É praticamente
impossível falar de histórias em quadrinhos no Brasil sem
citar o nome desse grande profissional. Quem hoje tem entre 40 e 50 anos,
com certeza, já viu a assinatura dele nas mais conceituadas revistas das
maiores editoras brasileiras. Ele sempre foi criativo, eclético, e sempre
teve uma grande capacidade de se adaptar aos mais diversos gêneros.
Durante anos foi o capista oficial da Rio Gráfica e Editora (atual Globo),
onde criou um personagem que fez muito sucesso e que anos depois
também foi publicado pela editora Abril.
citar o nome desse grande profissional. Quem hoje tem entre 40 e 50 anos,
com certeza, já viu a assinatura dele nas mais conceituadas revistas das
maiores editoras brasileiras. Ele sempre foi criativo, eclético, e sempre
teve uma grande capacidade de se adaptar aos mais diversos gêneros.
Durante anos foi o capista oficial da Rio Gráfica e Editora (atual Globo),
onde criou um personagem que fez muito sucesso e que anos depois
também foi publicado pela editora Abril.
Ao longo de sua
brilhante carreira adquiriu imensa bagagem profissional poucos
autores nacionais conseguiram ter uma carreira tão incrível quanto ele,
que lançou seus personagens por editoras de porte como:
Rio Gráfica e a poderosa Abril, onde comandou a divisão Disney durante anos.
autores nacionais conseguiram ter uma carreira tão incrível quanto ele,
que lançou seus personagens por editoras de porte como:
Rio Gráfica e a poderosa Abril, onde comandou a divisão Disney durante anos.
Caro amigo, web leitor,
relaxe, curta e conheça um pouco mais sobre
este grande profissional do mundo das Histórias em Quadrinhos.
este grande profissional do mundo das Histórias em Quadrinhos.
O entrevistado de hoje
é...
PRIMAGGIO
MANTOVI, AUTOR
DE
SACARROLHA E OUTRAS
COSITAS MÁS!
COSITAS MÁS!
Tony 1 – Mestre,
quando você concordou em me dar esta entrevista
quase tive um
orgasmo. Sempre fui seu fã e na medida em que eu me
profissionalizava tive o prazer e a honra de conhecê-lo pessoalmente
quando você trabalhava na Editora Abril, graças ao grande amigo
professor Gedeone Malagola, o autor de Raio Negro.
Aliás, você e os
saudosos Igayara e Jorge Kato, sempre nos
receberam bem nos tempos da
Abril. Podemos começar?
Primaggio: Manda
bala, Tony!
Tony 2 – Lá vai
chumbo. Afinal, todos nós queremos
saber mais sobre sua incrível
carreira...
Você, pelo que me consta, nasceu na Itália, em 1945.
Confere?
Primaggio: Nasci em Gênova, no dia
18 de janeiro de 1945.
Quando a 2ª Guerra Mundial terminou, a Itália
estava ‘falida’, e
o meu pai, depois de várias tentativas mal
sucedidas, de arranjar algum
trabalho pra sustentar a família,
resolveu aceitar o convite de um
cunhado que estava morando no
Brasil.
Assim, em 4 agosto de 1954, a minha família desembarcou
no
porto do Rio de Janeiro.
Tony 3 – A Segunda
Grande Guerra fez um terrível estrago na velha Europa,
muitas
vítimas e muitos imigrantes como seus pais, por sorte, vieram para
essa
terra abençoada, que sempre acolheu povos de todo o mundo ...
Você foi criado em que cidade e estado brasileiro?
Primaggio: No Rio de
Janeiro. Em março de 1973, eu recebi um
convite pra trabalhar na
editora Abril e me mudei pra São Paulo
junto com a minha “nova”
família: minha esposa e minha primeira filha,
Claudia. Meus pais e
meu irmão continuaram morando no Rio.
Tony 4 – Rio de
Janeiro, a “Cidade Maravilhosa”, adoro ela onde tenho muitos
amigos e vira e mexe passo por lá. Então você se tornou um
carcamano
carioca (Rsss...). Maravilha... prosseguindo...
O dom pelo
desenho deve ter surgido na infância, inspirado pelas
HQs que você
lia e via na época, com certeza...
Mas, caro bengala friend, por que
você optou em fazer HQs?
Primaggio: O meu primeiro contato com
histórias em quadrinhos
foi com, aproximadamente, cinco anos, por
meio do gibi
Topolino
(Mickey, na Itália), leitura preferida do meu irmão
mais velho,
Andrea (André, em português). Naquela época, ele
gostava de
“inventar” histórias em quadrinhos (quase sempre
interpretadas
por panelas e chaleiras humanizadas!).
E como eu tinha a mania de
imitá-lo, passei a fazer o mesmo...
Incluindo os objetos de cozinha!
Com o passar do tempo,
André foi aos poucos perdendo o interesse por
aquilo, mas eu
já estava irremediavelmente “contaminado” e segui
em frente.
Tony 5 – Então, foi
graças ao Topolino e ao André, seu irmão, que você
enveredou de
corpo e alma pelo mundo das HQs, interessante...
é incrível como
somos influenciados, muitas vezes, pelas
pessoas que nos cercam, que
nos inspiram... vamos nessa...
Você começou retocando HQs para a
Rio Gráfica e Editora,
em 1964? Que idade você tinha na época e
como
surgiu a oportunidade?
Primaggio: Por volta
de 1960, eu terminei o 4ª ginasial
(hoje, segundo grau) e disse ao
meu pai que abandonaria
os estudos, pois queria me dedicar ao
desenho.
Meu pai assinou em baixo e eu me matriculei no Instituto
Técnico Oberg, onde fiz um curso de desenho de propaganda.
Um ano
depois estava formado e, com o diploma
debaixo do braço, fui à
luta.
Tony 6 – Formou-se
em propaganda? Isto é curioso e aposto
que poucos sabiam disso sobre
você, um publicitário que virou autor
de HQs... Na certa, seu pai
percebeu o grande potencial
que você tinha para o desenho e por isso
concordou com
sua decisão, que foi acertadíssima. Antes de entrar
para a RGE,
você já havia tido alguma experiência na área
editorial?
Primaggio: Depois de
bater à porta de um punhado de
empresas de propaganda (sem sucesso),
resolvi tentar a área
editorial e quando me dei conta, estava
trabalhando na Rio Gráfica
e Editora, ainda como auxiliar de arte,
free lancer.
Tony 7 – Outro dia,
ao entrevistar o genial Watson Portela ele afirmou
que só conseguiu
publicar devido a sua insistência e que para se
dar bem é preciso
ser pentelho. Pelo visto, eu e você também,
apesar de termos
recebidos muitos “nãos” continuamos
pentelhando até chegarmos
lá. Não há outra alternativa, eu acho (Rsss...)...
Quando eu era
garoto adorava ler Fantasma, Mandrake,
Flash Gordon, Rocky Lane, etc.
Jamais me esqueci quando ao
comprar um gibi do Fantasma, de Lee Falk,
vi, na capa,
a assinatura de um brasileiro: Walmir.
Você conviveu
com ele. Fale-me sobre esta época...
Rock Lane, por Primaggio. um cowboy que fez muito sucesso |
Primaggio: Na minha
opinião Walmir Amaral de Oliveira
é um dos melhores (senão o
melhor) desenhistas de HQ do
Brasil! Trabalhei ao lado dele de 1964 a
1970 e posso
afirmar que o danado desenha como se estivesse
escrevendo uma carta! Tive a grata satisfação de
vê-lo trabalhar
dezenas de vezes: ele pega o PINCEL,
molha no nanquim e desenha, SEM
fazer o esboço a
lápis! É impressionante! O Walmir é um grande
amigo e tudo o que eu sei, devo a ele!
Tony 8 – O Walmir
inspirou muita gente e
jamais deve ser esquecido.
jamais deve ser esquecido.
Fez um trabalho
incrível e desenhou diversos heróis criados na
América para a RGE
(Rio Gráfica e Editora).
Se não estou equivocado, a
Se não estou equivocado, a
primeira vez
que vi sua assinatura num gibi da Rio
Gráfica foi em Rocky Lane (uma revista de cowboy
que fazia muito sucesso na época),
Gráfica foi em Rocky Lane (uma revista de cowboy
que fazia muito sucesso na época),
depois vi sua
assinatura em outra revistas, como: Fantasma,
Mandrake, Buck Jones,
Flash Gordon, Recruta Zero,
Águia Negra, etc, se não me engano.
Você, pelo visto, chegou e
acabou virando o capista oficial da RGE,
correto?
Primaggio: Sim, nos
primeiros anos de RGE,
o chefe me “elegeu”
o chefe me “elegeu”
capista do setor! No
decorrer de aproximadamente
dois anos, produzi + ou - 200 capas.
dois anos, produzi + ou - 200 capas.
Capa feita pelo artista, para a RGE (Atual editora Globo) |
Tony 9 – Uma bela
produção. Rocky Lane...
Este título era um dos campeões
Este título era um dos campeões
de venda,
na época... É verdade que você
fez as capas desta série,
fez as capas desta série,
de 1965
a 1968? Você sabe qual era a tiragem média
dos gibis naquela época?
Primaggio: Não só
as capas, como também o conteúdo.
Ao todo produzi oito histórias
deste maravilhoso cowboy
(um dos meus grandes ídolos de infância!).
O meu cargo não dava acesso aos
números, tiragem/venda.
números, tiragem/venda.
Tony 10 – Colecionava
Rocky Lane e adorava
o seu trabalho... Você e o Walmir também
chegaram a desenhar HQs de personagens
o seu trabalho... Você e o Walmir também
chegaram a desenhar HQs de personagens
americanos para a RGE, OK?
Faltava material americano?
Quais títulos vocês chegaram a fazer no
Brasil?
Primaggio: Quando a
produção do material
norte-americano começou a escassear, cada
desenhista da RGE, “adotou”
norte-americano começou a escassear, cada
desenhista da RGE, “adotou”
um herói ! Eu, como acabei de falar,
fazia o Rocky Lane; o
Walmir Amaral desenhava o
Cavaleiro Negro, o Cavaleiro
Cavaleiro Negro, o Cavaleiro
Fantasma (com arte final do Milton Sardella)
e, posteriormente,
e, posteriormente,
o Fantasma (além de suceder
o Flávio Colin em
o Flávio Colin em
As
Aventuras do Anjo, oriundo das novelas de rádio);
José Evaldo de
Oliveira adotou o Flecha Ligeira;
José Menezes o Jim das Selvas e
por aí em diante.
Tony 11- Comprei muito
estas
edições citadas por você, especialmente, Cavaleiro
Negro, Fantasma, Rocky Lane e Flecha Ligeira.
edições citadas por você, especialmente, Cavaleiro
Negro, Fantasma, Rocky Lane e Flecha Ligeira.
Este último era um dos meus
favoritos.
Me lembro que na TV havia um seriado
chamado Águia Brava, que narrava as aventuras
Me lembro que na TV havia um seriado
chamado Águia Brava, que narrava as aventuras
de um grande chefe de tribo da América,
quando descobri
Flecha Ligeira não perdia um número se quer...
Há
pouco tempo atrás, graças ao amigo Dom Alvarez,
membro da milenar
Confraria dos Bengalas Boys Club -
que é um verdadeiro “rato de
sebo”, além de grande
colecionador e pesquisador de HQs-, vi no
Facebook
uma capa pintada por você para a série James Bond...
Acho
que era da RGE, no formato pocket book. Confesso
que desconhecia este
belo trabalho seu – capas muito bem
pintadas. Pergunto: Quantas
capas, neste estilo clássico –
à La Benício-, você fez na
época, para esta série?
E, quanto tempo durou os pockets desse
famoso agente
secreto criado por Ian Fleming,
de muito sucesso no cinema?
de muito sucesso no cinema?
Primaggio: O gibi do
007 da RGE era no
formato magazine, Tony!
formato magazine, Tony!
O Bond em pocket book, era
da Saber. Ao todo fiz cinco capas,
foi a minha estréia em pinturas a
guache. A semelhança com
o trabalho do Benício (meu grande ídolo e
amigo) foi
“acidental”, já que eu usei o estilo que havia
aprendido
no Oberg. Salvo engano, o gibi não passou do nº 10.
007 - Um show de pintura a guache, a La Benício |
Tony 12 – Você tá
coberto de razão. Agora me lembrei que os
quadrinhos do Bond da RGE
eram grandes, cheguei até a comprar
alguns. Mas, confesso que não
sabia que a Saber, editora paulista
dos irmãos Fittipaldi, tinha
publicado a série em formato pocket.
Aliás, eles ressuscitaram
clássicos como Mandrake, Fantasma,
Flash Gordon, etc, em formato
pocket. A primeira revista
que publiquei na vida foi Sargento Bronca,
uma sátira militar,
a la Recruta Zero, pela Saber. Na época o Praça
Atrapalhado,
do Edu, fazia sucesso e eu entrei na cola.
Mas, a minha
revista não passou da primeira edição.
Vamos nessa...
Sacarrolha... Este foi o nome de um dos
personagens seu de maior
sucesso. Como surgiu a ideia
de lançar este simpático e atrapalhado
palhaço, que fazia
a alegria da garotada, e em que ano foi
lançada
a primeira edição, pela RGE?
Primaggio:
Em 1970, a RGE promoveu
um concurso (limitado aos artistas da casa),
envolvendo a criação de um personagem.
um concurso (limitado aos artistas da casa),
envolvendo a criação de um personagem.
Como premio, a editora
oferecia ao autor do personagem
ganhador um contrato de três anos de
publicação, em gibi
próprio e com periodicidade mensal. Devido ao
meu cargo
de chefia, eu decidi não participar, mas diante de uma
“intimação” da diretoria, inscrevi um palhaço que
eu
vinha desenvolvendo. O personagem
(o nome
Sacarrolha veio depois) acabou ganhando o
concurso e, em
1972, o nº 1 chegou às bancas.
O palhaço Sacarrolha caiu nas graças da garotada, na época |
Tony
13 – Um concurso limitado aos artistas da casa? Que bacana.
Aposto
que ninguém jamais imaginou que seu personagem surgiu
devido a esse
tal concurso, que rolou nos bastidores.
Esse tipo de revelação é
fantástica e é por isso
que eu adoro essas entrevistas. Vocês,
ilustres entrevistados,
sempre acabam nos revelando coisas incríveis
como esta
que você nos relatou e que jamais poderíamos imaginar
ter
acontecido...
Quantas edições durou a revista Sacarrolha e por que
parou?
Primaggio: Ao todo
foram 40 edições:
36, pela RGE e quatro pela Abril.
Mas, no início dos anos 1980, lancei a revista
36, pela RGE e quatro pela Abril.
Mas, no início dos anos 1980, lancei a revista
de atividades Diversões do
Sacarrolha (pela D-Arte,
do Rodolfo Zalla), totalizando 13 edições.
“Aposentei” o Sacarrolha porque o mercado de
quadrinhos começou
a ficar cada vez mais crítico
e produzir uma revista, apenas como
satisfação pessoal,
deixou de compensar (o Sacarrolha foi sempre
produzido nas horas de folga da RGE
e, posteriormente, da Abril)
Tony 14 – Quarenta
edições!? Feito nas horas vagas? Parabéns.
Bengala brother você
trabalhava muito, na época.
Anos depois, você veio para São Paulo,
OK? De repente,
Sacarrolha, sumiu das bancas, para o desespero de
seus fãs
e veio reaparecer algum tempo depois pela poderosa editora
Abril, para a alegria dos baixinhos. Como foi que rolou essa
transição da RGE para Abril? Você é um herói, bengala
friend, é
um dos poucos autores que realizou a façanha
de publicar seus
personagens em duas grandes
editoriais do país.
Primaggio: Simples:
o contrato da RGE expirou e
a Abril “comprou o passe”!
Tony 15 – Obviamente
a Abril “comprou o passe” baseando-se
no sucesso anteriormente
alcançado. Foi uma grande jogada.
Em que ano foi lançada a primeira
edição de
Sacarrolha pela editora Abril?
Primaggio: 1976
Tony 16 – Quantas
edições foram lançadas pela Abril, e
por que a revista parou de
circular?
Primaggio:
Respondido na pergunta 13.
Tony 17 – Opa! Pisei
no tomate (Rsss...). Desculpe-me, pela
questão redundante. Coisas da
idade (Rsss)... Bengala Primaggio,
você tem ideia de qual era a
tiragem média do Sacarrolha, pela Abril?
Primaggio: Por volta
de 100 mil exemplares
Tony 18 – Bela
tiragem... Você tinha acesso aos boletins de venda.
Isto é, tinha
ideia de quanto o produto vendia?
Primaggio: Claro! A
Abril sempre foi muito
séria com os autores
séria com os autores
nacionais e com os
funcionários, também:
nos meus 24 anos de editora, o pagamento
NUNCA atrasou, um dia sequer!
nos meus 24 anos de editora, o pagamento
NUNCA atrasou, um dia sequer!
Tony 19 – Para mim o
Victor Civita foi o único editor profissional
do país. Era
corretíssimo e tinha um
grande respeito pelos profissionais
grande respeito pelos profissionais
da casa.
Merchandising... Vamos falar disso...
Me parece que você também fez
um trabalho nesse
sentido com seu simpático personagem (Sacarolha),
além de revistas de atividades por outras editoras, confere?
Primaggio: Lancei o
Sacarrolha no
campo do merchandising pra
campo do merchandising pra
fortalecer a revista. O
restante da
pergunta foi respondida no item 13.
pergunta foi respondida no item 13.
Tony 20 – Se não
estou enganado uma revista de atividades
infantis também foi lançada
pela editora Noblet, quando eu já
havia saído dela para montar meu
primeiro estúdio na década de 80.
Mas, isto é uma outra
história... De repente, você foi promovido a
chefe de departamento
Disney, da Abril.
Como foi que isto aconteceu e em que ano isto
ocorreu?
Primaggio: Fui
convidado pra trabalhar
para a Editora Abril, na minha casa, no Rio
de Janeiro, pessoalmente por
para a Editora Abril, na minha casa, no Rio
de Janeiro, pessoalmente por
Claudio de Souza e Waldir Igayara, na
época, diretores
da Abril Jovem. Pode parecer esnobação, mas foi
exatamente
o que aconteceu. Mudei pra São Paulo, em abril de 1973,
e
comecei a trabalhar na Abril, como coordenador
do Centro de Criação.
Tony 21 – Esnobação?
Absolutamente.
Isto prova que eles perceberam
Isto prova que eles perceberam
seu potencial e por
isso lhe fizeram esta boa proposta...
O Cláudião – um radialista que virou um grande
argumentista -e o Iga eram caras
O Cláudião – um radialista que virou um grande
argumentista -e o Iga eram caras
de visão e
sabiam das coisas. Nosso saudoso e querido bengala
friend Waldir
Igayara de Souza, assim como você, também
era um desenhista, um
autor, um grande criador. Por vezes, ele
confessou a mim e ao
Gedeone, que apesar de ter um ótim
o salário no comando da poderosa
Abril, se sentia frustrado,
por não conseguir mais publicar seus
personagens – apesar
de ter publicado uma série de breve duração
na revista Crás,
uma publicação idealizada e lançada pela Abril
só com
autores nacionais, no formato magazine.
Isto também aconteceu
Isto também aconteceu
com você? Teve alguma frustração?
Primaggio: Não
mesmo! Fui contratado
pela Abril pra trabalhar
pela Abril pra trabalhar
com as HQs
Disney, meu grande
ídolo e inspirador, desde
ídolo e inspirador, desde
os tempos de criança,
ainda na Itália.
E como se não
E como se não
bastasse, a editora publicou o meu
personagem!
(Esqueceu? Ah, ah!)
Não havia razão pra frustrações.
Não havia razão pra frustrações.
Walt Disney - Retrato espetacular feito por Primaggio |
Tony 22 – Não me
esqueci, não... Sem dúvida,
você foi um privilegiado,
você foi um privilegiado,
poucos artistas\autores tiveram suas séries
publicadas pela Abril.
publicadas pela Abril.
Em
outras palavras, você se deu bem.
Bem melhor do que o
Bem melhor do que o
chefe –
Igayara -, que vira e mexe tirava
seus originais da gaveta
seus originais da gaveta
e nos
dizia: “Não é incrível?
Sou o chefão por aqui e não
Sou o chefão por aqui e não
consigo
publicar meu material.
” E o material dele era sensacional.
” E o material dele era sensacional.
Ele
tinha um belo salário, viagem anual para o exterior, um
carro zero,
uma boa posição dentro da empresa e jamais
poderia deixar toda
aquela mordomia para se aventura no
minguado mercado externo, que
jamais ofereceu qualquer
garantia aos autores. Acho que ele fez a
coisa certa.
Segurou o bom emprego, em prol da família. Grande, Iga,
deixou saudade. Sempre foi um grande
amigo e um artista talentoso.
amigo e um artista talentoso.
Mas, voltando a falar de você...
Como era comandar um
Como era comandar um
dos
departamentos de arte e criação mais importantes do país?
Muito
pepino pra resolver ou a coisa era maneira?
Primaggio: Eu sempre
tive muita facilidade
em fazer amizades,
em fazer amizades,
daí não levou mais de um
mês pra me integrar com os
artistas da editora! Pepinos sempre
existem, Tony!
Trabalhar na Abril foi maravilhoso!
HQ Disney feita por Primaggio
que foi editada no exterior
CRÁS - Revista lançada pela editora Abril só com autores brasileiros, na década de 70, mas não vingou. |
Tony 23 – Falei
sobre “pepinos”, porque
quando comandei o
quando comandei o
departamento de arte da
Noblet a minha
função era segurar “pepinos”
função era segurar “pepinos”
na redação, como:
fazer correções e
retoques de última hora,
retoques de última hora,
organizar os
colaboradores, cobrar
prazos, manter as edições
prazos, manter as edições
adiantadas para
assegurar a
periodicidade e até contemporizar
periodicidade e até contemporizar
desavenças entre o
editor e colaboradores, etc...
quando me perguntavam: “Você é o
diretor de arte?”.
Eu dizia: “Sou o cara que resolve os problemas
da casa!”.
Trabalhei na Abril na década de 70, na avenida Faria
Lima...
Uma das coisas que todos temiam, na época, era o famoso
“listão de final de ano”, quando as cabeças poderiam “rolar”.
Havia uma política de “puxa-tapete”...
Ou seja, um cidadão que
desejava seu cargo armava uma
trama e você acabava entrando pra
temida “listona” e poderia
perder o emprego. Durante sua gestão
por lá, ainda existia,
esta política sinistra?
Primaggio: Listão
existe em qualquer empresa...
E o ano todo!
E o ano todo!
É uma questão de
sobrevivência! Nas
horas que o bicho pega...
horas que o bicho pega...
Salve-se quem puder!
“Puxação de tapete” só atinge os
incompetentes! Nenhum diretor
de empresa, em sã
consciência, despede um funcionário competente
por
causa de intriga, ou algo semelhante!
Tony 24 – Sim, eu
sei. Mas, eu era jovem e achei o ambiente
muito tenso. Havia o chefe
do chefe, do chefe!
Uma hierarquia imensa.
Uma hierarquia imensa.
Coisa normal numa grande
empresa, é óbvio.
Quando tudo corria bem (as vendas) o
chefe levava a fama,
chefe levava a fama,
quando as coisas iam mal a culpa era da equipe e vi
muita
gente “dançando”, perdendo o emprego.
Agüentei isso durante um
ano, daí decidi pedir a conta
e me aventurar nos pequenos editores.
O que eu queria mesmo era publicar
meus personagens e se
meus personagens e se
eu ficasse
por lá ia morrer frustrado,
fazendo Disney eternamente.
fazendo Disney eternamente.
Não foi
fácil sair para a aventura.
Na Abril trabalhávamos em linha
de montagem onde cada
de montagem onde cada
um fazia uma etapa de uma HQ. Ou seja:
Um escrevia, outro fazia o lápis,
Um escrevia, outro fazia o lápis,
outro a tinta, tinha os letristas, os
que faziam os balões,
os coloristas, os capistas, e até
especialista em desenhar títulos
especialista em desenhar títulos
de HQs. Fazer um gibi do Disney na
Abril
exigia uma porrada de gente.
exigia uma porrada de gente.
Enfim, nesse esquema, você se
especializava
em determinado tipo
em determinado tipo
de trabalho, mas quando saia não
sabia fazer
o trabalho completo.
o trabalho completo.
E para trabalhar com os pequenos
editores
que não mantinham
que não mantinham
infraetrutura de produção ou dinheiro
para bancar uma equipe
a gente, que fazia freelance, era obrigado a
entregar o
trabalho pronto. Ralei um bocado até
aprender a escrever,
aprender a escrever,
desenhar, artefinalizar e até letreirar.
E o pior: Agora
eu tinha que vender meu trabalho, meu próprio
“peixe”. E timidez
é uma palavra que não existe no dicionário
de um bom vendedor.
Tive que vencer muitas barreiras, ouvir
muitos “nãos” e acabei
aprendendo a usar de psicologia
para convencer os diversos tipos de
editores a aceitar
minhas idéias, meus próprios projetos
editoriais.
Sempre tinha bons argumentos contra algum tipo de
rejeição
e, por fim, acabei me dando bem. Jamais fui um campeão
de
venda, porém, ao longo dos anos consegui publicar muitos
dos meus
personagens em diversas casas editoriais, mas
também tive que
encarar – para sobreviver -, uma porrada
de trabalhos eróticos e
pornôs, principalmente quando
abri meu próprio negócio, minha
primeira empresa
de verdade (estúdio). Vamos em frente, primo,
afinal,
o entrevistado é você...
Quantos anos você trabalhou na
RGE e na Abril?
Primaggio: Oito na
RGE e 24 na Abril.
Tony 25 – Trinta e
dois anos, se contarmos as duas... incrível.
Isto é uma vida,
praticamente. Coisa de herói, não há dúvida.
Isto é o que eu
chamo de uma carreira bem sucedida...
Com a saída do Mauricio de
Sousa da Abril, dizem que o
faturamento desta tradicional casa
editorial caiu cerca de 40%...
Isto é verdade?
Primaggio: Não sei,
mas não há dúvida
que o Maurício fez falta!
que o Maurício fez falta!
Tony 26 – O homem até
hoje é um fenômeno de venda.
Bateu Disney nos pontos de venad e
hoje é publicado em
diversos países. Ralou muito inic ialmente,
mereceu ter
chegado onde chegou. Venceu na base da insistência,
da
garra, da perseverança é um grande guerreiro e acima
de tudo um
excelente vendedor. Ao meu ver o grande trunfo
do Mauricio – além
de ser um grande criador de personagens
de HQs carismáticos -, é
seu poder de negociação.
Ele foi o primeiro a conseguir negociar
com um grande
editor um contrato aos moldes dos
contratos dos syndicates americanos.
contratos dos syndicates americanos.
Cobrando advance, royalties, etc.
O segredo, para se
O segredo, para se
dar bem, não é só vender a sua história em quadrinhos
para uma editora. O segredo é saber vender bem sua HQ,
para ganhar
dinheiro de verdade, caso ela aconteça, caso
caia no gosto popular.
É evidente que uma série de fatores
É evidente que uma série de fatores
contribuíram para que a Turma
da Mônica emplacasse,
como: um ótimo trabalho, bons roteiros, tiras
publicadas
em diversos jornais do país, comerciais de TV,
merchandising,
boa tiragem - feita por uma grande editora, que
dominava
esse segmento na época.
Outros fatores e pessoas também
Outros fatores e pessoas também
contribuíram para a exposição da
Turma da Mônica na grande
Turma da Mônica na grande
mídia:
a TV. Foi graças a Proeme –
agência de publicidade
agência de publicidade
do Ênio
Mainardi , que tinha a conta da CICA, importante
marca de produtos
alimentícios que ao adotar o elefante
Jotalhão – criação do
Mauricio -, como mascote
(garoto propaganda) do extrato de tomate
chamado
Elefante ajudou a divulgar os personagens do Mauricio nos
comercais de TV. O desenhista, publicitário e ex-editor,
o bengala
brother Dag Lemos, também foi outro que
contribuiu muito para que o
negócio com a CICA fosse
concretizado.O fator sorte também foi
fundamental.
A qualidade dos quadrinhos do Mauricio é indiscutível.
Mas, nem sempre apenas a qualidade do material
pode fazer de um
produto um campeão de venda.
Conheci grandes autores que morreram
sem jamais
obter recordes de vendas. Acredito piamente que há
pessoas que nascem predestinadas ao sucesso.
Não existe escola de
marketing do mundo que consiga
explicar um fenômeno de venda ou
possa discernir
porque um produto, muitas vezes, ruim, vende bem
e um
trabalho maravilhoso vende mal. Não há uma
explicação lógica
para esse tipo de coisa.
O que sabemos é que há gente
e produtos carismáticos,
e produtos carismáticos,
que apoiado por uma boa campana
promocional podem obter sucesso.
E, em geral, esse sucesso nem
promocional podem obter sucesso.
E, em geral, esse sucesso nem
sempre é determinado
apenas pela qualidade do produto.
Caso contrário,
clássicos como: Príncipe Valente, Flash
Gordon e outros trabalhos
que podem ser classificados
como arte, na acepção da palavra,
teriam sido fenômenos
de venda devido a alta qualidade. Mas a
realidade é outra,
é cruel: apesar desses verdadeiras obras de arte
serem
cultuadas pelo mundo jamais foram campeões de vendas.
Na minha opinião, o
Surfista Prateado, da Marvel, é o melhor
de todos os personagens
criados pela dupla Kirby e Lee,
entretanto nunca vendeu bem.
A GEP (Gráfica e Editora Penteado)
A GEP (Gráfica e Editora Penteado)
foi o primeiro a lançar esse
personagem
no país e se deu mal.
no país e se deu mal.
Há outros exemplos clássicos,
meu querido bengala brother.
meu querido bengala brother.
Mas, vamos em frente...
Após a saída do
Mauricio – que foi para
a Globo, durante um bom
a Globo, durante um bom
tempo a Abril fez
várias experiências com outros
autores nacionais, no mercado.
Mas, nenhum poucos deles vingou. Sacarolha foi
autores nacionais, no mercado.
Mas, nenhum poucos deles vingou. Sacarolha foi
uma exceção. Ou seja,
pelo menos durou um bom tempo
nas bancas. Na verdade, aquilo era uma
esperança de achar
outro autor brasileiro comercialmente viável,
tanto quanto o Mauricio?
Primaggio: Talvez,
mas não necessariamente!
Durante os anos 1970/80, a Abril fez
várias tentativas com personagens
Durante os anos 1970/80, a Abril fez
várias tentativas com personagens
nacionais (Crás, Sacarrolha, Satanésio,
Pererê, Turma
do Lambe-Lambe, Patrícia, Andréia – a Repórter,
Gugu,
Faustão, Os Trapalhões e As Aventuras dos Trapalhões,
Sérgio
Malandro, Turma do Barulho... Algumas se saíram
melhor, outras não,
mas posso afirmar que não foi por
falta de qualidade... Foi por
falta de interesse do público
leitor (e alguns autores “anti-Abril”).
É por isso que eu digo:
É por isso que eu digo:
nenhuma lei “de defesa” à HQ nacional
vai
vingar se os leitores
vingar se os leitores
“ignorarem” o trabalho do autor
brasileiro. Por outro lado,
brasileiro. Por outro lado,
é um direito deles, fazer o que?
Tony 27 – Você disse
o “X” da questão: “Os leitores ignoram
o trabalho nacional”...
ao meu ver sempre ignoraram, sempre
torceram o nariz. Apesar de
tentarmos,
por vezes, empurrar os produtos nacionais goela abaixo, deles.
Raros produtos Made in Brazil se deram bem. Mas, será que
por vezes, empurrar os produtos nacionais goela abaixo, deles.
Raros produtos Made in Brazil se deram bem. Mas, será que
o
leitor, de fato, tem preconceito quanto a produtos nacionais?
Defendo
a tese de que o leitor – o grande público -, deseja
apenas se
divertir.
Não está preocupado se o produto é nacional
Não está preocupado se o produto é nacional
ou
estrangeiro. Quando eu era garoto eu não tinha o senso
crítico que
tenho hoje. Eu não sabia
discernir um bom trabalho
discernir um bom trabalho
de um trabalho
ruim.
Eu só queria pagar para me divertir.
Eu só queria pagar para me divertir.
Eu nem sabia que HQs eram
feitas no país. Eu comprava e lia.
Se eu gostasse continuava a
comprar, caso contrário, parava.
Eu adorava as HQs do Fantasma
desenhadas pelo Ray Moore.
Hoje acho aqueles desenhos horríveis, mas
aquelas histórias
do Lee Falk eram incríveis. Com o tempo os
desenhos
desse personagem melhoraram,
mas as histórias ficaram ruins.
mas as histórias ficaram ruins.
Daí deixei de comprar.
Sempre achei a maioria dos roteiros
Sempre achei a maioria dos roteiros
das HQs e do cinema nacional uma merda.
E, ao meu ver, esse é o
grande
diferencial entre uma
diferencial entre uma
HQ nacional e uma importada.
Temos excelentes rabiscadores,
Temos excelentes rabiscadores,
no que tange aos roteiristas, poucos se
salvam.
Veja, os desenhos iniciais da
Turma da Mônica eram sofríveis,
Turma da Mônica eram sofríveis,
porém os roteiros eram de mijar de rir.
Na época, não
havia HQs americanas que fizessem a
gente dar tanta gargalhada como
as HQs do Mauricio.
O cara inovou as HQs que apresentavam um “humor ”
americano em séries como Luluzinha e Bolinha.
Portanto,
quando você diz que as
publicações nacionais da
publicações nacionais da
Abril não
aconteceram “não por falta de qualidade”,
tenho minhas dúvidas,
no que se refere aos argumentos.
Continuando, bengala brother...
Durante anos a Abril
dominou o segmento de gibis no país. Aqueles
formatinhos
vendiam muito e Conan foi
um fenômeno de venda, OK?
um fenômeno de venda, OK?
Subitamente, mudaram o formato
e as revistas ficaram
e as revistas ficaram
caríssimas e
com isso as vendas despencaram.
Você sabe dizer quem foi a anta que
inventou de fazer
aqueles quadrinhos populares ficarem
luxuosos, caros, elitistas?
luxuosos, caros, elitistas?
Primaggio: Com o
passar do tempo as
vendas daquele tipo
vendas daquele tipo
de HQ que você citou, foi
caindo,
caindo até alcançar o
caindo até alcançar o
“vermelho”. Anta ou não, o mais
provável é que tenha
provável é que tenha
sido uma tentativa de atingir o
público mais exigente
público mais exigente
(e com mais $ no bolso, claro!).
E, paralelamente, fazer a
E, paralelamente, fazer a
HQ “chegar mais perto” (e ter a chance de competir),
dos outros
produtos de entretenimento, cada vez mais
sofisticados, atraentes,
multicoloridos...
E, principalmente, BEM-SUCEDIDOS!
Tony 28 – Então
aquilo foi uma alternativa de
oferecer ao público leitor um produto de melhor
qualidade, pois a coisa já estava degringolando...
deu para entender. Na época a TV a cabo
estava sendo implantada no país (década de 90),
os games estavam cativando a garotada,
os celulares estavam sendo implantados.
Em outras palavras, novas opções sofisticadas
de lazer estavam derrubando as vendas.
Assim, sofisticar os produtos foi uma tentativa
desesperada de alavancar as vendas.
No entanto, o tiro saiu pela culatra.
Mais uma vez os heróis Marvel e DC acabaram
falindo no Brasil a exemplo do que já havia
ocorrido no passado na EBAL, na Bloch e na Globo.
Eu colecionei Conan por uns
10 anos. De repente, o material ficou péssimo,
as histórias repetitivas. Decidi parar.
Uma grande época das HQs no país, capitaneada
pela Abril, estava chegando ao fim,
lamentavelmente. Enquanto a Abril capengava
a Conrad editora surgiu com tudo no mercado
com os mangás atingindo vendas mirabolantes
com inovações, como: Pokémon, Digmon, etc.
Pelo visto, o mercado estava carente de
novidades e o pessoal do marketing da
Abril não percebeu isto. Falharam.
Vamos em frente... Outro dia papeando contigo –
via e-mail -, bengala friend, você me disse
que a grande fase das HQs já passou.
Dá pra você explicar melhor esta sua colocação.
As Hqs estão morrendo, na sua opinião?
oferecer ao público leitor um produto de melhor
qualidade, pois a coisa já estava degringolando...
deu para entender. Na época a TV a cabo
estava sendo implantada no país (década de 90),
os games estavam cativando a garotada,
os celulares estavam sendo implantados.
Em outras palavras, novas opções sofisticadas
de lazer estavam derrubando as vendas.
Assim, sofisticar os produtos foi uma tentativa
desesperada de alavancar as vendas.
No entanto, o tiro saiu pela culatra.
Mais uma vez os heróis Marvel e DC acabaram
falindo no Brasil a exemplo do que já havia
ocorrido no passado na EBAL, na Bloch e na Globo.
Eu colecionei Conan por uns
10 anos. De repente, o material ficou péssimo,
as histórias repetitivas. Decidi parar.
Uma grande época das HQs no país, capitaneada
pela Abril, estava chegando ao fim,
lamentavelmente. Enquanto a Abril capengava
a Conrad editora surgiu com tudo no mercado
com os mangás atingindo vendas mirabolantes
com inovações, como: Pokémon, Digmon, etc.
Pelo visto, o mercado estava carente de
novidades e o pessoal do marketing da
Abril não percebeu isto. Falharam.
Vamos em frente... Outro dia papeando contigo –
via e-mail -, bengala friend, você me disse
que a grande fase das HQs já passou.
Dá pra você explicar melhor esta sua colocação.
As Hqs estão morrendo, na sua opinião?
Primaggio: Morrendo
é muito trágico,
mas que o quadrinho deixou de ser
um produto de massa isso é um fato indiscutível.
Como todo produto artesanal, acredito que
a HQ seja ETERNA, mas voltar aos dias de
glória do passado (nos anos 1970, o gibi
Tio Patinhas vendia 500.000 exemplares por mês)
acho pouco provável. Nada a ver, repito,
com a qualidade dos produtos.
O problema é que a garotada de hoje
tem outros interesses e milhares de
ofertas, muito mais estimulantes!
Essa garotada nasce ligada em 220
(ou 380!), e jamais vai querer ficar
sentada lendo HQs! Estamos na era
da velocidade... Até o tempo
parece passar mais rápido.
mas que o quadrinho deixou de ser
um produto de massa isso é um fato indiscutível.
Como todo produto artesanal, acredito que
a HQ seja ETERNA, mas voltar aos dias de
glória do passado (nos anos 1970, o gibi
Tio Patinhas vendia 500.000 exemplares por mês)
acho pouco provável. Nada a ver, repito,
com a qualidade dos produtos.
O problema é que a garotada de hoje
tem outros interesses e milhares de
ofertas, muito mais estimulantes!
Essa garotada nasce ligada em 220
(ou 380!), e jamais vai querer ficar
sentada lendo HQs! Estamos na era
da velocidade... Até o tempo
parece passar mais rápido.
Tony 29 – Não há
dúvida sobre esta sua real
visão de público. Essa nova geração veio ao
mundo plugada em computadores, quer ação,
movimento, e está antenada em um
zilhão de coisas estimulantes simultaneamente.
Há um novo mundo, que jamais sonhamos
quando éramos crianças ou adolescentes.
Somos jurássicos (rsss...), essa é que é a
verdade... Algum sonho?
visão de público. Essa nova geração veio ao
mundo plugada em computadores, quer ação,
movimento, e está antenada em um
zilhão de coisas estimulantes simultaneamente.
Há um novo mundo, que jamais sonhamos
quando éramos crianças ou adolescentes.
Somos jurássicos (rsss...), essa é que é a
verdade... Algum sonho?
Primaggio: Viver
bastante, mas inteiro...
Pra poder seguir fazendo o que sempre
fiz, com o mesmo amor e a mesma paixão,
do contrário, não vale à pena!
Pra poder seguir fazendo o que sempre
fiz, com o mesmo amor e a mesma paixão,
do contrário, não vale à pena!
Tony 30 – Viver mais
já é uma realidade.
Hoje podemos chegar aos 80 anos, “numa boa”...
Inteiro? Vai ser difícil... eu, por exemplo,
já ando capengando (rsss...).
To precisando me aposentar... Alguma frustração?
Hoje podemos chegar aos 80 anos, “numa boa”...
Inteiro? Vai ser difícil... eu, por exemplo,
já ando capengando (rsss...).
To precisando me aposentar... Alguma frustração?
Primaggio:
Pofissionalmente, nenhuma! Cá entre nós,
gostaria de ter tido a chance de trabalhar
no meio cinematográfico, mas, de forma
alguma, encaro isso como frustração.
gostaria de ter tido a chance de trabalhar
no meio cinematográfico, mas, de forma
alguma, encaro isso como frustração.
Tony 31 – Também
acho o mundo do cinema
fantástico. Mas, no Brasil o pessoal rala muito,
apesar do apoio governamental. Viver de
cinema e de música – minha outra grande
paixão e frustração – é pior do que viver
rabiscando HQs... Pelo que sei, você se tornou
um especialista em Disney. E, nos últimos
anos, escreveu e lançou diversos livros no
mercado. Todos foram sobre Disney?
fantástico. Mas, no Brasil o pessoal rala muito,
apesar do apoio governamental. Viver de
cinema e de música – minha outra grande
paixão e frustração – é pior do que viver
rabiscando HQs... Pelo que sei, você se tornou
um especialista em Disney. E, nos últimos
anos, escreveu e lançou diversos livros no
mercado. Todos foram sobre Disney?
Primaggio: “Diversos
livros” é generosidade
sua... Ou má informação! Ah, ah! Entre
2003 e 2007, lancei três livros e nenhum
deles foi sobre Disney! Em
2003 –
“100 Anos de Western” e “Curiosidades
do Western”.
Em 2007 - “O Centenário do
John Wayne”. Sobre Disney? Entre 2004
e 2010, escrevi “Walt Disney, a Arte
de Realizar um Sonho”, com
lançamento previsto em breve.
Um time da pesada compareceu ao lançamento do livro sobre John Wayne, na Comix |
Os livros escritos por Primaggio sobre o Velho Oeste |
Tony 32 – Três sobre
western? E só um sobre o Disney?
De fato, eu só conhecia o livro “disneyano” seu,
os demais eu ignorava. Ando mal informado,
com certeza. Westerm, taí um tema que sou
apaixonado também. Como eu e o pessoal
podemos adquirir esses seus livros?
De fato, eu só conhecia o livro “disneyano” seu,
os demais eu ignorava. Ando mal informado,
com certeza. Westerm, taí um tema que sou
apaixonado também. Como eu e o pessoal
podemos adquirir esses seus livros?
Primaggio: O dois
primeiros estão praticamente
esgotados (graças ao bom Deus!), mas
acho que a Comix ainda tem alguns
volumes disponíveis. “O Centenário do John
Wayne” é mais fácil de ser encontrado.
esgotados (graças ao bom Deus!), mas
acho que a Comix ainda tem alguns
volumes disponíveis. “O Centenário do John
Wayne” é mais fácil de ser encontrado.
Tony 33 – “O
Centenário do Marion?” Cara, adoro
o trabalho do John Wayne. Vou ligar para Comix, agora.
Durante anos a Panini – empresa multinacional italiana,
detentora de os direitos Marvel - foi sócia da
Abril em álbuns de figurinhas. De repente, essa
parceria foi rompida e a Panini passou a lançar
os heróis Marvel no Brasil. Você sabe dizer,
o que levou este rompimento?
o trabalho do John Wayne. Vou ligar para Comix, agora.
Durante anos a Panini – empresa multinacional italiana,
detentora de os direitos Marvel - foi sócia da
Abril em álbuns de figurinhas. De repente, essa
parceria foi rompida e a Panini passou a lançar
os heróis Marvel no Brasil. Você sabe dizer,
o que levou este rompimento?
Primaggio: Como eu
trabalhava com as
revistas Disney, nunca soube claramente
o que aconteceu.
revistas Disney, nunca soube claramente
o que aconteceu.
Tony 34 – Qual é a
sua opinião sobre os editores nacionais?
Primaggio: Alguns
são excelentes, outros
médios, e outros, deveriam procurar outro
tipo de atividade. Mas o grande problema
ainda é o nosso público leitor: quando o
assunto é HQ nacional, a resposta é
quase sempre, “Não li, não gostei!”
médios, e outros, deveriam procurar outro
tipo de atividade. Mas o grande problema
ainda é o nosso público leitor: quando o
assunto é HQ nacional, a resposta é
quase sempre, “Não li, não gostei!”
Tony 35 – O pior é
que você está correto.
Os caras julgam sem ao menos se dar ao luxo
de conhecer o trabalho. É f... e tem autor que
ainda insiste em colocar como pano de fundo
temas nacionais. Aí a coisa fica pior. Espero que
um dia essa mentalidade mude.
Aliás, ultimamente parece que está surgindo
um novo leitor nas livrarias disposto a
descobrir autores nacionais e que não tem
preconceito ou vergonha de ser brasileiro.
Alguns editores independentes começaram
a se dar bem nesse novo segmento.
Editores independentes?
Os caras julgam sem ao menos se dar ao luxo
de conhecer o trabalho. É f... e tem autor que
ainda insiste em colocar como pano de fundo
temas nacionais. Aí a coisa fica pior. Espero que
um dia essa mentalidade mude.
Aliás, ultimamente parece que está surgindo
um novo leitor nas livrarias disposto a
descobrir autores nacionais e que não tem
preconceito ou vergonha de ser brasileiro.
Alguns editores independentes começaram
a se dar bem nesse novo segmento.
Editores independentes?
Primaggio: Grandes
incentivadores...
Ou melhor: Heróis da HQ nacional!
Ou melhor: Heróis da HQ nacional!
Tony 36 – Disse tudo.
Concordo e assino embaixo.
Webcomics... Você acha que esse é o futuro das
HQs? As revistas impressas não têm futuro?
Webcomics... Você acha que esse é o futuro das
HQs? As revistas impressas não têm futuro?
Primaggio: Acho que
as duas modalidades
vão conviver pacificamente.
O ideal seria se houvesse ajuda mútua.
vão conviver pacificamente.
O ideal seria se houvesse ajuda mútua.
Tony 37 – Na sua
opinião, quais foram os 5 maiores
desenhistas ou autores de todos os
tempos?
Primaggio e o professor Fábio Santoro, um expert em HQs |
Primaggio: Essa é
difícil... Existem dezenas!
Sem pensar muito: Hal Foster, Alex Raymond,
Burne Hogarth, Alex Toth e o brasileiro
Walmir Amaral de Oliveira.
Sem pensar muito: Hal Foster, Alex Raymond,
Burne Hogarth, Alex Toth e o brasileiro
Walmir Amaral de Oliveira.
Tony 38 – O que falta
para as HQs nacionais
emplacarem? Bons desenhos? Boa divulgação?
Bons argumentos, ou editores que façam uma
boa tiragem e uma edição de qualidade?
emplacarem? Bons desenhos? Boa divulgação?
Bons argumentos, ou editores que façam uma
boa tiragem e uma edição de qualidade?
Primaggio: A soma de
tudo isso e,
principalmente – “água mole em pedra dura” –
insistir até o público leitor comprar.
principalmente – “água mole em pedra dura” –
insistir até o público leitor comprar.
Tony 39 – Como
sempre suas análises são perfeitas
, mestre. Se não insistir nada emplaca.
Vide os super-heróis americanos e o Tex, eles
só estão aí por pura insistência de alguns
corajosos editores. Já passaram e faliram por
diversos editores. Mas prosseguem firmes
devido a insistência continua. Com as Hqs
nacionais não existe isso. Não vendeu? Parou.
O sucesso só se obtém com o tempo e persistência.
Principalmente quando não há investimentos
para divulgar esses produtos em comerciais de TV.
Há exemplos clássicos como a revista.
Veja e as novelas da TV Globo, que inicialmente
operaram no vermelho e que acabaram
conquistando publico com o tempo... O que
você está achando sobre a volta dos bang-bangs?
, mestre. Se não insistir nada emplaca.
Vide os super-heróis americanos e o Tex, eles
só estão aí por pura insistência de alguns
corajosos editores. Já passaram e faliram por
diversos editores. Mas prosseguem firmes
devido a insistência continua. Com as Hqs
nacionais não existe isso. Não vendeu? Parou.
O sucesso só se obtém com o tempo e persistência.
Principalmente quando não há investimentos
para divulgar esses produtos em comerciais de TV.
Há exemplos clássicos como a revista.
Veja e as novelas da TV Globo, que inicialmente
operaram no vermelho e que acabaram
conquistando publico com o tempo... O que
você está achando sobre a volta dos bang-bangs?
Primaggio: Como
assim, Tony? O fato de o
cinema fazer alguma (raríssima) retomada ao
gênero (geralmente e infelizmente, mal-sucedida),
não significa que o Western voltou...
Pelo menos, a meu ver.
cinema fazer alguma (raríssima) retomada ao
gênero (geralmente e infelizmente, mal-sucedida),
não significa que o Western voltou...
Pelo menos, a meu ver.
Tony 40 – Eu me
referia a alguns poucos
gibis do gênero que estão em circulação...
mas, de fato, são meras tentativas frustradas
de alguns editores. Afinal sabemos que o pequeno
nicho que ainda compra esse tipo de produto é
insignificante e mesmo o ranger da Bonelli hoje
sofre com tiragens ridículas e má distribuição.
Até a minha Apache – lançada pela editora
As Américas – saiu das bancas este ano.
Motivo: baixas vendas. Tex, na sua opinião, é
um dos melhores gibis de westerns do mercado?
Quanto aos grandes bang-bangs do cinema
americano, na verdade, morreu há séculos.
Foi ressuscitado pelo cinema italiano e depois
sucumbiu num mundo povoado de super-heróis
de sunguinha por cima da malha... esporadicamente
vemos algumas tentativas também frustradas.
Sobre Tex, é o melhor gibi de Western?
gibis do gênero que estão em circulação...
mas, de fato, são meras tentativas frustradas
de alguns editores. Afinal sabemos que o pequeno
nicho que ainda compra esse tipo de produto é
insignificante e mesmo o ranger da Bonelli hoje
sofre com tiragens ridículas e má distribuição.
Até a minha Apache – lançada pela editora
As Américas – saiu das bancas este ano.
Motivo: baixas vendas. Tex, na sua opinião, é
um dos melhores gibis de westerns do mercado?
Quanto aos grandes bang-bangs do cinema
americano, na verdade, morreu há séculos.
Foi ressuscitado pelo cinema italiano e depois
sucumbiu num mundo povoado de super-heróis
de sunguinha por cima da malha... esporadicamente
vemos algumas tentativas também frustradas.
Sobre Tex, é o melhor gibi de Western?
Primaggio: Sem
dúvida... Até porque é o único!
Ah, ah, ah!
Ah, ah, ah!
Tony 41 – É o único
que tem periodicidade,
há anos, nas bancas, bengala friend...
Mas, há tentativas frustradas como: Jonah Hex
(da Panini), Blueberry, Apache, Billy The Kid, e
outras publicações teimosas (Rsss)... Primaggio
Mantovi, por Primaggio Mantovi?
há anos, nas bancas, bengala friend...
Mas, há tentativas frustradas como: Jonah Hex
(da Panini), Blueberry, Apache, Billy The Kid, e
outras publicações teimosas (Rsss)... Primaggio
Mantovi, por Primaggio Mantovi?
Primaggio:
Dinossauro, mas feliz! (bem mais
simpático que bengala friend! Ah,
ah!)
Ilustração feita originalmente em aquarela feita para a revista
Contos de Amor (editora RGE)
Tony 42 – Acho que
estamos fazendo hora extra
no mundo ou o “CHEFE” não encontra nossas
fichas no arquivo pra dar o toque de “recolher” (Rsss...).
Um amigo diz que nem o capeta quer a gente lá
embaixo, é mole? Seja como for, só nos resta
aproveitar esse tempinho extra, bengala brother...
Mestre e querido bengala primo... Nosso bate
papo se alongou, mas este seu depoimento
foi maravilhoso e esclarecedor. Sua bagagem
profissional é imensa e colher este seu
depoimento, ao meu ver, foi de suma importância,
pois dá uma visão real de mercado e sobre
sua fantástica trajetória profissional à todos
e principalmente para as novas gerações
que desconhecem o que rolou no metiê num
passado não muito distante. Sem dúvida,
foi um importante registro e uma grande
honra eu fazer aqui o papel de entrevistador
de tão expressivo e criativo convidado,
pode acreditar. Nosso bate papo
descontraído está muito bom, mas, infelizmente,
está chegando ao fim... Alguma consideração
final aos seus fãs e aspirantes ao mercado editorial?
no mundo ou o “CHEFE” não encontra nossas
fichas no arquivo pra dar o toque de “recolher” (Rsss...).
Um amigo diz que nem o capeta quer a gente lá
embaixo, é mole? Seja como for, só nos resta
aproveitar esse tempinho extra, bengala brother...
Mestre e querido bengala primo... Nosso bate
papo se alongou, mas este seu depoimento
foi maravilhoso e esclarecedor. Sua bagagem
profissional é imensa e colher este seu
depoimento, ao meu ver, foi de suma importância,
pois dá uma visão real de mercado e sobre
sua fantástica trajetória profissional à todos
e principalmente para as novas gerações
que desconhecem o que rolou no metiê num
passado não muito distante. Sem dúvida,
foi um importante registro e uma grande
honra eu fazer aqui o papel de entrevistador
de tão expressivo e criativo convidado,
pode acreditar. Nosso bate papo
descontraído está muito bom, mas, infelizmente,
está chegando ao fim... Alguma consideração
final aos seus fãs e aspirantes ao mercado editorial?
Primaggio: Acho que
o nosso papo disse tudo!
Aspirantes & fãs de HQs: leiam e releiam a
entrevista, com atenção, e tirem suas
próprias conclusões.
Aspirantes & fãs de HQs: leiam e releiam a
entrevista, com atenção, e tirem suas
próprias conclusões.
Tony 43 – Grato por
sua atenção e até a próxima, mestre!
Primaggio: Não
agradeça, Tony. Foi um prazer!
Abração, Primaggio!
Abração, Primaggio!
Tony 44 – Valeu,
Primo! E aguardem! Vem aí mais
entrevistas com as feras das Histórias em
Quadrinhos! Gente que tem muita história
incrível para contar sobre trajetória profissional
e sobre os bastidores desse conturbado
e fascinante mundo.
entrevistas com as feras das Histórias em
Quadrinhos! Gente que tem muita história
incrível para contar sobre trajetória profissional
e sobre os bastidores desse conturbado
e fascinante mundo.
Fique plugado em
nossos blogs!
LEIA TAMBÉM UMA SENSACIONAL ENTREVISTA
COM O VIDEOMAKER E FÃ DE HQs
WAGNER MOLOCH EM...
http://bengalasboysclub.blogspot.com
Copyright 2012\Tony
Fernandes
Estúdios Pegasus –
Uma Divisão de Arte e Criação da
Pégasus Publicações
Ltda – São Paulo – Brasil
Todos os Direitos
Reservados
Li bastante esta revistinha Sacarrolha Primaggio tem razão quando fala que a garotada de hoje em dia não sentar para ler tudo tem que ser em movimento. tudo rapido.
ResponderExcluirTENHO VÁRIOS GIBIS COM HQ DE PRIMAGGIO. IRRETOCÁVEL! FEZ PARTE DAQUELA PLÊIADE LUMINOSA, COMO JAYME CORTEZ, WALMIR, ZEZO, GUTEMBERG, YGAIARA, IZOMAR, NICO ROSSO, SÉRGIO LIMA, EDMUNDO RODRIGUES, ORLANDO PIZZI, ZIRALDO, ENTRE OUTROS. CURTI MUITO OS GRANDES MESTRES AMERICANOS, PRINCIPALMENTE, MAS ME DELICIAVA, TAMBÉM, COM OS NOSSOS. Um grande abraço, PRIMAGGIO!
ResponderExcluirMais uma grande entrevista do Tony, estilo mesa de bar, com outro gênio dos quadrinhos nacionais, Primaggio Mantovi.
ResponderExcluirQue bom saber mais algumas coisas sobre este grande artista. bacana o que disse do Walmir Amaral, para mim um dos maiores capistas de todos os tempos.
Foi uma delicia ler esta entrevista. E ainda tive o privilégio de ser citado numa das perguntas. Rsssssss
Grande abraço!
José Manoel Alvarez
Aos amigos, que escreveram acima,foi um grande privilégio poder entrevistar Primaggio, o Primo, que sempre respeitei e admirei. Ademais,com ele a gente sempre acaba aprendendo um pouco mais.
ResponderExcluirGrato, à todos, pelos comentários e pela visita,
bengalas brothers!
Uma Grande entrevista. Muito bem conduzida pelo Magic Tony e o entrevistado Primaggio, com uma carreira e obra simplesmente Fenomenal, muita coisa para contar com a máxima autoridade de ter vivenciado os fatos. Show :)
ResponderExcluirValeu pelo seu comentário e grato por sua visita, Henri. O Primaggio, sem dúvida, é um dos grandes mestres das HQs nacionais, q tem uma bagagem profissisonal incrível. See you later, cowboy!
ResponderExcluir