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Um sensacional projeto Ink Blood Comics para os Estados Unidos |
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Uma nova série muito bem elaborada |
O entrevistado de hoje é, aparentemente,
mais um jovem empreendedor... e devo confessar
que admiro gente como ele, que tem essa garra,
espírito de luta e de aventura. Afinal, para ser
editor nesse país, nesse mercado tempestuoso,
é preciso, antes de tudo, muito dinheiro e
uma dose cavalar de coragem. E coragem é o
que não falta pra esse cidadão, que tem um
estúdio, que virou também editora, e
que corajosamente se aventurou a lançar
um produto próprio no oscilante mercado
nacional. No mercado americano, ele
também está por lá já há algum tempo.
Seu estúdio fica no Sul do país e está
trabalhando a todo o vapor.
O nome da fera ,de hoje, é...
Fabio Chibilski, o dono do Ink Blood
Studio e Editora!
Ele é o responsável pelo
renascimento de... CHET, um clássico
de western produzido no Brasil!
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Chilbiski, como todo bom guerreiro, em posição de combate |
Tony 1 – Grande Fábio, sou seu fã... é um
grande prazer poder entrevistar alguém tão
dinâmico e criativo como você.
Podemos começar? Lá vem fumo... (Rsss...).
Vai dar para encarar?
Todos querem saber a verdade, OK?
Fabio – A verdade esta lá fora...
Tony 2 – Já ouvi ou li isto em algum lugar,
antes... Arquivo X? (Rsss...). Esta foi boa...
começamos bem... pra saber de você vou ter
que entrevistar os etês? Então, vamos lá...
Fábio Chilbiski, este é o seu nome verdadeiro,
ou é apenas um “nome de guerra”, que
você usa para assinar seus trabalhos?
Fabio – Fábio Henrique Chibilski, O POLACO PRETO.
Sim, este é o meu nome.
Tony 3 – “Polaco preto?”... esta também
foi ótima... (Rsss...). Em que dia, mês, ano
e em que estado você nasceu?
Fabio – Dia 29 de novembro de 1975, no Paraná.
Tony 4 - É um jovem mancebo, ou melhor,
um bengala young... (rsss...). Como e quando
surgiu a ideia de abrir o estúdio Ink Blood?
Fabio – Caro bengala boy... isso faz muito
tempo... montei o primeiro estúdio em 1993,
na minha casa, num pequeno espaço.
Ali eu me reunia com os amigos cheios
de utopia, fazíamos fanzines de terror e ficção.
Tudo na base do xerox por pura paixão.
Montei um fanzine com o nome de Cult comics,
que acabou dando o nome ao estúdio, e
que muitos anos depois foi mudado
para Ink Blood Comics.
Tony 5 – Mais um fanzineiro que virou profissional,
bacana... Roy Thomas - Marvel-, Roberto Guedes –
Meteoro -, e muita gente boa por aí, também
começou assim como você... Quais foram
os gibis que você lia quando era pequeno?
Fabio – Eu comecei muito cedo. Meu avô me,
dava muitos gibis quando eu era criança.
Comecei com Mauricio de Sousa e Disney.
Muito tempo depois conheci Marvel.
Principalmente Conan
que me fez a cabeça.
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Conan, arte do Frazetta, foi vendida por 1 milhão de dólares |
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Personagens do Mauricio fazem sucesso em muitos países |
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Disney - sucesso mundial |
Tony 6 – Todo mundo adorava Conan,
que desenhos, que belas artes finais e
que grandes histórias. Este
]gibi era fascinante. Sabia que quem ]
lançou Conan no Brasil, primeiro,
foi a M&C editora, na década de 70,
e não emplacou em formatinho?
Anos depois a Abril pegou e faturou
alto durante uns 10 anos. É incrível, né?
Ainda tenho a coleção, da Abril...
mas estas últimas edições andam cada
vez pior.Vamos em frente...
Esta sua vontade de desenhar, obviamente,
surgiu na infância ou adolescência, OK?
Algum desenhista específico o influênciou?
De quem você era fã?
Fabio – Quando criança, do Mauricio.
Depois que conheci o Conan do King
John Buscema, a coisa mudou .
Eu tinha 10 anos quando fui comprar
minha primeira bico de pena e naquim
pra fazer riscos no estilo Buscema.
Os caras que me fizeram a cabeça foram:
John Buscema, Frank Frazetta, Bernie
Wrightson, Alex Raymond e dois
fantásticos brasileiros, Mozart
Couto e Watson Portela.
Tony 7 - Só feras... parabéns, pelo bom gosto...
Por que, de repente, você decidiu se tornar
um editor independente?
Fabio – R: Eu sempre fiz fanzines. Tenho uma
escola de desenho há muitos anos e sempre
fizemos fanzines com os alunos, pra
desenvolver a narrativa e também divulgar
nossos trabalhos na região. Chegamos
a imprimir gibis em serigrafia , no braço.
Capa colorida, imprimindo cor a cor...kkkk...
madrugadas inteiras puxando rodo de tinta
em tela. A idéia de ter uma editora e
publicar revistas eu tinha desde criança,
mas só agora estou conseguindo dar
inicio a esse velho sonho.
Tony 8 – Legal, Fabio... pelo visto a coisa
tava no sangue, escrita no seu DNA...
Em primeiro lugar, parabéns por ter tido
a coragem de ressuscitar o Chet, dos irmãos
Portellas, um grande personagem, que até
cheguei a colecionar no passado. Chet,
pra mim, é um clássico das HQs nacionais.
O Brasil precisa de mais gente como você,
empreendedor, bengala young. Vamos nessa...
Por que você decidiu lançar Chet?
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Edição comemorativa da Ink Blood Comics
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Fabio - O Chet veio por acaso. Depois de
cruzar uma conversa com o Wilde Portella.
Minha ideia era lançar revistas de terror.
Mas como surgiu o Chet no caminho
decidi editá-lo por já ser conhecido e ter
um certo número de fãs, pra mim era mais
chão do que uma revista desconhecida do público.
Também tinha o fator de eu ser fã do Wilde
e do Watson, então publicar o personagem
de dois cabras que eu admirava quando
ainda era criança pesou para a escolha.
Tony 9 – Esses dois manos valem ouro.
Em qualquer país de primeiro mundo
estariam ricos, com este personagem.
Mas, como isto aqui é Brasil, a coisa
é complicada, você sabe... Sempre os
admirei também. Pena que Watson
não quer saber mais de desenhar, segundo
o bengala friend Wilde... o homem
era um bicho, nas artes seqüenciais.
Paralelas, pra mim, é um clássico. Seguindo...
Como foi que
você conheceu o bengala brother e grande
escriba Wilde Portella?
Cabra arretado e criativo... (Rsss...).
Fabio - A primeira vez que vi o trabalho
desse cabra foi na revista Spektro e esta
também foi a primeira vez que vi o traço
do Watson. Aquilo era fantástico.
Mas tive contato só no ano passado com
o Wilde e por acaso. Eu estava online no
Orkut quando ele veio me perguntar se
eu era de uma rádio online sobre
quadrinhos... kkkkk , eu fiquei boiando...
falei que ele estava enganado e
que eu tinha um estúdio de quadrinhos.
Nesse momento me caiu a ficha que
estava conversando com um dos Portellas,
perguntei à ele “Você é irmão do Watson?” ,
a partir daí a conversa foi longa.
Até chegarmos no Chet.
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Exibindo o primeiro lançamento da Ink Blood Comics: Chet |
Tony 10 – Que coincidência incrível... você
” trombou” com um cara que admira,
acidentalmente... é, como digo, o
destino traça caminhos inesperados.
Bacana... Qual foi a tiragem real de Chet
e como foram as vendas dessa edição
comemorativa dos 30 anos? Deu pra
ganhar dinheiro? O produto,
ao menos, se pagou?
Fabio – Isso é segredo de estado. Ainda
estamos vendendo o Chet. E parece que
o povo se animou agora. Esta semana
voltamos a vendê-lo. O pessoal ainda
está descobrindo a revista, embora esteja
pra vender em vários comics shops do país.
A revista ainda está no começo, então
teremos que trabalhar mais, pra gerar
lucros significativos no futuro.
Quadrinhos no Brasil ainda é uma
grande aventura para qualquer editor.
Tony 11 – Bota aventura nisto, bengala friend...
eu que o diga... (Rsss...). Tive três editoras,
é mole? E todas foram "pro saco", quebraram...
já posso entrar para o Guiness Book...
(Rsss...). Bem, pelo menos ganhei
know-how... (Rsss...). Quanto a
você enrustir a tiragem... tá querendo me
enrolar, né? Tudo bem... Acho que
captei vossos “sinais de fumaça”. Ou seja,
a tiragem deve ter sido pequena...
abaixo de 3 mil, na certa. E se você ainda
tem para vender é sinal de que não vendeu
quase nada... assim, fica fácil concluir que
o produto não se pagou .Enfim, você
teve que bancar... levou prejú... e olha
que eu não tenho bolas de cristal... (Rsss...).
Li, isto tudo, nas “entrelinhas” do seu
“embromation”... (Rsss...). Sobre a
gradativa descoberta, que você apontou,
não podia ser diferente, faltou mídia,
divulgação. Estamos editando Apache
nas bancas há meses, pela editora
As Américas e mesmo assim muita gente
também está descobrindo o gibi agora.
Sem grana e sem mídia eletrônica a coisa
é demorada mesmo. Há títulos de mais
nas bancas atualmente. Parece que todo
mundo decidiu ser editor. Fora a
WEB, há games, telefones celulares,
RPGs, etc, para brigar com as HQs.
Esses são os motivos pelo qual as vendas
despencaram, no geral, em todo o planeta.
O “bolo” foi dividido numa centena
de fatias e cada um tá comendo um pedacinho.
Mas, se Chet voltou a vender isto é bom
sinal. Há muitos fãs de Chet no Brasil -
inclusive, eu -, e em Portugal.
A saudosa editora Vecchi
mandava Tex para Portugal.
Foi assim que nosso bengala friend
de além-mar, Zeca Willer, conheceu
o gibi e tornou-se um dos maiores
divulgadores de Tex e colecionador
ferrenho. Um autêntico texmaníaco...
(Rsss...). De volta as perguntas...
Você ainda pretende lançar outros títulos,
no Brasil? Continuar na carreira de editor?
Espero que você não desista... (Rsss...).
Fabio – Minha maior utopia e ser tão grande
quanto a Ebal foi no seu tempo áureo.
Além do mais eu sou uma mula de teimoso.
Tony 12 – “Mula, de teimoso?” (Rssss...).
Você quis dizer, persistente? Mas, isto
é bom. É uma grande virtude. Tem nego
que toma uma porrada e já quer descer
do rinque. “É de batalhas que se vive a vida”,
diz a letra de uma sábia canção. Também
sempre fui assim. Errava, levantava a cabeça,
respirava fundo e voltava pro pau.
É errando que se aprende, digo sempre
isto. Ink Blood Studio, vamos falar dele...
Fabio, quantas pessoas fazem
parte da sua equipe, hoje?
Fabio – Oito pessoas aqui, mas tenho
colaboradores de outros estados do Brasil.
No total são 15 pessoas, entre desenhistas,
coloristas, finalistas, escribas, tradutores e agentes.
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A equipe Ink and Blood em ação |
Tony 13 – Isto é muito bom, tá gerando emprego,
aquecendo o mercado interno, parabéns!
O que vocês produzem atualmente no
Ink Blood Studio e pra quem?
Fabio – O Ink Blood vive basicamente
do mercado americano. Produzimos comics
de heróis entre outros para editoras pequenas
e médias americanas. Temos uma
lista boa de clientes, desde autores
independentes como editoras maiores como
Zenoscop e Arcana comics.
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Eles levam o trabalho a sério |
Tony 14 – Zenoscop, não conheço. Mas, Arcana
eu conheço... Quando abri minha primeira
editora acho que eu tinha uns 20 ou 22 anos
(ETF – Comunicação Comercial Ltda).
Não entendia patavinas de administração
de empresas e muito menos como funcionava
a parte comercial de uma editora.
Não sabia a diferença de uma fatura e uma
duplicata, é mole? E era metido a empresário
de comunicação... Mesmo assim,
decidi meter as caras, pois sempre
acreditei que é errando que se aprende.
Mandei rodar 30 mil de cada no Jornal do
Brasil, no Rio, e depois não sabia como
distribuir aquela meleca toda... foi um
desespero. Então, fui orientado a procurar
a DINAP (Distribuidora Nacional de
Publicações, que pertence ao grupo Abril).
Criei coragem e fui lá sentar com os
caras engravatados, que só falava em
marketing e em vendas. Daí caiu a fixa
de que eu não sabia era de porra nenhuma,
de nada. Só via a coisa pelo lado artístico.
Um grande erro. Mesmo assim, não
foi fácil convencê-los a lançar Fantasticman,
Fantasma Negro e outros títulos.
Você, antes de lançar Chet, também
tinha intenção de lançar o produto nas
bancas, em todo o país? Foi procurar
um grande distribuidor?
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Usar os recursos da tecnologia é fundamental
para quem faz arte atualmente |
Fabio – kkkkkkk... Essa questão é delicada,
mas sou conhecido na minha cidade por
afrontar e resolver as coisas no peito, por
isso tenho uma legião de desafetos.
E com a resposta que vou te dar
espero fazer mais alguns.
Tony 15 - Então, vamos nessa... afinal, pra alguém que,
como você, diz ter um zilhão de desafetos,
ter mais uns 50 não vai fazer diferença,
correto? (Rssss...). Brincadeira...
Fabio - Quando veio a oportunidade de
lançar o Chet eu cogitei a distribuição nacional.
Iria imprimir em São Paulo e não no Paraná,
como fiz . Eu já sabia os procedimentos
de distribuição, pois trabalho com isso
nos E.U.A já há tempos... mas o que
eu não sabia era das maracutaias que
estavam acontecendo aqui no Brasil...
duas distribuidoras e ainda se unem
em uma única empresa pra foder
todos os editores médios e pequenos. kkkk...
isso só acontece no Brasil mesmo...
A distribuição já é uma merda... e agora, isso?
Sabia que nada chega no interior através
desta pseuda-distribuição nacional?
Aqui na minha cidade, por exemplo,
que é o maior tronco ferroviário do Paraná
não chega nada. Fica tudo em Curitiba e
depois vira encalhe. Iniciei negociação
para distribuir com a Fernando Chinaglia,
porém o contrato era para várias edições
e eu só iria lançar o Chet especial, não
tinha a ideia de continuar.
A porcentagem da distribuição era irreal:
50% do preço de capa, putz... isso é piada.
Então resolvi imprimir menos e distribuir
só em comics shops. Pra vocês terem ideia,
eu pago 10% sobre o preço de capa do
que for vendido pra distribuidora
americana Diamond, para distribuição
em todo o E.U.A e Canadá. Temos
inúmeras convenções de comics para
divulgar as edições lá fora
e isto me ajuda muito .
Tony 16 - Continue...
Fabio - O brasileiro é foda, prestigia o que
vem de fora e esquece o que é produzido aqui.
Eu pretendo invadir o mercado americano
assim como eles fizeram com o nosso.
Tony 17 – Entendi... war is war... right?
Você está ciente sobre o monopólio,
da distribuição. Dizem que
o tal de monopólio é proibido no Brasil,
segundo a constituição,
mas ele sempre acaba rolando quando
se tem muita grana...
hoje só temos, na verdade, uma distribuidora
num país que já teve
várias, no passado... - apesar que tá correndo
um boato que já
compraram a parte Rio\São Paulo...
pelo Angelo Rossi Filho
(ex-editora Peixes).
Vou precisar checar isto direito...
Por falar em monopólio, lá nos States,
distribuidora grande, só existe a
Diamond Comics, que eu
saiba. Parece que o monopólio
também como solto por aquelas bandas.
Você disse, que a porcentagem que paga
a eles (Diamond) é bem menor:
10%. De fato, 50% do preço
de capa é um absurdo.
O editor brasileiro rala, se endivida,
banca tudo, e depois divide a grana com
a "diretoria".
Também nunca achei legal isso... é
sacanagem, de fato. Você sentiu o
velho drama dos editores tupiniquins: má distribuição e
porcentagem do preço de capa paga pra eles muito alta. Explicando melhor, aos leigos: no país os editores
pagam 50% do preço de
capa para a distribuidora, que paga 30%
do preço de capa para
os jornaleiros de SP\Rio e 15% para
os jornaleiros do chamado
“interior”, o restante do país.
O que resta dos tais 50% é deles. E tem mais uma...
atualmente, se o seu produto não
atingir uma meta “X” você
tem que pagar as despesas, custos
operacionais de distribuição,
do seu bolso. A coisa ficou feia.
Antigamente não era assim.
Voltando ao bate papo... Então, foi isto,
bengala young... Você sentiu o drama nosso
e daí resolveu fazer a coisa do seu jeito...
legal. Toda tentativa é válida... De qualquer
forma, mais uma vez, parabéns pela coragem
e ousadia. Fazer o que você fez não é fácil.
Como disse antes, é errando que se
aprende. Quem erra cedo, aprende
mais rápido e tem tempo pra corrigir
a cagada... (Rsss...).
Eu que eu o diga... Hoje, você que já teve
experiência como editor, acredita que
existe ainda futuro nas bancas? Você sabe,
as vendas andam baixas em geral, por todo o mundo...
Fabio – Infelizmente isso é verdade. Isso acontece
principalmente por causa dos autores e
suas fórmulas já cansadas. O quadrinho
é uma coisa mágica, incansável. O que cansa
são as mesmas coisas de sempre. O personagem
morre e volta, uma hora é clone outra hora
não é mais. Pô... eu sou algum idiota ???
É sempre a mesma merda ... sempre
equipes de heróis, o cara é mutante ou
tomou banho de radiação, e por aí vai.
O mercado tá cansado, precisa de coisas
novas. Isso não acontece só no comics,
mas também no mangá, pelo menos,
no comercial.
Hoje não temos uma linha adulta em banca,
só restou o Tex, Zagor e de vez em
quando algum outro titulo Bonelli.
É claro que se tem edições de luxo
para livrarias a preço de ouro pra
um gibi que as vezes custa centavos
pra imprimir. Mas isso é outra historia.
Tony 18 – Gostei da sua consciência de mercado...
também acho que esses velhos heróis e
fórmulas criadas na década de 30, já era.
As vendas comprovam isto. Elas decrescem
a cada dia. Os leitores do passado não
conseguem mais entender as histórias –
mudaram tudo -, e os novos estão de
saco cheio da velha história. Talvez,
por isso, o público do mangá cresceu,
nas últimas décadas. Mangás eram
novidades. Grande bengala young,
vulgo polaco negro - gostei disso -...
Webcomics... vamos falar disso...
Você acha que esta é a saída?
Acredita que os gibis tradicionais tendem a
desaparecer, com o tempo? Tem gente que
afirma que sim, eu acho que não...
Fabio – Acredito que cada gênero terá seu
público seletivo e com baixa tiragem, uma
venda mais direcionada. Mas não acabará.
A web não tem como substituir o papel
na mão e o cheiro de naftalina pra
proteger o gibi. Acredito que a web está
sendo uma ferramenta ótima para
divulgação e prévias, mas não como
substituta do impresso.
Tony 19 - Naftalina, para proteger o gibi?
Tem certeza disso? Nunca ouvi falar,
pra mim é novidade... (rsss...). Vivendo
e aprendendo...
mas acho que há algo errado... eu vivia
dentro de gráficas e nunca soube
dessa tal naftalina... (rsss...).
Deixa pra lá. Simbora!
Prossiga... perdão...
Fabio - A editora Abril fez um grande
estrago quando começou a elitizar os
quadrinhos com a série Premium da
Marvel ,com o fim do formatinho e
o formato americano de luxo imposto!
Os preços foram parar na China.
Tony 20 - É... mas acabaram ganhando
um "Premium" chamado
"A Anta de Ouro"! Aquilo foi uma
tremenda burrice.
Só queria saber o nome do "gênio"
que teve esta ideia absurda...
"brilhante". Ainda vou descobrir
quem foi o doido...
Fabio - Hoje o menino que engraxa
sapatos na esquina já não pode ir com
moedinhas na banca comprar um gibi.
Acho que revistas em quadrinhos
deveria ser para o povo, uma
mídia barata e boa, que deveria chegar
a todos. Seria bacana se também
o menino da favela tivesse
condições de comprar. Hoje, pagar
R$ 15,00 conto num gibi é uma
afronta pra um país com renda
per capita tão baixa.
Tony 21 – Você tá coberto de razão, grande Fábio.
Falou e disse tudo. Também defendo a tese
de que história em quadrinhos sempre foram
um grande veículo comunicação de massa,
porém nas últimas décadas deixou de cumprir
seu papel social. Supostamente, só quem
tem dinheiro pode comprá-las e o pior, nem,
esses “ricos” estão comprando mais as
melecas... esses "gênios" editoriais que inventam
moda deram um “tiro no próprio pé”.
Quando a Abril elitizou as HQs (década de 90),
pensei: “Cacete, vai acontecer outra vez.
As HQs vão pro saco...”. Não deu outra.
Eu tinha visto isto acontecer no passado com
a EBAl. Os gibis dela vendiam bem
(p&b, a preço popular), daí um “gênio”
decidiu elitizar: capa dura, plastificada,
papel grosso de miolo, em cores, uma beleza...
e o preço lá em cima. Foi assim que a EBAL,
que lançava todos esses heróis famosos
acabou parando de lançar gibis, para sempre.
Anos depois, um outro “gênio” fez a
mesma merda acontecer na Abril.
A coisa parece que é cíclica... esse “Eisnteins”
aparecem a cada 20 ou 30 anos (Rsss...).
Deveriam ser” afogados no tanque”,
quando eram pequenos... (Rsss...).
Assim evitaríamos essas tragédias editoriais...
mas, vamos falar de coisas boas...
Quando você me enviou os arquivos com
as artes da série Anúbis fiquei impressionado.
Que belas artes, cores fantásticas,
material impressionante. Você me disse
que estava negociando com uma editora
americana. Fechou o negócio?
A revista já saiu? Tô torcendo por
este projeto. Acredito nele. É algo diferente.
Fabio - Anubis Warrior foi iniciado em 2009, mas é um personagem antigo nosso, criado em 1998. Só agora vai sair e infelizmente fora do Brasil. Tenho contrato com a Arcana Comics para uma Graphic Novel do Anúbis e mais algumas séries. Agora começaremos a fazer de divulgação nos Estados Unidos nas convenções de comics.
Tony 22 – Maravilha, poucos brasileiros conseguem
vender para os editores americanos projetos
autorais, ou seja, com os seus próprios
personagens. Isto é uma grande vitória, guerreiro.
Parabéns! Vamos falar sobre Arcana Comics e
Sean O’Reilly, o fundador dessa editora
independente de sucesso americana... como
contatou com ele? Como a coisa aconteceu
e como surgiu a proposta?
Fabio – Bom, primeiro fizemos free lancers
pra Arcana. Entramos em contato com a área
de submissão da editora e ela nos encomendou
cenários de games. Fizemos o trabalho levamos
alguns xingos do Sean, que é um cabra
nervoso, ainda não manjávamos muito de
inglês e acabamos atrasando uma coisa ou
outra kkkkkk... Depois foram feitos
outros trabalhos pra Arcana. Então eu resolvi
mostrar o meu roteiro para o Sean.
Ele gostou da ideia e teve o
lampejo de montar o projeto. Assinei contrato
com ele e começamos a revista.
Levou quase dois anos pra ser feita.
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Sean O'Reilly |
Tony 23 - “... Levamos alguns Xingos
do Sean...” (Rsss...). Genial... “cabra nervoso”,
muito bom... (Rsss...). “Não manjávamos
muito de inglês e acabamos atrasando
uma coisa ou outra”... cara, você me
fez se esborrachar de tanto rir... (Rsss...).
Quer dizer que a coisa foi feita na base
da aventura, mesmo? Nem inglês, vocês
sabiam direito? Caceta... essa
foi de mais... (Rsss...). Depois dessas,
só me recuperando... putz... vamos
tentar prosseguir... essas entrevistas
me divertem... Pelo que sei, a Arcana
Comics era um estúdio que
atendia: Disney, NBC, Sony Animation,
HBO, Warner, etc, e que acabou
virando um editor Indie
(independente, como se diz nos States),
confere?
Fabio – Sim, é isso mesmo.
Tony 24 - Tá vendo só? O tiozinho aqui
está ligadão nos fatos... ainda... (Rsss...).
Tô quase batendo pinos, meu HD anda lotando
e não dá pra fazer update... (Rsss...).
Voltando a falar sobre a Ink e sobre
a Arcana... Você, como proprietário da
Ink Blood Comics, pretende seguir
a mesma trilha do Sean? Ou seja, virar
definitivamente um editor independente,
ou um editor profissional”... quero dizer,
que lança seus produtos em bancas,
via uma grande distribuidora?
Fabio – Minha ideia principal é distribuir
nos E.U.A e depois retornar com as
edições para o Brasil. Se tornar profissional
será uma questão de tempo.
Tony 25 – Vai fundo, bengala Júnior... opa!
JR, é o Lex, nosso mascote oficial... você
é o bengala young... (Rsss...). Go ahead!
É batalhando que se chega lá. Vou estar
torcendo por você, pode acreditar. Afinal,
sempre acreditei que o mundo é dos loucos...
digo “loucos”, no bom sentido. Gente corajosa,
empreendedora. A América se fez graças a
esse tipo de gente, que se arrisca, abre e
fecha negócios e continua tentando, não
desiste nunca, atá morrer. Falta espírito
empreendedor pros artistas brasileiros.
A maioria dos caras querem trabalhar em
casa, no fundo do quintal ou então virar
empregado. Já disse, tem que ir pras
cabeças, abrir firma, se organizar, etc.
Na maioria das grandes editoras você
não recebe sem nota fiscal, sem conta
bancária da firma, etc. Quem quer
crescer tem que investir, trabalhar
de forma profissional. Os gringos, lá fora,
são grandes corporações organizadas,
cheias da grana, que fizeram dos comics
uma verdadeira indústria. Por isso
trabalham em equipe. Aqui, neguinho quer
fazer tudo sozinho e não faz porra nenhuma...
é lamentável (Rsss...). Com eu dizia...
o mundo é dos loucos, se não fosse eles
ainda estaríamos morando em cavernas,
nunca teríamos chegado à Lua, etc.
Acho que você, por falta de experiência,
não planejou direito o lançamento
do Chet, concorda? Não deveriam, antes
de lançar o produto, ter, ao menos, 3
edições prontas, para garantir a
continuidade? Ou a coisa foi
experimental, mesmo?
Fabio - Isso, em parte. Eu não tinha a
intenção de lançar outras edições do Chet.
Pra mim seria só a especial. O Anubis, por
exemplo, eu produzi todo o material com
muita antecedência, por que tenho em
mente várias edições e especiais, mas não
tinha essa expectativa aqui. É claro que é
preciso pelo menos 6 edições de folga antes
de lançar a primeira. Eu estou trabalhando
há 3 anos em uma mini serie chamada SPI
para uma editora dos E.U.A. Estou terminando
a quarta edição e a primeira ainda não
saiu lá. Primeiro será feito toda uma
divulgação nos meios existentes.
O que é diferente aqui. Não temos
grandes convenções mensalmente, só
a Rio Comics e outras menores.
Tony 26 – Você está enganado. Esqueceu
a FestComix, de São Paulo, bengala young?
O ano passado tivemos eventos desse
tipo em diversas partes do país. Aos poucos,
parece que a coisa está melhorando, no que
se refere a eventos, é óbvio. O resto anda
degringolando. Poucos editores têm
coragem de investir em quadrinhos nacionais.
Demos sorte em encontrar a editora As Américas.
Meu editor, o Marco Antonio Faceto é um
cara corajoso, de garra, que está fazendo
história, com certeza, lançando Apache,
um quadrinho nacional. O Fabiano também
é um grande bengala brother.
Esses dois caras, da ed. As Américas
são de mais.
Raramente se vê produto brasileiro nas
bancas. Um absurdo. Quanto ao planejamento
e profissionalismo dos gringos, preparando
o mercado para receber o produto, isto
também se deve ao fator: ter dinheiro.
Eles fazem as coisas planejadas, com
antecedência, com uma grande
infraestrutura de marketing, planejamento de mídia e até merschandising, etc. No Brasil, onde os editores e desenhistas que se aventuram em fazer e lançar suas HQs, em geral, não têm grana, a coisa acaba saindo nas coxas, sem planejamento. Acredito que é por isto que muita coisa morre logo nas primeiras edições.
A maioria dos editores querem lançar as edições 1, 2 e 3 e ir pras cabeças. Se não venderem bem, param. Assim, nada vai pra frente. É preciso insistir até o leitor descobrir que o produto existe – já que não há grana para investir em rádio e TV e a divulgação via WEB ainda não é tão significativa, no país. É preciso investir, insistir por várias edições para encontrar o seu nicho - seu público-alvo. Há editores que param na primeira, é incrível. Voltando a falar da Arcana Comics... hoje eles têm cerca de 150 títulos e em 4 anos já venderam cerca de um milhão de exemplares em todo o mundo, via WEB, é isto mesmo?
Fabio – Sim a Arcana deu muito certo graças
a presença deles de forma forte nos eventos
de comics e pela forma que eles têm de divulgar.
As animações feitas para divulgar as
revistas são obras fantásticas.
Tony 27 - Já vi algumas dessas animações!
São show de bola. Kade, o herói gótico, foi
o primeiro gibi de sucesso da Arcana.
Wizard’s Secret Satsh e 100 Girls,
também da Arcana, foram campeões de
venda, pelo que sei, e até receberam o troféu
Winning The Shuster Awards for Top Publisher...
sabe me dizer mais sobre isto?
Fabio – Kade se tornou o carro-chefe da Arcana,
vendeu muito e vai ter muitas novidades
chegando sobre o personagem esse ano.
A mão pesada do Sean fez a diferença na
edição do Kade. Sean é o roteirista.
A questão é que a Arcana é muito organizada,
eles preparam bem cada edição.
Tony 28 – Fui lá no site deles conferir
e achei aquele vídeo maravilhoso (Midgard)...
os caras dão um show de animação em
computação gráfica. O trabalho deles é
super profissional. O pessoal da Arcana
Comics está de parabéns! Você e sua
equipe também fazem animações pra eles?
Fabio - R: Não. A única coisa que fazemos é
criar cenários para games.
Tony 29 – Legal. Na minha opinião pessoal,
hoje, games são como os quadrinhos do
passado. São um sucesso de vendas e sempre
muito esperados. Vocês estão trabalhando com
o produto certo, de grande aceitação mundial.
Voltando a falar de vocês, nossos intrépidos
artistas... O estúdio Ink Blood já trabalhou
com alguma editora no Brasil? Pretende
negociar novos projetos
com editores nacionais?
Fabio – Nunca trabalhamos com editoras daqui.
Por quê? Porque vivemos de quadrinhos e
aqui o valor pago é muito baixo, não dá pra
viver. Já me passou a ideia de fechar parceria
com uma editora de médio porte pra lançar
títulos no Brasil, mas agora pretendo vender
lá fora e depois voltar como enlatado...
o povo vai pensar que é revista
americana traduzida no Brasil.
Tony 30 – Você tem razão... os preços são
incomparáveis... não dá pra viver só de HQs,
por aqui... mas, as grandes editoras nacionais
chegam a pagar até 500 reais por páginas,
o que não é nada mal... o duro é fechar
com uma Abril, por exemplo. O brasileirio,
como é paga-pau de americano, na certa,
vai comprar Anubis achando que é de lá...
vai ser um sucesso. A ideia é boa. Acho que a
maioria dos leitores nacionais têm
preconceito das nossas HQs, pelo menos, a
grande maioria. Vamos falar de Anúbis –
que está sensacional. Anubis é uma mini
série em 2 edições, pelo que sei, certo?
E quanto a Scar Darknnes Blood?
Este é um outro projeto de vocês, de
terror gótico? Também é uma miniserie?
Conta pra gente como são estes
novos projetos editoriais...
Fabio – Scar vai sair pela Arcana também,
em forma de graphic novel. Tenho vários títulos
pra lançar esse ano , por lá.
Mostrei o Chet para o Sean e ele me disse
que distribui nos E.U.A.
Tony 31 – Cara, você pegou na veia.
Tá faltando terror no mercado... Quanto ao
Chet ou qualquer outra HQs, olha aí...
isto pode ser uma boa saída... mas tem
uma coisa: você sabia que o Tex nunca
foi publicado na América? Os americanos
odeiam ou não aceitam que estrangeiros
“mexam” com o folclore deles.
Fazer esses caras aceitarem um western
feito fora do país não vai ser tarefa fácil,
bengala young and friend. Mas, vale a
pena tentar... vai que, de repente, emplaca?
Como disse antes, o mundo é dos doidos...
(Rsss...). Quem não arrisca morre
sem saber se ia dar certo. Continuando...
O que é ou o que foi Necronomicomics?
Dá pra explicar?
Fabio – Necronomics vai sair ainda. Será uma
revista de terror, aventura e ficção cientifica,
que estou trabalhando desde 2009. Estou
juntando material. Eu pago por HQs fechadas
aos artistas. Muitos me enviaram roteiros
e desenhos , mas pouca coisa interessante.
A minha proposta é ter um estilo kripta,
Spektro e Hevy Metal em uma só edição.
Já tenho um bom número de HQs e series
pra lançar na revista com bons artistas.
Terá também seções com entrevistas
e matérias sobre quadrinhos.
Tony 32 – Gostei! Isto me parece um grande
e sensacional projeto e, pelo que você disse,
está planejando, a La gringos... ou seja,
cuidadosamente... maravilha! Kripta, Spektro
e Heavy Metal, três grandes títulos de
alta qualidade... aliás, há séculos não
sai uma boa revista de terror ou ficção,
no país. Nem estrangeira, nem nacional.
Até as HQs eróticas sumiram.
Nas bancas só dá mangás, super-heróis
e Hentai – HQ erótica japonesa.
-me, Fabio...
Fabio - De creme... kkkkkkkk . Olha quero
publicar muito quadrinho, fora e aqui.
Tony 33 – Sonho, de creme? De padaria...
Também, adoro... (Rsss...).
Piadista... Alguma frustração?
Fabio – Não poder pagar pelo menos 100
dólares por página pra cada desenhista.
Tony 34 – Mesmo assim, não tá pagando mal,
pelo visto... depois desta entrevista vai ter
muita gente querendo trabalhar para você...
com certeza. Uma pergunta crucial, que
todos querem saber:
Chet Ed. # 2, vai sair pela Ink Blood Comics?
Fabio – Vai sair a edição 01. A especial não conta.
Como disse anteriormente a ideia era lançar
só a especial. Eu não iria continuar.
Mas, velho...quando as cartas de leitores
começaram a chegar e de fãs de várias
cidades...putzs ...deu um nó na garganta.
Eu vi que era aquilo. Vi que aqueles
leitores mereciam o respeito de ter
mais edições. Então decidi continuar,
para esses leitores ...quanto aos críticos
e os caras que gostam de enlatados ...
que vão à merda. Vou fazer revistas
para nossos fãs e isso é o que importa.
Tony 35– Que bela e boa notícia. Os fãs de Chet
vão adorar... eu vibrei, com esta revelação...
Quanto aos críticos e pseudos-artistas, sempre
os mandei à merda. Defino crítico de
arte como: o sujeito... ou melhor, o pentelho,
frustrado, que não faz porra nenhuma e
que adora meter o pau em quem faz.
Se acham o nosso trabalho uma merda,
por que é que eles não pegam e não
fazem melhor, se são entendidos?
Quem sabe, faz... quem não sabe, pixa...
Também sempre tive em mente uma coisa:
Faço HQs para o grande público e não
para meia dúzia de pseudos-entendidos.
Os únicos elogios significativos, de fato,
são: dos fãs, da distribuidora e do meu editor.
O resto é merda. Agora vamos saber como
você se auto define... Fábio Chilbiski
por Fabio Chilbiski?
Fabio – Uma mula teimosa,que não
desiste nunca. Se me encher, faço por birra.
Me tornei mais perigoso, aprendi a ficar
quieto e começar tudo de novo...
Viva, Raul! Viva a Sociedade Alternativa
e viva os quadrinhos, pô!
Tony 36 – Raul, grande cara, genial... maluco beleza...
curto, até hoje, o grande trabalho musical dele.
Foi um cara genial. Mas, em especial, aquela
canção que diz: “Tente outra vez!” Aquela ordem
é uma lição de otimismo, de perseverança e
deveria ser seguido por todos. Em frente...
O Ink and Blood Studio já deve ter
feito muitas HQs para o exterior, pelo visto.
Em geral, qual é a média de preço que uma
editora independente paga por uma página
de quadrinhos, Fábio? Pode nos informar?
Na certa, muitos desenhistas que sonham
em um dia poder trabalhar pro exterior
estão ansiosos para ter esta
informação... (Rsss...). Já tô
vendo a turma com a antena ligada.
Esta vai ser a parte mais lida dessa entrevista,
pode ter certeza... (Rsss...).
Fabio – Pra piazada que está começando vai a dica...
Tony 37 - "Piazada" (molecada)... esses termos do sul
do país são engraçados...
Fabio - Sempre peça 50% adiantado,
nunca entregue em alta resolução o material
se ainda não foi pago. Uma HQ só deve ser
entregue em 300 ou 600 DPIs a arte. Não seja
trouxa de gringos, cobrem. Nada de fazer por
comissão, desenhar e receber por porcentagem
de vendas. Isso é pura bucha. Editores
independentes e editoras pequenas
pagam em media 25 USD (dólares americanos),
mas tem nego que pensa que latino não
tem estomago e oferecem até 5 USD por
página. Manda o cara se catar.
As médias começam com 50 USD por
página, para novatos. Mas há muitas
pagando entre 120 a 170 usd por página.
Lembrem-se:
não existe só a Marvel e a DC, moçada.
Tony 38 – Gostei... há vida inteligente
além da Marvel e DC.
Caro, bengala friend young, Fábio
Chilbiski, o famoso polaco negro das
HQs nacionais – Chilbiski...
Êta sobrenome polaco complicado... (Rsss...) -,
mais explícito do que você foi ao responder
a última questão, impossível...
suas dicas foram objetivas e
muito esclarecedoras. Depois dessa, só
vai entrar em fria quem nunca leu
esta entrevista\bate-papo.
Por falar nisso, nosso bate papo foi muito
bom, foi elucidativo e
até divertido... você é um cara simpático,
atencioso, brincalhão,
inteligente, com uma grande visão real do
mercado, e super descontraído...
quero agradecer por sua atenção
e desejar um grande 2011
para você, para sua família e toda
a sua equipe... e que todos
os seus projetos de vida e profissionais
se concretizem.
Valeu, bengala friend and young, do Sul,
e grande guerreiro! Quer deixar alguma
mensagem, e-mail para
contato, endereço de site
do estúdio? Fique a vontade.
Fabio – Mestre, Tony, eu é que agradeço a honra
de conversar com você. Eu era piazinho quando
comprei Fantastic Man em banca,
tú tá velho cabra... KKKKK...
Tony 39 - Ahá! Então fostes tu!? Naquela época só
vendemos dois exemplares de Fantasticman...
um pra minha mãe e o outro foi... então,
foi você, o doido? (Rssss...). Velho é apelido...
ajudei a construir a Arca de Noé , pode me
chamar de vozinho... tenho 5 netinhos (Rsss...).
Gozador... você não tem jeito, piazão...
algo mais pra dizer? Mais alguma gracinha?
Fabio – Meus queridos amigos Brasileiros,
nós somos um dos países mais criativos do
mundo. Mas precisamos valorizar nossa
produção. Vocês gostam do Aranha, do Capitão,
Superman, entre outros, por que é enlatado.
Se fosse nacional vocês achariam ridículo.
Eu coleciono Homem Aranha e gosto muito
da velha fase. Há também aqueles que acham
todo personagem brasileiro ruim e suas
origens ridículas. Mas... por que não
valorizarmos nossa cultura? O americano usa
até cueca com a bandeira americana.
Nós só lembramos da bandeira, símbolo
da Pátria, na época da Copa do Mundo.
O quadrinho brasileiro é extremamente rico
e bom. Basta voces enxergarem. Não temos
um Will Eisner ou Stan Lee entre nós???
Não temos por que vocês não dão chance do
mercado amadurecer.
não compram a revista
ruim pra incentivá- la a melhorar, por quê?
Já ouvi leitor dizendo assim:
“Nossa essa edição do Batman está ruim...
mas vou levar, afinal é o Batman.”
Esse tipo de pensamento é medíocre e
acaba com os sonhos de termos um
grande mercado nacional de quadrinhos, um dia.
Quer saber mais? É claro que temos
Wills Eisners e Lees por aqui.
Basta tirar a cabeça pra fora e enxergar, cara...
lembram de um cara chamado Jaime
Cortez e de um tal de José Lanzellotti???
Um abraço a todos e até o Chet # 01.
Nossos colts 45 estão carregados até a boca...
Tony – 40 : Caceta... depois desse belo
discurso você já pode se canditar ao senado,
em Brasília, bengala young. Gostei.
Tem gente que acha que os comics só tem
gente boa, que começaram bambas. Tá cheio
de nego ruim por lá. Eles também
criaram milhares de personagens e revistas
que não deram certo. É preciso estar ciente
de que todo trabalho evolui. Os primeiros
Batmans e Supermans também tinham
desenhos ridículos... não evoluiram?
Valeu, grande Fábio Chilbiski, o único polaco
preto do Sul do país e das HQs brasileiras...
precisamos de mais guerreiros com
espírito nacionalista e consciente
como você, piazão!
Até de repente, tchê! Barbaridade!
Tri-legal!Putz... isto é papo de gaúcho
não de paranense, "barriga verde"...
vocês não têm
nenhum linguajar típico aí do Paraná?
Ainda dá tempo de adquirir a edição
especial de CHET e outros produtos
editoriais lançados pelo Fabio,
nas Comics Shops ou por e-mail!
Não perca também outra sensacional
entrevista com...
Jotah, o criador da
Turma do Barulho
em...
Jotah foi um dos poucos a conseguir fechar
um contrato com a editora Abril e que também
conseguiu lançar, por ela, 5 edições.
Na entrevista ele revela coisas de bastidores.
imperdível.
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Wilde Portella - escriba, criador de Chet |
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Arte: Paulo José. Chet ed. # 1 vem aí! Fique plugado! |
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