Respostas do Mercado das Histórias
em Quadrinhos à Situação
Econômica Mundial
Resumo: A cultura é um privilégio das classes mais abastadas?
A resposta para esta pergunta obviamente é negativa, o consumo
cultural está intimamente ligado à classe social, se não puder ser
posto esses termos em qualidade, afinal nada pode definir a
qualidade da cultura consumida por cada indivíduo,
porém a quantidade e a “adequabilidade” cultural consumida
depende das condições econômicas do indivíduo e da
sociedade à qual este está inserido.
O mercado da cultura de massa, ou especificamente neste
artigo das histórias em quadrinhos, acompanhou os
fenômenos histório-econômicos do século XX
(as histórias em quadrinhos são originadas no final
do século XIX) geralmente de uma forma indireta à saúde
financeira da população, ou a economia mundial.
As histórias em quadrinhos surgiram no final do século XIX,
na mesma época que o cinema, e embora hoje em dia
já tenham sido elevadas à categoria de “Nona Arte”,
sempre sofreram preconceitos e foram excessivamente
acusadas da atividade marginal dos jovens; foi apenas
em 1929 que em um artigo do escritor Gilbert Seldes,
uma tira cômica de jornal recebeu um elogio,
Ainda no século XIX três países foram pioneiros,
a Alemanha, onde Wilhem Busch narrou as peripécias
dos irmãos Max und Moritz (no Brasil, Juca e Chico);
no Brasil imperial, o ítalo-brasileiro Ângelo Agostini
fez História ilustrando o cotidiano das cidades
brasileiras e fundou a revista O Tico-Tico, Agostini
cede seu nome para um dos mais importantes
prêmios brasileiros para a mídia; e nos
Estados Unidos a primeira história em quadrinhos
continuada (e dominical), The Yellow Kid (O Menino
Amarelo), precursora no uso de balões, estreia em
1895 no jornal nova-iorquino World de Joseph Pulitzer
e um ano após é editado no Sunday New York Journal
O fenômeno Menino Amarelo, cujas estórias estavam
ambientadas em uma favela, junto ao fato de ser
publicado em dois diários de massas, foi justamente
o desencadeamento dos preconceitos da sociedade
americana aos quadrinhos, se somado que a esta
tira surgiram em seguida Os Sobrinhos do Capitão e
Buster Brown (Chiquinho, de Richard Outcault,
o mesmo autor de O Menino Amarelo),
mais duas séries incrivelmente populares
(essa sobrevive até os dias atuais), que narravam
as peraltices de crianças.
A tira semanal O Menino Amarelo (os suplementos
ilustrados coloridos eram editados aos Domingos)
recebeu este nome porque se testou pela primeira vez
o emprego de cor na impressão da série (LUYTEN),
colorindo o rosto do personagem, e associado ao jornal
onde era publicado, deram origem à denominação
“Imprensa Amarela” (no Brasil, Imprensa Marrom)
pela sociedade americana.
Os quadrinhos então se tornaram uma constante nos
diários americanos devido ao seu sucesso de público,
porém não de crítica, e houve uma expansão para o resto
do Mundo, hoje é praticamente impossível ter em mãos um
diário de grande circulação sem ao menos uma charge
ilustrada. Houve a exploração da mídia, estimulando o surgimento
de várias tiras cômicas e a formação de sindicatos de
franqueamento e distribuição das tiras.
A reedição das tiras em forma de coletâneas foi o protótipo
das revistas em quadrinhos que temos hoje em dia.
A evolução do meio é natural, já em 1905 a tira
dominical Little Nemo in Slumberland de Winsor McCay foi
criada, apresentando uma incrível
sofisticação gráfica até para os tempos modernos, sendo uns dos
expoentes da história dos quadrinhos. Novas técnicas foram
desenvolvidas nos processos gráficos para melhor impressão
das ilustrações, haja visto o exemplo da colorização citado acima,
até a forma de avançados álbuns, vários trabalhos em aquarela
e as ilustrações e colorizações por computador que
observamos hoje em dia.
Will Eisner (criador de The Spirit), um dos maiores ícones,
se não o maior, do quadrinho americano e mundial, que cede
o nome ao mais importante prêmio aos profissionais da
categoria (tal qual o Oscar para o cinema), reinventou o
gênero na América, quando ao escrever e desenhar em 1978
sua obra Um Contrato com Deus inaugurou a denominação
Graphic Novel (Romance Gráfico).
Na Europa, embora o mercado de massa sempre fora forte
Graphic Novel (Romance Gráfico).
Na Europa, embora o mercado de massa sempre fora forte
(assim como a imprensa correspondente), autores de
vanguarda foram responsáveis pela produção de luxuosos
e fantasiosos álbuns, países como França e Bélgica tratam
os quadrinhos como uma respeitável forma de Arte, aliás,
a postura dos autores e do público no velho continente
sempre foi de profunda reverência aos quadrinhos, inclusive
às publicações de massa das editoras americanas, muitas
obras de autores europeus constituem-se homenagens a
velhos personagens.
A partir da década de 1960, principalmente na Europa,
os Quadrinhos começaram a ser estudados, expostos em
Museus, congressos e exposições. A tira Li’l Abner foi
indicada para o Prêmio Nobel de Literatura
(prof. ALVARO MOYA), houve homenagem e
aproveitamento por outras mídias de
personagens (música, cinema,...), foram utilizados
para difundir a Revolução Cultural de Mao Tsé Tung
na China (LUYTEN), a série britânica Andy Capp (Zé do Boné)
rompeu fronteiras políticas e foi publicada no Izvestia da
União Soviética, Maus de Art Spiegelman vencedora do
Pulitzer, a discussão de temas polêmicos como sexo e
drogas, e com outras conquistas históricas dos Quadrinhos
foi natural que esta mídia fortemente enraizada na cultura
de vários povos ganhasse destaque e a atenção de
formadores de opinião, governos e investidores.
Sobre alguns aspectos dos assuntos introduzidos,
este Artigo tratará de forma que ilustre a reação da
indústria e mercado dos quadrinhos aos principais fatos
econômicos e políticos ocorridos na História Mundial recente.
Gênese e as Consequências
da Crise de 1929
da Crise de 1929
Conforme descrito na introdução, os quadrinhos
começaram como modo de produção no final do século XIX,
o mundo ainda experimentava um período de paz, a força
do capitalismo se tornava cada vez mais evidente.
Nas cidades (sobretudo na América, onde os quadrinhos
foram maciçamente produzidos) observava-se o fenômeno
da migração e êxodo de trabalhadores do campo para as
cidades, dos imigrantes recém-chegados, The Yellow Kid
ambientava-se em uma favela multi-étnica.
O cenário das histórias em quadrinhos estava dominado
por tiras cômicas de crianças travessas, animais
antropomórficos e confusões das famílias burguesas.
Os magnatas da imprensa assistiram aos quadrinhos
tornarem-se a principal atração de suas publicações e
houve procura por novos e melhores artistas.
Já citado no texto introdutório, houve negociação entre
Hearst e Outcault para a troca de emprego do artista,
que mais tarde se tornaria free-lancer.
Aliás, a migração para a Hearst foi uma prática normal
entre os artistas, a empresa existe até hoje e se tornou
a maior licenciadora e distribuidora de quadrinhos
dos EUA, sob o nome de King Features Syndicate.
Muitas tiras eram encomendadas a estúdios, tais
estúdios se valiam muitas vezes de artistas
fantasmas que produziam estórias assinadas por
autores famosos. Em sua obra semi-autobiográfica,
The Dreamer, Will Eisner relata, com nomes fictícios,
o cotidiano dos cartunistas em estúdios e os
problemas dos artistas e estúdios com os sindicatos
de artistas e a máfia.
apresentou uma tentativa dos quadrinhos de se
adaptarem aos novos tempos, no momento de
prosperidade do Pós-Guerra a classe média americana
passava a adquirir automóveis, surge então a inovadora
série Gasoline Alley, que não só aproveitava a transformação
da sociedade, como inovou narrando a vida burguesa
dos personagens em tempo real, onde os personagens
envelheciam com a passagem do tempo.
personagens mais emblemáticos dos Quadrinhos,
Little Orphan Annie (Aninha), o criador inseria nas tiras suas
idéias direitistas e conservadoras, o que lhe rendeu
algumas críticas, porém não desmereceu ou diminuiu o
sucesso da tira, que se transformou em musical
na Broadway e Hollywood.
A partir de 1929, talvez em decorrência da maior crise
econômica já vivida pela sociedade, a produção de
personagens e histórias atingiu um auge, se não de
quantidade analisando o histórico até os dias de hoje,
na qualidade dos personagens houve a certeza deste
ápice, a maioria dos personagens longevos que são lidos
atualmente, vêm desta época que ficou conhecida
como a Era de Ouro dos Quadrinhos.
No ano de 1929, o mundo assistiu à criação de personagens
marcantes em séries de aventura que teriam continuidade
como nas novelas, neste ano o mundo assistiu a quadrinização
dos personagens Disney, de Tarzan e as aventuras de
ficção científica de Buck Rogers, além do surgimento do
protótipo de super-herói (herói com capacidades sobre-humanas)
na tira Thimble Theatre, o marinheiro Popeye.
Estes eventos dão início à “Era de Ouro”.
A partir de então a quantidade de personagens e
estórias lançadas foi enorme, seguindo o sucesso da
mídia, os personagens de aventura encantavam o grande
público que vivia a Grande Depressão, porém este enorme
sucesso não ficou restrito aos personagens aventureiros,
as tiras familiares continuaram com igual sucesso, tiras
que nasceram nesta época e são produzidas até hoje,
como Bringing Up Father e Blondie, estas ambientadas
num cenário do cotidiano de classe média dos EUA.
O mesmo palco da Depressão e os problemas sociais
presentes, como o crime, inspiraram autores na criação
de tiras policiais, e personagens muito conhecidos tiveram
sua gênese, como Dick Tracy, de Chester Gould e X-9 de
Dashiell Hammet, mesmo autor de o Falcão Maltês,
os moralismos de Hammet o levaram a responder anos
depois no comitê de investigação de atividades anti-americanas.
Na Bélgica Hergé lança Tintin, um jovem repórter aventureiro,
dando início à Escola de Bruxelas de quadrinhos que mais
tarde daria origem a personagens como Lucky Luke e
ainda influenciaria na criação de Asterix na França.
Em 1937 Hal Foster, ilustrador de Tarzan, cria a série
Prince Valiant, (Príncipe Valente nos Tempos do Rei Arthur),
novamente é apresentado ao Mundo uma história
em quadrinhos no nível de arte, desenhos belos
ao extremo, ausência de balões, com a narrativa
e diálogos no rodapé dos quadros,
a pesquisa histórica, o detalhamento da Idade Média,
perfeitas descrições de anatomia, grande galeria de
personagens e a vida dos personagens se desenvolve
com o tempo. A tira (dominical desde sua gênese) existe
até hoje, com o mesmo refinamento artístico, narrando
as aventuras não somente de Valente, como
também de seus filhos que nasceram
na tira ao decorrer dos anos.
Prince Valiant, (Príncipe Valente nos Tempos do Rei Arthur),
novamente é apresentado ao Mundo uma história
em quadrinhos no nível de arte, desenhos belos
ao extremo, ausência de balões, com a narrativa
e diálogos no rodapé dos quadros,
a pesquisa histórica, o detalhamento da Idade Média,
perfeitas descrições de anatomia, grande galeria de
personagens e a vida dos personagens se desenvolve
com o tempo. A tira (dominical desde sua gênese) existe
até hoje, com o mesmo refinamento artístico, narrando
as aventuras não somente de Valente, como
também de seus filhos que nasceram
na tira ao decorrer dos anos.
O universo dos aventureiros se expandiu, já estavam lotados
na polícia, na selva, nos palcos, na alta sociedade, na guerra,
nos esportes, no tempo e no espaço, durante este tempo a
qualidade dos textos era intermitente, porém os desenhos
ficavam cada vez mais refinados (MOYA).
Em 1938 uma revolução ocorre nos quadrinhos americanos.
Uma tira em quadrinhos criada em 1934 por dois estudantes
judeus pobres, originada do conceito de uma mente que
podia dominar toda a humanidade, foi recusada pelos jornais
diários por ser fantástica e infantil demais; quatro anos
depois seria reescrita e compilada na forma de um comic book,
isto é, uma revista em quadrinhos (que segundo MOYA
já existiam desde 1934), e lançada neste formato no
primeiro número da revista Action Comics, apresentava
ao mundo o personagem (com o conceito mudado)
Superman, que em si sintetizava o estereótipo do
cidadão americano: inocente, porém capaz de tudo.
Estava inaugurado o gênero super-herói, os personagens
de poderes mitológicos, fantasiados, mascarados, que
escondiam suas identidades do grande público e
praticavam justiça, donos e multiplicadores dos mais
nobres ideais. Este gênero gradativamente foi se
tornando a fatia majoritária do mercado de quadrinhos.
O sucesso Superman é uma das maiores franquias
do mercado mundial, a popularidade do personagem o
lançou para outras mídias como rádio, cinema, televisão,
animação, livros, brinquedos, jogos, etc...
Foi criado um clube nacional de jovens alinhados com os
ideais do personagem expostos nas historietas,
prontamente os jornais reavaliaram suas decisões e
encomendaram as tiras do Superman para o McClure
Newspaper Syndicate.
O fenômeno Superman rende milhões de dólares anuais
para a DC Comics, antiga National Periodical, há mais de
setenta anos em todo Mundo; por um tempo os criadores
permaneceram à frente das estórias, mesmo tendo
vendido os direitos do personagem na época por cento
e trinta dólares (uma miséria mesmo para a época),
o sucesso lhes permitiu um bom pagamento e tinham
outros personagens sendo produzidos pela dupla,
mas uma série de infelicidades, brigas judiciais e
Nas décadas de 1960 e 1970 fãs, sindicato de artistas e
colegas se organizaram em protestos pelos direitos por
uma aposentadoria mais digna para os dois criadores, e
conseguiram, além de que qualquer estória contendo
o personagem deveria trazer em sua página título
o crédito de criação ao roteirista Jerry Siegel e ao
desenhista Joe Shuster. Recentemente a família de
Jerry Siegel, conseguiu na justiça vários direitos sobre
estórias e o personagem. Há ainda uma pendência judicial
com o nome Superboy, um dos produtos derivados
da série (UNIVERSO HQ).
No rastro dos lucros de Superman, a National Periodical
encomendou ao desenhista Bob Kane, saído do estúdio de
Will Eisner, que com o escritor Bill Finger, criou o vigilante
mascarado Batman, com estreia no número 27 da revista
Detective Comics, a revista em quadrinhos mais antiga
editada até hoje e que deu nome à editora.
Junto a Superman, Batman, se torna um dos carros-chefe
da DC Comics, foi pioneiro no uso de sidekicks, os
parceiros-juvenis, no caso Robin The Boy Wonder
(Robin o Menino-Prodígio), com quem os leitores melhor
se identificavam. O sucesso das séries rendeu aos
dois personagens revistas-título próprias, edições
extras e até uma série regular conjunta, a
World’s Finest Comics.
Neste período a tiragem normal de uma revista
mensal em quadrinhos girava em torno de um milhão e
meio de revistas, que custavam em média dez
centavos de dólar, a abrangência das tiras de jornal era
de vinte milhões de pessoas, MOYA cita que Blondie
atingiu sessenta e cinco milhões de leitores;
naturalmente uma gama de profissionais se enveredou
pelos quadrinhos e surgia a cada momento uma
galeria de novos personagens, os estúdios e
editoras produziam personagens e revistas em
larga escala. Oportunamente os heróis de uma
mesma editora compartilhavam aventuras em grupos,
novas revistas eram publicadas
com vendas insuperáveis.
com vendas insuperáveis.
Na já citada Era de Ouro dos Quadrinhos, como ficou
conhecido este período de grandes vendas, criatividade,
edição e fantasia; as duas maiores editoras de quadrinhos,
National e Timely (esta viria a se tornar depois a líder de
mercado Marvel Comics), inspiraram várias outras
editoras menores, infelizmente a maior parte dos heróis
destas editoras caiu no esquecimento (CLARK).
Num dos casos de sucesso, surge pela Fawcett Comics
Capitain Marvel (Capitão Marvel) de C. C. Beck e Bill Parker,
ao exclamar a palavra mágica Shazam, um jovem se
transforma no mortal mais poderoso da Terra, a mágica
foi tão eficiente que o personagem (e a família de
personagens derivados) estourou em vendas,
muitas vezes superando Superman; a mídia explorada
pelo personagem foi tão ampla quanto de Superman
e Batman, e incomodou a National Periodical
(detentora dos direitos de Superman), que entrou
com uma ação anti-plágio, a batalha nos tribunais
foi árdua e cansou a Fawcett.
Anos mais tarde, por ironia do destino, a DC Comics
adquire os direitos dos personagens da Fawcett e os
relança em estórias reeditadas e novas criadas por
artistas de primeira linha, sem muito sucesso de vendas
para o público da década de 1970. Os personagens Fawcett,
já integrados ao universo de estórias da DC Comics,
desde 1986, são editados até hoje em aventuras próprias
e conjuntas com os demais personagens DC.
Cabe dizer que a ação anti-plágio acabou por interromper
a publicação do Capitão Marvel, a interrupção forçou fãs
britânicos do personagem a criar o que se tornaria um dos
maiores personagens ingleses de todos os tempos,
The Marvelman (nos EUA Miracleman por problemas com
a Marvel Comics, no Brasil Jack Marvel e Miracleman),
uma cópia confessa do Capitão Marvel.
As últimas edições (década de 1980 e começo de 1990)
de Marvelman são muito cultuadas pelos fãs internacionais
e foram narradas por escritores e desenhistas que fizeram
muito sucesso em editoras americanas, porém disputas
por direitos autorais e de propriedade entre artistas
envolvendo o personagem impedem a
publicação de novas estórias atualmente.
britânicos do personagem a criar o que se tornaria um dos
maiores personagens ingleses de todos os tempos,
The Marvelman (nos EUA Miracleman por problemas com
a Marvel Comics, no Brasil Jack Marvel e Miracleman),
uma cópia confessa do Capitão Marvel.
As últimas edições (década de 1980 e começo de 1990)
de Marvelman são muito cultuadas pelos fãs internacionais
e foram narradas por escritores e desenhistas que fizeram
muito sucesso em editoras americanas, porém disputas
por direitos autorais e de propriedade entre artistas
envolvendo o personagem impedem a
publicação de novas estórias atualmente.
Segunda Guerra Mundial
Conforme escrito, no período entre a Grande Depressão
e o início da Segunda Guerra o mercado dos quadrinhos estava
muito aquecido, a criação de personagens atingiu seu auge,
e a maior crise política já vivida pela humanidade foi a
oportunidade temática para os criadores e
editores lucrarem mais.
O próprio presidente Roosevelt conclamou os criadores
a engajarem os personagens na luta contra as forças do Eixo,
heróis patrióticos surgiram e desta empreitada foi criado
entre muitos outros Capitain America (Capitão América)
de Joe Simon e Jack “The King” Kirby, que convocava os
jovens americanos para o alistamento.
O Capitão América, não foi o primeiro e nem o único
personagem patriótico surgido durante a Era de Ouro dos
Quadrinhos, porém foi o que mais perdurou do período
da Segunda Guerra. O próprio mito americano
Uncle Sam foi transformado em personagem de
quadrinhos pela Quality Comics, e novas releituras de
heróis patrióticos (do Capitão América também)
foram e são criadas até os dias de hoje.
Com a entrada dos EUA na Segunda Guerra era comum
ler os super-heróis enfrentando espiões em território
americano, os vilões das estórias sempre foram
americano, os vilões das estórias sempre foram
estereotipados como germânicos ou nipônicos;
situações como Jim das Selvas enfrentando forças
do Eixo na selva, e mesmo em estorietas fora de época
como Príncipe Valente, Flash Gordon, Brick Bradford
apresentaram alguns adversários com características
que lembravam os nazistas e orientais.
Na Europa não foi diferente, os países do Eixo
enfrentavam a popularidade interna dos comics
americanos, na Itália o regime fascista proibiu a
importação de quadrinhos americanos, em virtude
desta decisão abriu-se espaço para a produção
de muitos quadrinhos italianos.
de muitos quadrinhos italianos.
A Alemanha já convivia com a intolerância de Hitler
aos quadrinhos desde 1933 (CLARK), a popularidade do
Superman em terras alemãs, forçou o ministro de
propaganda do Reich, Goebbels, responsável junto com
Rudolph Hess pelos discursos carismáticos e sem
conteúdo de Hitler, a exclamar enciumado (afinal Superman
era o conceito do ariano, e em sua gênese foi conceituado
através do Super-Homem de Niestche, por dois
estudantes judeus) que o símbolo no peito de Superman
era uma estrela de Davi estilizada e que o herói
americano era judeu.
Desta época destacam-se personagens de tiras de
jornal cujo contexto e aventuras eram situados em
territórios do conflito como Buz Sawyer, Steel Sterling e
Terry and the Pirates.
Artistas também foram convocados para o alistamento,
uma das participações mais famosas é a de Will Eisner, MOYA
relata que na frente de batalha o artista usou sua criatividade
para desenvolver manuais instrutivos para os soldados
americanos sobre como operar seus armamentos e
enfrentar as situações de sobrevivência. Com o fim do
conflito Eisner, de volta à América, iniciou uma carreira
semelhante na publicidade deixando os quadrinhos,
e enriqueceu; felizmente voltaria aos quadrinhos com
suas obras realistas e em grande parte autobiográficas,
o que fez até a sua morte em Janeiro de 2005.
Pós-Guerra e a Guerra Fria
Após a Segunda Guerra, os quadrinhos entraram em
decadência, é irônico observar que as historietas tiveram
seus momentos mais felizes durante as piores crises
sofridas pela sociedade mundial.
Possivelmente não se fazia mais evidente a necessidade
de fuga de uma realidade, onde o pobre cidadão comum
se inspirava no mitológico, ou talvez os ideais dos
dirigentes reais que acabaram com a Guerra focassem
mais a atenção das massas do que a fantasia, mas
o resultado do fim da Guerra e o período de
prosperidade econômica a partir de então ocorrido
foi o desaparecimento de vários personagens,
principalmente os super-heróis.
Esta crise durou até o final dos anos 1950. Da DC Comics
somente Superman e Batman estavam vendendo
razoavelmente e tiveram sua linha editorial ampliada.
Mesmo a personagem feminina de maior sucesso e
com história fortemente ligada à Guerra, Wonder Woman
(Mulher Maravilha), criada por Willian Moulton Marston
sob o pseudônimo de Charles Moulton, psiquiatra
criador do polígrafo detector de mentiras, foi
descontinuada.
descontinuada.
Masterson apresentando os originais de Mulher Maravilha a Gaines |
Dr. William Moulton Masterson (Charles Moulton ) Autor de Mulher Maravilha |
Da Timely as vendas de Capitain America
despencaram, e junto com Human Torch e Namor,
Novas linhas editoriais precisaram ser exploradas ou
criadas para a sobrevivência da mídia. A legendária dupla
Joe Simon e Jack Kirby enveredaram pelos quadrinhos
românticos com o título Young Romance, aliás Kirby,
muito cultuado por leitores e praticamente todos os
profissionais do ramo de quadrinhos por sua criatividade
e produtividade, sempre esteve muito atento aos
movimentos da sociedade, à cultura popular e principalmente
da juventude.
As grandes editoras apostaram também nas antologias
de estórias curtas de monstros, crimes, ficção científica,
terror,... de forma que tentavam compensar as baixas
William Gaines herdou de seu pai Max Gaines (um dos
criadores da mídia dos quadrinhos) a editora Educational
Comics, que publicava principalmente historietas infantis
e adaptações da Bíblia Sagrada, e a converteu na Entertaining
Comics (EC), o resultado foi uma mudança de linha editorial
Em 1950, Gaines apostou em um novo gênero e lançou
revistas de terror, escritas e desenhadas por artistas
da mais alta qualidade, as histórias eram recheadas de
humor negro e um senso de justiça bizarra, as principais
estórias eram apresentadas e narradas por personagens
fixos, houve um sucesso imediato que culminou na
Entertaining Comics se tornando posteriormente a
principal vítima no período mais negro vivido
pelas histórias em quadrinhos.
Mas para o bem dos comics, os EUA entraram em mais
um conflito armado, a intervenção na Guerra da Coréia,
agora os inimigos eram os soviéticos.
O Mundo estava se recuperando da destruição causada
pela Segunda Guerra Mundial, e as duas potências
militares (EUA e URSS) lutavam pela influência política em
outros países, a Guerra da Coréia fez os EUA estenderem
o Plano Marshall para o Japão, novamente os quadrinhos
foram utilizados para a propaganda de guerra.
Novos personagens com o contexto de guerra foram
criados, outros personagens de mesmo caráter da
época da Segunda Guerra reapareceram, revistas em
quadrinhos foram enviadas à frente de batalha para
inspirar os soldados americanos (técnica depois
também utilizada na Guerra do Vietnã), e o Mundo
ainda vivia duas novas realidades, a corrida
armamentista que já estava proliferando armas
nucleares pelo planeta, e a corrida espacial.
Além de uma aposta da DC Comics em renovar os seus
antigos personagens dando a eles uma roupagem
de ficção científica, também novos personagens dentro
deste gênero foram lançados, estava começando
a “Era de Prata dos Quadrinhos”. Estudiosos apontam
como o marco inicial da Era de Prata o lançamento
do quarto número da revista Showcase da DC Comics
com a releitura do personagem The Flash, porém
as tiragens das revistas não voltariam ao nível de vendas
No início dos Anos 1960, temendo os efeitos de uma
guerra nuclear, o público assistiu uma aposta da Timely,
que a partir de então se chamava Marvel Comics Group,
com o lançamento de uma nova e marcante safra
de super-heróis.
Observando o sucesso dos heróis da DC Comics, a
Marvel capitaneada por Stan Lee, lançava ao espaço
uma família que retornaria com super-poderes devido à
contaminação com radiação cósmica, The Fantastic Four
(O Quarteto Fantástico).
Seguidamente na década de 1960, Stan Lee junto com
Seguidamente na década de 1960, Stan Lee junto com
outros artistas (os principais foram Jack Kirby e Steve Ditko)
lançou um vasto universo de super-heróis, como Hulk
e Spiderman (Homem-Aranha); todos sucessos de
vendas e que rapidamente fizeram a Marvel tomar a
liderança de mercado da DC.
Autodenominada “A Casa das Ideias”, a Marvel produzia
quadrinhos a partir da arte. Muito ocupado com outras
atividades editoriais, administrativas e comerciais além
da elaboração de roteiros, Stan Lee traçava um argumento
base e delegava aos artistas a criação do enredo,
depois completava as estórias com os textos em balões
e recordatórios.
Tratando-se de uma concorrência monopolística,
o diferencial editorial da Marvel é que a editora trazia
super-heróis mais humanizados, com problemas
característicos do cotidiano dos leitores, todos
esses super-heróis possuíam um Calcanhar de Aquiles
e tinham origens acidentais, muitas vezes com
fenômenos radioativos, o temor principal da época;
os vilões normalmente traziam características orientais
e soviéticas, foi fácil e automática a afeição do leitor
com o carisma dos personagens.
do racismo, na revista Uncanny X-Men, os personagens,
todos mutantes genéticos, sofriam com o preconceito
da humanidade que juraram proteger, a série foi o
Patinho-Feio da Marvel, sofreu cancelamento e retornou
na década de 1970 para rapidamente se tornar o
carro-chefe da editora juntamente com o Homem-Aranha.
A Marvel aproveitou para “ressuscitar” velhos personagens
da Timely, Namor e Capitão América foram os primeiros,
neste novo enfoque o herói patriótico acordava após um
congelamento de vinte anos, com seu sidekick morto e
constrangido com os problemas sociais da América
das décadas de 1960 e 70.
Em 1954, o psiquiatra famoso Dr. Fredric Wertham,
lançou o livro Seduction of the Innocent, nele o autor
acusava os quadrinhos de causarem danos morais e
como influenciavam a delinquência dos jovens da América.
De forma demagógica o livro convocava uma verdadeira
onda de puritanismo contra os quadrinhos; trecho
deste livro sugere em detalhes a pederastia entre
Batman e Robin.
É necessário lembrar que esta era a época da
Guerra Fria, os EUA estavam vivendo a cruzada anti-soviética
promovida pelo senador Joseph McCarthy, Wertham
conseguiu influência necessária para instalar uma
sibarítica investigação
Guerra Fria, os EUA estavam vivendo a cruzada anti-soviética
promovida pelo senador Joseph McCarthy, Wertham
conseguiu influência necessária para instalar uma
sibarítica investigação
sobre o conteúdo das histórias em quadrinhos.
Vários artistas tiveram que prestar depoimento ao
Comitê de Investigação de Atividades Anti-Americanas.
provavelmente o maior sátiro da indústria norte americana
de quadrinhos, que criticava e ridicularizava a condição
humana e o modo de vida americano, e que criou em
seus quadrinhos um personagem que representava a
maior ameaça ao mundo capitalista, não foi chamado
a depor, “-Não foi por falta de esforço da minha parte!”,
disse o autor citado por MOYA.
MOYA ainda cita Jules Feiffer, que em seu livro
dedicado à esposa e filhos, ironizava que devido
à leitura de quadrinhos na infância nunca pensou nas
sujeiras explicitadas por Wertham, e acusava muitos
que não defendiam os quadrinhos na época da perseguição,
agora relembravam dos quadrinhos como
exemplo da inocência juvenil.
O clima com os quadrinhos andava tenso na América,
dedicado à esposa e filhos, ironizava que devido
à leitura de quadrinhos na infância nunca pensou nas
sujeiras explicitadas por Wertham, e acusava muitos
que não defendiam os quadrinhos na época da perseguição,
agora relembravam dos quadrinhos como
exemplo da inocência juvenil.
Frederic Wertham: SHOCK |
O clima com os quadrinhos andava tenso na América,
revistas eram queimadas e jovens eram inquiridos por
seus pais. E conforme explicado anteriormente, as vendas
de revistas nesta época não eram muito animadoras.
Wertham reuniu relatos de crimes de inspiração admitida
nos quadrinhos, e os meios de comunicação não cansavam
em encontrar esses casos (CHRISTENSEN e SEIFERT).
seus pais. E conforme explicado anteriormente, as vendas
de revistas nesta época não eram muito animadoras.
Wertham reuniu relatos de crimes de inspiração admitida
nos quadrinhos, e os meios de comunicação não cansavam
em encontrar esses casos (CHRISTENSEN e SEIFERT).
Os quadrinhos da Entertaining Comics foram os
mais perseguidos na realidade, os enredos e desenhos
das estórias por si só já justificavam um sucesso de
vendas, fora isto um novo estilo estava sendo criado,
havia uma carga intelectual maior que nas revistas
que estavam no mercado. PHEGLEY em seu artigo
declara que a EC iniciou uma fase brilhante como
a mais importante e bem-sucedida
editora de quadrinhos.
mais perseguidos na realidade, os enredos e desenhos
das estórias por si só já justificavam um sucesso de
vendas, fora isto um novo estilo estava sendo criado,
havia uma carga intelectual maior que nas revistas
que estavam no mercado. PHEGLEY em seu artigo
declara que a EC iniciou uma fase brilhante como
a mais importante e bem-sucedida
editora de quadrinhos.
A liberdade dos criadores era total, com isto Gaines
garantia o cenário mais criativo, os criadores não
eram anônimos, algo raro na época, uma miríade de
temas e situações bizarras foi explorada, e mesmo
temas repetidos ganhavam enfoques incrivelmente
originais em novas estórias.
Tais revistas de terror alcançaram a cifra em torno
de meio milhão de edições mensais, pouco menos que
as revistas no período da Guerra.
garantia o cenário mais criativo, os criadores não
eram anônimos, algo raro na época, uma miríade de
temas e situações bizarras foi explorada, e mesmo
temas repetidos ganhavam enfoques incrivelmente
originais em novas estórias.
Tais revistas de terror alcançaram a cifra em torno
de meio milhão de edições mensais, pouco menos que
as revistas no período da Guerra.
Todas as estórias eram imbuídas de moralismo,
mas nunca deixavam de apelar para o bizarro, e as
tiragens de seus quadrinhos chamaram a atenção de
representantes populares influenciados pelas
acusações de Wertham.
mas nunca deixavam de apelar para o bizarro, e as
tiragens de seus quadrinhos chamaram a atenção de
representantes populares influenciados pelas
acusações de Wertham.
Nas audiências públicas Gaines provou-se incapaz
de se defender, e até concordou com sua culpa no
processo movido contra a Entertaining Comics, sérias
sanções e a criação do Código de Ética dos Quadrinhos,
impediram a circulação e várias liberdades editoriais
das revistas de Gaines, arruinando vários profissionais.
de se defender, e até concordou com sua culpa no
processo movido contra a Entertaining Comics, sérias
sanções e a criação do Código de Ética dos Quadrinhos,
impediram a circulação e várias liberdades editoriais
das revistas de Gaines, arruinando vários profissionais.
Publicamente a Comissão venceu defendendo os
interesses dos pais e jovens da América, a EC
quase quebrou, podendo manter somente uma
revista em quadrinhos, que logo Gaines com o
seu editor-chefe Harvey Kurtzman trataram de
transformar em uma revista formato magazine,
para não submetê-la ao Código de Ética, a revista de
humor Mad se tornou o maior sucesso editorial
dos quadrinhos americanos satirizando o modo
de vida americano, e permaneceu como líder de
mercado até a metade da década de 1990.
Hoje a revista está franqueada pela DC Comics.
interesses dos pais e jovens da América, a EC
quase quebrou, podendo manter somente uma
revista em quadrinhos, que logo Gaines com o
seu editor-chefe Harvey Kurtzman trataram de
transformar em uma revista formato magazine,
para não submetê-la ao Código de Ética, a revista de
humor Mad se tornou o maior sucesso editorial
dos quadrinhos americanos satirizando o modo
de vida americano, e permaneceu como líder de
mercado até a metade da década de 1990.
Hoje a revista está franqueada pela DC Comics.
SHUTT relata que o Código de Ética dos Quadrinhos
foi um mecanismo de defesa auto-imposto pela
associação de editoras de quadrinhos da América
para que estas pudessem se defender da perseguição
de orgãos de censura, influenciados pela onda
antiquadrinhos da década de 1950, e de repente
ser implantado um código oficial mais rígido.
No Código algumas regras devem ser observadas
pelas editoras ao publicar as suas
revistas em quadrinhos.
foi um mecanismo de defesa auto-imposto pela
associação de editoras de quadrinhos da América
para que estas pudessem se defender da perseguição
de orgãos de censura, influenciados pela onda
antiquadrinhos da década de 1950, e de repente
ser implantado um código oficial mais rígido.
No Código algumas regras devem ser observadas
pelas editoras ao publicar as suas
revistas em quadrinhos.
De certa forma, que não a criativa, o Código salvou
a indústria de quadrinhos, afinal todos os distribuidores
estavam devolvendo as revistas.
Sob o ponto de vista de artistas o Código foi uma
clara e covarde conspiração de editoras concorrentes
e políticos em busca de publicidade, para retirar a
Entertaining Comics do mercado, pois as regras
impostas atingiam diretamente características
específicas dos quadrinhos da EC, como os títulos.
a indústria de quadrinhos, afinal todos os distribuidores
estavam devolvendo as revistas.
Sob o ponto de vista de artistas o Código foi uma
clara e covarde conspiração de editoras concorrentes
e políticos em busca de publicidade, para retirar a
Entertaining Comics do mercado, pois as regras
impostas atingiam diretamente características
específicas dos quadrinhos da EC, como os títulos.
No final de sua carreira, Wertham surpreendeu a mídia,
declarando em seu último livro, The World of Fanzines,
que os fanzines alternativos, produzidos de forma
artesanal por jovens, eram uma grande forma
de comunicação, válidos e construtivos
(CHRISTENSEN e SEIFERT).
declarando em seu último livro, The World of Fanzines,
que os fanzines alternativos, produzidos de forma
artesanal por jovens, eram uma grande forma
de comunicação, válidos e construtivos
(CHRISTENSEN e SEIFERT).
Justiça seja feita no caso da Entertaining Comics, as
estórias de terror, crime e ficção científica da editora
são reeditadas continuamente, e essas séries foram
transportadas para a televisão no ótimo seriado
Tales From the Crypt, com atores e diretores de
renome do cinema como Steven Spielberg.
Para o público infantil, uma versão em desenho
animado também foi produzida.
estórias de terror, crime e ficção científica da editora
são reeditadas continuamente, e essas séries foram
transportadas para a televisão no ótimo seriado
Tales From the Crypt, com atores e diretores de
renome do cinema como Steven Spielberg.
Para o público infantil, uma versão em desenho
animado também foi produzida.
Hoje em dia, muitos editores romperam com o Código,
resultado direto da presença de um público leitor mais
amadurecido. As grandes editoras primeiramente
forçaram uma revisão do Código, conforme será
visto adiante, e mais tarde se viram forçadas a romper.
A DC já na década de 1980 com os quadrinhos autorais
e os quadrinhos de luxo apresentava edições sem o
selo do Código, e na década de 1990 a editora lançou
uma linha de quadrinhos sugeridos para leitores
maduros (Vertigo) que explorava temas polêmicos
como crime, feitiçaria, homossexualismo, drogas
alucinógenas, entre outros; era natural que o
selo do Código não viesse estampado nas capas,
e as revistas se tornaram sucessos de vendas.
resultado direto da presença de um público leitor mais
amadurecido. As grandes editoras primeiramente
forçaram uma revisão do Código, conforme será
visto adiante, e mais tarde se viram forçadas a romper.
A DC já na década de 1980 com os quadrinhos autorais
e os quadrinhos de luxo apresentava edições sem o
selo do Código, e na década de 1990 a editora lançou
uma linha de quadrinhos sugeridos para leitores
maduros (Vertigo) que explorava temas polêmicos
como crime, feitiçaria, homossexualismo, drogas
alucinógenas, entre outros; era natural que o
selo do Código não viesse estampado nas capas,
e as revistas se tornaram sucessos de vendas.
A Marvel, acomodada pela liderança de mercado e
que a partir dos anos de 1970 sempre priorizou o
desenho em detrimento dos enredos, demorou mais
uma década (em relação à DC) para apostar
numa linha de quadrinhos maduros, e deixar de
submetê-los ao Código, proeza do editor-chefe
Joe Quesada. Por conta do descaso das duas maiores
editoras, o Código de Ética dos Quadrinhos hoje
é uma instituição caduca.
que a partir dos anos de 1970 sempre priorizou o
desenho em detrimento dos enredos, demorou mais
uma década (em relação à DC) para apostar
numa linha de quadrinhos maduros, e deixar de
submetê-los ao Código, proeza do editor-chefe
Joe Quesada. Por conta do descaso das duas maiores
editoras, o Código de Ética dos Quadrinhos hoje
é uma instituição caduca.
Anos 1960, Drogas,
Pornografia e Erotismo
Pornografia e Erotismo
MOYA cita os Dirty Comics da década de 1930, tais
produções humildes e canhestras serviram de inspiração
para revistas como a Mad e os quadrinhos “underground”
dos anos 1960. CLARK cita que Joe Simon em seu
livro revela que Martin Goodman, editor da Timely,
criticava que Young Romance de Simon e Kirby,
já na década de 1950 beirava a pornografia.
produções humildes e canhestras serviram de inspiração
para revistas como a Mad e os quadrinhos “underground”
dos anos 1960. CLARK cita que Joe Simon em seu
livro revela que Martin Goodman, editor da Timely,
criticava que Young Romance de Simon e Kirby,
já na década de 1950 beirava a pornografia.
nome dos quadrinhos pornográficos, seus trabalhos
(catecismos, edições semi-artesanais) eram vendidos
por baixo de balcões desde 1950 e desapareceram
durante os anos de 1970. O autor que permaneceu
anônimo para o grande público só foi revelado
em 1992, pouco antes de sua morte, na oportunidade
da Bienal Internacional de Quadrinhos que percorreu
algumas capitais brasileiras. Zéfiro comentou no
programa 100 Censura da TV Cultura na época da Bienal,
à apresentadora Márcia Peltier, que queria apenas
ensinar os jovens. Ilustrações de Zéfiro (na realidade
Alcides Caminha) foram utilizadas no álbum
Barulhinho Bom da cantora Marisa Monte.
(catecismos, edições semi-artesanais) eram vendidos
por baixo de balcões desde 1950 e desapareceram
durante os anos de 1970. O autor que permaneceu
anônimo para o grande público só foi revelado
em 1992, pouco antes de sua morte, na oportunidade
da Bienal Internacional de Quadrinhos que percorreu
algumas capitais brasileiras. Zéfiro comentou no
programa 100 Censura da TV Cultura na época da Bienal,
à apresentadora Márcia Peltier, que queria apenas
ensinar os jovens. Ilustrações de Zéfiro (na realidade
Alcides Caminha) foram utilizadas no álbum
Barulhinho Bom da cantora Marisa Monte.
Ainda hoje no Brasil, os quadrinhos pornográficos
de boa edição, mas preços baixos constituem a
maior possibilidade de publicação de material nacional
e sua venda nas bancas de jornal, ainda partilhava
deste mercado as antigas revistas juvenis de terror.
Hoje felizmente há muitos brasileiros trabalhando
para as grandes editoras americanas e ganhando bons
salários e prestígio.
de boa edição, mas preços baixos constituem a
maior possibilidade de publicação de material nacional
e sua venda nas bancas de jornal, ainda partilhava
deste mercado as antigas revistas juvenis de terror.
Hoje felizmente há muitos brasileiros trabalhando
para as grandes editoras americanas e ganhando bons
salários e prestígio.
O Mundo, durante a década de 1960 principalmente, assistiu os movimentos e reivindicações de jovens e estudantes.
O surgimento dos entorpecentes sintéticos e dos preservativos anticoncepcionais liberou o comportamento dos jovens
de maneira a discutir e praticar sexo intensamente.
O surgimento dos entorpecentes sintéticos e dos preservativos anticoncepcionais liberou o comportamento dos jovens
de maneira a discutir e praticar sexo intensamente.
Movimentos como os hippies, pregando a total anarquia de comportamento cidadão e a filosofia de Paz e Amor,
surgiram neste cenário, novas tendências de narração
e novos assuntos deveriam surgir à mente dos
leitores de quadrinhos. Durante essa mesma época
outro fenômeno passou a ser observado no mercado
de quadrinhos, os jovens que adentravam as
universidades não só mantinham suas coleções
como também o hábito da leitura.
surgiram neste cenário, novas tendências de narração
e novos assuntos deveriam surgir à mente dos
leitores de quadrinhos. Durante essa mesma época
outro fenômeno passou a ser observado no mercado
de quadrinhos, os jovens que adentravam as
universidades não só mantinham suas coleções
como também o hábito da leitura.
Os europeus souberam explorar com muito glamour
o erotismo nos quadrinhos, injusto com muitos, mas
destaque seja dado aos italianos Milo Manara e Guido
Crepax, na criação de personagens e estórias
eróticas de altíssimo nível publicadas em luxuosos álbuns.
o erotismo nos quadrinhos, injusto com muitos, mas
destaque seja dado aos italianos Milo Manara e Guido
Crepax, na criação de personagens e estórias
eróticas de altíssimo nível publicadas em luxuosos álbuns.
Um movimento surgido na época trazia aos quadrinhos
novos conceitos e experimentações, os quadrinhos
independentes, ou underground como ficaram
conhecidos na América. Desta safra de quadrinhos
revelaram-se novos artistas, nem um pouco preocupados
com o Código de Ética dos Quadrinhos e muito interligados
com o conceito punk de Do it yourself (Faça você mesmo).
novos conceitos e experimentações, os quadrinhos
independentes, ou underground como ficaram
conhecidos na América. Desta safra de quadrinhos
revelaram-se novos artistas, nem um pouco preocupados
com o Código de Ética dos Quadrinhos e muito interligados
com o conceito punk de Do it yourself (Faça você mesmo).
intensas e grandes artistas representaram este
movimento sendo o mais expressivo Robert Crumb.
No Brasil o maior nome do gênero é Marcatti, que
publicou e circulou muitas revistas de forma
artesanal, envereda pelo estilo escatológico, conta
com um público cativo, e já expandiu seus
quadrinhos para outros produtos como jogos de
computador e camisetas.
movimento sendo o mais expressivo Robert Crumb.
No Brasil o maior nome do gênero é Marcatti, que
publicou e circulou muitas revistas de forma
artesanal, envereda pelo estilo escatológico, conta
com um público cativo, e já expandiu seus
quadrinhos para outros produtos como jogos de
computador e camisetas.
As grandes editoras de quadrinhos não ficaram fora
da discussão, em 1971 uma edição de Amazing Spiderman
da Marvel apresenta um rapaz entorpecido em risco de
morte e na mesma estória um coadjuvante, colega de
faculdade do alter-ego do herói, se vicia em drogas.
da Marvel apresenta um rapaz entorpecido em risco de
morte e na mesma estória um coadjuvante, colega de
faculdade do alter-ego do herói, se vicia em drogas.
No mesmo ano na DC Comics, na histórica edição 86
da Green Lantern/Green Arrow, um sidekick dos
heróis se revela um viciado em heroína bem na capa da
revista e discute no interior da revista o problema do
tráfico e do vício dos jovens.
A edição faz parte de uma brilhante série em que
os dois personagens (Lanterna Verde e Arqueiro Verde)
percorrem a América para conhecer de perto os
problemas sociais do país e do Mundo, série de
autoria de uma das mais fortes duplas criativas que
a indústria dos quadrinhos já conheceu, o escritor
Dennis O’Neil e o desenhista Neal Adams.
da Green Lantern/Green Arrow, um sidekick dos
heróis se revela um viciado em heroína bem na capa da
revista e discute no interior da revista o problema do
tráfico e do vício dos jovens.
A edição faz parte de uma brilhante série em que
os dois personagens (Lanterna Verde e Arqueiro Verde)
percorrem a América para conhecer de perto os
problemas sociais do país e do Mundo, série de
autoria de uma das mais fortes duplas criativas que
a indústria dos quadrinhos já conheceu, o escritor
Dennis O’Neil e o desenhista Neal Adams.
Desnecessário dizer que as duas edições citadas
saíram sem o selo de aprovação do Código de Ética,
e provocaram a já citada revisão deste.
saíram sem o selo de aprovação do Código de Ética,
e provocaram a já citada revisão deste.
O Mercado Direto
A aprovação por parte dos leitores de roteiros
mais maduros, alternativos e mundanos, que
explorassem a realidade, propiciou que as editoras
buscassem novas opções de edição. Nos anos 1970
algumas tentativas dos próprios artistas, e de pequenas
editoras traziam uma liberdade artística em obras que,
embora aprovadas pelos leitores, não seriam aprovadas
pelo Código de Ética, editadas pelas grandes editoras,
aceitas pelos distribuidores e em pontos de vendas.
Muitas dessas edições estavam condenadas a
mais maduros, alternativos e mundanos, que
explorassem a realidade, propiciou que as editoras
buscassem novas opções de edição. Nos anos 1970
algumas tentativas dos próprios artistas, e de pequenas
editoras traziam uma liberdade artística em obras que,
embora aprovadas pelos leitores, não seriam aprovadas
pelo Código de Ética, editadas pelas grandes editoras,
aceitas pelos distribuidores e em pontos de vendas.
Muitas dessas edições estavam condenadas a
nem mesmo ter uma distribuição que abrangesse os
leitores interessados. Vale lembrar que até então
as revistas em quadrinhos nos EUA eram distribuídas
para bancas de jornal e prateleiras de supermercados
em esquema de consignação.
GUEDES cita que em 1972, por iniciativa de um fã e
entusiasta dos quadrinhos, uma nova forma de
distribuição foi experimentada e posta em prática.
leitores interessados. Vale lembrar que até então
as revistas em quadrinhos nos EUA eram distribuídas
para bancas de jornal e prateleiras de supermercados
em esquema de consignação.
Roberto Guedes |
GUEDES cita que em 1972, por iniciativa de um fã e
entusiasta dos quadrinhos, uma nova forma de
distribuição foi experimentada e posta em prática.
O fã em questão era o professor Phil Seuling, que
elaborou um sistema de distribuição que garantiria
às editoras o escoamento de quase toda sua tiragem
e maior exposição das revistas aos consumidores.
Seuling garantiu a compra de um lote de revistas
e distribuiu-as para conhecidos venderem e
redistribuí-las, fazendo com que revistas que
encontrassem dificuldade de distribuição ganhassem
acesso a leitores conectados a este esquema
de distribuição e vendas especializadas.
elaborou um sistema de distribuição que garantiria
às editoras o escoamento de quase toda sua tiragem
e maior exposição das revistas aos consumidores.
Seuling garantiu a compra de um lote de revistas
e distribuiu-as para conhecidos venderem e
redistribuí-las, fazendo com que revistas que
encontrassem dificuldade de distribuição ganhassem
acesso a leitores conectados a este esquema
de distribuição e vendas especializadas.
A distribuição evoluiu de forma que houve a criação
das comic-shops, lojas especializadas em quadrinhos,
revistas e produtos relacionados aos quadrinhos
(como brinquedos, filmes, jogos, roupas,...).
Como o sistema garantiria o não-retorno dos exemplares
encalhados para as editoras, para estas o sistema
constituiu-se num grande negócio.
das comic-shops, lojas especializadas em quadrinhos,
revistas e produtos relacionados aos quadrinhos
(como brinquedos, filmes, jogos, roupas,...).
Como o sistema garantiria o não-retorno dos exemplares
encalhados para as editoras, para estas o sistema
constituiu-se num grande negócio.
A distribuição de quadrinhos passou a priorizar as
lojas e livrarias, tanto em prazos quanto em volumes.
Em troca as editoras forneceriam às comic-shops
descontos maiores e a garantia de fornecimento
das edições e séries.
lojas e livrarias, tanto em prazos quanto em volumes.
Em troca as editoras forneceriam às comic-shops
descontos maiores e a garantia de fornecimento
das edições e séries.
Desta forma os leitores poderiam solicitar diretamente
aos vendedores a edição pretendida, ou o próprio
vendedor faria sua previsão de vendas, o pedido
seria transmitido à distribuidora e consequentemente
chegaria à editora, e esta não sofreria os riscos
de encalhe e retorno da tiragem.
aos vendedores a edição pretendida, ou o próprio
vendedor faria sua previsão de vendas, o pedido
seria transmitido à distribuidora e consequentemente
chegaria à editora, e esta não sofreria os riscos
de encalhe e retorno da tiragem.
de homenagem póstuma em Fevereiro de 1990 nas
revistas DC explica que Sol Harrison (na época editor
chefe da DC) foi pioneiro, como executivo de uma
grande editora, ao dar crédito a Seuling e a esta
forma de mercado que estava surgindo.
revistas DC explica que Sol Harrison (na época editor
chefe da DC) foi pioneiro, como executivo de uma
grande editora, ao dar crédito a Seuling e a esta
forma de mercado que estava surgindo.
As grandes editoras se valeram também desta nova
forma de distribuição e, conforme GUEDES narra em
seu livro, o primeiro número da revista Dazzler (Cristal)
da Marvel foi a primeira revista da editora a ser
vendida exclusivamente pelo Mercado Direto
em 1981, atingindo a tiragem de 400.000 exemplares.
forma de distribuição e, conforme GUEDES narra em
seu livro, o primeiro número da revista Dazzler (Cristal)
da Marvel foi a primeira revista da editora a ser
vendida exclusivamente pelo Mercado Direto
em 1981, atingindo a tiragem de 400.000 exemplares.
Observando os resultados e vantagens do Mercado
Direto para as editoras, inclusive as grandes, as
mesmas puderam arriscar mais em suas propostas
editoriais, e oferecer ao público leitor, na maior
parte amadurecido, formatos gráficos e roteiros
mais sofisticados e ousados.
Direto para as editoras, inclusive as grandes, as
mesmas puderam arriscar mais em suas propostas
editoriais, e oferecer ao público leitor, na maior
parte amadurecido, formatos gráficos e roteiros
mais sofisticados e ousados.
A Livraria Paulistana Devir (hoje também editora), nos
anos de 1980 e 1990, descreveu muitas vezes através
de seu boletim semanal (Recado) o funcionamento
desta forma de distribuição, e se valeu das vantagens
do Mercado Direto para distribuir quadrinhos e RPG’s
(Role Playing Games) por lojas e livrarias do Brasil.
Algumas outras iniciativas foram tentadas no Brasil
além da Devir, como a editora Ópera Graphica na
primeira década de 2000.
anos de 1980 e 1990, descreveu muitas vezes através
de seu boletim semanal (Recado) o funcionamento
desta forma de distribuição, e se valeu das vantagens
do Mercado Direto para distribuir quadrinhos e RPG’s
(Role Playing Games) por lojas e livrarias do Brasil.
Algumas outras iniciativas foram tentadas no Brasil
além da Devir, como a editora Ópera Graphica na
primeira década de 2000.
Se o Mercado Direto teve impacto positivo imediato
sobre o mercado de quadrinhos não há dúvidas, segundo
GUEDES houve até editoras que fecharam as portas
por não aderirem à modalidade, porém observando
o cenário dos quadrinhos após quatro décadas da
criação do sistema de distribuição o mercado está
muito segmentado, as tiragens somente estão
maiores que as vendas, ambas em níveis medíocres
trabalhando com o mínimo que as gráficas
se dispõem a produzir.
sobre o mercado de quadrinhos não há dúvidas, segundo
GUEDES houve até editoras que fecharam as portas
por não aderirem à modalidade, porém observando
o cenário dos quadrinhos após quatro décadas da
criação do sistema de distribuição o mercado está
muito segmentado, as tiragens somente estão
maiores que as vendas, ambas em níveis medíocres
trabalhando com o mínimo que as gráficas
se dispõem a produzir.
Os preços estão altos para o consumidor, que
assistiu a mudança de edições especiais de luxo
com preço elevado, para todas as publicações
com preços excessivos.
Infelizmente o nível de preço atual e a menor exposição
em pontos mais populares restringem a compra
dos quadrinhos pelo público não colecionador,
onerando cada vez mais as publicações.
com preço elevado, para todas as publicações
com preços excessivos.
Infelizmente o nível de preço atual e a menor exposição
em pontos mais populares restringem a compra
dos quadrinhos pelo público não colecionador,
onerando cada vez mais as publicações.
O Renascimento dos Quadrinhos
Na década de 1980, os quadrinhos novamente
entraram em uma crise comercial, editorial e em
parte criativa. Muitos especialistas afirmavam que a
mídia acabaria, nas grandes editoras havia os fenômenos
de vendas, que apesar de um sucesso comercial
(para a época) e de crítica, não chegavam nem ao
mais baixo nível de tiragens alcançado pelas revistas
em quadrinhos de algumas décadas atrás.
entraram em uma crise comercial, editorial e em
parte criativa. Muitos especialistas afirmavam que a
mídia acabaria, nas grandes editoras havia os fenômenos
de vendas, que apesar de um sucesso comercial
(para a época) e de crítica, não chegavam nem ao
mais baixo nível de tiragens alcançado pelas revistas
em quadrinhos de algumas décadas atrás.
As editoras pequenas e independentes apostaram
em linhas editoriais alternativas, desde reedições de
clássicos, passando pelo underground e arriscando
até o concorrido mercado dos super-heróis.
em linhas editoriais alternativas, desde reedições de
clássicos, passando pelo underground e arriscando
até o concorrido mercado dos super-heróis.
As grandes editoras passaram a criar histórias
interligadas entre seus títulos para forçar a venda de
mais revistas, o resultado é que grandes sagas surgiram
para tentar alavancar as vendas despertando maior
interesse no leitor e forçando-o a acompanhar
um maior número de títulos. Porém os leitores
amadureceram e demandavam um maior primor
gráfico, acabamentos luxuosos e enredos
mais inteligentes.
interligadas entre seus títulos para forçar a venda de
mais revistas, o resultado é que grandes sagas surgiram
para tentar alavancar as vendas despertando maior
interesse no leitor e forçando-o a acompanhar
um maior número de títulos. Porém os leitores
amadureceram e demandavam um maior primor
gráfico, acabamentos luxuosos e enredos
mais inteligentes.
Outra obra contemporânea é Watchmen do escritor
inglês Alan Moore, uma abordagem adulta sobre
como os super-heróis se comportariam na vida real,
sendo eles seres humanos comuns, com necessidades
e preconceitos comuns. Watchmen é considerada
por muitos como a melhor estória de super-heróis
de todos os tempos. O mesmo autor, na série mensal
Swamp Thing (Monstro do Pântano), da DC Comics
deu início a uma narração alternativa que mais tarde
resultaria na linha editorial para quadrinhos adultos
(Vertigo) nesta grande editora.
inglês Alan Moore, uma abordagem adulta sobre
como os super-heróis se comportariam na vida real,
sendo eles seres humanos comuns, com necessidades
e preconceitos comuns. Watchmen é considerada
por muitos como a melhor estória de super-heróis
de todos os tempos. O mesmo autor, na série mensal
Swamp Thing (Monstro do Pântano), da DC Comics
deu início a uma narração alternativa que mais tarde
resultaria na linha editorial para quadrinhos adultos
(Vertigo) nesta grande editora.
As duas obras citadas, foram sucesso de venda e
crítica, ainda forneceram ao mercado a percepção de
que os leitores queriam algo mais sofisticado, houve
aprimoramento das edições que passaram a ser
editadas em formato de livros, com colorização especial,
papel de boa qualidade e enredos ousados.
O uso de aquarela nos quadrinhos também
apareceu neste período. Em suma The Dark
Knight Returns e Watchmen principalmente, definiram
o modo como a indústria dos quadrinhos
trabalharia em diante.
crítica, ainda forneceram ao mercado a percepção de
que os leitores queriam algo mais sofisticado, houve
aprimoramento das edições que passaram a ser
editadas em formato de livros, com colorização especial,
papel de boa qualidade e enredos ousados.
O uso de aquarela nos quadrinhos também
apareceu neste período. Em suma The Dark
Knight Returns e Watchmen principalmente, definiram
o modo como a indústria dos quadrinhos
trabalharia em diante.
Houve uma migração de artistas ingleses para a
América, o que permitiu um aprimoramento literário
maior aos comics. A produção em massa dos quadrinhos
de luxo se intensificou e perdura até os dias de hoje,
porém as estórias, mesmo publicadas nesses
formatos luxuosos, não são consagradas como
as primeiras do período, possivelmente pela
massificação comercial do formato, ao consumidor
ficou o benefício de encontrar maior variedade e
ter o poder de escolher mais material nas lojas.
América, o que permitiu um aprimoramento literário
maior aos comics. A produção em massa dos quadrinhos
de luxo se intensificou e perdura até os dias de hoje,
porém as estórias, mesmo publicadas nesses
formatos luxuosos, não são consagradas como
as primeiras do período, possivelmente pela
massificação comercial do formato, ao consumidor
ficou o benefício de encontrar maior variedade e
ter o poder de escolher mais material nas lojas.
Período de Especulação
A produção de gibis de melhor qualidade gráfica
trouxe aos quadrinhos um público não tão fiel,
porém impressionado com as novas técnicas de
desenhos e colorização. Nem mesmo com os
mais durões personagens surgidos nas tiras de
jornal o chauvinismo gráfico foi tão evidente.
As novas técnicas de desenho e principalmente
colorização por computador revelou um
impressionismo fantástico e desenhistas passaram
a ser idolatrados pelos leitores.
trouxe aos quadrinhos um público não tão fiel,
porém impressionado com as novas técnicas de
desenhos e colorização. Nem mesmo com os
mais durões personagens surgidos nas tiras de
jornal o chauvinismo gráfico foi tão evidente.
As novas técnicas de desenho e principalmente
colorização por computador revelou um
impressionismo fantástico e desenhistas passaram
a ser idolatrados pelos leitores.
No final dos anos 1980 e durante os anos 1990, os
personagens carros-chefe da Marvel, Spiderman
e principalmente os mutantes X-Men, seguiam uma
linha editorial de valorização máxima dos recursos
gráficos nas revistas, os roteiros viriam em segundo
plano, os personagens estavam cada vez mais
detalhados e exagerados nos aspectos anatômicos.
personagens carros-chefe da Marvel, Spiderman
e principalmente os mutantes X-Men, seguiam uma
linha editorial de valorização máxima dos recursos
gráficos nas revistas, os roteiros viriam em segundo
plano, os personagens estavam cada vez mais
detalhados e exagerados nos aspectos anatômicos.
Os quadrinhos desta linha sofreram um salto de
vendas, revistas e estórias interligadas (os “cross-overs”),
novas séries com mesmos personagens (os mais populares)
eram lançadas e estes explorados ao extremo, essa
superexposição causava descaracterizações dos
personagens e exaustão das economias do público
leitor, afinal as edições especiais, a obrigação de
acompanhar um maior número de edições e títulos, e
os formatos luxuosos, que chamavam mais a
atenção do consumidor, naturalmente
custavam mais caro.
vendas, revistas e estórias interligadas (os “cross-overs”),
novas séries com mesmos personagens (os mais populares)
eram lançadas e estes explorados ao extremo, essa
superexposição causava descaracterizações dos
personagens e exaustão das economias do público
leitor, afinal as edições especiais, a obrigação de
acompanhar um maior número de edições e títulos, e
os formatos luxuosos, que chamavam mais a
atenção do consumidor, naturalmente
custavam mais caro.
O mercado de colecionadores estava num patamar
elevado, outras técnicas de vender mais eram utilizadas,
como lançar a mesma revista com capas alternativas
forçando o leitor a comprar a mesma estória com
outra capa, ou lançá-las dentro de embalagens
herméticas que se abertas perderiam o valor
de mercado, reedições de sucessos de vendas com
páginas extras de estória.
A encadernação de estórias continuadas e interligadas
em acabamento diferenciado também foi um
incremento nas vendas.
elevado, outras técnicas de vender mais eram utilizadas,
como lançar a mesma revista com capas alternativas
forçando o leitor a comprar a mesma estória com
outra capa, ou lançá-las dentro de embalagens
herméticas que se abertas perderiam o valor
de mercado, reedições de sucessos de vendas com
páginas extras de estória.
A encadernação de estórias continuadas e interligadas
em acabamento diferenciado também foi um
incremento nas vendas.
Em 1992 houve um êxodo dos principais
desenhistas da Marvel para a formação de uma
nova editora com novos personagens, que em
questão de poucos meses se tornara a terceira maior
editora americana, seus personagens recém-criados
eram muito parecidos com os que trabalhavam na
Marvel, praticamente plágio, os roteiros eram insossos,
mas as vendas eram extraordinárias, a editora
convenientemente foi batizada de Image Comics.
desenhistas da Marvel para a formação de uma
nova editora com novos personagens, que em
questão de poucos meses se tornara a terceira maior
editora americana, seus personagens recém-criados
eram muito parecidos com os que trabalhavam na
Marvel, praticamente plágio, os roteiros eram insossos,
mas as vendas eram extraordinárias, a editora
convenientemente foi batizada de Image Comics.
concorrentes com a linha editorial Vertigo voltada a
leitores maduros, os desenhos desta linha já eram
menos detalhistas e impressionistas, mas tinham
estilo próprio. Outra aposta da editora para alavancar
as vendas de seus personagens foram as já
consagradas sagas interligadas e os eventos de
marketing grandiosos, como a Morte do Superman.
leitores maduros, os desenhos desta linha já eram
menos detalhistas e impressionistas, mas tinham
estilo próprio. Outra aposta da editora para alavancar
as vendas de seus personagens foram as já
consagradas sagas interligadas e os eventos de
marketing grandiosos, como a Morte do Superman.
O sucesso de personagens da Marvel gerava várias
outras séries, mini-séries e edições especiais na
mesma linha editorial, houve o transporte para
outras mídias como a animação, as franquias
estavam se valorizando, as vendas superavam
os milhões de exemplares mensais e reedições,
principalmente das edições comemorativas,
mas decaiam de vendas em pouco tempo, para
patamares de um quarto de milhão.
outras séries, mini-séries e edições especiais na
mesma linha editorial, houve o transporte para
outras mídias como a animação, as franquias
estavam se valorizando, as vendas superavam
os milhões de exemplares mensais e reedições,
principalmente das edições comemorativas,
mas decaiam de vendas em pouco tempo, para
patamares de um quarto de milhão.
Uma pesquisa no início dos anos 1990 revelava que
o maior sucesso de público da época, X-Men,
que vendera em seu primeiro número de uma
nova série seis milhões de cópias, tinham
vendas médias de 250.000 edições e os fãs
se restringiam a um grupo de 100.000 leitores.
Em comparação no Brasil, a tiragem da época de
revistas em quadrinhos da Turma da Mônica
era cativa em 500.000 exemplares,
provavelmente para leitores.
o maior sucesso de público da época, X-Men,
que vendera em seu primeiro número de uma
nova série seis milhões de cópias, tinham
vendas médias de 250.000 edições e os fãs
se restringiam a um grupo de 100.000 leitores.
Em comparação no Brasil, a tiragem da época de
revistas em quadrinhos da Turma da Mônica
era cativa em 500.000 exemplares,
provavelmente para leitores.
Evidentemente havia um movimento especulativo
no mercado de colecionadores de quadrinhos
como nunca visto antes.
Leitores e especuladores de mercado viam nos leilões
de quadrinhos uma grande oportunidade de investimento,
e chegavam a comprar várias cópias da mesma edição,
para revendê-las no curto prazo, o valor
era muito superior ao das reedições.
no mercado de colecionadores de quadrinhos
como nunca visto antes.
Leitores e especuladores de mercado viam nos leilões
de quadrinhos uma grande oportunidade de investimento,
e chegavam a comprar várias cópias da mesma edição,
para revendê-las no curto prazo, o valor
era muito superior ao das reedições.
Mas as edições não eram raras, estavam em lojas
há poucos meses e com preços altos, Stan Lee
em um documentário no History Channel explicou
que a diferença entre o valor de uma edição histórica
com cinquenta anos de idade e o valor especulativo
de edições abundantes recentes era total, e o
valor real estava baseado na raridade das
edições antigas. Historicamente qualquer edição
recém lançada perde seu valor no curto e, na maior
parte dos casos, no médio prazo.
há poucos meses e com preços altos, Stan Lee
em um documentário no History Channel explicou
que a diferença entre o valor de uma edição histórica
com cinquenta anos de idade e o valor especulativo
de edições abundantes recentes era total, e o
valor real estava baseado na raridade das
edições antigas. Historicamente qualquer edição
recém lançada perde seu valor no curto e, na maior
parte dos casos, no médio prazo.
A alta especulação se restringia aos principais
selos editoriais, o assédio excessivo aos
personagens principais canibalizou o mercado
dos personagens de segundo (e até primeiro)
escalão das próprias editoras, isto forçou os editores
de grupo a adotarem as mesmas estratégias
editoriais dos personagens principais ou
reformulação total dos personagens, eventos
como morte de personagens e sua posterior
ressurreição se multiplicaram, sem o mesmo
efeito de outrora. Editoras faliram e muitos
títulos foram cancelados.
selos editoriais, o assédio excessivo aos
personagens principais canibalizou o mercado
dos personagens de segundo (e até primeiro)
escalão das próprias editoras, isto forçou os editores
de grupo a adotarem as mesmas estratégias
editoriais dos personagens principais ou
reformulação total dos personagens, eventos
como morte de personagens e sua posterior
ressurreição se multiplicaram, sem o mesmo
efeito de outrora. Editoras faliram e muitos
títulos foram cancelados.
A Marvel ainda tentou recontratar alguns proprietários
da Image para recuperar alguns importantes
personagens em edições que causaram descrédito
nos leitores, as vendas despencaram e até
mesmo a líder de mercado abriu um processo
de falência, foi salva pelo licenciamento para
outras mídias como jogos, animações e filmes.
A estratégia de licenciamentos não se restringiu
somente às maiores editoras, e constitui atualmente
a maior fonte de receitas para as editoras e criadores.
da Image para recuperar alguns importantes
personagens em edições que causaram descrédito
nos leitores, as vendas despencaram e até
mesmo a líder de mercado abriu um processo
de falência, foi salva pelo licenciamento para
outras mídias como jogos, animações e filmes.
A estratégia de licenciamentos não se restringiu
somente às maiores editoras, e constitui atualmente
a maior fonte de receitas para as editoras e criadores.
O mercado entrou em crise novamente, os efeitos
desta crise foram mais brandos, de forma que
além de recente, o cenário atual não é muito
diferente de antes da crise, mas gradativamente os
quadrinhos perdem público e hoje uma editora
é forçada a se contentar com uma tiragem
de 30.000 exemplares, o preço destas edições
em consequência se eleva devido às baixas tiragens.
desta crise foram mais brandos, de forma que
além de recente, o cenário atual não é muito
diferente de antes da crise, mas gradativamente os
quadrinhos perdem público e hoje uma editora
é forçada a se contentar com uma tiragem
de 30.000 exemplares, o preço destas edições
em consequência se eleva devido às baixas tiragens.
O Mundo passou pelas Crises Mexicana, Russa e
dos Tigres Asiáticos, nada se provou num
cenário de recessão, mais dispensável que revistas
em quadrinhos. Ainda havia novas formas de
concorrência como jogos eletrônicos, quadrinhos
orientais (mais dinâmicos e de rápida leitura), sistema
de televisão por assinatura e o aparecimento da
Internet, que somados à falta de investimento em
linhas editoriais infantis para a formação de novos
leitores afastaram muitos leitores do hábito
de leitura dos quadrinhos.
dos Tigres Asiáticos, nada se provou num
cenário de recessão, mais dispensável que revistas
em quadrinhos. Ainda havia novas formas de
concorrência como jogos eletrônicos, quadrinhos
orientais (mais dinâmicos e de rápida leitura), sistema
de televisão por assinatura e o aparecimento da
Internet, que somados à falta de investimento em
linhas editoriais infantis para a formação de novos
leitores afastaram muitos leitores do hábito
de leitura dos quadrinhos.
Os quadrinhos realmente foram influenciados,
seja nos argumentos e caracterização dos
personagens, seja no volume de vendas, pela economia
mundial. O centro financeiro mundial, os EUA, também
se constituía no principal mercado de quadrinhos.
Foi observado que as crises anteriores do século XX
contribuíram muito para o desenvolvimento da arte,
o que não ocorreu no final do século.
Tal diferença se dá pelos seguintes motivos:
seja nos argumentos e caracterização dos
personagens, seja no volume de vendas, pela economia
mundial. O centro financeiro mundial, os EUA, também
se constituía no principal mercado de quadrinhos.
Foi observado que as crises anteriores do século XX
contribuíram muito para o desenvolvimento da arte,
o que não ocorreu no final do século.
Tal diferença se dá pelos seguintes motivos:
- Concorrência, os meios de comunicação se
- sofisticaram, assim como os quadrinhos, porém
- o apelo comercial, praticidade e a tecnologia das
- novas formas de entretenimento e diversão foram
- mais atrativas e atingiu uma nova geração que
- não teve um contato promissor com os quadrinhos;
- Preço, os quadrinhos do começo do século
- constituíam-se em uma forma de entretenimento
- de baixo custo, mais recentemente os custos variáveis
- de papel, impressão, acabamento, e os custos
- fixos de mão-de-obra e marketing tiveram que ser
- repassados para o cada vez menor público
- consumidor, em algum momento o mercado
- ignorou o potencial de consumo, atual e futuro,
- da formação de um público leitor, observaram
- apenas a reciclagem de leitores que amadureceram;
Alvo, o mercado se concentrou basicamente nos
colecionadores que fica restrito a consumidores
de bom poder aquisitivo para comprar muitas
revistas, também ficou difícil ao leitor novo iniciar e
acompanhar uma série, pois a compreensão das
estórias dependia do conhecimento prévio e interligado
da cronologia das séries;
colecionadores que fica restrito a consumidores
de bom poder aquisitivo para comprar muitas
revistas, também ficou difícil ao leitor novo iniciar e
acompanhar uma série, pois a compreensão das
estórias dependia do conhecimento prévio e interligado
da cronologia das séries;
- Continuidade, unindo os itens anteriores desagrada
- ao próprio colecionador ser impedido de manter a
- coleção completa. Sendo forçado a comprar um
- grande número de edições a preços elevados,
- o colecionador fatalmente se defrontará com a
- impossibilidade de comprar todas as edições;
- Licenciamentos, as maiores receitas das franquias
- vinham de formas mais abrangentes de exposição,
- como os jogos eletrônicos, brinquedos, cinema e a
- animação, mas o retorno que essas novas mídias
- traziam aos quadrinhos era na maior parte
- das vezes descartável, principalmente pelos motivos
- destacados nos itens anteriores.
O mecanismo de crise e prosperidade das
Histórias em Quadrinhos é cíclico, este mercado é
uma atividade que ideologicamente não necessita
ser competitivo internamente, sendo que a cada
editora só é permitido a publicação de personagens,
títulos e enredos a ela licenciados, a
Concorrência Monopolística, característica
do mercado editorial.
Histórias em Quadrinhos é cíclico, este mercado é
uma atividade que ideologicamente não necessita
ser competitivo internamente, sendo que a cada
editora só é permitido a publicação de personagens,
títulos e enredos a ela licenciados, a
Concorrência Monopolística, característica
do mercado editorial.
O grande desafio dos quadrinhos atualmente,
para continuidade como mídia, seja em termos
criativos, técnicos, e comerciais, está na formação
e expansão de um público leitor (e colecionador)
que não seja facilmente perdido para outras
mídias como é observado frequentemente.
para continuidade como mídia, seja em termos
criativos, técnicos, e comerciais, está na formação
e expansão de um público leitor (e colecionador)
que não seja facilmente perdido para outras
mídias como é observado frequentemente.
Referências
CHRISTENSEN, W., SEIFERT, M. (1997) Anos Terríveis.
Revista Wizard #7 pg. 38, São Paulo, Editora Globo.
Revista Wizard #7 pg. 38, São Paulo, Editora Globo.
CIRNE, M. (2000) Quadrinhos, Sedução e Paixão.
Petrópolis, Editora Vozes.
Petrópolis, Editora Vozes.
CLARK, A., CLARK, L. (1991) Comics Uma História Ilustrada
da B. D. Portugal, Distri Cultural.
da B. D. Portugal, Distri Cultural.
GUEDES, R. (2008) A Era de Bronze dos Super-Heróis.
São Paulo, HQM Editora.
São Paulo, HQM Editora.
LUYTEN, S. M. B. O Que É História em Quadrinhos.
São Paulo, Editora Brasiliense, Coleção Primeiros Passos.
São Paulo, Editora Brasiliense, Coleção Primeiros Passos.
MOYA, A. (1986) História da História em Quadrinhos.
São Paulo, LPM Editores S/A.
São Paulo, LPM Editores S/A.
MOYA, A. (1978) Shazam! São Paulo, Editora Perspectiva,
3ªed. Coleção Debates.
3ªed. Coleção Debates.
PHEGLEY, K. (2007) Ascensão e Queda da EC Comics,
Revista Wizmania #44, São Paulo, Panini Comics.
Revista Wizmania #44, São Paulo, Panini Comics.
SHUTT, C. (1997) Código de Guerra, Revista Wizard #8 pg. 48,
São Paulo, Editora Globo, 1997.
São Paulo, Editora Globo, 1997.
Daniel Saks - Paulistano, 36 anos(21/05/1975). Engenheiro
Químico e Mestre em Tecnologia da Madeira pela Universidade
Federal do Paraná.
Químico e Mestre em Tecnologia da Madeira pela Universidade
Federal do Paraná.
Ora seguindo a família, e depois de uma idade seguindo
os próprios passos morou em sete cidades (desde que
tivessem uma banquinha de gibis), atualmente mora
em Curitiba. Colecionador de quadrinhos desde 1985,
dedica-se à coleção, aos livros
os próprios passos morou em sete cidades (desde que
tivessem uma banquinha de gibis), atualmente mora
em Curitiba. Colecionador de quadrinhos desde 1985,
dedica-se à coleção, aos livros
de História, ao Operário Ferroviário, à esposa Ana Paula e
aos três filhos Gabriela (9), Carolina (6) e Samuel (1/2).
Começou a colecionar gibis por indicação de amigos e
viciou outros ao longo do tempo, hoje se ressente da
distorção de mercado que levou autores nacionais a
venderem quase exclusivamente
fora das bancas de jornal.
fora das bancas de jornal.
Copyright 2011\Daniel Sacks\Estúdios Pégasus -
Uma Divisão da Pégasus Publicações Ltda
Colaboração: Daniel Sacks
Todos os Direitos Resevados
Estudios Pégasus\Divulgação
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