Disney?¨.
Infelizmente, o mano “roeu a corda”.
precisava fazer nenhum curso, os deuses já lhe
tinham dado o talento de mão beijada), e nos
moldes do Estúdio da Disney?¨.
Infelizmente, o mano “roeu a corda”.
Tony 20: O homem amarelou? Não
quis fazer? Não acredito...
perderam uma puta chance de faturar
alto.
O nome dele tinha peso, de fato, devido ao sucesso,
principalmente, depois de Jerônimo. Let’s go...
O nome dele tinha peso, de fato, devido ao sucesso,
principalmente, depois de Jerônimo. Let’s go...
Quando me tornei profissional na década
de 70,
comecei a ouvir nos bastidores que o Ed tinha um
irmão artista, você, Edno. E que voces tinham produzidos,
juntos, uma centena de páginas de HQs. Então,
curiosamente, passei a indagar para alguns
editores e profissionais da área –
comecei a ouvir nos bastidores que o Ed tinha um
irmão artista, você, Edno. E que voces tinham produzidos,
juntos, uma centena de páginas de HQs. Então,
curiosamente, passei a indagar para alguns
editores e profissionais da área –
aqui de São Paulo – sobre
você.
E acabei descobrindo que poucos o
conheciam.
O Edmundo era o “linha de frente”?
Ele era o cara que vendia o trabalho
de voces para os editores?
de voces para os editores?
EDNO:
Foi ele próprio, que em um belo dia,
resolveu: ¨Irmão, você já me ajudou tanto
e esboçou tantas histórias em quadrinhos comigo,
que acho que já esta na hora de você dar a cara
para apanhar (Risos...). Pretendo utilizar algumas
das histórias de assombrações da mamãe, que
ela ouviu no Pará, e como vamos fazer, também,
outras sobre Guerra (¨Diário de Guerra¨ - FEB/
Força Expedicionária Brasileira), que o Milton
Mattos vai escrever, eu vou colocar o seu nome
e o meu, nos desenhos! ¨. Aliás, o estilo de Kubert,
nas histórias de guerra, foi ideia minha, pois
sempre fui apaixonado pelos seus desenhos.
O estilo do mano era mesmo o de Gil Kane.
Na verdade, eu me amarrava mesmo, era em
idealizar as cenas das histórias e depois desenhar
à lápis... o final, ficava por conta do mano.
resolveu: ¨Irmão, você já me ajudou tanto
e esboçou tantas histórias em quadrinhos comigo,
que acho que já esta na hora de você dar a cara
para apanhar (Risos...). Pretendo utilizar algumas
das histórias de assombrações da mamãe, que
ela ouviu no Pará, e como vamos fazer, também,
outras sobre Guerra (¨Diário de Guerra¨ - FEB/
Força Expedicionária Brasileira), que o Milton
Mattos vai escrever, eu vou colocar o seu nome
e o meu, nos desenhos! ¨. Aliás, o estilo de Kubert,
nas histórias de guerra, foi ideia minha, pois
sempre fui apaixonado pelos seus desenhos.
Traços nitidamente influenciados por Joe Kubert |
Na verdade, eu me amarrava mesmo, era em
idealizar as cenas das histórias e depois desenhar
à lápis... o final, ficava por conta do mano.
Como
diria o ¨Rei¨ Roberto Carlos:
Ele era ¨O CARA¨ ! (Risos...).
Ele era ¨O CARA¨ ! (Risos...).
Tony
21: All right, brother cane! Vamos
nessa...
Como era o mercado de trabalho, na época em que
voces trabalhavam em parceria? Tinham que dar
porrada na mesa para receber? Dava para viver
numa boa fazendo quadrinhos,
ou tinham que fazer outras atividades paralelas?
Como era o mercado de trabalho, na época em que
voces trabalhavam em parceria? Tinham que dar
porrada na mesa para receber? Dava para viver
numa boa fazendo quadrinhos,
ou tinham que fazer outras atividades paralelas?
EDNO:
O mercado era excelente, se não houvesse
trabalho, não havia Estúdio.
Dava para se viver normalmente,
sem precisar pedir empréstimos, e sem precisar dar
porrada em ninguém para receber.
trabalho, não havia Estúdio.
Dava para se viver normalmente,
sem precisar pedir empréstimos, e sem precisar dar
porrada em ninguém para receber.
É
meio complicado, pois nesse período, tinha as edições
do ¨Jerônimo¨, bem como, fotonovelas, e vários
títulos que corriam paralelamente.
do ¨Jerônimo¨, bem como, fotonovelas, e vários
títulos que corriam paralelamente.
Tony 22: As fotonovlas faziam muito sucesso.
Deram sorte. Começaram com o pé direito.
Nos anos 70, comecei “zicado”, com o pé esquerdo.
Logo de cara tive que quebrar o pau com uns editores do
Brás, para receber a primeira revista que fiz como free
lance, chamada: Sargento Bronca... só continuei nesse
negócio porque sou teimoso como uma mula. Mas
encontrei bons editores na sequência.
Deram sorte. Começaram com o pé direito.
Nos anos 70, comecei “zicado”, com o pé esquerdo.
Logo de cara tive que quebrar o pau com uns editores do
Brás, para receber a primeira revista que fiz como free
lance, chamada: Sargento Bronca... só continuei nesse
negócio porque sou teimoso como uma mula. Mas
encontrei bons editores na sequência.
Vamos em frente... Você e o Ed
fazem parte de
uma super geração de quadrinistas brasileiros privilegiados.
Foram contemporâneos de grandes artistas, como:
Flávio Colin, Juarez Odilon, Lírio Aragão, Shimamoto
, Nico Rosso, Ignácio Justo (meu mestre), Walmir,
Amaral, Primaggio, Wilson Fernandes, Jayme Cortez,
Gedeone, Luchetti, Zalla, Colonnese, Péricles,
Luis Meri, Queirós, Osvaldo Talo, e outras feras.
uma super geração de quadrinistas brasileiros privilegiados.
Foram contemporâneos de grandes artistas, como:
Flávio Colin, Juarez Odilon, Lírio Aragão, Shimamoto
, Nico Rosso, Ignácio Justo (meu mestre), Walmir,
Amaral, Primaggio, Wilson Fernandes, Jayme Cortez,
Gedeone, Luchetti, Zalla, Colonnese, Péricles,
Luis Meri, Queirós, Osvaldo Talo, e outras feras.
Com quais desses verdadeiros monstros
sagrados voces
conheceram pessoalmente ou conviveram?
Edno e Edmundo eram ecléticos |
Maja, uma sensual Mulher Vampiro |
O dinâmico mestre desenhando clássicos infantis |
Revistas editadas por Edno, como hobby |
Em pauta, os grandes personagens das HQs Revista Mundo das HQs |
Os manos: Edmundo e Edno Rodrigues |
EDNO:
Eu tive a honra e a felicidade
(eu,
também, sou fã deles! Risos...). Graças ao
Estúdio,
tive
o prazer de conhecer o Getúlio Delphin (o Edmundo
fez
dois números da revista ¨O Falcão Negro¨, da
Editora
Garimar,
por seu intermédio, pois era o desenhista
do personagem, na época), Paulo Abreu
(trabalhava na RGE, com o nome de ¨Pabreu¨),
Juarez Odilon (falecido. Trabalhou no nosso
Estúdio, levou uns LPs emprestados meus e nunca
devolveu (Risos...). Eu gostava dele, que descanse
em paz), Fernando De Lisboa (seu irmão foi colega
meu, de Escola Pública, éramos amigos de rua,
quando minha família morou na Zona Norte do Rio),
Gedeone Malagola (quando esbocei o ¨Raio Negro¨,
nº 13, estive em sua casa, em São Paulo), e conheci,
também, para mim um dos maiores
cartunistas do Rio: Péricles.
Ele
desenhava para a extinta revista
¨O Cruzeiro¨, um personagem chamado
¨O Amigo da Onça¨, que virou modismo e
expressão popular. Até na hora de sua morte,
ele fez humor: Na passagem do ano de 1961,
sentindo-se sozinho em seu apartamento, em
Copacabana, Rio, abriu o gás, deixou uma carta
¨a quem interessar possa¨ e outra para sua mãe.
Partiu desta vida deixando na porta um bilhete,
bem ao estilo de seu personagem:
do personagem, na época), Paulo Abreu
(trabalhava na RGE, com o nome de ¨Pabreu¨),
Juarez Odilon (falecido. Trabalhou no nosso
Estúdio, levou uns LPs emprestados meus e nunca
devolveu (Risos...). Eu gostava dele, que descanse
em paz), Fernando De Lisboa (seu irmão foi colega
meu, de Escola Pública, éramos amigos de rua,
quando minha família morou na Zona Norte do Rio),
Gedeone Malagola (quando esbocei o ¨Raio Negro¨,
nº 13, estive em sua casa, em São Paulo), e conheci,
também, para mim um dos maiores
cartunistas do Rio: Péricles.
Mestre Gedeone Malagola, autor de Raio Negro |
¨O Cruzeiro¨, um personagem chamado
¨O Amigo da Onça¨, que virou modismo e
expressão popular. Até na hora de sua morte,
ele fez humor: Na passagem do ano de 1961,
sentindo-se sozinho em seu apartamento, em
Copacabana, Rio, abriu o gás, deixou uma carta
¨a quem interessar possa¨ e outra para sua mãe.
Partiu desta vida deixando na porta um bilhete,
bem ao estilo de seu personagem:
¨Não
risquem fósforos¨. Quando aos outros
mestres dos quadrinhos, citados na pergunta,
acredito, que quando foi para São Paulo,
mestres dos quadrinhos, citados na pergunta,
acredito, que quando foi para São Paulo,
my
brother é quem deve ter conhecido
bem e convivido com eles.
bem e convivido com eles.
Tony
23: Falcão Negro, comprei esse gibi, na época.
Péricles!?
Bengala brother, você
acabou de citar um cara que eu admirava
muito
e que também merece uma boa homenagem póstuma.
As
charges que ele fazia do personagem chamado
O
Amigo da Onça eram ótimas, fizeram muito sucesso.
Cheguei até a
colecioná-las, arrancando as páginas da
revista O Cruzeiro,
que meus pais compravam.
Não
sabia que até pra morrer ele fez sua última gag.
Valeu,
pela lembrança. Em 1966 você abandonou
definitivamente
os quadrinhos e decidiu entrar para a
marinha, rompendo a
maravilhosa parceria com
o
mano, correto? Isso ocorreu por vocação?
Tinha
um marinheiro Popeye adormecido dentro
de
você? (Rsss...).
Ou
por que você estava desiludido com as HQs?
EDNO:
Não, mano. Acontece que o Edmundo
Almanaque de Terror, feito pelos manos |
conheceu uma moça,
chamada Waldete, que
desenhava modelos de moda feminina, se eu
não me engano, para o Gil Brandão, que tinha
umas páginas sobre o assunto na extinta
revista ¨Figurino Moderno¨, da Editora Vecchi.
desenhava modelos de moda feminina, se eu
não me engano, para o Gil Brandão, que tinha
umas páginas sobre o assunto na extinta
revista ¨Figurino Moderno¨, da Editora Vecchi.
Gil
Brandão era um famoso costureiro, que
começou sua carreira nos quadrinhos, nos
anos 50, na extinta revista ¨Sesinho¨,
desenhando uma bonita história chamada:
¨Raça e Coragem¨.
começou sua carreira nos quadrinhos, nos
anos 50, na extinta revista ¨Sesinho¨,
desenhando uma bonita história chamada:
¨Raça e Coragem¨.
Esse
acontecimento selou o fim do Estúdio.
Deu
a louca no mano. Ele resolveu viver
com ela e depois casar,
com ela e depois casar,
e
assim, acabar com tudo.
Ou seja, acabar com o Estúdio,
Ou seja, acabar com o Estúdio,
e
fazer do local, o seu futuro lar!
Isso em 1961 para 1962.
Isso em 1961 para 1962.
Com
o fechamento do Estúdio de Desenho, a
vida de meu irmão e a minha, continuaram
na mesma direção, só que ele, sozinho.
vida de meu irmão e a minha, continuaram
na mesma direção, só que ele, sozinho.
Continuei
colaborando com ele, mais
não era como antigamente.
não era como antigamente.
Meu
pai havia falecido, o outro meu irmão morando
em Minas Gerais, minhas duas irmãs casadas,
como ainda estava solteiro, fui morar com minha mãe.
Em 1964, minha irmã mais velha era servidora
pública federal e tinha uma boa relação de amizade
no meio militar, conseguindo que eu fosse nomeado
interinamente como Servidor
em Minas Gerais, minhas duas irmãs casadas,
como ainda estava solteiro, fui morar com minha mãe.
Em 1964, minha irmã mais velha era servidora
pública federal e tinha uma boa relação de amizade
no meio militar, conseguindo que eu fosse nomeado
interinamente como Servidor
Público
Federal, na Marinha Brasileira.
Pois
é, a Marinha, não foi nem por vocação e
nem
Tony 24: Seu irmão também
fez Raio Negro, um clássico
criado pelo saudoso professor e grande bengala
brother Gedeone Malagola, que era desenhista e um
grande escriba, como você já afirmou anteriormente.
criado pelo saudoso professor e grande bengala
brother Gedeone Malagola, que era desenhista e um
grande escriba, como você já afirmou anteriormente.
O Ed também fez Juvêncio,
outro personagem de
faroeste caboclo, que seguiu a trilha de sucesso de
Jerônimo, na década de 80. Ou seja, inicialmente Juvêncio,
o justiceiro mascarado, a la The Lone Ranger e
que também tinha um companheiro adolescente
chamado Juquinha – eu acho -, surgiu também como
novela radiofônica e acabou sendo lançado em quadrinhos
pela editora Luzeiro, do meu saudoso amigo e editor
Arlindo Pinto. Fiz muitos trabalhos pra essa empresa no final dos
anos 80 e foi lá que conheci o mestre Queirós, que
fazia as ilustrações para as revistas
de piadas daquela casa editorial. O desenhista oficial
de Juvêncio era o falecido desenhista,
grande amigo e colaborador, chamado Fabiano –
faroeste caboclo, que seguiu a trilha de sucesso de
Jerônimo, na década de 80. Ou seja, inicialmente Juvêncio,
o justiceiro mascarado, a la The Lone Ranger e
que também tinha um companheiro adolescente
chamado Juquinha – eu acho -, surgiu também como
novela radiofônica e acabou sendo lançado em quadrinhos
pela editora Luzeiro, do meu saudoso amigo e editor
Arlindo Pinto. Fiz muitos trabalhos pra essa empresa no final dos
anos 80 e foi lá que conheci o mestre Queirós, que
fazia as ilustrações para as revistas
de piadas daquela casa editorial. O desenhista oficial
de Juvêncio era o falecido desenhista,
grande amigo e colaborador, chamado Fabiano –
o Fabi também desenhou quase toda
a série, que fez
muito sucesso, de catecismo (quadrinho para adultos)
chamado Carreira, editado pelo Zé Eduardo, filho do Arlindo,
que também abriu uma editora. Indago:
muito sucesso, de catecismo (quadrinho para adultos)
chamado Carreira, editado pelo Zé Eduardo, filho do Arlindo,
que também abriu uma editora. Indago:
Se você parou de desenhar em 96,
para virar marinheiro,
não poderia ter participado dos
dois títulos que citei,
obviamente. Dá pra explicar?
Outra coisa, você seguiu a
carreira militar?
EDNO:
Bengala Boy, na verdade minha parceria com Edmundo,
terminou em 1964 (mas, nunca a minha paixão
terminou em 1964 (mas, nunca a minha paixão
pelos
quadrinhos), quando fui transferido para servir na
Marinha,
em Brasília, onde passei dois anos.
Nunca
fui marinheiro (Risos...).
Tony
25: Nunca!? Jamais singrou os mares? Cacilda, dá
pra
explicar essa estranha história de marujo?
EDNO:
Fui Funcionário Civil. Tive o orgulho,
até me aposentar, de ocupar o posto de
Encarregado do Pessoal Civil (cargo equiparado,
na Marinha, ao de Capitão-Tenente), por longo
tempo, no Centro de Reparos e Suprimentos
Especiais e no Centro de Adestramento e Instrução
da Marinha, do Corpo de Fuzileiros Navais, na
Ilha da Marambaia, RJ., bem como, Encarregado
Geral dos Servidores Civis do Comando-Geral do
CFN. Não nego, tirando a minha família (tenho
dois netos que adoro, um de 7 e outro de 11
anos), tenho mais dois amores:
até me aposentar, de ocupar o posto de
Encarregado do Pessoal Civil (cargo equiparado,
na Marinha, ao de Capitão-Tenente), por longo
tempo, no Centro de Reparos e Suprimentos
Especiais e no Centro de Adestramento e Instrução
da Marinha, do Corpo de Fuzileiros Navais, na
Ilha da Marambaia, RJ., bem como, Encarregado
Geral dos Servidores Civis do Comando-Geral do
CFN. Não nego, tirando a minha família (tenho
dois netos que adoro, um de 7 e outro de 11
anos), tenho mais dois amores:
Os
Quadrinhos e o Corpo de Fuzileiros Navais.
Tony 26: Entendi. Acho que isso é
o que chamam de
“Marinheiro de água docê”, ironicamente. Prosseguindo...
Nos anos 70, na sede da Minami e Cunha Editores, que
ficava no bairro do Cambuci aqui em São Paulo, pela
primeira vez tive o prazer de encontrar um dos meus ídolos
do mundo das HQs, seu irmão (Rsss...). Na verdade esse
primeiro encontro foi um misto de prazer e decepção -
como narrei na matéria homenagem póstuma que fiz sobre
o Ed. Ele detonou meus sofríveis originais de uma HQ de
terror que fiz no formato A-3 (Snif! Snif! Rsss...).
Eu não estava preparado psicológicamente para receber
aquelas “severas críticas” - coisa de boióla, coisa de
desenhista iniciante metido a besta (Rsss...).
Aquelas críticas feitas pelo seu mano sobre minha primeira
HQ me fizeram cair na realidade:
“Marinheiro de água docê”, ironicamente. Prosseguindo...
Nos anos 70, na sede da Minami e Cunha Editores, que
ficava no bairro do Cambuci aqui em São Paulo, pela
primeira vez tive o prazer de encontrar um dos meus ídolos
do mundo das HQs, seu irmão (Rsss...). Na verdade esse
primeiro encontro foi um misto de prazer e decepção -
como narrei na matéria homenagem póstuma que fiz sobre
o Ed. Ele detonou meus sofríveis originais de uma HQ de
terror que fiz no formato A-3 (Snif! Snif! Rsss...).
Eu não estava preparado psicológicamente para receber
aquelas “severas críticas” - coisa de boióla, coisa de
desenhista iniciante metido a besta (Rsss...).
Aquelas críticas feitas pelo seu mano sobre minha primeira
HQ me fizeram cair na realidade:
Que eu precisava fazer meu trabalho
evoluir, estudar mais.
Elas acabaram me ajudando muito a ser um
verdadeiro
profissional, com o passar do tempo. Nesse período, as
editoras que antes se concentravam na cidade do Rio
de janeiro começaram a migrar para São Paulo.
profissional, com o passar do tempo. Nesse período, as
editoras que antes se concentravam na cidade do Rio
de janeiro começaram a migrar para São Paulo.
Desenhistas talentosos cariocas
começaram a circular
pela minha cidade para “garimpar
editores”.
Alguns até vieram morar por aqui.
Se não me engano, o Edmundo
Se não me engano, o Edmundo
veio morar no sofisticado bairro da
Aclimação, onde
ainda mora outro grande mestre Ignácio Justo – preciso
entrevistar meu velho e querido teacher. Não nos vemos
a uma eternidade, devido a correria.
ainda mora outro grande mestre Ignácio Justo – preciso
entrevistar meu velho e querido teacher. Não nos vemos
a uma eternidade, devido a correria.
Voltando ao fio da meada... nesta fase
seu irmão
colaborou com inúmeras casas editoriais paulistas,
ilustrando clássicos da literatura como 20 mil
Léguas Submarina (de Julio Verne), etc, e fazendo
colaborou com inúmeras casas editoriais paulistas,
ilustrando clássicos da literatura como 20 mil
Léguas Submarina (de Julio Verne), etc, e fazendo
diversos genêros de HQs.
Nessa época voces mantinham
contato?
Você ainda sonhava em voltar a
fazer quadrinhos?
EDNO:
É verdade. Nessa época, o mano pegou as
suas coisas, e foi para São Paulo, morar no Bairro
da Aclimação, pois a situação das revistas em
quadrinhos, no Rio, não andavam boas. Eu, estava
casado, e acabara de ser pai, batalhando para
me firmar na Marinha. Os quadrinhos, nesse período,
ficou em segundo plano. Sonhar a voltar a fazer HQs?
Sonhava, mas o mano já estava em outra!
suas coisas, e foi para São Paulo, morar no Bairro
da Aclimação, pois a situação das revistas em
quadrinhos, no Rio, não andavam boas. Eu, estava
casado, e acabara de ser pai, batalhando para
me firmar na Marinha. Os quadrinhos, nesse período,
ficou em segundo plano. Sonhar a voltar a fazer HQs?
Sonhava, mas o mano já estava em outra!
Depois
de aposentado, passei um período
explorando o meu ¨PC¨, fazendo como ¨hobby¨,
umas revistinhas sobre assuntos
diversos do Mundo, Cinema e de Quadrinhos.
E fiz muitas capas de CDs e DVDs,
de cópias de LPs antigos e filmes gravados em
VHS, que convertia em discos digitais,
para os amigos mais chegados.
explorando o meu ¨PC¨, fazendo como ¨hobby¨,
umas revistinhas sobre assuntos
diversos do Mundo, Cinema e de Quadrinhos.
E fiz muitas capas de CDs e DVDs,
de cópias de LPs antigos e filmes gravados em
VHS, que convertia em discos digitais,
para os amigos mais chegados.
Tony 27: Casou? Então, “Sentou
na
mandioca”, como
costumo dizer (Rsss...). Um homem casado, que quer
constituir família, não pode deixar a “peteca cair”.
Precisa de um emprego fixo, dar segurança a família,
apesar do seu amor pelo mano e pelos quadrinhos.
Mesmo fora do circuíto comercial você passou
a editar suas próprias revistinhas.
mandioca”, como
costumo dizer (Rsss...). Um homem casado, que quer
constituir família, não pode deixar a “peteca cair”.
Precisa de um emprego fixo, dar segurança a família,
apesar do seu amor pelo mano e pelos quadrinhos.
Mesmo fora do circuíto comercial você passou
a editar suas próprias revistinhas.
Cara, você entende muito de HQs.
Na sua opinião,
caro bengala brother, qual é o maior problema das
HQs nacionais? Faltam bons personagens? Falta
criatividade? Bons roteiros? Faltam editores dispostos a
investir pesado em novos talentos? Faltam leitores dispostos
a comprar, sem torcer o nariz, quando vêm uma HQ Made in Brazil?
Na sua opinião,
caro bengala brother, qual é o maior problema das
HQs nacionais? Faltam bons personagens? Falta
criatividade? Bons roteiros? Faltam editores dispostos a
investir pesado em novos talentos? Faltam leitores dispostos
a comprar, sem torcer o nariz, quando vêm uma HQ Made in Brazil?
Falta um bom
sistema de distribuição? – problema alegado
pelos
editores, devido
as dimensões continentais desse
pais.
EDNO:
Brother, o brasileiro, por si só, é criativo.
Nós
mesmos, somos excelentes personagens!
Temos cenários mis para
serem explorados, que
podem se tornar pano de fundo para ótimos
roteiros.
Sim, falta editores, leitores e uma boa mídia.
O
jovem de hoje só quer comprar e colecionar revistas
de
super-heróis. A maior parte dos fãs de gibís,
que
gostam de rasbicar desenhos a lápis, nossos futuros
artistas de quadrinhos, só pensam em fazer e
idealizar heróis
calcados nos super-heróis americanos.
Eu
sou um saudosista. Heróis para mim, tem que
ser igual ao Indiana Jones: Atual, mais com
os pés no chão. Veja: A única (creio eu)
e excelente revista que fala sobre quadrinhos,
é a revista ¨Mundo dos Super-Héróis¨,
do meu amigo Manoel de Souza.
ser igual ao Indiana Jones: Atual, mais com
os pés no chão. Veja: A única (creio eu)
e excelente revista que fala sobre quadrinhos,
é a revista ¨Mundo dos Super-Héróis¨,
do meu amigo Manoel de Souza.
O
título já diz tudo, não? E eu sou assinante!
(Risos...)...
Tony: 28: Super-heróis e mangás,
isto é o que os nossos
leitores adoram ler atualmente. Indiana
Jones, foi uma
grande sacada do Spielberg. Uma versão
de Jim das Selvas,
atualizado, com roteiros de ações
contínuas geniais,
bem aos moldes de uma boa HQ. Bem observado.
bem aos moldes de uma boa HQ. Bem observado.
Sou fã da série e desse
super diretor que fez diversos
clássicos, como: Encurralado –
filme feito para a TV.
O Manoel de Souza e sua equipe fazem um
bom
trabalho. Mas a revista dele começou focando apenas
super-heróis e graças a Deus, aos poucos, foi mudando
esse perfil e passou a falar de outras vertentes das
Hqs e do cinema. O cara é esperto e a editora Europa
está de parabéns. Trata-se de uma revista de alta
qualidade. Com o advento e massificação da WEB
o mundo mudou radicalmente. Hoje, esta geração
que está aí, tá ligada em tablets, Ipods, Ipads, etc.
Por todo o mundo, editores, gráficos, e profissionais
em geral do setor editorial estão sentindo o drama
para se manter no chamado mercado
convencional de publicações:
trabalho. Mas a revista dele começou focando apenas
super-heróis e graças a Deus, aos poucos, foi mudando
esse perfil e passou a falar de outras vertentes das
Hqs e do cinema. O cara é esperto e a editora Europa
está de parabéns. Trata-se de uma revista de alta
qualidade. Com o advento e massificação da WEB
o mundo mudou radicalmente. Hoje, esta geração
que está aí, tá ligada em tablets, Ipods, Ipads, etc.
Por todo o mundo, editores, gráficos, e profissionais
em geral do setor editorial estão sentindo o drama
para se manter no chamado mercado
convencional de publicações:
As vendas tem despencado nos últimos
anos.
Alguns editores europeus e americanos
investiram pesado
em edições virtuais e já
estão colhendo frutos neste
novo setor a ser explorado.
Ou seja: vendendo publicações
e até HQs
virtuais chamadas de webcomics.
As revistas impressas tendem a
desaparecer?
Ou, o mundo só com webcomics é
mera utopia?
EDNO:
Acredito que seja um ciclo dos quadrinhos:
Primeiro,
os personagens infantis(Menino Amarelo/Chiquinho/
Reco-Reco,
Bolão e Azeitona/ Mafalda/ Bidú / Hagar, O Terrível/
O
Gato Felix / Krazy Kat / Chico e Chica/O Reizinho/
Mônica/Popeye, etc.), depois, os heróis adultos
(Jim Gordon/Tarzan/Capitão Atlas/Spirit/Jerônimo,
O Herói do Sertão/ Flash Gordon/
Mônica/Popeye, etc.), depois, os heróis adultos
(Jim Gordon/Tarzan/Capitão Atlas/Spirit/Jerônimo,
O Herói do Sertão/ Flash Gordon/
Brick
Bradford, etc.), em seguida, os super-heróis
(Homem de Ferro/Quarteto Fantástico/Raio Negro/
Wolverine/Thor/Hulk/ Lanterna Verde, etc.), e agora,
os heróis digitais. Utopia? Já pensou a gente ver
(Homem de Ferro/Quarteto Fantástico/Raio Negro/
Wolverine/Thor/Hulk/ Lanterna Verde, etc.), e agora,
os heróis digitais. Utopia? Já pensou a gente ver
tudo isso, todos juntos, virtualmente?
Será o ápice da Era Digital! Quanto as revistas
impressas de HQs, elas nunca desaparecerão,
pois sempre haverá
os fanáticos por quadrinhos
como nós (Risos...), e
sempre existirão os blogs,
as bibliotecas e os sebos, não
é?...
Tony 29: Concordo plenamente. Malucos,
como nós,
sempre vão existir eternamente (Rsss...).
Adoramos o cheiro de papel e tinta. Isso não é
antiecológico?
Brick Bradford e Flash Gordon, como eu adorava
essas
séries. Cite alguns grandes autores nacionais de HQs?
EDNO:
Belmonte, Luiz Sá, Maurício de Sousa,
Ziraldo, Péricles, Carlos Estévão, Jayme Cortez, Eugenio
Colonesse, Nico Rosso, Getúlio Delphin, Fernando De Lisboa,
Gedeone Malagola, Álvaro de Moya (Além de autor
de vários livros sobre HQs, já fez para a Editora
Abril, capas das revistas ¨Pato Donald¨
e ¨Mickey¨), Renato Silva, Fernando Dias da Silva,
J. Carlos, Alfredo Storni, Monteiro Filho (excelente
capista do tempo da Editora Ebal), Gil Brandão,
Alceu Penna, Benício. Bom, tem também, Edno e
Edmundo Rodrigues & Tony Fernandes (Risos...).
Ziraldo, Péricles, Carlos Estévão, Jayme Cortez, Eugenio
Colonesse, Nico Rosso, Getúlio Delphin, Fernando De Lisboa,
Gedeone Malagola, Álvaro de Moya (Além de autor
de vários livros sobre HQs, já fez para a Editora
Abril, capas das revistas ¨Pato Donald¨
e ¨Mickey¨), Renato Silva, Fernando Dias da Silva,
J. Carlos, Alfredo Storni, Monteiro Filho (excelente
capista do tempo da Editora Ebal), Gil Brandão,
Alceu Penna, Benício. Bom, tem também, Edno e
Edmundo Rodrigues & Tony Fernandes (Risos...).
Tony
30: Adorei essa lista de bambas.
Exceto esse tal de Tony (Rsss...).
Bondade sua, brother. O professor Moya é um dos
grandes do metiê. Escreveu Shazam, a bíblia das HQs
e outros livros fantásticos.
Exceto esse tal de Tony (Rsss...).
Bondade sua, brother. O professor Moya é um dos
grandes do metiê. Escreveu Shazam, a bíblia das HQs
e outros livros fantásticos.
Tenho
uma relíquia, que guardo a sete chaves, que foi
desenhada
por ele: Zumbi dos Palmares, em quadrinhos.
Que
bons livros você recomendaria?
EDNO:
¨BENÍCIO - Um Perfil do Mestre das
Pin-ups e dos
Cartazes de Cinema¨, de Gonçalo Junior;
¨A
Cabana¨, de William P. Young; ¨Super-Heróis no
CINEMA e nos Longas-Metragens da TV¨, de André
Morelli; ¨VAMPIROS na Cultura Pop¨, de Maurício
Muniz e Manoel de Souza; ¨Chega de Pobreza¨, de
Robert K. Wise e George B. Wilson; ¨A Travessia¨,
de William P. Young¨; ¨O Lorde Supremo¨, de Trudi
Canavan; ¨A Cronologia
CINEMA e nos Longas-Metragens da TV¨, de André
Morelli; ¨VAMPIROS na Cultura Pop¨, de Maurício
Muniz e Manoel de Souza; ¨Chega de Pobreza¨, de
Robert K. Wise e George B. Wilson; ¨A Travessia¨,
de William P. Young¨; ¨O Lorde Supremo¨, de Trudi
Canavan; ¨A Cronologia
dos
Quadrinhos / Parte 1 e 2¨,
Jornal
da ABI - Especial/RJ.; e ¨História da História
em
Quadrinhos¨, de Álvaro de Moya.
Tony 31: Bela relação
para quem curte uma boa leitura, como eu.
Anotei alguns aqui. Vou comprar.
Filmes... quais são
seus diretores ou atores preferidos?
EDNO:
Alguns: ¨Zulu Dawn¨, ¨Gilda¨,
¨Bastardos Inglórios¨,
¨Bastardos Inglórios¨,
¨A
Carga da Brigada Ligeira¨, ¨O Ladrão de Bagdá¨,
¨Guerra e Paz¨, ¨Tropa de Elite¨, ¨The Commitments¨,
¨As 4 Penas Brancas¨, ¨Avatar¨, ¨Spartacus (TV),
¨Os Outros¨. Na verdade, eu sou fã de carteirinha
do ator Burt Lancaster e de todos os seus filmes,
mais tenho, também, predileção por outros atores,
como: Anthony Hopkins, Patrick Swayze, Lázaro
Ramos, Sam Elliott, Harrison Ford, Francisco Santoro,
Sean Connery, Errol Flynn, Wagner Moura, Keanu
Reeves, Robert Downey Jr., Mel Gibson, Jude Law,
Tom Hanks, Denzel Washington.
¨Guerra e Paz¨, ¨Tropa de Elite¨, ¨The Commitments¨,
¨As 4 Penas Brancas¨, ¨Avatar¨, ¨Spartacus (TV),
¨Os Outros¨. Na verdade, eu sou fã de carteirinha
do ator Burt Lancaster e de todos os seus filmes,
mais tenho, também, predileção por outros atores,
como: Anthony Hopkins, Patrick Swayze, Lázaro
Ramos, Sam Elliott, Harrison Ford, Francisco Santoro,
Sean Connery, Errol Flynn, Wagner Moura, Keanu
Reeves, Robert Downey Jr., Mel Gibson, Jude Law,
Tom Hanks, Denzel Washington.
E a
mulherada? (Risos...): Rita Hayworth, Angelina Jolie,
Cameron Diaz, Elizabeth McGovern, Catherine
Zeta-Jones, Sophie Marceau, Gwineth Paltrow,
Anne Archer, Claudia Cardinale, Nicole Kidman.
Quanto aos diretores: Richard Brooks, Steven
Spielberg, John Woo, David Lynch, Benício Del
Toro, Alfred Hitchcock, George Lucas, Tim
Burton, John Houston, Quentin Tarantino.
Cameron Diaz, Elizabeth McGovern, Catherine
Zeta-Jones, Sophie Marceau, Gwineth Paltrow,
Anne Archer, Claudia Cardinale, Nicole Kidman.
Quanto aos diretores: Richard Brooks, Steven
Spielberg, John Woo, David Lynch, Benício Del
Toro, Alfred Hitchcock, George Lucas, Tim
Burton, John Houston, Quentin Tarantino.
Tony
32: Você tem um ótimo nível cultura, Edno.
E,
claro, as deliciosas e talentosas divas não poderiam faltar,
é
lógico. Acho a Zeta-Jones, a Cameron Dias, Claudia Cardinale
e
Sofia Loren – esta última você não mencionou -,
umas
deusas
hiper sensuais (Rsss...). Por falar em deusas,
vamos
falar sobre Deus, padres e pastores eletrônicos...
Qual
é o seu conceito sobre esses personagens?
EDNO:
Brother, falar sobre religião, acho uma área perigosa.
Sou
católico, apesar de ser também, um pouco espírita.
Sou
contra a riqueza do Vaticano, quando existe neste
mundo
tanta gente morrendo de fome.
Sou
contra padres não poderem casar,
a causa esta aí: milhares de padres, espalhados
pelo mundo, pedófilos e com famílias
a causa esta aí: milhares de padres, espalhados
pelo mundo, pedófilos e com famílias
escondidas. Pastores eletrônicos? Surgem do
nada,
prometendo curas miraculosas e outras coisas.
Todo criminoso
que é preso, a primeira coisa que faz
é pegar uma
Bíblia nas mãos e dizer que se converteu...
Como
disse, Brother, falar
de religião é um terreno
perigoso. Deus, é tudo.
E
tenho o privilégio de ser filho Dele!
Tony 33: Sim, somos, todos, filhos do
Inominável, que
denominamos “Deus”. Somos filhos da
Mãe-Natureza.
Filhos de um poder criador Supremo que
ainda não temos
capacidade para discernir. Deus está
dentro de cada um
de nós... Não tenho nada
contra religiões ou religiosos.
Acho a religião um mal
necessário.
O poder da fé é incrível.
Só odeio exploradores.
Se céu e inferno de fato
existirem esses pseudos
“representantes oficiais” do
Criador vão acabar
lotando o Reino das Profundezas. O
capeta tá
lascado (Rsss...). Também me
identifico com a
doutrina de Kardec, mas não
concordo com tudo.
Em todo segmento há gente séria,
bem intencionada,
mas a maioria abusa da fé alheia
e exploram os
pobres crentes carentes para acumular
riquezas.
Celibato, acho isso um absurdo em pelno
século XXI. Pedofilia, então,
piorou.
Cadeia e borrachadas hipodérmicas,
neles!
Isto é L-A-M-E-N-T-Á-V-E-L!
Voltando a “vaca fria”...
Qual foi a melhor série de HQs
ou história que você
e o Ed produziram e que poderiam
apontar como
a mais “marcante” da prolífica
carreira de voces?
EDNO:
Sem pestanejar: ¨As Aventuras de Armando¨.
O
mérito foi todo dele, mas, foi um período bom.
Morávamos
na Rua Cirne Maia, em uma casa grande,
no
subúrbio do Rio. Eu, meu outro irmão e amigos
da
rua, fazíamos parte das histórias.
Edmundo
aproveitava sugestões nossas, bem
como,
vários personagens foram calcados em
amigos
nossos. As pessoas do bairro, compravam a
revista, que era
¨A Vida Juvenil¨, e apontavam:
¨Ei,
olha você aqui. Como você teve a coragem de
tentar
matar o mocinho!¨ (Risos...).
E
o nome escolhido? Meu pai e meu
outro
irmão se chamavam: ARMANDO.
Tony
34: Pensei e apostava que fosse Jerônimo.
O
“véio dançou” (Rsss...). Edno Rodrigues por Edno
Rodrigues?
É
possível se autodefinir, ou tá difícil?
EDNO:
Ficou difícil, mano (Risos...). Sou do signo
de Escorpião e nasci às 00:30, quase no dia consagrado
aos mortos. Sou uma pessoa temente à Deus, mas,
algumas vezes, para lidar com certos tipos de pessoas,
gosto de bater um ¨papinho¨ com o ¨Demo¨! (Risos...).
Me acho um homem bom e humilde, até certo ponto
(Risos...). Minha mulher me atura há 43 anos,
minha filha me admira, e meus netos me adoram.
Brigo pelos meus amigos e com os inimigos,
sou um inimigo perigoso.
de Escorpião e nasci às 00:30, quase no dia consagrado
aos mortos. Sou uma pessoa temente à Deus, mas,
algumas vezes, para lidar com certos tipos de pessoas,
gosto de bater um ¨papinho¨ com o ¨Demo¨! (Risos...).
Me acho um homem bom e humilde, até certo ponto
(Risos...). Minha mulher me atura há 43 anos,
minha filha me admira, e meus netos me adoram.
Brigo pelos meus amigos e com os inimigos,
sou um inimigo perigoso.
Sou
amigo do Lixeiro e do Rei, se ele permitir.
Tony
35: Gostei da sinceridade. Pra tudo há limites.
Como diz um velho amigo: “Poucos nascem ruins.
Os outros é que acabam
Como diz um velho amigo: “Poucos nascem ruins.
Os outros é que acabam
deixando a gente ruim – um bicho -, ao nos
cutucar com vara curta
(Rsss...). Tudo tem limite.
Todos nós temos um anjo e um coisa
ruim dentro de nós.
Respeito é bom e conserva os
dentes. Até os animais –
nossos irmãos menores -
gostam e querem ser respeitados.
Pise no rabo de um cachorro.
O
bicho pega. Questiono: Um sonho?
EDNO:
Que algumas ideias que estão passando
pela minha cabeça,
se tornem realidade.
Que esta entrevista não venha a criar
polêmicas
em torno do nome, como você mesmo disse, de
um
grande Mestre dos Quadrinhos Nacionais.
Tony 36: Polêmicas? Ao contrário,
estamos esclarecendo
tudo e desmistificando as lendas, bengala
brother.
E que suas ideias se tornem realidade. Excelsior!
Alguma
frustração profissional?
EDNO:
Frustração profissional? Sim.
Tony 37: Taí um cara sincero...
EDNO:
Por ter deixado escapar a oportunidade,
junto
com meu irmão, de montar a ESCOLA DE DESENHO
EDMUNDO
RODRIGUES! Tínhamos tudo:
local, material, mercado, excelentes desenhistas,
e o mano estava em pleno sucesso. Quando iniciamos,
Maurício de Sousa estava engatinhando.
Hoje, poderíamos ser um saudável e forte
concorrente dele! Perdi esse grande momento.
Talvez, quem sabe, tudo teria sido diferente, e
meu mano até ainda estivesse vivo!
local, material, mercado, excelentes desenhistas,
e o mano estava em pleno sucesso. Quando iniciamos,
Maurício de Sousa estava engatinhando.
Hoje, poderíamos ser um saudável e forte
concorrente dele! Perdi esse grande momento.
Talvez, quem sabe, tudo teria sido diferente, e
meu mano até ainda estivesse vivo!
Tony 38: Na certa, teríamos, no
mínimo, uma ótima safra
de novos desenhistas brasieliros. Fazer o quê?
O que passou passou. Agora só na próxima
“encadernação”, como dizem os espíritas (Rsss...).
Voces fizeram muito pelos quadrinhos nacionais. Isto
é o que importa, brotherzão. Edmundo Rodrigues...
dá pra definir o que foi
de novos desenhistas brasieliros. Fazer o quê?
O que passou passou. Agora só na próxima
“encadernação”, como dizem os espíritas (Rsss...).
Voces fizeram muito pelos quadrinhos nacionais. Isto
é o que importa, brotherzão. Edmundo Rodrigues...
dá pra definir o que foi
ou o que representou o mano,
Pra você?
EDNO:
Um ídolo... Até separarmos nossas carreiras,
ele foi,
é, e será sempre um ídolo para mim.
Fui
secretário, assessor, irmão e parceiro.
Era um cara
calmo, alegre, espirituoso e muito,
muito inteligente. E era
esportista.
Na nossa juventude, quando morávamos na Zona Norte
do Rio,
comprava material de musculação e, acredite, um
dia comprou até um par de luvas de boxe.
Cheguei até a
fazer alguns campeonatos de boxe,
com meus amigos do bairro. Já
morando em
Copacabana, na Zona Sul, frequentou uma
Academia de
Jiu-Jitsu, chegando até a modalidade
de Faixa-Preta. Uma vez,
em um campeonato,
ele caiu e destroncou o ombro esquerdo, o que
fez
com que ele parasse um pouco com os esportes.
Como costumo pesquisar
muito na Internet,
li a homenagem que você fez para o mano.
Achei muito bacana. Eu já tinha lido, antes,
diversos sites
e blogs sobre a editora Bloch
e a passagem do mano por ela,
constatando que
foi muito confusa. Alguns acharam maravilhoso
esse
período, outros “baixaram o pau”.
Você
perguntou-me se dava para definir meu irmão?
Fazendo
comparações, esse Edmundo Rodrigues da
Bloch, dos
Super-Heróis da Marvel, não foi o mesmo
Edmundo
Rodrigues dos meus tempos de
criança e juventude e de tantas e
tantas histórias
em quadrinhos, juntos. Com o primeiro,
aprendi a
ser gente, enfrentar os desafios de frente, não
depender dos outros, com o segundo, estava
afastado, nada tenho a
dizer. Eu e meus outros
irmãos somos amigos até hoje.
Tony 39: De fato, o amor, carinho e
respeito que você
nutre pelo Ed é impressionante. Além
de manos foram
grandes amigos, tinham afinidades. Coisa maravilhosa
e
rara, como já disse. Quanto a turma da oposição
que
critica o período do seu mano na Bloch, só posso
dizer
uma coisa: É difícl agradar gregos e troianos
nesse
ramo, “quando se dá o cara a tapa”, como costuma
dizer Sir Lancelott, membro honorário e Mor da nossa
milenar
confraria: Bengalas Boys Club. Só pra esclarecer..
. Bengalas
Boys é um termo que criei para me referir a
pessoas de idade
avançada que possuem um espírito
jovem, Edno. E o termo
pegou (Rsss...).
Também era um nome de uma banda de rock
que
tive, cujos integrantes eram
todos jurássicos. Ah, ia me
esquecendo...
também paricipou dos livros de
arte feitos pelos mano?
EDNO:
Sobre os livros de arte, não.
Mas, enquanto o mano esteve na
Tecnoprint, no Rio,
participei como agenciador de novos autores,
como:
¨Como Fotografar com Arte¨, de Floriano Moscoso,
colega
meu de trabalho na Marinha;
¨O Livro de Bolso do Advogado¨,
do Dr. Manoel
Fernandes Quadra, irmão, também, de um
colega de trabalho
na Marinha; ¨Brasil Curioso¨, de Edmundo
Rodrigues,
com algumas curiosidades esboçadas por mim, e
¨Decoração
de Quartos Infantis¨, de Mônica
W. (este W. era de Waldete,
primeira mulher do mano, pois ele se
casou de novo),
colaborando com alguns desenhos. Para esse livro,
minha mãe, participou com um bom material.
Quanto a esse e
aos outros livros, foram todos
diagramados e ilustrados pelo mano e
quem fazia
os trabalhos de Copydesk, era a minha irmã Elyeth.
O ¨Livro de Bolso do Advogado¨ eu tenho um
exemplar, mas os
outros, acredito, já devem estar
fora de catálogo. Eu
possuía muitos trabalhos do
mano guardados comigo, mas nas
poucas vezes
que tive a oportunidade de encontrá-lo, ele os
pedia
para extrair cópias e não os devolvia, me dizendo
que tinham sumido. Agora, estão aparecendo,
utilizados por
outras pessoas. Tudo bem, só espero
que não utilizem os
com o meu nome.
Tony 40: Caramba! Também foi
agenciador? Cara,
você não parava nunca. Haja gás...
Vamos nessa, se é
que ainda tem saco, pra responder minhas
questões (Rsss...).
Quanto ao sujeito, o tal “Anônimo”,
que afirmou ter intimidade
com o seu mano, você faz ideia de
quem possa ser este
covarde que jamais se identificou? Pelo visto, o
cidadão
quer ganhar nome causando polêmica em torno
de
um dos nossos maiores
mestres das HQs. Profundamente
L-A-M-E-N-T-Á-V-E-L...
EDNO:
Outra encruzilhada perigosa para mim.
Falar
sobre o ¨anônimo¨. Não entendi. No dia 29/12/
2012,
ele
encontrou o seu blog, gostou e agradeceu ¨pela bela
homenagem¨, e
na segunda passagem, em 9/02/2013
(levou um mês e alguns dias),
vem descendo o pau
escrevendo: ¨... deu ajuda a muitos
desempregados,
inclusive a você¨. Que coisa feia... uma
pessoa como
essa, não merece conviver no meio dos artistas dos
Quadrinhos e nem
ser nosso colega.
Tony 41: Você tá coberto de
razão. E o pior é que o
pentelho é mal
informado, como já citei, eu não estava
desempregado.
Era funcionário da editora Noblet.
Mas, fazer o quê?
Cretinos e Coca-Colas a gente
encontra em qualquer parte do mundo
(Rsss...).
Estamos aqui pra dizer a verdade e quanto aos críticos,
que se lixem. Criticar é fácil, mas fazer...
é melhor deixarmos o fulano pra
lá.
Que ele seja feliz, tanto quanto nós.
Algo mais a acrescentar?
EDNO:
Com o término do Estúdio de Desenho,
ainda fiquei um
certo período colaborando com
meu irmão, fazendo
histórias de terror para São
Paulo. Um dia, o brother
chegou com umas histórias
de terror, dizendo que tinham sido
escritas por
uma amiga dele. Eu iria fazer o esboço, e ele
a
arte-final, que iria vender, colocando-a como
autora das histórias,
não com o seu nome verdadeiro,
e sim, com um pseudônimo
americano, para dar mais
chamada. Assim, foi feito, e saíram
várias histórias
com esse nome americano. Foi com ela
que meu mano
constituiu uma nova família, e em 1967, se
transferiu
para São Paulo. Existe na Internet, um blog chamado
¨Blog Edmundo Rodrigues¨ e tenho no Estado
do Pará, um
primo chamado Diniz Botelho,
que também desenha, e é
fanático por tudo que
se relacione como o nome de nossa
família, e
quando descobriu esse blog sobre o mano, ficou
maluco! Fez o download da página principal e
colocou no blog
que ele tem na Internet.
O
que aconteceu com você, aconteceu com ele,
mas só de
forma diferente: A bronca veio de
outra parte. Sabedor do caso, o
aconselhei,
através de email, a tirar a página do seu
blog.
E, no dia 30/04, às 14:15, ele me respondeu:
¨Ok!
Captei. Retirei a postagem do meu Blog.
Fui ameaçado pela
família do Edmundo. Lamentável.
Nunca
me deixe sem algum fato novo e pode ficar
tranquilo que
ficaremos quietos. Abraços saudosos
deste
primo. Diniz Botelho¨.
Isso
posto, quanto ao tal ¨Anônimo¨, que se diz
estar
¨Pronto para defender a memória do Mestre”,
ainda
afirmou que tem o diário do Edmundo.
No meu tempo, o mano
nunca escreveu um diário
sequer e nem tinha tempo para isso.
Duvido que
tenha guardado todos os recibos de quem
trabalhou com ele.
Acredito que você, Brother Bengala Boy,
já
pode tirar as suas próprias conclusões e
chegar
a um denominador comum.
Tony 42: Sem dúvida...
EDNO:
Em tempo: Da mesma maneira que esse tal
¨anônimo¨,
declarou, que “Algo não tinha calado fundo
em
seu interior¨, em relação a homenagem que você
fez em seu blog ao meu mano, também, no
¨Blog Edmundo
Rodrigues¨, na Internet, tem vários
trechos da vida de meu
irmão e da minha família,
que diz ser da autoria dele,
que para mim e meus
irmãos, também ¨Não
calou fundo em nosso interior¨:
Meu irmão,
supostamente diz nesse blog que:
¨Era o mais velho de uma
família de 5 filhos,
meu pai era político... (Isto não
é verdade,
Edmundo era o primeiro dos filhos homens,
mas
era o terceiro na hierarquia.
A
mais velha, era minha irmã Elyeth, com 10 anos.
E
meu pai não era político. Era um excelente Alfaiate¨).
Toda
a família tem orgulho dele. O cara ainda
teve a petulância
de afirmar: ¨Que meu pai era
o prefeito neste lugar.”Que lugar?
Marapanim?.
E meu pai, Prefeito? Eu, perdi essa!
Tony 43: Só inverdades,
baboseiras... continue, desabafe...
afinal, essa é uma tribuna
livre, que serve para elucidar
as coisas, bengala brother...
EDNO:
Ainda segundo a postagem desse blog o
mano
teria afirmado que : ¨Mas tinha uma pessoa
que
minha mãe vinha procurar que era a comadre Elvira.
Ela
morava numa casa de cômodo na Rua Gomes Freire”.
Na
verdade, minha madrinha nunca morou em
casa
de cômodos. Ela morava em um enorme sobrado, próprio.
Meu
pai, na época, alugou o sobrado ao lado, para morarmos.
A
rua? Bingo! Era a Rua Gomes Freire – essa o cara
acertou -,
localizada no Centro da Cidade, no Rio.
Ainda
segundo o blog, meu mano teria afirmado:
¨Tivemos
que fugir num navio que vinha para o Rio de Janeiro...
porém,
no meio da fuga meu pai foi atingido, baleado na perna!
Em
alto mar, meu pai começou a ter a sua perna gangrenada
e
não teve jeito, teve que amputá-la, ali mesmo”.
Caramba, Tony,
não sei se rio ou se choro!
Não
foi nada disso.
Tony 44: Ô loco! É melhor
cairmos na gargalhada, Edno...
o cara é um piadista (Rsss...). Não conheço o tal blog, felizmente...
o cara é um piadista (Rsss...). Não conheço o tal blog, felizmente...
pelo visto, não perdi nada...
EDNO:
Mais absurdos que o mano teria declarado:
¨Foi
justamente essa mulher, analfabeta,
sem cultura, desajeitada...
sem cultura, desajeitada...
sem
saber, foi a minha primeira professora de artes” –
referência
a minha Madrinha, que na real
era uma mulher culta e refinada. Sua casa, no
sobrado, parecia a residência de uma Baronesa!
era uma mulher culta e refinada. Sua casa, no
sobrado, parecia a residência de uma Baronesa!
Mais
“abobrinha”, o mano teria dito:
¨Tinha
um desenhista, que depois se tornou meu
amigo, ele foi me procurar levando
histórias suas somente feita à lápis.
amigo, ele foi me procurar levando
histórias suas somente feita à lápis.
Eu
para ajudar cobria o desenho dele, pois ele não sabia
usar
o nanquim e a parte anatômica dos desenhos era
ruim,
não tinha estudo e foi um sucesso!¨
Será
que quem escreveu isso,
estaria
querendo se referir a mim, Tony?
Tony 45: Pode ser que sim... esse
blogueiro deve ser maluco...
Capas de CDs feitas por Edno |
Capa de CD de Rock - By Edno Rodrigues |
A bela família de Edno e Edmundo Rodrigues |
Arte de Edno, para um clássico do cinema: Gilda |
escreveu isso, pois estaria
dizendo uma
inverdade. Quando não se conhece a verdade,
inverdade. Quando não se conhece a verdade,
é
melhor ficar calado, sentar, pensar bem, e primeio pesquisar.
Existe muito mais
coisas mirabolantes sobre
a minha família neste blog. Não acredito que
foi o meu mano que escreveu todas essas
barbaridades. Eu, depois de conversar com meus outros irmãos,
a minha família neste blog. Não acredito que
foi o meu mano que escreveu todas essas
barbaridades. Eu, depois de conversar com meus outros irmãos,
cheguei
até a pensar em pedir a retirada desse ¨Blog¨, da
Internet,
mas
resolvi dar um tempo. Esses passeios que damos pelo
Google
são perigosos... veja no que deu:
Se
não tivesse lido esse ¨BLOG EDMUNDO RODRIGUES¨,
e o
¨BENGALAS BOYS CLUB¨, não estaria aqui e
nem
estaria fazendo esta entrevista com você.
Tony 46: Com certeza, mas este é
o lado bom da coisa.
A WEB tem muitas informações
erradas, equivocadas,
e até mentiras deslavadas, mas agrega
pessoas.
Tudo isto faz parte do sistema democrático dela.
O
lado legal é que podemos apurar a verdade, doa a
quem doer. Na
verdade, devemos agradecer a
esse blogueiro maluco.
Graças a ele é que nos
tornamos bons amigos e você se
prontificou a desmistificar
essas lendas estranhas.
O fulano, que é um tremendo mal
informado,
sentou na mandioca, literalmente (Rsss...).
Mais algum detalhe?
EDNO:
Depois de 65 anos sem conhecer a minha
terra, fui em 2005,
conhecê-la, bem como, o local onde
minha família se
originou e meus pais nasceram.
Agora, em agosto, vou de novo, vou
conversar
com meu primo Diniz Botelho, que diz ter muito
material
sobre a família e muitas histórias para contar. Beleza!
E
agora, quem está mentindo? Repito o que disse
na resposta 30:
¨Sou uma pessoa temente à Deus,
mas, algumas vezes, para
lidar com certos tipos de
pessoas, gosto de bater um ¨papinho¨
com o ¨Demo¨!
Brigo pelos meus amigos e com os inimigos, sou
um inimigo perigoso¨ (Risos...).
Tony
47: Não tiro sua razão. Mas, devemos relevar esses
inconvenientes. Tem muita gente “criativa”, que
por não
ter o que fazer vive criando polêmicas, Edno.
A verdade sempre vem à
tona.
EDNO:
Não quero aqui desmistificar lendas.
Acontece, que eu também,
não sou adepto de ¨ inverdades¨.
Como disse, não
é o meu feitio.
Acredito que esta
entrevista, tanto a você como para mim,
poderá
trazer alguns problemas ou chateações.
Mas,
eu assumo tudo o que disse. Espero que não
me venham com
ameaças, pois jurídicamente estou
bem amparado e
fisicamente, bem guardado pela
minha ¨Tropa de Elite¨
(Risos...). Fiz essa declarações
em agradecimento ao
Bengalas Boys Club, e
a você, Tony Fernandes,
pela
excelente homenagem ao meu mano,
antecipei tudo isso.
Tony 48: Problemas? Chateações?
Nem pensar. Sua família
é que podia processar o fulano
por difamação. Mas, vale a pena?
E, obrigado, mais uma vez, por sua
atenção a minha pessoa
e ao elogio ao meu blog. Não
costumo deturpar os
depoimentos dos entrevistados. Primamos pela
verdade.
Quanto ao seu mano, o Mestre continua
sendo meu eterno ídolo.
Inspirou a mim, para ingressar no mundo
das HQs, e a muita gente.
Tenho plena convicção.
EDNO:
O ¨Anônimo¨, que diz estar ¨aqui para
defender à
memória do Mestre¨, deveria ter
aparecido quando meu
irmão ainda estava vivo,
quando vários especialistas e
entendidos em quadrinhos,
meteram a ripa nele (Sites e Blogs), por
causa
-Heróis da Marvel (como Editor responsável
dos
quadrinhos da Editora Bloch). E o mano, ele
“Não era
¨pavio curto¨, como coemntou o fulano.
¨Ficava
irritado com tralálá¨?
Se o Edmundo era assim:
Porque
ficou calado? Simples, ele veio do seio de
uma boa família.
Nossos pais nos ensinaram a
ser educados: Escutar e responder na hora
certa.
Foi o que ele fez: Ficou calado!
Infelizmente, na
época
da parceria minha com meu i
rmão, não tínhamos
muito o costume de datar os nossos trabalhos
(Que foram muitos). O
que foi testemunhado
por meus irmãos e amigos da época.
O
resto é balela ditas ou postadas por pessoas de má-fé.
Agora
só falta aparecerem postagens com trabalhos
(que não
serão poucos) com o seguinte crédito
falsificado:
Desenhos de Edno e Edmundo Rodrigues,
Tony. Como aconteceu com você,
talvez
apareçam pessoas dizendo, que eu também,
quero
tirar o brilho da estrela do Ed.
Não preciso do brilho da
estrela do meu irmão.
Eu fui parceiro, fiquei orfão no
meio do caminho,
fui em frente, batalhei, e ganhei com as minhas
próprias mãos a minha estrela. Eu já tenho a
minha estrela!
EDMUNDO
RODRIGUES, quer queiram, quer não, é
UM
MARCO NO MUNDO DAS
HISTÓRIAS
EM QUADRINHOS!
Tony
49: Não resta dúvida. Caro, Edno,
confesso que me sinto como um privilegiado
do Universo por ter tido a oportunidade de
revelar ao mundo alguém tão talentoso e
lúcido como você, mestre. Parabéns pelo
conjunto da obra e por este fabuloso e
bombástico depoimento. Além desse delicioso
bate papo ter elucidado uma série de pontos
sobre a produtiva e brilhante carreira
de voces, desmistificamos lendas e
inverdades sobre Edmundo Rodrigues.
Além de tudo, acabei ganhando um grande e
novo amigo, tão apaixonado quanto eu pelas HQs.
Essa, sem dúvida, foi uma das grandes
entrevistas que realizei, graças a sua colaboração
e sua paciência oriental. Algum recado ou dica
para os milhares de fãs dos trabalhos de voces?
confesso que me sinto como um privilegiado
do Universo por ter tido a oportunidade de
revelar ao mundo alguém tão talentoso e
lúcido como você, mestre. Parabéns pelo
conjunto da obra e por este fabuloso e
bombástico depoimento. Além desse delicioso
bate papo ter elucidado uma série de pontos
sobre a produtiva e brilhante carreira
de voces, desmistificamos lendas e
inverdades sobre Edmundo Rodrigues.
Além de tudo, acabei ganhando um grande e
novo amigo, tão apaixonado quanto eu pelas HQs.
Essa, sem dúvida, foi uma das grandes
entrevistas que realizei, graças a sua colaboração
e sua paciência oriental. Algum recado ou dica
para os milhares de fãs dos trabalhos de voces?
O
que tem a dizer para os jovens desenhistas
que
desejam seguir pela mesma trilha?
EDNO:
Quanto aos milhares de fãs (mais do
mano, é lógico) dos trabalhos nossos ou
para os jovens talentosos (como tem!)
mano, é lógico) dos trabalhos nossos ou
para os jovens talentosos (como tem!)
que
desejam seguir nossos passos, o que dizer?
O
que digo sempre aos meus dois netos: ¨Olhem, leiam, admirem,
amem,
comprem as revistas de Histórias em Quadrinhos,
enquanto
elas existem. Mas, coloquem os quadrinhos
convencionais
como um ¨hobby¨ em suas vidas.
Estudem,
preparem-se, aprimorem-se, lutem,
não
desistam nunca.
Qual
o caminho, se quiserem seguir a carreira
do avô e do tio, nos Quadrinhos? O caminho?
Os Quadrinhos Virtuais e, por incrível que pareça,
as ilustrações de livros, restando o mercado
publicitário¨. Algumas dicas, na Internet:
do avô e do tio, nos Quadrinhos? O caminho?
Os Quadrinhos Virtuais e, por incrível que pareça,
as ilustrações de livros, restando o mercado
publicitário¨. Algumas dicas, na Internet:
¨Guia
dos Quadrinhos¨, do meu amigo
Antônio Luiz Ribeiro, ¨Bigorna - Quadrinho
Brasileiro em 1º Lugar!¨, ¨O Tico-Tico: 100 Anos
de Encantamento¨, de Henrique Magalhães,
¨Esqueceram de Nós¨, de Marcus Ramone,
¨A Guerra dos Gibís¨, de Gonçalo Junior, e lógico,
¨Bengalas Boys Club¨, de Tony Fernandes.
Antônio Luiz Ribeiro, ¨Bigorna - Quadrinho
Brasileiro em 1º Lugar!¨, ¨O Tico-Tico: 100 Anos
de Encantamento¨, de Henrique Magalhães,
¨Esqueceram de Nós¨, de Marcus Ramone,
¨A Guerra dos Gibís¨, de Gonçalo Junior, e lógico,
¨Bengalas Boys Club¨, de Tony Fernandes.
Tony
50: Bengalas Boys Club? Tem
certeza? (Rsss…).
Quanto
ao restante das dicas, concordo e assino embaixo.
Capa de Rubens Cordeiro |
O Paraíso de Edno na praia de Copacabana |
Jerônimo # 3 - Uma raridade procurada por colecionadores |
Logo da série João Charuto |
Página enviada por Edno, onde aparece Kubert e o escritor da série Tor |
Série de terror e mistério baseada em série de TV - Ed. Globo |
Série de HQs de faroeste - Por Edmundo Rodrigues |
em Quadrinhos, elas tendem
a desaparecer?
A esperança é a última que morre. O milagre à
Deus pertence!... Se eu tivesse um blog, utilizaria
para registrar as biografias dos Grandes Mestres
da ¨Era de Ouro e Prata das Histórias em Quadrinhos¨
(Que tempo bom!), e postar
A esperança é a última que morre. O milagre à
Deus pertence!... Se eu tivesse um blog, utilizaria
para registrar as biografias dos Grandes Mestres
da ¨Era de Ouro e Prata das Histórias em Quadrinhos¨
(Que tempo bom!), e postar
desenhos
de seus personagens famosos.
Tony
51: Também acho difícil as edições
físicas
morrerem. As tiragens podem ser menores, os
preços maiores, mas elas resistirão ao tempo.
morrerem. As tiragens podem ser menores, os
preços maiores, mas elas resistirão ao tempo.
Eras
de prata e de ouro dos comics?
Nunca
é tarde para começar seu blog, querido bengala brother.
Aquela
sua revistinha virtual ficaria show de bola,
pois
parece ter muita informação. Já pensou no
assunto?
Todos
nós vamos adorar. Se quiser enviar textos
sobre essas eras fantásticas dos comics para
meu e-mail, será um prazer abrir a coluna:
sobre essas eras fantásticas dos comics para
meu e-mail, será um prazer abrir a coluna:
Edno
Rodrigues. Pode acreditar. Ultimamente ando com
pouco
tempo para me dedicar aos blogs e toda
colaboração
é bem vinda, mestre.
EDNO:
A juventude de hoje só conhecem
Games e os Super-Heróis.
Games e os Super-Heróis.
Meu
Email: rodriguesedno@ig.com.br
Aproveitando
um trecho da ¨Canção de Jerônimo¨,
de
Getúlio Macedo e Lourival Faissal.
¨Se
é pro bem vai encontrar, um amigo protetor
Se
é pro mal vai enfrentar, um inimigo lutador!¨
Tony 52: Essa letra e a “Canção
de Jerônimo” ,
eu desconhecia. A letra é
legal...
EDNO:
Tenho certeza, ganhei um novo amigo: Tony. Itaipava
(espero que você
goste, veja a foto em anexo), já está montado!
É
só tirar o passaporte, pegar o avião... e boa viagem!
Ter
um amigo como você, significa não precisar de analista!
EDNO
(José Botelho) RODRIGUES
Rio
de Janeiro, 30 de Maio de 2013.
Ilustração para revistas de humor |
As figuras dinâmicas dos dois bengalas brothers geniais |
Desenhos a lápis: Edno - Arte Final: Edmundo Rodrigues |
Edição criada por Edno, para homenagear EDmundo |
Tony
53: Analista ou psicólogo, isto é coisa pra quem
não tem amigos verdadeiros. A “terapia de botequim”,
um bom happy hour, faz milagres.
não tem amigos verdadeiros. A “terapia de botequim”,
um bom happy hour, faz milagres.
Já
estou até imaginando: Um chopinho gelado, numa
das praias mais famosas e badaladas do mundo,
trocando ideias com você, sobre quadrinhos e arte
em geral. Vai ser duka... Na Cidade Maravilhosa,
onde tenho vários e bons amigos.
Que mais um reles mortal pode desejar?
das praias mais famosas e badaladas do mundo,
trocando ideias com você, sobre quadrinhos e arte
em geral. Vai ser duka... Na Cidade Maravilhosa,
onde tenho vários e bons amigos.
Que mais um reles mortal pode desejar?
Que
assim seja! Nunca irei contrariar os deuses das
“brejas geladas”.
Grato pelo convite e vamos “Itaipavar” –
esta
é a marca da cerveja predileta da maioria
dos cariocas-, brevemente, com certeza, bengala brother.
E também babar e curtir as beldades desfilando
de tanguinhas pela praia.
dos cariocas-, brevemente, com certeza, bengala brother.
E também babar e curtir as beldades desfilando
de tanguinhas pela praia.
Que
“sofrimento” (Rsss...). Somos jurássicos, mas
ainda gostamos da “fruta”. Nem que for “Só pra ver
com os olhos e lamber com a testa”, como diz
a galera (Rsss...). Já fomos bons nisso... Valeu, cowboy!
See you later, grande bengala brother e um big amplexo!
ainda gostamos da “fruta”. Nem que for “Só pra ver
com os olhos e lamber com a testa”, como diz
a galera (Rsss...). Já fomos bons nisso... Valeu, cowboy!
See you later, grande bengala brother e um big amplexo!
RELAÇÃO
DE HQs DA SÉRIE HISTÓRIAS DE
GUERRA, FEITAS POR EDNO E
EDMUNDO RODRIGUES:
EDIÇÃO # 7 – HQ: O GRANDE COVARDE
História:
Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
EDIÇÃO
# 8 – HQ: FIM DE SEMANA NO FRONT
História:
Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
HOMENS
CONTRA TANQUES
História:
Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
EDIÇÃO
# 9 – HQ: A VITÓRIA VEIO DO CÉU
História: Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
História: Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
HQ:
UM MENTIROSO NO FRONT
História:
Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
EDIÇÃO
# 10 – HQ: O SOLDADO PERDIDO
História:
Milton Matos – Desenhos: Edno e Edmundo Rodrigues
NÃO
PERCAM AS PRÓXIMAS ENTREVISTAS!
OBS: Todas as imagens contidas aqui, têm o cunho meramente ilustrativo. Elas pertencem aos seus autores ou representantes
legais.
OBS: Todas as imagens contidas aqui, têm o cunho meramente ilustrativo. Elas pertencem aos seus autores ou representantes
legais.
Copyright
2013\Tony Fernandes – Estúdios Pégasus –
Uma
Divisão de Arte e Criação da Pégasus
Publicações Ltda –
São
Paulo – SP – Brasil
Todos
os Direitos Reservados
Apesar do protesto que tivemos, em virtude desta postagem, comunicamos aos incomodados de que esta é uma tribuna livre.
ResponderExcluirAqui impera a democracia. E nossa funçaõ é meramente jornalística.
Colhemos depoimentos, apenas, para registrar os fatos.
Jamais tencioanmos denegrir a imagem de ninguém.
Fomos denunciados, mas nada tememos.
Problemas familiares não nos dizem respeito.
E, como diz o ditado: Roupa suja se lava em casa.
Só nos cabe agradecer ao artísta Edno Rodrigues - irmão e colaborador do grande artista e amigo Edmundo Rodrigues-, por seu esclarecedor depoimento, de peito aberto, se identificando.
Ao contrário de pessoas q tecem críticas, sem ter a coragem de
se identificarem.
Aos incomodados, damos o direito de reposta, quando quiserem.
Fazemos um trabalho sério e não somos moleques.
Primeiro: SUPER PARABÉNS PELAS ENTREVISYAS E V. COMO ARTE.GOSTO DEMAIS DESTAS ENTREVISTAS PORQUE, QUANDO AINDA ESTUDANTE EM VALENÇA, CIDADE DO RUY PEROTTI,CLEMENTINA DE JESUS, SERGIO CHAPELIN E MUITOS OUTROS, EU LIA E RELIA HQs DE TODOS ESTES SEUS ENTREVISTADOS. NÃO ME SINTO FRUSTADO MAS SEMPRE QUIZ SER QUADRINISTA MAS ENVEREDEI PARA TELEVISÃO E PRODUÇÃO DE FILMES E OS QUADRINHOS FICOU "A VER NAVIOS". TIVE O "CARTOON FILM STUDIO" E AGORA GALVES TOONS.
ResponderExcluirUM GRANDE ABRAÇO E UM DIA ESPERO CONHECE-LO PESSOALMENTE E VISITAR SEU ESTUDIO.
Grande, G.Alves, saber que você, além de animador, é um apreciador de quadrinhos e que curte as entrevistas que realizo é uma honra, mestre. Minha finalidade é, sem dúvida, registrar e registrar os depoimentos dos grandes mestres e amigos que marcaram nossa infância e adolescência. Grato, pelo comentário e visita. Espero, em breve, poder entrevistá-lo. See you later, cowboy. Meu e-mail para contato: tonypegasus@hotmail.com
ExcluirSUPER SATISFAÇÃO A MINHA. MUITO SAUDOSO DOS TEMPOS DOS QUADRINHOS ANTIGOS. Não tenho mais nada. Doei, inclusive, meus livros de animação para filha q. mora nos US (Luciana Gonçaves Elizeu ).
ResponderExcluirqUANDO POSSIVEL, GOSTARIA DE VISITA-LO ( E RECEBER INDICAÇÕES DESTAS PUBLICAÇÕES QUE FALAM DE QUADRINHOS E SEUS ARTISTAS. ABRAÇO.