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HOMENAGEM PÓSTUMA A TODOS OS
MESTRES
DOS QUADRINHOS QUE SUCUMBIRAM EM 2012
DOS QUADRINHOS QUE SUCUMBIRAM EM 2012
E EM ESPECIAL PARA DOIS GRANDES
BRASILEIROS!
O ano de 2012 está quase chegando ao fim. Enquanto a Europa e boa parte do mundo, sentia na pele os efeitos da crise financeira mundial e o Brasil se destacava como uma das economias menos abalada pela tal crise, o mundo dos quadrinhos perdia pessoas geniais, de muito talento.
A matéria a seguir é uma homenagem póstuma a
esses fantásticos criadores que tanto contribuíram para o
desenvolvimento do setor editorial e, especialmente do segmento de
revistas de histórias em quadrinhos, nas mais diversas partes do
mundo e, em especial, para dois brasileiros notáveis que também
ouviram o som das trombetas e acabaram embarcando nesse “trem”
que viaja entre nuvens e entre os anjos rumo ao prometido Paraíso
celestial. O primeiro grande mestre brasileiro que quero reverenciar
é...
Confesso que fiquei chocado, quando soube que no
último dia 10 de
setembro, morreu, aos 77 anos, Manuel Edmundo Botelho
Rodrigues, mais conhecido como Edmundo Rodrigues.
setembro, morreu, aos 77 anos, Manuel Edmundo Botelho
Rodrigues, mais conhecido como Edmundo Rodrigues.
Na década de 60, conheci pela primeira vez o belo
traço
desse artista e passei a admirá-lo. Eu era apenas
um adolescente metido a desenhista que sonhava
em publicar um dia, como ele, Nico Rosso,
Rodolfo Zalla, Colonese, Ignácio Justo, Jayme Cortez,
Gedeone, Luchetti, Marcos e Dolores Maldonado,
Minami Keizi, José Lanzelotti, e tantos outros
que eu tanto admirava e ainda respeito.
desse artista e passei a admirá-lo. Eu era apenas
um adolescente metido a desenhista que sonhava
em publicar um dia, como ele, Nico Rosso,
Rodolfo Zalla, Colonese, Ignácio Justo, Jayme Cortez,
Gedeone, Luchetti, Marcos e Dolores Maldonado,
Minami Keizi, José Lanzelotti, e tantos outros
que eu tanto admirava e ainda respeito.
Creio que os deuses das artes foram generosos
comigo,
pois ao longo de minha carreira tive o prazer de
conhecer e até conviver com alguns desses
verdadeiros monstros sagrados da arte seqüencial brasileira.
Edmundo Rodrigues foi um dos meus desenhistas
preferidos, comprei muitas revistas desenhadas
por ele e cheguei até a copiar seus desenhos.
pois ao longo de minha carreira tive o prazer de
conhecer e até conviver com alguns desses
verdadeiros monstros sagrados da arte seqüencial brasileira.
Edmundo Rodrigues foi um dos meus desenhistas
preferidos, comprei muitas revistas desenhadas
por ele e cheguei até a copiar seus desenhos.
Década de 70. Eu trabalhava numa imobiliária da
avenida
Angélica, quando vi um anúncio numa revista da Miname e
Cunha Editores, que procurava por novos talentos.
Não tive dúvida e decidi correr atrás do meu sonho
: me tornar um autor de HQs. Fui bater na porta da
editora que ficava no bairro do Cambuci em São
Paulo, apresentando dez páginas de
uma HQ de terror feita por mim.
Angélica, quando vi um anúncio numa revista da Miname e
Cunha Editores, que procurava por novos talentos.
Não tive dúvida e decidi correr atrás do meu sonho
: me tornar um autor de HQs. Fui bater na porta da
editora que ficava no bairro do Cambuci em São
Paulo, apresentando dez páginas de
uma HQ de terror feita por mim.
Nesse glorioso dia, trombei, por acaso com um
dos meus ídolos, o próprio Edmundo Rodrigues,
em carne e osso, que estava confabulando com
Minami Keizi e Carlos da Cunha. Mal pude acreditar
que aquilo estava acontecendo. Tive o prazer de
apertar a mão dele e só não tive coragem de
pedir um autógrafo por mera timidez.
dos meus ídolos, o próprio Edmundo Rodrigues,
em carne e osso, que estava confabulando com
Minami Keizi e Carlos da Cunha. Mal pude acreditar
que aquilo estava acontecendo. Tive o prazer de
apertar a mão dele e só não tive coragem de
pedir um autógrafo por mera timidez.
Mostrei os rabiscos toscos para que os editores
avaliassem o trabalho e para o meu espanto o
próprio Edmundo começou a analisar meus traços
e em seguida começou a apontar as falhas.
avaliassem o trabalho e para o meu espanto o
próprio Edmundo começou a analisar meus traços
e em seguida começou a apontar as falhas.
Confesso que fiquei puto, com o meu ex-ídolo,
visto que
ele simplesmente detonou minhas páginas
na frente dos editores, que acabaram concordando
com ele, quanto as tais falhas técnicas anatômicas, etc.
ele simplesmente detonou minhas páginas
na frente dos editores, que acabaram concordando
com ele, quanto as tais falhas técnicas anatômicas, etc.
Devo ter ficado vermelho que nem
um pimentão, puto nas calças.
um pimentão, puto nas calças.
Por fim, meu ex-ídolo recomendou que eu comprasse
um livro que ele tinha feito e que fora editado pela Ediouro,
sobre desenho e anatomia. Com um sorriso amarelo,
concordei, mas no fundo eu estava era xingando
aquele cara, por sua atitude. Por que ele
não tinha me chamado num canto, pra me esculachar?,pensei.
Aquele dia, decepcionante, eu tinha ido visitar os
editores com um amigo – Vanderley Felipe, que
também tinha pretensões de fazer HQs. Assim que
deixamos a editora eu disse pro meu amigo de
peregrinação editorial: “Cara, vou comprar o livro
desse cara! Se eu achar um erro ele vai ver só...
sou capaz de trazer o livro aqui na editora e dar
um espôrro nele, na frente dos editores.
Como ele fez comigo... puta sacanagem.”
Com o passar do tempo aprendi a controlar meus
impulsos e hoje sei que quando se é jovem a gente
sempre acha que sabe de tudo. Ledo engano (rsss...).
impulsos e hoje sei que quando se é jovem a gente
sempre acha que sabe de tudo. Ledo engano (rsss...).
Eu estava ciente de que meu trabalho não estava
lá
essas coisas – apesar de eu na época já ter
feito vários cursos artísticos -, que precisava
melhorar muito... mas aquele cara, precisava
fazer aquilo na frente dos editores?
Fiquei inconformado.
Era certo que eu não era ainda um desenhista
de quadrinhos, na acepção da palavra, mas, apesar
de não saber fazer a coisa certa, estava acostumado
a ler e ver HQs americanas e, portanto, sabia
distinguir um bom de um mau desenho.
essas coisas – apesar de eu na época já ter
feito vários cursos artísticos -, que precisava
melhorar muito... mas aquele cara, precisava
fazer aquilo na frente dos editores?
Fiquei inconformado.
Era certo que eu não era ainda um desenhista
de quadrinhos, na acepção da palavra, mas, apesar
de não saber fazer a coisa certa, estava acostumado
a ler e ver HQs americanas e, portanto, sabia
distinguir um bom de um mau desenho.
Comprei o livro feito pelo Edmundo e, pasmem,
encontrei uma
porrada de erros. Alguns esboços simplesmente nada tinham
a ver com o mesmo trabalho artefinalizado. Anotei esses
erros com uma caneta vermelha e toda a vez que eu ia
lá naquela editora leva o livro numa pasta,a te o dia em
que encontrei novamente meu ex-ídolo na editora.
Ao deu outra, abri o livro e mostrei para ele e para os
editores os erros que eu havia encontrado.
E disse, audaciosamente:
porrada de erros. Alguns esboços simplesmente nada tinham
a ver com o mesmo trabalho artefinalizado. Anotei esses
erros com uma caneta vermelha e toda a vez que eu ia
lá naquela editora leva o livro numa pasta,a te o dia em
que encontrei novamente meu ex-ídolo na editora.
Ao deu outra, abri o livro e mostrei para ele e para os
editores os erros que eu havia encontrado.
E disse, audaciosamente:
- Como você, um profissional, me manda comprar
um livro que ensina arte, cheio de erros?
um livro que ensina arte, cheio de erros?
O cara ficou sem graça,principalmente quando os
editores apanharam o livro e após observarem minhas
anotações concordaram comigo, dizendo:
editores apanharam o livro e após observarem minhas
anotações concordaram comigo, dizendo:
- Edmundo, o garoto tem razão...
Como todo idiota, lancei um olhar e um sorriso
vingativo para ele, que argumentou que aqueles
erros apontados estavam no livro, mas que não
tinham sido feitos por ele. Alegou que alguém,
na gráfica, devia ter alterado seus traços.
vingativo para ele, que argumentou que aqueles
erros apontados estavam no livro, mas que não
tinham sido feitos por ele. Alegou que alguém,
na gráfica, devia ter alterado seus traços.
O Felipe deve se lembrar bem dessa passagem cheia
de infantilidade vingativa da minha parte,
pois ele estava junto, nesse dia.
de infantilidade vingativa da minha parte,
pois ele estava junto, nesse dia.
Por fim, para apaziguar a situação idiota criada
por
mim, os editores – talvez até para se livra de mim e do
meu parceiro -, nos encaminhou para a casa de outra
fera do traço, o desenhista Ignácio
Justo – consagrado autor de histórias de guerra,
que na época promovia debates na TV visando a
nacionalização dos quadrinhos e também desenhava
para a Minami e Cunha Editores uma série
escrita por Gedeone Malagola: A Múmia.
mim, os editores – talvez até para se livra de mim e do
meu parceiro -, nos encaminhou para a casa de outra
fera do traço, o desenhista Ignácio
Justo – consagrado autor de histórias de guerra,
que na época promovia debates na TV visando a
nacionalização dos quadrinhos e também desenhava
para a Minami e Cunha Editores uma série
escrita por Gedeone Malagola: A Múmia.
Nunca mais vi Edmundo Rodrigues e confesso que
me arrependi de ter agido daquela forma.
me arrependi de ter agido daquela forma.
Apesar de tudo, aquelas observações feitas por
ele
sobre o meu trabalho me foram úteis, pois gradativamente
procurei melhorar o meu traço e minhas figuras, agora
sob a orientação do mestre Justo, que ministrava
aulas gratuitamente para vários jovens que
ficaram conhecidos como: A Turma do Barraco do Justo.
sobre o meu trabalho me foram úteis, pois gradativamente
procurei melhorar o meu traço e minhas figuras, agora
sob a orientação do mestre Justo, que ministrava
aulas gratuitamente para vários jovens que
ficaram conhecidos como: A Turma do Barraco do Justo.
Alguém já disse: O mundo dá voltas.
O SEGUNDO ENCONTRO
Só fui rever Edmundo Rodigues, dez anos depois,
quando eu e o Paulo Hamasaki fomos ao Rio de Janeiro, para fazermos a
série Os Trapalhões, em quadrinhos, e o diretor de arte da Bloch
era o meu desafeto: Edmundo Rodrigues.
Então eu disse pro Hama: “Que ironia, esse cara
me esculhambou na década passada na frente de uns editores, só
faltou dizer que meu desenho era uma merda, e agora me chama para
trabalhar...
Aposto que nem se lembra mais de mim...
Na realidade, ele não me chamou. Ele convidou o
Hamasaki, por este ter
desenhado Mônica e Cebolinha – personagens do Mauríco, que faziam
e ainda fazem sucesso. Por sua vez, o Hama me convidou para
participar da empreitada.
desenhado Mônica e Cebolinha – personagens do Mauríco, que faziam
e ainda fazem sucesso. Por sua vez, o Hama me convidou para
participar da empreitada.
O Hamasaki, que era mais velho e experiente, me
disse:
- Para com isso, Tony... vai ver que seu trabalho
estava ruim mesmo...
Decidi ficar na minha.
Passamos o final de semana na casa do Shima. Na
segunda-feira o
]Shima me levou de carro até a sede da Bloch onde eu teria que
fazer um teste de desenhos – fazer as caricaturas dos peroangens
da série Os Trapalhões -, e ter uma reunião com o Edmundo
e o pessoal daquela grande editora, enquanto o Hama
voltava para São Paulo, nas primeiras horas do dia.
]Shima me levou de carro até a sede da Bloch onde eu teria que
fazer um teste de desenhos – fazer as caricaturas dos peroangens
da série Os Trapalhões -, e ter uma reunião com o Edmundo
e o pessoal daquela grande editora, enquanto o Hama
voltava para São Paulo, nas primeiras horas do dia.
Meu teste foi aprovado. Os Trapalhões agora iam
ser
feitos por mim (o lápis) e pelo Hamsaki (a arte final).
Fiquei excitado, não resisti, olhei para o Edmundo e perguntei:
feitos por mim (o lápis) e pelo Hamsaki (a arte final).
Fiquei excitado, não resisti, olhei para o Edmundo e perguntei:
- Você se lembra de mim?
O Shima nada entendeu.
O diretor da divisão de quadrinhos da Bloch
olhou para mim e disse sorrindo:
olhou para mim e disse sorrindo:
- Claro... O reconheci assim que o vi. São Paulo.
Minami e
Cunha Editores. Faz um tempão, né? Falei aquilo
para o seu bem. Percebi que você tinha
talento, faltava lapidar, meu jovem...
Cunha Editores. Faz um tempão, né? Falei aquilo
para o seu bem. Percebi que você tinha
talento, faltava lapidar, meu jovem...
Concordei e demos boas gargalhadas.
A partir daquele dia passei a admirar ainda mais
aquele homem, aquele grande artista e
percebi o quanto eu tinha sido imaturo.
aquele homem, aquele grande artista e
percebi o quanto eu tinha sido imaturo.
Voltou a ser um dos meus grandes ídolos das HQs
nacionais.
ESSE FOI O CARA!
Edmundo Rodrigues foi um dos
mais talentosos
roteiristas, desenhistas e editores de histórias em quadrinhos
do Brasil. Ele nasceu no Estado do Pará, no dia 10 de Janeiro de
1935. Permaneceu em seu estado de origem até os cinco
anos de idade, quando sua família decidiu mudar para
o Rio de Janeiro, que na época era a capital do Brasil.
A cidade de Brasília, a Capital Federal, ainda não existia.
Edmundo Rodrigues fez vários cursos de artes, inclusive
o conceituado curso de Comics por correspondência da famosa
Inter Continental School.
Na cidade do Rio de Janeiro.
roteiristas, desenhistas e editores de histórias em quadrinhos
do Brasil. Ele nasceu no Estado do Pará, no dia 10 de Janeiro de
1935. Permaneceu em seu estado de origem até os cinco
anos de idade, quando sua família decidiu mudar para
o Rio de Janeiro, que na época era a capital do Brasil.
A cidade de Brasília, a Capital Federal, ainda não existia.
Edmundo Rodrigues fez vários cursos de artes, inclusive
o conceituado curso de Comics por correspondência da famosa
Inter Continental School.
Na cidade do Rio de Janeiro.
Iniciou sua carreira, aos 14 anos, na revista O
Tico-Tico,
com a série humorística chamada João Charuto.
Desenhou, também para a revista O Sesinho,
a série Lendas Brasileirase colaborou
com a série humorística chamada João Charuto.
Desenhou, também para a revista O Sesinho,
a série Lendas Brasileirase colaborou
com a revista Vida Juvenil, Antar
- uma versão de Tarzan-,
para a Editormex, e foi um dos desenhistas da série de faroeste chamada: O Vingador, que era lançada pela editora Outubro.
para a Editormex, e foi um dos desenhistas da série de faroeste chamada: O Vingador, que era lançada pela editora Outubro.
Em 1954, Edmundo foi contratado para trabalhar na
Rio Gráfica Editora, onde desenhou diversas revistas,
mas acabou ganhando notoriedade ao desenhar Jerônimo,
o herói do sertão, que durou
Rio Gráfica Editora, onde desenhou diversas revistas,
mas acabou ganhando notoriedade ao desenhar Jerônimo,
o herói do sertão, que durou
62 edições mensais e mais algumas edições
especiais em forma de almanaques.
especiais em forma de almanaques.
Em 1967, mudou-se para São
Paulo, a maior cidade
da América Latina, onde se concentrava a maioria das
editoras do país. Morou no bairro sofisticado do
Jardim da Aclimação e assim passou a trabalhar para
diversas editoras da capital paulista, como Gep,
Minami e Cunha, Luzeiro, GEP (Gráfica e Editora
Penteado), Taika, O Livreiro, etc.
da América Latina, onde se concentrava a maioria das
editoras do país. Morou no bairro sofisticado do
Jardim da Aclimação e assim passou a trabalhar para
diversas editoras da capital paulista, como Gep,
Minami e Cunha, Luzeiro, GEP (Gráfica e Editora
Penteado), Taika, O Livreiro, etc.
Em 1974, o genial artista voltou a morar na cidade
de São Sebastião do Rio de Janeiro, no aprazível e
elegante bairro do Leme – onde viveu até desencarnar -
e aceitou o convite de Moisés Weltman para codirigir
o recém-criado departamento de histórias em quadrinhos
da Bloch. Sua missão principal era: relançar os falidos
quadrinhos da Marvel no Brasil, cujas vendas haviam
despencado na EBAL e suas tiragens não
atingiam mais 30 mil exemplares.
de São Sebastião do Rio de Janeiro, no aprazível e
elegante bairro do Leme – onde viveu até desencarnar -
e aceitou o convite de Moisés Weltman para codirigir
o recém-criado departamento de histórias em quadrinhos
da Bloch. Sua missão principal era: relançar os falidos
quadrinhos da Marvel no Brasil, cujas vendas haviam
despencado na EBAL e suas tiragens não
atingiam mais 30 mil exemplares.
Em menos de dois anos, as revistas da Marvel,
lançadas pela Bloch, também sucumbiram e logo
todos os títulos Made in America foram adquiridos
por dois outras poderosas editoras:
a Rio Gráfica e a Abril.
lançadas pela Bloch, também sucumbiram e logo
todos os títulos Made in America foram adquiridos
por dois outras poderosas editoras:
a Rio Gráfica e a Abril.
Mesmo após perder os direitos de lançar os
quadrinhos
americanos de super-heróis Edmundo Rodrigues
decidiu manter o departamento de HQs da Bloch ativo.
Assim, passou a produzir e editar histórias e títulos
nacionais, algumas desenhadas por grandes nomes
dos quadrinhos brasileiros. Ofeliano,
Eugênio Colonnese, Homobono
americanos de super-heróis Edmundo Rodrigues
decidiu manter o departamento de HQs da Bloch ativo.
Assim, passou a produzir e editar histórias e títulos
nacionais, algumas desenhadas por grandes nomes
dos quadrinhos brasileiros. Ofeliano,
Eugênio Colonnese, Homobono
A trajetória de um grande artista
A partir de 1959, Edmundo Rodrigues ficou famoso
por todo o país por desenhar Jerônimo,
o Herói do Sertão, personagem criado pelo
escritor Moyses Weltman para uma novela radiofônica de uma emissora
carioca, que se tornou muito popular. Tanto que, uma emissora
paulista copiou a fórmula e lançou outro western\rural chamado:
Juvêncio, o herói do sertão, que também devido ao sucesso viros
quadrinhos lançado pela editora Prelúdio (Atual Luzeiro). Devido
ao tremendo sucesso alcançado no rádio, as aventuras de Jerônimo
foram lançadas pela Rio Gráfico e Editora (atual Globo). Esse
cowboy\sertanejo, que fazia justiça pelo sertão sempre ao lado do
irriquieto Moleque Saci, também fez um tremendo sucesso durante
anos, coisa rara em se tratando de uma HQ nacional.
Tempos depois, a série foi adaptada para novela na TV.
Tempos depois, a série foi adaptada para novela na TV.
O eclético Edmundo Rodrigues, que era dono de um
traço marcante, cheio de ação, também desenhou outras séries,
como: o Falcão
Negro – para a editora Garimar,
de Péricles Leal-, um herói de capa\espada que se originou num
programa de televisão. O talentoso artista também colaborou para a
revista Calafrio,
para a editora do mestre desenhista e também editor Rodolfo Zalla,
escrevendo e desenhando histórias de terror,
ilustrou para o formato de quadrinhos clássicos da literatura
universal, como: 20 mil Léguas Submarinas,
O Guarani, Moby Dick, etc, e criou diversos personagens
para histórias avulsas, escreveu e ilustrou livros que
ensinavam a arte e técnica do desenho e ilustrou
uma série de livros para crianças. Também criou
O Máscara de Prata, um caubói mascarado e
diversas HQs avulsas de terror guerra e de terror.
O Guarani, Moby Dick, etc, e criou diversos personagens
para histórias avulsas, escreveu e ilustrou livros que
ensinavam a arte e técnica do desenho e ilustrou
uma série de livros para crianças. Também criou
O Máscara de Prata, um caubói mascarado e
diversas HQs avulsas de terror guerra e de terror.
Sua criação feminina
mais marcante foi Irina, a Bruxa, que se tornou um clássico
dos quadrinhos de terror do país. Irina
foi publicada originalmente em 1967 pela editora Taíka. Nos anos 80,
a editora Bloch
republicou Irina em cores. Foi também nessa década que Edmundo
Rodrigues se tornou editor de quadrinhos da saudosa Bloch Editores.
Por essa editora carioca, ele ressuscitou os até então falidos super-heróis Marvel, que após terem sido publicados inicialmente pela Editora Brasil-América, do editor Adolfo Aizen, saíram de circulação por um bom tempo.
Edmundo também abriu espaço para os atores nacionais. Júlio Shimamoto, nessa época, fazia a Múmia, Flávio Colin, o Lobisomem, Paulo Hamasaki e eu, Tony Fernandes, fazíamos os gibis dos Trapalhões e Trapasuat – séries baseadas no sucesso alcançado por Didi (Renato Aragão), Dedé, Muçum e Zacarias, os geniais comediantes da TV. Outros bambas do traço também colaboraram com a Bloch, como: Baldisseri, Ofeliano, Colonnese, Homobono, Toninho Lima, Bira Dantas, Mingo e Queiroz – estes três últimos, através do Estúdio Ely Barbosa continuaram a fazer Os Trapalhões.
O mestre Eduardo Vetillo desenhava Spectreman –
série em quadrinhos de longa duração baseada
num seriado de muito sucesso da TV japonesa,
que foi exibida no Brasil. Diversos títulos e
gêneros foram lançados pela Bloch, quando
Edmundo Rodrigues estava no
comando, como o clássico Drácula – da Marvel -
desenhado magistralmente pelo mestre Gene
Colan e Mestre Kim. Há quem afirme que
as cores dos quadrinhos desse período eram
berrantes e que os super-heróis americanos da
Marvel usavam muitas gírias locais da época,
mas a verdade é que aqueles gibis coloridos
em formatinhos da Bloch deixaram saudades.
Naquele tempo remoto não faltava
trabalho, ao menos para nós.
Por essa editora carioca, ele ressuscitou os até então falidos super-heróis Marvel, que após terem sido publicados inicialmente pela Editora Brasil-América, do editor Adolfo Aizen, saíram de circulação por um bom tempo.
Edmundo também abriu espaço para os atores nacionais. Júlio Shimamoto, nessa época, fazia a Múmia, Flávio Colin, o Lobisomem, Paulo Hamasaki e eu, Tony Fernandes, fazíamos os gibis dos Trapalhões e Trapasuat – séries baseadas no sucesso alcançado por Didi (Renato Aragão), Dedé, Muçum e Zacarias, os geniais comediantes da TV. Outros bambas do traço também colaboraram com a Bloch, como: Baldisseri, Ofeliano, Colonnese, Homobono, Toninho Lima, Bira Dantas, Mingo e Queiroz – estes três últimos, através do Estúdio Ely Barbosa continuaram a fazer Os Trapalhões.
O mestre Eduardo Vetillo desenhava Spectreman –
série em quadrinhos de longa duração baseada
num seriado de muito sucesso da TV japonesa,
que foi exibida no Brasil. Diversos títulos e
gêneros foram lançados pela Bloch, quando
Edmundo Rodrigues estava no
comando, como o clássico Drácula – da Marvel -
desenhado magistralmente pelo mestre Gene
Colan e Mestre Kim. Há quem afirme que
as cores dos quadrinhos desse período eram
berrantes e que os super-heróis americanos da
Marvel usavam muitas gírias locais da época,
mas a verdade é que aqueles gibis coloridos
em formatinhos da Bloch deixaram saudades.
Naquele tempo remoto não faltava
trabalho, ao menos para nós.
Naquela época, eu e o velho bengala friend Paulo
Hamasaki trabalhávamos na editora Noblet. Creio que, por indicação
do Shima, Paulo Hamasaki – velho amigo do Shima, e que também já
era famoso por ter começado a trabalhar com o Maurício de Sousa -,
foi convidado pelo Edmundo para dar continuidade na série os
Trapalhões, que era feita pelo Baldisseri, se não me engano. Devido
a absoluta falta de tempo - por comandar o dia todo o departamento de
arte na Noblet-, o Hamasaki me convidou para fazermos em parceria a
série Os Trapalhões. Aquela era uma proposta irrecusável para um
jovem que sonhava em fazer quadrinhos, sair da Noblet e montar meu
próprio estúdio. Topei.Assim, eu fazia os desenhos a lápis e o
Hama artefinalizava os originais, que eram desenhados no formato A-3.
Os roteiros e os pagamentos chegavam em minhas mãos, vindos do Rio,
pelo malote da famosa Casa da Manchete, que ficava na rua
Groenlândia, na zona sul de São Paulo.
Voltando ao fio da meada...
Surgiu o convite. Empolgado, topei. Assim,
viajamos para o Rio de Janeiro, numa sexta-feira, após o expediente
da Noblet. Chegando lá, fomos para a casa do mestre Shimamoto –
que eu já tinha conhecido um dia na Noblet. O mestre morava em
Jacarepaguá. Júlio Shimamoto, naquela época, estava a milhão,
colaborando com a Bloch - fazendo a Múmia-, e com a Grafipar -
fazendo HQs eróticas. Acampamos na casa do Shima, pois na segunda
feira tínhamos agendado uma reunião na editora carioca, onde fiz um
teste – orientado pelo Shima - para fazermos os trapalhões, que
foi aprovado – enquanto o Hama voltava para São Paulo.
DETALHE: Foi nessa viagem que tivemos o prazer de
conhecer o Otta – lendário editor da Vecchi, da revista Mad – e
Watson Portela, nosso querido magrão, que também estava colaborando
com a Vechi e com a Grafipar, de Curitiba. Bons tempos aqueles em que
todos tinham muito o que fazer.
Como eu já disse trabalhávamos o dia todo para
cuidar das revistas da Noblet (Akim, Carabina Slim, Gidapp Joe,
Vampirella, Prézinho, Godofredo, Mister No, Hot Girls, Contos
Excitantes e mais duas coleções de pocket books de histórias
eróticas. Para segurar essa barra, contávamos com a escritora e
grande mana amiga Eugênia Cecília Brasiliense, Militelo, Toninho
Duarte e o querido bengala brother Fausto kataoka.
O BICHO PEGOU!
Quando os primeiros roteiros chegaram começou a
loucura.Eu deixava a Noblet às pressas – por hábito, só
tomávamos umas brejas geladas, e umas quentes, nas sextas depois do
expediente. Sexta-feira era fatal os nossos happy hours, afinal
ninguém era de ferro. Duro era fazer nossas esposas entenderem essas
farras (Rsss...). Eu chegava em casa – depois de cruzar a cidade-,
tomava um banho, jantava e ia para a prancheta até as 4 da manhã,
diariamente, pois o Hamasaki estava ansioso para fazer as artes
finais. Muitas vezes fomos obrigados a tocar as páginas nos finais
de semana e até no estúdio da própria Noblet, quando tínhamos
chance. Ou seja, quando o nosso editor – Joseph Abourbih -, saia
para almoçar. Obviamente não íamos agüentar aquela louca
empreitada por muito tempo. Na verdade, só fizemos uma edição dos
Trapalhões e outra da série Trapasuat – com os mesmo personagens
da TV. Por sorte, as cores eram feitas no Rio de Janeiro, pela
competente equipe interna da Bloch. Dois meses depois, estávamos só
o pó da rabiola, sonados, feito baratas tontas e, como conseqüência,
começamos a furar os prazos de entrega.
Vira e mexe tocava os telefones da Noblet. Era o
pessoal da Bloch cobrando o material. Além de ter que dar desculpas
esfarrapadas corríamos o risco de perdermos nossos empregos. Por
fim, desistimos. Ou melhor, o pessoal da Bloch desistiu da gente e
acabou contratando o Estúdio Ely Barbosa para continuar as séries
que havíamos dado início, essa é que é a verdade.
Pra ser sincero, perdemos o trabalho por pura
incompetência e por falta de infraestrutura de produção. Na
verdade estávamos malucos, queríamos abraçar o mundo. Pois, além
de fazer a semana toda as revistas da Noblet, colaborávamos para a
Grafipar e decidimos segurar a Bloch.
Mesmo sendo ágeis para executar os trabalhos não
há organismos que possam resistir a um ritmo aloprado desses de
produção. Sem contar que éramos casados, tínhamos filhos e
diversas atribulações familiares.
Confesso que fiquei feliz quando vi Os Trapalhões
nas bancas com os desenhos da competente turma do Estúdio Ely
Barbosa- com o qual colaborei anos depois fazendo personagens
Hanna-Barbera, como: A Formiga Atômica e Trapaleão . Apesar de
perdermos o faturamento tiramos um peso imenso das costas e voltamos
a dormir em paz. Como diz um velho ditado popular: “Quem tudo quer
nada tem.” Aprendi a lição.
Nos anos 90, eu e o velho amigo Wanderley Felipe
fundamos o estúdio Felipe e Fernandes, que era apenas uma pequena
sala no quinto andar, em cima do saudoso e extinto Bar do Jeca –
ponto de artistas em geral -, bem na esquina das famosas avenida São
João e Avenida Ipiranga, de frente ao tradicional Bar Bhrama, que
ainda existe. Na época, atendíamos diversas editoras, como: Ninja,
Acti-Vita, e o Laboratório Catarinense. Certo dia o telefone do
vizinho tocou – não tínhamos nem telefone, é mole? A secretária
do vizinho que editava revistas de artes marciais veio me chamar.
Ao atender fiquei surpreso. Era Edmundo Rodrigues
me convidando para colaborar com a revista Angélica – título
baseado na famosa apresentadora atual da TV Globo, que na época
fazia programas infantis. O Ed me disse que gostava do meu texto e do
meu traço e me pediu para fazer algumas páginas pra revista
Angélica com personagens infantis. Disse para ele que não tínhamos
nenhum personagem infantil. Ele me disse: Conheço Capitão (Buana)
Savana, Jerônimo Dias, o bandeirante, Águia Azarada, o Inspetor
Pereira... são criações suas, não são? Você é criativo! Se
vira!
Pensei... Mas essas séries que criei no passado –
todas foram publicadas nas revistas da Noblet - não eram infantis.
Eram cômicas. Esse cara é maluco. Não me acho tão criativo assim.
Comentei com o meu sócio e de imediato comecei a
pensar em algum roteiro infantil bem humorado. A primeira série que
criei foi Os Tortugas, uma família de tartarugas que satirizava a
sociedade contemporânea, onde o pai, um publicitário, que vivia
criando campanhas para um super-herói de seriado de TV chamado
Capitão Maionese, que ele odiava, tinha que suportar o filho que
admirava o personagem fictício e que vivia decepcionado com seu
progenitor que – ao contrário do herói da TV- era todo
atrapalhado. A família era composta pelo pai (Zuza), pela mãe, pela
filha (Tania) e pelo irriquieto garoto chamado (Tim). Algumas vezes
entravam em cena o avô e os vizinhos, que vira e mexe eram
atormentados pelo capetinha da família – o Tim. O Felipe criou as
figuras, eu escrevia os roteiros. Assim que os originais ficaram
prontos enviamos eles para o Rio. O Edmundo adorou e na sequencia
encomendou outra série. Sugeriu que criássemos uma bruxinha.
Empolgado, mandei ver e passei a escrever essa nova personagem, que
confesso que nem me lembro mais o nome dela. Mandamos o novo material
e o Ed aprovou também.
Assim, passamos a fazer duas séries mensais
infantis para a revista Angélica durante alguns meses.
Só paramos de produzí-las quando decidimos abrir
nossa editora a Phenix Editorial Ltda, em 1991.
Mesmo assim, de vez em quando, eu me comunicava
com o Ed, por telefone. Fiquei sabendo que fazia free lances e
ilustrava livros infantis, por que um dia me perguntou, quanto se
pagava por página uma ilustração infantil as editoras paulistas.
Os anos se passaram e só voltei a contactar com o
mestre Edmundo o ano passado no Orkut, uma única vez. Há pouco
tempo atrás, eu sonhava - e até tentei - entrevistá-lo para um dos
meus blogs, pois sabia que ele tinha boas histórias para contar.
Porém, há alguns dias atrás descobri no Facebook que ele já não
estava mais entre nós, lamentavelmente.
2012 - UM ANO DE
GRANDES PERDAS
O grande mestre Edmundo Rodrigues, faleceu no dia 10
de Setembro de 2012,
e a causa de sua morte não foi divulgada. Esse não tem sido um bom
ano para os fãs de quadrinhos.
Perdemos: Jean
"Moebius" Giraud, Joe
Kubert, Sergio
Toppi, Josep
María Berenguer, Mauro
Martinez dos Prazeres, Sheldon
Moldoff, John
Severin, Tony
de Zuñiga, Al
Rio e Ernie Chan. No cenário nacional
perdemos mais dois importantes guerreiros: o desenhista e editor
Edmundo Rodrigues e o escritor e editor...
Ele morreu no dia 20 de julho, aos 72 anos
(completaria 73 em 16 de outubro desse ano fatídico), e só
recentemente a notícia foi divulgada. Segundo consta, ele estava
numa situação econômica difícil. Viveu seus últimos dias num
asilo mantido pela comunidade judaica carioca. Teve um final
lamentável para quem fez muito em prol do mercado editorial
brasileiro ao lado de seu pai o saudoso Adolfo Aizen (Editora
Brasil-América), seu irmão Paulo Adolfo e Fernando Albagli. Naumim
foi um dos dirigentes da Editora
Brasil-América, a saudosa Ebal,
que, por vários anos, publicou no Brasil os melhores quadrinhos
europeus, norte-americanos e nacionais, como O Judoka e a Coleção
Maravilhosa.
As publicações da Ebal
dominaram as bancas por muito tempo – de 1960 até 1991. Esta
saudosa editora continua sendo, para muitos leitores e
colecionadores, a mais querida de todas, graças ao carinho que a
família Aizen sempre dedicou aos fãs das histórias em quadrinhos.
Com a morte de Adolfo Aizen, em 10 de maio de
1991, a editora passou apenas a trabalhar com seu parque gráfico
imprimindo para terceiros. Naumim Aizen assumiu uma empresa que
estava cheia de problemas financeiros, que estava com seus dias
contados. Com o fechamento da Ebal, Naumim teve que
assumir as dívidas. Além de perder todos os seus bens, viu seu
casamento e sua saúde desmoronar.
Sempre enalteceu o trabalho de seu pai. Escreveu
livros infantis, como o premiado Era
uma vez duas avós, e publicou matérias sobre quadrinhos
em diversos livros, como em Shazam,
de Álvaro de Moya, onde escreveu sobre onomatopéias – os sons das
HQs.
Os mestres, depois de uma árdua batalha, se vão
para o merecido retiro dos deuses, mas seus legados ficam para todo o
sempre.
Ainda falando sobre Edmundo Rodrigues...
Com a falência da Bloch, em
1993, Edmundo passou a viver de free lance. Trabalhou para diversas
editoras fazendo capas de livros infantis e juvenis e até
storyboards e
conceptboards para agências de publicidade. Jamais voltou aos
quadrinhos.
Ele manteve um blog,
no qual contava suas memórias e era ativo no Facebook, onde
respondia gentilmente as perguntas que faziam seus fãs.
No ano 2.00, ele ainda desenhou para a Rio
Gráfica: Cidade Aberta, uma versão em quadrinhos
de um dos primeiros seriados produzidos pela TV Globo
no Rio de Janeiro. Este foi um de seus últimos trabalhos.
O grande mestre Edmundo Rodrigues, durante sua
longa carreira, foi prolífico. Poduziu milhares de páginas dos mais
diversos gêneros. O setor editorial brasileiro perdeu um de seus
grandes baluartes, dono de um impactante e inesquecível traço, que
marcou eternamente aqueles que adoram as boas histórias quadrinhos.
Mestre Edmundo, Mestre Naumim, valeu!
Obrigado por tudo aquilo que fizeram em prol do
setor editorial brasileiro!
Descansem em paz! Que assim seja!
Excelsior, como escreveria Stan Lee!
Copyright 2012 - Tony Fernandes - Estúdios Pégasus
Uma divisão de arte e criação da Pégasus Publicações Ltda -
São Paulo - Brasil -
Todos os Direitos Reservados
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Todos os Direitos Reservados
Olá! Passeando pelo google,encontrei o seu blog e fiquei feliz em saber de sua admiração pelo talentoso artísta Edmundo Rodrigues. Realmente ele era assim,franco e falava diretamente,ele não enganava ninguém. Lendo sua reportagem e conhecendo o artísta Edmundo Rodrigues,sei que tudo que ele lhe falou,foi para o seu próprio bem.Você aprendeu e lapídou o seu talento. As vezes nós somos senhores de nós mesmo e não aceitamos nenhuma crítica,ela é importante,pois através dela podemos consertar o que estiver errado. Eu me lembro desse lance,pois tudo ele nos contava. Tenho uma agenda com tudo escrito,o diário do Edmundo Rodrigues,traz datas,revistas e colaboradores e até mesmo o recibo de pagamentos. Eu,sei de todos que trabalharam com ele.Ele era generoso,a posição dele era de carta livre,para contratar quem ele quizesse. Foram muitas pessoas que trabalharam com ele. Agradeço pela bela homenagem,acho justa,por tudo que ele fez,na verdade ele foi um icono das Hqs no Brasil.
ResponderExcluirCaro, amigo... sempre fui fã desse talentoso e grande mestre e, de fato, hoje admito q aqueles seus conselhos me foram úteis. Por fim, nos tornamos gdes amigos. Que bom saber q vc tem um diário do mestre, etc. Se possível, compartilhe-os com a gente.
ResponderExcluirGrato, pela visita e tenha um gde 2013!
Sem dúvída ele foi e ainda é um dos maiores ícones das nossas HQs! Gde mano amplexo!
OLá,estou visitando o seu blog pela segunda vez e declaro, que algo não calou fundo no meu interior,no que se refere ao que você diz ter falado ao Edmundo de que os desenhos dele, tinham erros!. Nâo acredito nesta hipotese,conhecendo o mestre como conheci,dia a dia,tenho certeza que vc falou com outra pessoa. |Primeiro, ele nem teria te ouvido,imagina vc um principiante na época querendo consertar um desenhista,que na época estava no auge do seu sucesso,ele, não te ouveria mesmo...2o- ele era pávio curto,ficava irratado com tralala. Lamento,mais eu não creio nisto não! Ele era autêntico,falava na cara,o que não gostava,não fazia média com ninguém. Uma pergunta:- porque? vc não postou isto antes,só o fez depois que ele morreu!? Mais eu,estou aqui para defender a memória do Mestre,tenho o diário dele com tudo,todos,recibos de quem trabalhou com ele. Agora aparecem as pessoas,dizendo que trabalharam,que eram amigas do artísta. Eu,não aceito o que vc está falando. Isto pra mim não é uma homenagem é uma prestação de contas. O artísta merece ser respeitado,pois deu ajuda a muitos desempregados,inclusive a vc. O Senhor fala, que com a falência da Bloch o Edmundo, foi para agencia de publicidades e não voltou mais aos quadrinhos. Nâo é verdade isto,ele não foi para a publicidade,embora fosse publicitário também. Ele voltou aos livros de editoras de Rio e São Paulo de autores famosos e conhecidos,pois a área de livros era o carro chefe do Edmundo. Quanto ao senhor falar que ele desenhou a Cidade Aberta em 2000 e que foi um dos últimos trabalhos
ResponderExcluirdele,mostra que o senhor realmente não tinha nenhuma convivência com o artísta. A revista do Seriado na Tv -Cidade Aberta 22-2000 ,foi publicada em 1966,mostrando que o senhor está por fora da noticia. Quando falar fale a verdade! Segue a materia abaixo para seu esclarecimento:
Em 1966, ano em que a série foi encerrada, as aventuras do repórter Márcio Moura se adaptaram para os gibis da Rio Gráfica Editora (hoje Editora Globo), através do roteirista e desenhista de suas histórias Edmundo Rodrigues, o mesmo que, nos anos de 1950, havia desenhado as histórias da série Jerônimo, o Herói do Sertão, famoso seriado transmitido pela Rádio Nacional e pela Rede Tupi.
Segue o restante do documento
Em 1969, quatro anos depois do fim de 22-2000 Cidade Aberta, o repórter Márcio Moura ganhou um longa-metragem A um Pulo da Morte, com direção de Victor Lima.
Os amigos dele,eu conheci todos,telefonavam,se falavam,e nunca ouvi falar que o senhor era amigo dele,soube sim que era um desenhista colaborador. Essas inverdades entristece o nosso coração de saber que tem gente,que quer tirar o brilho da estrêla.Mas essa não!
Jà está consagrada,lá no firmamento.Ele venceu em tudo que fez,no talento e chegou lá no alto,como Editor das Histórias em Quadrinhos do Brasil , Mesmo assim obrigado. Equipe de produção, e da produtora e curadora da obra do Mestre Imortal Edmundo Rodrigues
Caro amigo, que até agora não se identificou. Confesso que fiquei surpreso com sua indignação sobre a matéria acima q fiz sobre o grande mestre Edmundo Rodrigues, um dos autores mais prolíficos das HQs nacionais q sempre admirei.
ResponderExcluirVamos aos fatos. Eu o conheci na Minami e Keizi editores (os editores me apresentaram a ele). Na verdade, ele teceu críticas - como mencionei - e indicou o livro, como relatei. Testemunhas? Minami Keizi, q infelizmente faleceu e o mestre Carlos da Cunha, que ainda está entre nós. Comprei o livro, anotei os erros e fiz minhas críticas, como narrei e ele se exlicou. Anos depois, qdo eu e o Hamasaki fomos chamados p ir ao Rio, p fazer Os Trapalhões, até contei o sucedido ao Hama.
Veja bem, sempre morei em S. Paulo e jamais fui amigo íntimo do mestre. Éramos "amigos de trabalho", colegas profissionais. Jamais frequentamos um a casa do outro. Eu, e o Hamasaki, éramos colaboradores dele no tempo da Bloch, assim como o Shima e o Colin.
Jamais vimos o Ed alterado "pavio curto". Sempre se mostrou amável com todos.
Depois, desse contato na casa do Shima e do trabalho (anos 80) q realizamos pra Bloch, ficamos mais chegados. Na década de 90, a secretária dele ligou pro meu estúdio e ele me pediu pra criar personagens para a revista Angélica. Assim, eu e o meu sócio fizemos - por várias edições - Os Tortugas e uma bruxinha q n consigo lembrar o nome.Assim, passamos a nos falar constantemente. Ele dizia q gostava do meu texto e traço.
A Bloch dava uma canseira danada pra pagar seus colaboradores. Mas, isto jamais foi culpa do Ed, q se esforçava pra abrir espaço pra gente.
Tempos depois, ele me ligou querendo saber q preço eu cobrava pra fazer livros infantis, didáticos, para as editoras paulistas. O Ed estava fazendo os tais livros no Rio e n tinha base de preço. Na sequ~encia, ele deixou o cargo, que foi assumido por Cláudio hazan, sobrinho do Adolfo Bloch, q jamais conheci pessoalmente, mas q viva me ligando, me consultando. Não tenho motivos p mentir e nem pensei em denegrir a imagem de alguém q admiro.Entrevistei o Hamasaki e até mencionamos o período da Bloch - está num dos meus blogs. Nesse, ou em: http:\\tonyfernandespegasus.blogspot.com (se puder, confira.).
Nunca mais nos vimos infelizmente, pois deixei de ir ao Rio, onde tenho muitos amigos.
Os outros fatos q mencionei. Não presenciei. Mas, ouvi dizer q ele tinha realizado os fatos q citei. Veja, apenas relatei. Não afirmei q vi ou q tinha certeza.
Não sou adepto de "inverdades", como vc mencionou e nem disposto a "tirar o brilho" de qem fez muito pelas HQs desse país.Na certa, vc deve ser o irmão dele, q tb desenhava com o Ed. Cara, todos nós, artistas, respeitamos muito esse saudoso artista q nos deixou, infelizmente. Um gde mano ampelxo e vê se para de tirar conclusões precipitadas.
Olá, Tony. Acredito que você seja a mesma pessoa do Blog ¨Bengalas Boys Club". Se não for me avise. Passeando pela Internet em busca de novidades sobre HQs que é a minha paixão, deparei-me com sua homenagem ao Edmundo Rodrigues! Gostei... eu sou EDNO RODRIGUES, o próprio, irmão de EDMUNDO RODRIGUES! Amigo, eu não sou a ¨pessoa não identificada¨, não é o meu feitio. Fui parceiro de meu irmão, desde quando me entendi como gente, até 1960..., quando ainda éramos solteiros. Se você quiser saber alguma coisa sobre mim, é só ir no site ¨ Guia dos Quadrinhos¨, do meu amigo Antônio Luiz Ribeiro, que estou lá. Atenciosamente, já seu amigo, Edno Rodrigues.
Excluirrodriguesedno@ig.com.br
Caro, Edno, quanta honra em tê-lo por aqui. Seu falecido irmã já havia me falado de vc, mas nunca tive o prazer de poder trocar ideias contigo. Sim, ambos os blogs são meus e agora q tenho seu e-mail, gostaria, se possível, de entrevistá-lo p\ um dos nossos blogs. Afinal, vc e o mano fizeram história no mundo das HQs desse país.
ResponderExcluirGrato, pela visita e comentários. Entrarei em contato.
Tony, Boa Noite.
ExcluirNão sei se você leu a reportagem sobre o Edmundo Rodrigues na edição no. 36, Agosto/Setembro de 2012, Fls.58 a 62, da revista ¨Mundo dos Super-Heróis¨¨ , do excelente Roberto Guedes. Confesso que li e não me agradou completamente. A reportagem fala basicamente no período em que meu irmão passou na Editora BLOCH. Sobre a Bloch, não comento, porque não foi da minha época (fui parceiro do meu irmão Edmundo, desde criança até mais ou menos 1965, pois em abril de 1966, já estava na Marinha Brasileira, como servidor público, e fui transferido para Brasília, e éramos ainda solteiros), e nada tenho a falar.
Enviei um Email (10/09/2012, 21:30), para o Manoel de Souza, Editor da revista ¨¨MSH¨, participando o falecimento do meu irmão, nesse mesmo dia e tomei conhecimento dessa entrevista. Mais tarde, o Manoel me explicou que a revista tratava mais dos super-heróis atuais (é uma pena, pois se não fossem os heróis do meu tempo: ¨A Era de Ouro dos Quadrinhos¨, que abriram as portas para eles, os super-heróis, na certa, não estariam aí.), por isso a reportagem se focou mais na Bloch. Mas, em relação ao início da carreira de meu irmão, me perdoe Roberto Guedes, a culpa não é dele, e sim, creio eu, da fonte, está nebulosa e contendo inverdades.
Abraços, seu amigo Edno Rodrigues
Tony, Bom Dia. Há alguns dias, lhe enviei um Email. Gostaria de saber se o recebeu. Me informe.
ResponderExcluirSeu amigo, Edno Rodrigues
Oi, Tony. Gostaria da tua autorização para usar tua biografia do E. Rodrigues para prestar uma homenagem a ele. Somos paraenses e ele é pouco reconhecido por aqui. Desde já agradeço.
ResponderExcluirOi, Zé Pinto. Sem problema, meu amigo. Vc pode usar esta minha matéria para divulgar o grande mestre aí na sua região (Basta citar a fonte).
ResponderExcluirGrato por sua visita e seu comentário.